Marília de Araújo Azevedo

Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pelo UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo

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Resumo: O presente trabalho tem por objetivo discutir a real importância das historias infantis na educação infantil e sua aplicabilidade na psicopedagogia. 

Palavras-chave: histórias infantis, contos de fadas, desenvolvimento humano, educação infantil. 

Abstract:

.This paper aims to discuss the importance of real stories for children in kindergarten and their applicability in educational psychology. 

Key words: children's stories, fairy tales, human development, early childhood education. 

INTRODUÇÃO 

            As histórias e os contos de fadas participam da infância, juntamente com o brincar, e trazem expressões da fantasia e dos anseios da criança ajudando-a a lidar com aspectos inconscientes. Ao ouvir histórias, a criança tem a oportunidade de enriquecer e alimentar sua imaginação, ampliar seu vocabulário, permitir sua autoidentificação e autorreconhecimento, aprender a refletir para aceitar situações relativas às dimensões diversas da vida, além de desenvolver o pensamento lógico que favorece a memória e o espírito crítico através da manifestação de humor e de satisfação de sua curiosidade natural.

            As histórias contribuem para que a criança entre em contato com diversos modos de ver e sentir o mundo. Segundo Cademartori (2010), é através da história que a dimensão simbólica da linguagem é experimentada em conjunção com o imaginário e o real. Ao se identificar com as histórias ou com os contos de fadas a criança passa a querer ouvi-la várias vezes por se identificar com a personagem ou com algo semelhante ao que vive naquele momento, sendo este um motivo para se trabalhar histórias que abordam temas do cotidiano como morte, laços familiares desfeitos e outros conflitos que falam de desenvolvimento.

            A prática de contar histórias é uma arte que forma a criança em todos os aspectos, inclusive preparando-a para o exercício da cidadania. Muitas crianças não têm contato com diversidade de materiais de leitura ou com adultos leitores tornando responsabilidade da escola o contato com a literatura através da contação de histórias para oportunizar a estas a interação significativa com textos cuja finalidade vai além da resolução de possíveis problemas cotidianos.

            Participar a criança do mundo das letras é proporcionar conhecimentos que não se extinguem. As histórias infantis e os contos de fadas não são limitados a uma época apenas ou a uma única cultura, mas é um instrumento de vivências emocionais que favorecem a vida em sociedade, principalmente no meio escolar.

            A escolha deste tema se deve à abrangência e às possibilidades que contar histórias e contos de fadas propiciam ao desenvolvimento de todos os aspectos da criança, principalmente, através do estímulo à função simbólica. 

Aplicabilidade das histórias na educação infantil. 

            Piaget (2002) concebe o desenvolvimento como uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para outro de maior equilíbrio, explicando assim, o desenvolvimento como uma equilibração progressiva e que a atividade mental não pode e não está separada do funcionamento total do organismo. O mesmo autor sugere períodos distintos para o desenvolvimento: período sensório motor; período pré-operatório; período operatório concreto e período formal; mas, não considera estes períodos de maneira rígida ou determinante para o desenvolvimento intelectual. O autor acredita que o desenvolvimento ocorre através da interação contínua com o meio físico e social que possibilita uma constante adaptação da realidade externa à realidade interna, o que leva em consideração o desenvolvimento afetivo.

            À medida que a criança se desenvolve ocorre maior atuação dela na realidade e isso é favorecido pela ampliação de sua capacidade de representação e de interação. Para essa construção progressiva da inteligência é que se faz necessário reconhecer o papel da Função Simbólica que favorece suas relações dos procedimentos didáticos com suas necessidades internas.

            O ato de contar histórias está presente no cotidiano humano de diferentes classes sociais ou em culturas distintas sendo passado através das gerações com o objetivo de encantar a todos com a magia que representa. A origem das histórias e os gêneros literários são variados, mas possuem a mesma função: atender à imaginação e aos anseios humanos de responder dilemas como medo, alegria, perdas, angústias e outros.

            Há reflexões e discussões sobre a origem da Literatura Infantil, mas todas caminham para a compreensão atual do significado da leitura para a aprendizagem do sistema que capacita as crianças a ler e escrever. Percebe-se que os contos e as histórias utilizadas nas práticas sociais e como procedimentos didáticos em escolas infantis utilizam a mesma linguagem do inconsciente. As histórias utilizam a linguagem simbólica, mencionada como parte do  desenvolvimento humano e chamada de Função Simbólica, que atua diretamente na criança e que não carece de explicações ou de esclarecimentos. A criança forma em sua mente imagens que irão conversar com personagens que surgem nas histórias.

            A criança, através da Função Simbólica, entende a linguagem dos símbolos que estão contidas nas histórias e que proporcionam uma viagem aos seus sentimentos inconscientes e imaginários, distantes ou possíveis de serem expressos através do pedido: ‘conta outra vez!’ Todas as crianças carecem do lúdico para compreender o mundo que as cerca, e ouvir historias se torna um meio de compreender e traduzir este mundo, além da facilitar a compreensão de sentimentos que não sabe definir, mas que estão presentes.

