RESPONSABILIDADE DE GRUPOS

“Responsabilidade Geral e Individual”

PUC-Rio- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 

 

 

Arlindo Nascimento Rocha[1].

“A Sociedade do futuro será sustentada por dois pilares: Responsabilidade e Respeito. Nenhuma Constituição, nenhum Código, nenhuma Lei ou Regra precisará existir se esses pilares forem assumidos. Responsabilidade é o atendimento daquilo que esperam do papel que você assumiu. Respeito é não ultrapassar os seus limites e aceitar os dos outros”.

Alvaro Granha Loregian

RESUMO

O presente artigo incide sobre o tema “Responsabilidade de Grupos”, e procuramos fazer a ponte entre a Responsabilidade Geral e Individual, como elementos estruturais, que sustentam a boa convivência entre os membros de uma sociedade.

A boa convivência no grupo social implica um bom inter-relacionamento entre os membros, que em certa medida depende: da boa vontade, da personalidade, da educação, das competências sociais e das habilidades de cada um em estabelecer relações sadias com os demais membros. Porém, a crença no individualismo exacerbado, obscurece qualquer compreensão do modo pelo qual os seres humanos se relacionam.

Usaremos como suporte algumas ideias de Rousseau “O contrato Social” e tentaremos examinar alguns conceitos chaves, como: Associar e não agregar como primeiro passo para a responsabilidade; Vontade Particular e Geral; A Vontade Geral como Unidade de Particularidades; Autonomia e Soberania, que nos darão elementos necessários para ver até que ponto podemos falar numa verdadeira “Responsabilidade de Grupos”.

Palavras chaves: Responsabilidade, boa convivência, grupo social, competências sociais.


ABSTRAT

This article addresses the theme "Group Responsibility," and aims to compare General and Individual Responsibilities as structural elements that sustain peaceful co-existance between members of society. 

Peaceful co-existance in a social group implies good relationships between its members, which, to a certain point, depends on disposition, personality, education, social competences and one's ability to establish healthy relationships with other members. However, the belief in radical individualism obscures any comprehension of the ways through which human beings relate to one another. 

We will base our argument on some of Rosseau's ideas, as in "the Social Contract", and we'll attempt to examine some key concepts, for example: Associate, not aggregate, as a first step to responsibility; Common and Personal Wills; Common Will as a Unity of Peculiarities; Autonomy and Sovereignty, which will give us necessary elements to determine up to which point true Group Responsibility exists. 

Key words: Responsibility, peaceful co-existance, social group, social competences. 

 


INTRODUÇÃO

Neste artigo de caráter descritivo, buscamos a compreensão da ideia de Responsabilidade Geral e Individual, do Homem enquanto ser singular e gregário e usamos como suporte as ideias de Jean-Jacques Rousseau, em sua obra “O Contrato Social”, publicado em 1962, que dá as bases de como montar uma Sociedade e como as pessoas deveriam comportar nele.

Resolvemos analisar o homem como sujeito moral, que busca a sua própria conservação sem ignorar, no entanto, os outros com quem relaciona e partilha os mesmos anseios, valores, crenças deveres e direitos.  Essa capacidade do homem revela o conflito estabelecido quanto aos sentimentos originais de liberdade. O homem nasce livre, mas por toda a parte encontra-se cercado de pessoas e de coisas. De nada adianta nos enclausurarmos cada vez mais, deixando de vivenciar com o próximo às diversas possibilidades de experiências, atitudes e emoções.

A permanente dicotomia entre ser e parecer, liberdade e responsabilidade, decorrentes de uma nova condição gerada em sociedade, implica mudanças estruturais. Por isso, hoje mais do que nunca é preciso analisar o ser humano como o cruzamento entre a realidade cotidiana e a realidade transcendente, através de um projeto pedagógico baseado numa “pedagogia por inteireza” onde nenhum aspecto do ser humano seja esquecido, social, político, científico e espiritual.

A questão é compreender se o homem, como um sujeito moralmente bom, porém, corrompido pelo progresso social, técnico e científico, poderá retomar sentimentos naturais de bondade e amor de si e dos outros, sem perder as vantagens encontradas na vida social e política.

A convivência, a associação e a educação como via de valorização do individuo são os primeiros passos para a construção de uma vida social justa, participativa e democrática. Criar e obedecer a leis geram no cidadão a responsabilidade e a moralidade, um contrato de mão dupla que reconhece e valoriza a si próprio e ao outro enquanto extensão de si mesmo.   

 

1. Associar e não agregar:

Primeiro passo para a Responsabilidade.

Para que possamos enxergar claramente a questão da Responsabilidade, é fundamental que antes de tudo, clarifiquemos, mesmo que sinteticamente, o sentido dos termos agregar, associar, ética e moral, como pressupostos definidores da responsabilidade.

O termo agregar sugere a ideia de reunir (-se), juntar (-se), num corpo (pessoas, coisas, elementos isolados), consideradas não em si mesmas, mas ligadas a um objetivo maior. Contrariamente, associar seria Reunir (-se) em grupo para finalidade comum, tornar-se membro de uma sociedade, partido, clube etc. Ética, vem do grego éthos, que significa em primeiro lugar, “habitat” exatamente a maneira de uma espécie animal “habitar” o mundo. Significa igualmente os “costumes” às maneiras, de se comportar numa determinada sociedade e época. Portanto, “a ética é parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral.” (ARANHA; MARTINS, 1993). É uma reflexão sobre a moral. Enquanto que a moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. Nesse caso é, portanto, a maneira como vivem os homens, os costumes que observam os tipos de regras que seguem e as leis sob as quais vivem.

Tendo em conta o exposto acima, consideramos que, o homem moral ou imoral, é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras do grupo, onde se encontra inserido, uma vez que, cada um leva em seu coração e na sua mente uma lei. Por isso, com sua inteligência e vontade pode distinguir e escolher o bem e o mal, o justo e o injusto, o permitido e o proibido. Para que isso aconteça, é necessário formar e desenvolver a consciência moral individual/coletiva para que as escolhas sejam eticamente louváveis, através do reconhecimento da qualidade moral de um ato concreto.

Há cerca de dez anos, o historiador, pensador e professor, Joseph Ki-Zerbo publicou um livro com o título: - “Eduquer ou périr” - “Educar ou perecer”, onde apresentou o dilema da África contemporânea (e de todo o Planeta): “a única escolha é educar rapidamente e bem”. A entrada no sec. XXI foi assinalada por reviravoltas que colocam em causa as certezas de ontem e, portanto, vão constranger as sociedades a reinventar o sentido da vida e a implantar as bases de um mundo viabilizado. Já estamos no sec. XXI, o dilema teria sido resolvido? Poderíamos questionar: viver juntos, partilhar nossos desafios e ensejos, respeitar e acolher o outro, agir humanamente não estaríamos em melhores condições de contrariar todos os males sociais provenientes de um hedonismo exacerbado, que dia-a-dia desumaniza os homens?

Sendo assim, o primeiro passo, para a busca das soluções consiste em reconhecer, assumir as nossas responsabilidades individuais e coletivas, aceitar e compartilhar os problemas, difundir as melhores práticas, assim como avaliar seus resultados, a fim de analisar as possibilidades de uma convivência pacífica, tendo em conta a natureza gregária e comunitária da condição humana.

Segundo Rousseau, antes das desigualdades sociais, os homens viviam em liberdade, e em igualdade plena. Os homens eram livres e iguais por natureza. O surgimento da propriedade privada deu origem à sociedade civil, e à desigualdade entre os homens.

As adversidades naturais obrigaram o homem a viver em grupo para se defender, por isso, ele se viu obrigado a correr, pular, subir em árvores e em determinadas situações, lutar. O homem passa a ser guiado por dois princípios, o amor por si, e pela piedade, que consistia num certo incômodo pelo sofrimento dos outros. Esses princípios lhe teria assegurado a sobrevivência, apesar de suas ideias serem muito simples. Rousseau reserva para o estado de natureza uma situação propícia a paz e não a guerra de todos contra todos conforme propôs Hobbes.

Os conflitos existentes eram pequenas disputas pela posse de um alimento e que dificilmente tinham consequências sangrentas. O homem natural era um ser pacífico, e apesar da desigualdade existir no estado natural, ela limitava-se a esfera física, e não nas relações interpessoais.

A primeira forma de desigualdade assinalada por Rousseau manifestou-se durante o desenvolvimento da agricultura e da metalurgia, quando os homens passaram a dividir a terra e reivindicar sua posse como um direito  legítimo. Assim, nasceu a primeira grande desigualdade, dividindo os homens em duas classes: ricos e pobres. Da riqueza surge a ambição e os piores sentimentos possíveis como a inveja, a vergonha, o desprezo e a injúria, o que motivaram conflitos tão sangrentos e desumanos.

Para apaziguar os ânimos e assegurar suas terras os ricos propõe uma união de forças para garantir a cada um, o que lhe é de direito  através de leis que defendam a todos sem exceção.

Do primeiro pacto surge necessariamente o segundo em função da necessidade de um governo, em função da desigualdade social (monarquia, a aristocracia e a democracia). Esse pacto é concebido como um contrato entre o povo e os governantes, através do qual as duas partes se obrigam a observar as leis estipuladas.