            Segundo Fernandes (2003), a literatura infantil funciona como um jogo em torno da linguagem e pode suscitar o prazer e emoções, além do divertimento.

            O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) salienta a importância de diversas situações de leitura para o domínio da linguagem, assim tornando o momento das histórias como procedimento pedagógico para a percepção da função social que a leitura, o livro e as histórias têm na facilitação da compreensão do meio oral e escrito. O livro é um instrumento de recreação e entretenimento para as crianças, além de fonte inesgotável de formação e conhecimento através dos momentos de contar histórias.

            Para completar o pensamento defendido e apresentado no Referencial Curricular é que Antunes (2004) defende que as crianças devem ter contato com o livro para cumprir seu objetivo de ser atrativo e fascinante como são as histórias que gostam de ouvir e participar, como é defendido por Jorge (2003) que aconteça a participação nos momentos de narração. Ocorre aí a estimulação à exploração das diferentes linguagens, do contar, ouvir e criar novas histórias.

      O ato de contar histórias está presente no cotidiano humano de diferentes classes sociais ou em culturas distintas sendo passado através das gerações com o objetivo de encantar a todos com a magia que representa. A origem das histórias e os gêneros literários são variados, mas possuem a mesma função: atender à imaginação e aos anseios humanos de responder dilemas como medo, alegria, perdas, angústias e outros.

            Há reflexões e discussões sobre a origem da literatura infantil, mas todas caminham para a compreensão atual do significado da leitura para a aprendizagem do sistema que capacita as crianças a ler e escrever.

            Percebe-se que os contos e as histórias utilizadas nas práticas sociais e como procedimentos didáticos em escolas infantis utilizam a mesma linguagem do inconsciente. As histórias utilizam a linguagem simbólica, mencionada como parte do  desenvolvimento humano e chamada de Função Simbólica, que atua diretamente na criança e que não carece de explicações ou de esclarecimentos. A criança forma em sua mente imagens que irão conversar com personagens que surgem nas histórias.

            A criança, através da função simbólica, entende a linguagem dos símbolos que estão contidas nas histórias e que proporcionam uma viagem aos seus sentimentos inconscientes e imaginários, distantes ou possíveis de serem expressos através do pedido: ‘conta outra vez!’ Todas as crianças carecem do lúdico para compreender o mundo que as cerca, e ouvir historias se torna um meio de compreender e traduzir este mundo, além da facilitar a compreensão de sentimentos que não sabe definir, mas que estão presentes.

            Segundo Fernandes (2003), a literatura infantil funciona como um jogo em torno da linguagem e pode suscitar o prazer e emoções, além do divertimento.

            O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) salienta a importância de diversas situações de leitura para o domínio da linguagem, assim tornando o momento das histórias como procedimento pedagógico para a percepção da função social que a leitura, o livro e as histórias têm na facilitação da compreensão do meio oral e escrito. O livro é um instrumento de recreação e entretenimento para as crianças, além de fonte inesgotável de formação e conhecimento através dos momentos de contar histórias.

            Para completar o pensamento defendido e apresentado no Referencial Curricular é que Antunes (2004) defende que as crianças devem ter contato com o livro para cumprir seu objetivo de ser atrativo e fascinante como são as histórias que gostam de ouvir e participar, como é defendido por Jorge (2003) que aconteça a participação nos momentos de narração. Ocorre aí a estimulação à exploração das diferentes linguagens, do contar, ouvir e criar novas histórias.

 

Relato de trabalhos realizados na educação infantil com histórias bíblicas

 

            A rede escolar adventista possui por costume utilizar historias bíblicas integradas em seu currículo escolar, as professoras da educação infantil utiliza historias bíblicas para ensinar perseverança, esperança, fé, amor e amor ao próximo. Ao aplicar historias bíblicas as professoras utilizam meios como vídeos, bíblia ilustrada, livros e encenação; ao utilizar encenação a professora transforma a sala de aula em um verdadeiro palco, todos os itens da historia contada e montada na sala a professora vira um personagem e algumas crianças participam na encenação,contando a historia ela vai mostrando com ações o que provavelmente aconteceu na historia,aprendem a historia como se eles mesmos estivessem tidos naquele momento, criando uma lembrança e fixando mais claramente em suas mentes.

 

A psicopedagogia institucional orientando os professores a fazerem uso das histórias na sala de aula

            Como já foi comentado durante o artigo, a leitura de histórias para a criança na educação infantil favorece o interesse pela leitura e pela escrita, enaltece valores éticos, promove a imaginação e ajuda a elaborar conflitos emocionais.