Segundo Rousseau, nesses governos todas as magistraturas eram eletivas. Mas, quando o cargo tornou-se hereditário, os chefes passaram a considerarem-se meros funcionários, do Estado e a subjugar aqueles a quem deveriam representar. Emerge então, o segundo grau de desigualdade, entre os que mandam e os que obedecem. Surge então, o terceiro grau de desigualdade – o despotismo, com resultado inevitável de um governo mal constituído. A desigualdade de consideração e autoridade forçaram os homens que viviam numa sociedade a comparar-se e tomar conhecimento de suas diferenças.

Como tudo passa a ser governado pela lei do mais forte, há, por assim dizer, a dissolução do pacto e os homens são jogados num segundo estado de natureza, diferente do primeiro, já que o primeiro é um estado puro, e o segundo, resultado da corrupção. 

Para Rousseau, encontrar uma forma de associação, seria um objetivo do homem enquanto ser social, que só poderia ser materializado através de um “Contrato Social” como acordo que estabelece uma série de direitos e deveres entre os homens.  Essa associação ressaltaria o valor das individualidades e buscaria simultaneamente atingir a coletividade, harmonizando a sociedade pela soma das partes (dos homens enquanto sujeitos e das vontades enquanto manifestação das individualidades).

Essa condição, primordial, nos remete a ideia de que Rousseau busca restabelecer primeiramente a condição humana, para depois estabelecer uma condição política. Isso implica que para expressar sua vontade, o homem precisava ter liberdade e autonomia, por isso a grande diferença entre associar ao invés de simplesmente agregar. Portanto, para associar seria preciso rever primeiramente a questão da liberdade.

Rousseau prezava pela liberdade individual, que pelo contrato será convencionado a fim de dar vazão a todos os homens. Mas para que haja um corpo político é preciso que os homens livres unam seus interesses e vontades, formando um corpo moral, onde cada um tem lugar.

A liberdade constituirá direito e dever.  Direito por ser uma retomada da condição humana e dever por levar ao respeito do outro enquanto semelhante. Assim, Rousseau reconhece o valor do indivíduo, e promove uma visão de respeito e responsabilidade, equilibrando a vida social.

A liberdade enquanto parte essencial da natureza do homem seria a condição necessária para a responsabilização de um individuo pelas suas escolhas. Não ser dono e senhor de si mesmo é estranho a essa natureza, de modo que nenhum homem tem autoridade natural sobre o seu semelhante. Um homem não tem, portanto, direito sobre outro, sobre a vida, as escolhas e as vontades. Sendo assim, renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem e os direitos da humanidade.

Pensamos que, a liberdade é um valor indiscutível de cada ser humano. Todavia, a vida em sociedade impõe limites a esta liberdade e aumenta cada vez mais os graus de assunção de responsabilidades a todos os níveis. É necessário conciliar o exercício do poder, que promove a justiça social, as liberdades coletivas e as liberdades individuais.

As instituições sociais são consideradas justas quando satisfazem os princípios morais de que pessoas morais, livres e iguais, são colocadas em situação equitativa. Sendo assim, cada pessoa tem direito a um sistema básico de liberdades iguais para todos compatíveis com um sistema de igualdade de direitos e deveres para todos independentemente, da raça, da cor, da condição social, econômica, política e religiosa. 

A importância de viver em sociedade “associados” e não “agregados” nos dá razões para afirmar, que é através do convívio com os seus semelhantes que o homem se aperfeiçoa e contribui para o aperfeiçoamento do outro no plano social, moral, técnico e científico. Da associação de indivíduos tão diversificados o grupo cresce, aquele que já avançou, exercita sua paciência e seu amor pelos outros da retaguarda, aquele que está atrás exercitará suas competências, para tenta alcançar os outros. Diferentemente o isolamento é contrário à lei natural porque não promove o crescimento moral e intelectual da humanidade, não promover a troca e a mútua contribuição dos indivíduos para o aperfeiçoamento geral e o bem comum.

 

2. Vontade Particular e Geral

Antes de relacionarmos os conceitos enunciados é necessário explicitá-los, para melhor entender seus contornos e a aparente dicotomia/nexo existente entre eles, numa tentativa de ver o alcance de cada um em particular e a implicação mútua na formação de uma consciência universal.  

Enquanto que a vontade particular quer e procura o bem de si, para si, ou seja, busca satisfazer os interesses particulares ou egoístas, a vontade geral quer e procura o bem comum a todos de forma altruísta. Rousseau reconhece que a vontade particular de um indivíduo pode entrar em conflito com a vontade geral que o mesmo tem enquanto cidadão, ou seja, que o interesse privado pode ser contrário ao interesse comum. 

Quando o homem deixou o estado de natureza, ele se tornou um ser social, racional e moral. Exatamente por isso, o total dos interesses comuns tem um peso maior do que o total dos seus interesses particulares. A vontade moral particular se exprime através do interesse particular.

Atualmente é um imperativo que a vontade particular de cada cidadão deva ser salvaguardada e respeitada, principalmente nos casos em que o cidadão atingiu sua maior idade e é capaz de assumir as suas responsabilidades. Se o indivíduo quer fumar, que fume, se quiser beber, que beba, se quiser usar drogas, que use, ora, quem vai impedi-lo? Então, a discussão que deveríamos adicionar a esse debate sem fim, é se o individuo que, depois de ter alcançado a maturidade intelectual e de estar em condições plenas, pode optar por se tornar um cidadão ético ou não? Pode-se agir de forma particularizada, priorizando sua individualidade em detrimento do grupo, onde se encontra inserido, ou não? Como conciliar a vontade particular com a vontade geral, evitando conflito de interesses? Essas questões nos orientarão na busca de uma tentativa de compreensão dos limites éticos aos quais os cidadãos devem agir.  

Analisando os nossos atos e comportamentos, desde as simples ocupações e afazeres do cotidiano, até os mais complexos, que exigem uma análise racional, ético e moral é preciso definir de que maneira devemos examina-los tendo em conta que, não existe uma forma universal e necessária para examina-los. Quer se trate de escolhas simples ou de decisões fundamentais, de preferencia sentimentais, sociais ou políticas, de tomadas de posições individuais ou coletivas, sempre devermos analisar eticamente nosso posicionamento.

Contrariamente a vontade moral geral, cujo fim último é o bem público, onde os benefícios são compartilhados por todos os membros (ou a maioria) de uma  sociedade construída com base em valores humanísticos, a vontade particular possui um objeto individual independente do bem comum, que objetiva uns em detrimento do todo. A vontade moral particularizada põe o indivíduo em primeiro plano em relação ao grupo, no qual o interesse individual se distingue do interesse coletivo sendo o seu próprio bem e a sua felicidade individual, o ideal maior. É nesse sentido que se estabelece um conflito existencial entre a vontade moral particular e a vontade moral geral, que leva a um estado de separação que rompe com a interdependência e a interajuda necessária à vida social comum. Sendo assim, a vontade particular não poderia tornar a sociedade mais justa, mais humana, mais cooperativa e, nem tão pouco as leis legitimas.

Assim sendo, Pensamos que o bem individual não garante o bem comum, mas sim, o bem individual, que resulta de um egoísmo e um hedonismo exacerbado que coloca o bem pessoal como bem supremo da vida humana, e de satisfação imediata do próprio ego, em detrimento do bem coletivo.  Para ser justa, a vontade particular deve estar em concordância com a vontade geral, buscando o bem comum e não apenas o próprio interesse em detrimento do coletivo e do geral.

O reconhecimento dos nossos limites e incapacidades inerentes a nossa condição humana insuficiente e condicionados pelas condições adversas (naturais, físicas, intelectuais e sociais) aos quais não podemos opor, sob pena de sermos mal sucedidos, nos mantém ligado por laços de dependência que ampliam o próprio horizonte da existência, alargando ainda mais a faculdade de nos aperfeiçoar e tornar em pessoas melhores, quando estabelecemos relações boas e recíprocas, respeitando a nossa integridade pessoal e coletiva. A realização pessoal se dá mediante a colaboração e a participação cooperativa, onde se estabelece um nexo entre a vontade moral particular e a vontade moral geral, e não na consolidação de uma vontade particular, moldada pelo interesse egoísta de cada membro de uma sociedade.

A vontade moral particular pode ser compreendida como mazela à constituição do corpo social, engendrando assim a desigualdade e a corrupção na sociedade. Assim sendo, a vontade moral particular não pode superar a vontade moral geral. Então, a nossa humanidade busca promover equilíbrio entre o bem particular e o bem geral, seja individual ou de grupos que se individualizam ao identificar-se com tais ou quais interesses.

É uma ignorância imaginar que haverá felicidade entre as pessoas enquanto continuarmos essa busca desenfreada pelo poder, pela riqueza, pelo domínio para ver quem comanda e quem obedece ou é colocado numa posição inferioridade. O bem particular é respeitável até o limite em que para ser satisfeito não provoque mal a outras pessoas ou grupos. A promoção do bem comum contempla o bem particular, embora, nossa civilização está em crise para assimilar esta ideia.

Para que tal aconteça, é fundamental que se aposte na educação das pessoas, uma educação que priorize a vertente transpessoal e espiritual, uma educação pela inteireza do cidadão, ancorado no autoconhecimento, que implica exatamente a consciência da dimensão espiritual do ser humano. Um dos objetivos da educação voltada para o homem “total” é afastá-lo de uma secular ignorância, que sempre teve início, pela ignorância de si mesmo e dos outros. Hoje é um imperativo que se aposte numa educação voltada para o sentido de unidade do ser e do saber, onde toda a pessoa consiga realizar experiências transpassais e onde ela pode estabelecer relações de liberdade, igualdade e fraternidade com os demais membros.   