            Segundo a psicopedagoga Val Silveira (2010, p. 20)

 

 

Quanto mais a criança se expressar pela arte, maior vivência terá de si mesma, despertando para a conquista da saudável autoestima e desenvolvimento de sua autonomia O impulso criador é ativado, analizando

temores e medos para a construção de um sujeito emocionalmente mais equilibrado. Amarras parecem se dissolver, permitindo que a personalidade se desenvolva na sua multiplicidade de fatores psíquicos afetivos e cognitivos, além das diversidades das expressões verbais e não-verbais, em que a expressão artística da literatura (contos) e das artes plásticas ocupa um lugar de grande relevância.

 

            Além desta grande vantagem, as histórias contadas – principalmente quando lidas - pelos professores na educação infantil, favorecem na criança o interesse pela leitura.

            Sobre este tema Simões afirma:

As histórias infantis são utilizadas geralmente pelos adultos interlocutores (sejam pais, professores ou terapeutas) como forma de entretenimento ou distração; já que,pelo senso comum, frequentemente a criança sempre demonstra um interesse especial por elas, seja qual for a classe social à qual pertença. Especificamente em se tratando da aquisição da leitura e da escrita, essas histórias podem oferecer muito mais do que o universo ficcional que desvelam e a importância cultural que carregam como transmissoras de valores sociais (SIMÔES, 2000, p.23)

 

 

            Conhecedor destas vantagens da contação de histórias, na instituição escolar, o psicopedagogo deve incentivar os professores a usar as histórias como estratégias de aprendizagem

 

METODOLOGIA:

                 O artigo foi realizado de forma qualitativa partindo de pesquisas bibliográficas que serão cuidadosamente selecionados e darão embasamento teórico para essa temática.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

           

            Neste artigo, ressaltamos a importância das histórias na educação infantil e como a psicopedagogia deve incentivar o seu uso pelos professores, bem como no atendimento clinico.   

            Alguns estudos constataram o sucesso alcançado no processo de alfabetização por crianças que, no ambiente familiar, tiveram um contato substancial com a literatura infantil. Essas situações oferecidas a elas são rodeadas de um clima rico em afetividade e segurança, que propicia interação com seus interlocutores adultos de forma bastante natural, com a atenção individualizada que podem receber.Portanto, o prazer e o conforto que a criança sente em sua casa deve sempre estar presente nas atividades na escola.

Este trabalho procuroucontribuir para o melhor desempenho escolar das crianças. Buscamos contribuir com as pesquisas que envolvam alunos de graduação e profissionais com interesse na temática pesquisada e colaborar com as pesquisas em torno da psicopedagogia, voltada para a diminuição da dificuldade em aprendizagem que acontece com o ser humano.

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA

 

ANTUNES, W. de A. Lendo e formando leitores: orientações para o trabalho com a literatura infantil. São Paulo: Global, 2004.

 

ARCE; A, As Pesquisas Na Área Da Educação Infantil E Historias Da Educação: Reconstruindo A Historia Do Atendimento As Crianças Pequenas No Brasil;São Paulo 2003. Disponível em: .Acesso em: 18/02/2012

 

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, MEC/SEF, 1998, v.3.

 

CADEMARTORI, L. O que é literatura infantil. 2.ed. São Paulo.: Brasiliense,

2010.

 

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. S.P: Moderna, 2000.

 

_______, O Conto de Fadas; Símbolos, mitos e Arquétipos. São Paulo: DCL 2003.

 

DIAS, Maria Célia Moraes e NICOLAU, Marieta Lúcia Machado (Orgs.). Oficinas de sonho e realidade na formação do educador da infância.Campinas: Papirus, 2003

 

FERNANDES, D. L. A literatura infantil. São Paulo, Loyola, 2003.

 

JORGE, L. da S. Roda de histórias e o prazer de ler, ouvir e contar histórias... 

OSTETTO;L,E; Encontros e Encantamentos na Educação Infantil. 6°ed. Campinas-SP, Papirus, 2007.

 

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro, Forense, 2002

 

PINTO; A, P, M; GODOI, D, A; SILVA, E, D; SILVA, I, R; MAIA, M, A, G; DIAS, V, L, C; A Arte De Contar Historia Na Educação Infantil. São José dos Campos - SP. Disponível em: . Acesso Em: 21/05/2012 

SIMOES, VERA LUCIA BLANC. Histórias infantis e aquisição de escrita. São Paulo Perspectiva,  São Paulo,  v. 14,  n. 1, mar.  2000.

VAL SILVEIRA, Fernanda do. A arte de contar histórias: um enfoque psicopedagógico. Construção psicopedagógica,  São Paulo,  v. 18,  n. 17, dez.  2010 .

 

[1] Artigo redigido para Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia – Centro Universitário Adventista de São Paulo, na cidade São Paulo, 2012, sob a orientação da Profa. Dra. Lilian Cristine Ribeiro Nascimento