 

3. A Vontade Geral como Unidade de Particularidades

 

Começamos por estabelecer como Vontade Geral a conformação entre os interesses do indivíduo e os interesses de todos. Ela representa aquilo que é do interesse comum a todo o grupo que forma o corpo social e político de uma sociedade.

A vontade geral é apresentada como fonte de leis morais, ponto de referência para medir o justo e o injusto, o certo e o errado, o bom e o mau. Tal como a vontade moral de um indivíduo que tende à própria conservação e bem-estar, a vontade moral geral também procura proteger os membros do corpo a que pertence. Quando a vontade moral geral não é respeitada, não há medidas corretas para a justiça, o que é apresentado como lei não é legítimo e o bem-estar de todos é ameaçado.

Partimos do princípio, que toda associação e criação de leis morais partem de um eixo central na política de responsabilidade proposta por Rousseau: a vontade geral, que nos leva à compreensão da lei justa, contendo a chave para entender como podem ser legitimados o poder e a autoridade.

A ordem social é anterior à questão política, porém, essa nova ordem estabelecida por meio de convenções sociais é que definem e sustentam o pacto social que harmoniza a vida particular com a vida pública conciliando a vida moral e a vida política: “É preciso estudar a sociedade pelos homens e os homens pela sociedade; quem quiser tratar separadamente a política e a moral nada entenderá de nenhuma das duas” (Émile p.554).

Assim, a moralidade individual incidirá diretamente na vida pública, onde o reconhecimento do outro, é fundamental para a busca do bem comum. As vontades interligadas pelo respeito e reconhecimento buscariam o melhor para o corpo formado pela união dos membros individuais. Sendo assim, a conciliação do interesse e justiça, liberdade e dependência seriam reguladas pela vontade geral.

Somente numa associação onde prevaleça a vontade geral, é compatível tanto a justiça, bem como o interesse dos indivíduos. Um indivíduo que submete a vontade geral estará submetendo à sua própria vontade, pois a vontade geral pode ser descrita como a vontade de cada membro da associação enquanto dirigida ao interesse geral da coletividade. 

Na proposta política exposta no Contrato Social, o corpo formado pelos cidadãos, membros constituídos do Pacto Social, expressam sua soberania por meio da vontade geral, que sendo bem ordenada busca o bem comum.

Vontade geral legitima a ordem social a medida que reconhece a liberdade individual, orientando ainda a ordem política, quando projeta a figura do homem na vida pública, através da participação deste no seio social coletivo, nas tomadas de decisões que expressarão as vontades particulares na busca do interesse e do bem coletivo.

A convenção estabelecida entre os membros da sociedade se efetiva ou se torna possível pelo consentimento entre liberdade ilimitada, e liberdade convencional. O consentimento é o primeiro princípio estabelecido que ira reger a sociedade, e zelará por sua existência. Em condições normais, creio que não há sociedade onde não haja concórdia por parte dos indivíduos em formar e fazer parte da sociedade onde se encontram inseridos: é somente pela vontade geral que se podem direcionar as competências/habilidades sociais para que se possa atingir o bem comum.

Se não houvesse nenhum ponto onde todos os interesses individuais concordassem, nenhuma sociedade poderia existir e conviver de forma pacífica subordinando assim os interesses pessoais aos do grupo ou da sociedade. Essa concórdia é expressa através do Pacto Social que mostra o interesse na vida comum e comunitária, o reconhecimento do outro enquanto igual, pelo respeito e consideração mútua, onde um individuo ou grupo de indivíduos, não poderiam ter autoridade sobre a sociedade e nem agir em nome de uma vontade geral, sob pena de transformar o pacto num elo de dependência e submissão, o que levaria de nova a sociedade a corrupção.

Quando o homem deixou o estado de natureza, ele se torna um ser social, racional e moral, tendo em conta que em sua própria natureza seria incapaz de sobreviver isolado dos outros, como afirma Miguel Couto "O homem é um animal gregá­rio, naturalmente, tanto para a defesa como para as alegrias co­muns." o que gera a necessidade de constituir associações comuns a todos, e é por isso que Aristóteles afirma que “o homem é por natureza um animal político” e aquele que por natureza e não simplesmente por acidente, se “encontra fora da sociedade ou é um ser degradado ou um ser acima dos homens”. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais do que qualquer outro animal gregário, porque ele é o único que possui entre os animais a linguagem (logos), que tem como objetivo a manifestação do vantajoso e do desvantajoso e, portanto, do justo e do injusto, do certo e do errado, do bom e do mau.

 Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, do bom e do mau, bem como de outras noções deste tipo, como afirma Aristóteles “é a associação dos que têm em comum essas noções que constitui a família, o estado e a sociedade”.

Rousseau desaprova as facções, “ligas e associações” parciais por deturparem a vontade geral, já que, os interesses comuns dos membros de uma facção ou grupo são colocados em primeiro plano, em detrimento dos interesses comuns à totalidade da sociedade.

Concordamos com a ideia de que, o jogo de interesses entre as facções prejudica a capacidade de construir um projeto realmente coletivo que contemple a sociedade como um todo, onde o bem moral comum é primordial. Com efeito, a  reunião de interesses particulares em associações parciais mascara a diversidade de opiniões necessárias para se reconhecer a vontade geral e detrimento da vontade particular.

 

4. Autonomia e Cidadania

Para Rousseau, não somos individualmente autônomos, apenas o somos como membros de um tipo especial de sociedade. Passamos a ser autônomos porque podemos romper com a escravidão dos nossos desejos e viver sob uma lei que proporcionamos a nós mesmos. No estado natural o homem desfruta de uma liberdade natural que é física e não vai além de suas forças. No contrato social o homem renuncia a liberdade natural em favor da liberdade civil, que é circunscrita pela vontade geral.

No estado civil o homem adquire liberdade moral, já que ele passa a obedecer à lei que ele instituiu a si próprio em vez de seguir o impulso. O papel da educação seria de elevar a natureza do homem para além da animalidade, numa esfera onde existem leis. Em outras palavras, também podemos dizer que o papel da educação é tornar sociável a insociabilidade contida no amor de si mesmo. Em suma, para que haja autonomia, a moralidade não pode estar fora da vontade geral e racional do homem. 

Já o exercício da cidadania[2] confunde-se muitas vezes, com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve, está e estará em permanente construção. É um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre lutaram e lutam por mais direitos, melhores garantias individuais e coletivas.  Por isso, não se conformam frente às determinações arrogantes, de pessoas que não desistem de conquistar e manter mais e melhores privilégios, contra uma maioria abandonada, que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que é-lhes negado a possibilidade do pleno exercício da cidadania. Pensamos que, a conquista da cidadania, ainda que tardia, não será negada tendo em conta que é uma conquista da humanidade.

O exercício da cidadania requer ter consciência de que se é sujeito de direitos, civis, políticos e sociais, porém, a cidadania pressupõe também deveres. Os cidadãos têm de estarem cônscios das suas responsabilidades civis, políticos, sociais e morais enquanto partes integrantes de uma coletividade, cujo bom funcionamento todos tem de dar sua parcela de contribuição, garantindo o bem comum.

Segundo a teoria Rousseriana, tendo estabelecido o acordo entre os homens através do Pacto Social, surge a necessidade de se organizar o poder do corpo político formado pela associação dos homens livres. Será preciso então, deliberar movimento e vontade a esse corpo social, pois ele traz em si um poder absoluto sobre os seus membros, sendo esse poder chamado soberania, que se move de acordo com a autonomia e vontade geral[3].

Para que tal aconteça é necessário o exercício da soberania, onde cada homem assumindo o papel de cidadão põe sua vontade e seu interesse a favor da sociedade que propôs criar. Seria necessário conciliar aqui patriotismo e humanidade como virtudes necessárias à vida pública e particular. O Pacto Social, estabelecido num acordo entre os homens, faz com que estes alienem sua liberdade ilimitada a tudo e a independência em troca de uma liberdade convencionada, onde a interdependência constituiria forte elo da existência social.

A união associativa entre os cidadãos tem como objetivo resguardar a liberdade e autonomia individual e coletiva, como valores supremos, visando superar os males políticos e sociais na medida em que propõe reconstruir moralmente e politicamente uma determinada sociedade.

Anterior a qualquer condição política está à condição humana. Por essa razão, a figura do homem existiu antes do cidadão, com valores originais como liberdade, amor de si mesmo, vontades pertinentes a sua natureza, que exercerão influência direta no papel público que exercerá na sociedade. Somente um homem bom e justo poderia buscar o bem comum, o bem de todos. Pela Piedade natural, a justiça se estenderia à humanidade, e com o pleno exercício da consciência autônoma no liame social, esta se efetivaria por meio das leis, que sendo feitas por todos e para todos garantiria a igualdade entre todos.

Mas, como pensar em um homem bom, que tendo resgatado os valores originais se torna justo se já existe uma sociedade corrupta e má? Que ensina a polidez como conduta maquiando um falso caráter, exterminando as virtudes primitivas, criando e aprimorando os vícios como o orgulho e a cobiça?

Para isso, seria necessário formar um novo homem, capaz de ser justo e equilibrado pra viver numa sociedade livre. Para que o homem assuma uma postura firme, livre de vícios e de fraquezas, seria necessária uma “Educação para Inteireza do ser Humano”: um (re) descobrir-se “circunscreve-se através do estudo e investigação da auto-evolução por um processo de caminhar para si, uma tomada de consciência das determinações que pesam sobre sua maneira de estar no mundo, com o propósito de conhecimento daquilo que somos, pensamos, fazemos, valorizamos e desejamos na nossa relação conosco, com os outros e com o ambiente humano e natural, que oportunize o surgimento de um ser que aprenda a identificar e a combinar constrangimentos e liberdade, como forma de estruturação dos sentimentos e sentidos até a chegada ao desenvolvimento da razão (que seria a última  instância a ser moldada na vida do homem).

Em sua época, Rousseau reconheceu a importância de educar os sentidos e sentimentos antes de desenvolver a razão e a imaginação; isso implica para ele numa maturação da existência que permite melhor ajustamento da vida ao mundo.  Para tanto, Rousseau lança uma proposta que tem o objetivo de formar um homem capaz de viver e dispor de liberdade e autonomia numa sociedade reta. Todo o esforço de Rousseau será apoiado na ideia da liberdade, sendo este um valor que deve ser preservado a todo custo. Tanto a sua proposta educativa como também a sua moral, tem no ideal de liberdade, descrita na obra “Émile”, uma criança imaginária que terá sua uma educação voltada para a vida livre no seio da vida social.

A influência de Rousseau nos modelos educativos atuais é bastante evidente e tem sido objeto de vários textos de opinião.  As suas ideias “pedagógicas” encontram-se ligadas aos seus ideais políticos. Segundo Rousseau, uma criança que nasce e cresce numa sociedade civilizada é ensinada a refrear os seus instintos naturais, a reprimir os seus verdadeiros sentimentos, a impor as categorias artificiais do pensamento conceptual sobre os seus sentimentos e a fingir que pensa e sente coisas que não sente nem pensa. Por conseguinte, a civilização é corruptora e castradora dos valores verdadeiros.

Assim, o que devemos fazer é mudar a civilização de forma a possibilitar aos nossos instintos naturais uma expressão completa e livre. Rousseau defendia mudanças fundamentais na educação para libertar o indivíduo das grilhetas da civilização[4]. O seu ponto central é que a educação não deve ter como objetivo reprimir e disciplinar as tendências naturais da criança, mas, pelo contrário, incentivar a sua expressão e desenvolvimento autônomo.

O principal veículo de instrução não deve ser a instrução verbal, muito menos a livresca, mas a prática e o exemplo. O ambiente natural para que isso possa acontecer é no seio da família e não da escola e os seus incentivos naturais são o amor e a simpatia, e não as regras ou os castigos, usados tradicionalmente, numa tentativa de moldar atitudes e comportamentos dos jovens estudantes.  

Particularmente, entendemos que a conquista da autonomia e o exercício da cidadania por parte de um indivíduo, ou grupo, leva-o ao  desenvolvimento de um leque de capacidades/habilidades para atuar nas esferas privadas da vida cotidiana, em consonância com determinados valores e modos de viver na vertente sociocultural da sua sociedade, com o intuito de afirmar seu espaço através do exercício do julgamento, da opinião e da tomada de decisões compatíveis com a resolução de conflitos e a potencialização de atividades nas diversas esferas sociais.

Portanto, a conquista da autonomia equivale à conquista da própria cidadania, uma vez que passa pelo desenvolvimento da emancipação intelectual e da liberdade de expressão. A autonomia é condição necessária para a autodeterminação. Esta, por sua vez indispensável para o convívio com os riscos, as incertezas e os conflitos trazidos pela globalização. O indivíduo encontra-se cada vez mais imerso no conflito entre as incertezas objetivas e subjetivas, tendo de renunciar à rigidez de ideias, atitudes e comportamentos baseados em sistemas de valores e de conduta individualista.


CONCLUSÃO

Concluímos o artigo, realçando o postulado, que diz que a vontade geral pode ser entendida como parte da vontade individual, idêntica a todos os membros da coletividade, que permite o entrosamento de todas as vontades individuais no reconhecimento de certos valores e na procura de determinados objetivos comuns.

Com efeito, numa sociedade onde predomina a vontade particular não poderia tornar a sociedade justa nem tampouco as leis legitimas. Os limites da individualidade transcenderiam o âmbito social de modo a trazer de volta a desigualdade e o engano instalando assim, a possibilidade de uma tirania.   

Contudo, ao efetivar o Pacto Social entre os homens, o novo homem se compromete em buscar o bem, não no sentido individual, mas pensando na coletividade na qual está inserido. O reconhecimento do outro enquanto ser de possibilidades reforça a necessidade do cultivo da bondade, da moralidade e da justiça social para todos.

Porém, a única forma que dá garantias para que tenhamos uma sociedade justa, correta e igualitária, provém de um forte investimento na educação e formação integral do homem, tornando-o cada vez mais capaz e conhecedor das suas reais possibilidades de auto transcendência, de liberdade, de comunicação e colaboração com os outros.

A preocupação com uma formação integral do homem se concentra na necessidade de conservar a sua integridade, física, intelectual e espiritual, projetando nele, uma educação que lhe habilite com capacidades, competências e habilidades que tornem possível a expressão de seus valores em todas as esferas da vida, tanto pública quanto privada.

Daí a necessidade em resgatar os atributos naturais pertinentes à essência humana, pois, os verdadeiros valores moldarão no homem a figura do cidadão, a imagem pública do indivíduo particular, livre, autônomo e participativo. Essa figura pública seria moldada a partir da (re) construção da figura do homem, por isso, a primazia da formação deve focar na preocupação pela essência humana, pelo homem em si, sem desconsiderar, no entanto, os sentimentos, sentidos e sensações característicos de sua condição, de um ser insuficiente, dividido entre coração e razão.

A razão seria, nesse contexto, o último momento de desenvolvimento, sendo assim uma espécie de aprimoramento de seu pleno existir, uma efetivação da existência humana que tomaria forma e sentido no tecido social, lugar para as possibilidades da perfectibilidade e de realização ético moral.

O papel de cidadão implica em certo status ou posição diante da sua sociedade, participando na formação ou na mudança da consciência, ou responsabilidade moral, tanto no plano geral, quanto individual. Ser um cidadão pleno implica uma moralização pública da imagem integral do homem. Para isso, a insistência numa educação que se adequa às condições de vida de um indivíduo, considerando as características da natureza humana, moldando em seu caráter as faculdades e sentidos que resultarão no amor de si mesmo, da espécie, dos amigos, da sociedade, do amor afetivo e do exercício da cidadania.

Um pleno existir humano de forma particular com implicações diretas na vontade coletiva, assumindo por vezes, o papel de legislador universal, ressaltando o aprofundamento que o torna não só criador de lei, mas também executor dos mesmos.

Apesar de alguns males terem sua origem na vida social coletiva, no entanto, somente em sociedade há a possibilidade de um aprimoramento das faculdades humanas já que a perfectibilidade é desenvolvida somente diante de novos desafios, ou seja, é no meio social que se encontra terreno fértil para o aprimoramento moral, contornando os obstáculos do dia-a-dia e projetando novos desafios a serem transpostos.

Assim o cidadão assume várias funções na sociedade onde se encontra inserido. Por um lado, exerce tarefas de forma soberana e autónoma, porém, outras vezes é necessário saber se posicionar do outro lado, quando é-lhe exigido o comprimento de determinadas normas e regras sociais, tendo como pano de fundo sempre o coletivo dos agentes que partilham dos mesmos desejos, crenças e responsabilidades, procurando sempre no exercício da vontade geral, a busca pelo bem comum a medida que cria as regras e leis ético-morais, civis e políticos.

Cabe então, ao homem, o papel e a responsabilidade de criar e de obedecer a leis e regras, compreendendo a si mesmo e ao outro como membro de uma associação livremente criada, que observa e reconhece as leis que regulam as condições de vida no liame social.

A responsabilidade não pode ser atitude passiva. Todo o cidadão responsável, autônomo e maduro deve estar socialmente engajado na realização e promoção de atos e atividades que visam à promoção de objetivos sociais, procurando minimizar ao máximo a prática ou o incentivo de determinados atos e práticas nocivas que visam corromper ou instalar a discórdia social entre os membros de uma determinada sociedade.  Portanto, os motivos e os atos de um cidadão devem fazer sentido e deve fazer conhecer suas opiniões sem causar transtorno ao resto da comunidade. Ser responsável é obrigação de qualquer cidadão para uma vida saudável em sociedade.

  


 

BIBLIOGRAFIA

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WEB GRAFIA

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 GOMES, Fernanda da Silva “Rousseau – Democracia e representação” Consultado na Internet, Rio de Janeiro em Novembro de 2012: disponível em: http://pt.scribd.com/doc/70958867/9/II-1-Vontade-Geral-Vontade-Particular-e-Vontade-de-Todos



[1] Aluno do Curso de Pós Graduação em Filosofia, PUC-Rio – Segundo Semestre 2012.

[2] “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.

[3] “Pelo pacto social demos existência e vida ao corpo político. Trata-se, agora, de lhe dar, pela legislação, movimento e vontade, porque o ato primitivo pelo qual esse corpo se forma e se une nada determina ainda daquilo que deverá fazer para conservar-se.” (Contrato Social, p. 678).

[4] A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui. “Jean Jacques Rousseau