Genivaldo Oliveira Santos Filho

Rozilda Ramos dos Santos Oliveira

RESUMO

Neste artigo pretendeu-se mostrar a importância da Libras para comunicação com os surdos, no sentido que a família não só será"família vazia", mas uma única instituição que promoverá igualdade e desenvolvimento intelecto e individual dos surdos. Determinou-se para o estudo a pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfico, contando como os teóricos a exemplo de: BEHARES, 1996, VESCHI, 2005, STROBEL, 2008. Objetivou-se conduzir famílias a aprenderem e utilizarem com os filhos a libras, com o intuito de desenvolvimento dos surdos e também ajudaram os surdos a serem incluídos na sociedade. A inclusão existe e deve iniciar na família, todos discutem e refletem sobre a inclusão, mas para a aceitação, em relação a família, não existe. Também deduzimos que a Libras é único meio de comunicação, sem a língua de sinais continuaram barreiras e discussões sobre este tema.

 

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INTRODUÇÃO

Neste artigo, cujo tema Os Desafios na Comunicação entre Surdos e Família, propõe este tema com a finalidade de ajudar os profissionais ou família ou até mesmos os próprios surdos que lidam com família que tem filhos surdos que não aceitam a língua de sinais como relacionarem-se melhor entre familiares. É por meio da comunicação que o ser humano se integra, participa, convive e se socializa. Nesse contexto, a família aparece como grande responsável, pois é nela que se inicia a formação igualitária de um ser humano. Para isso acontecer, faz-se necessário o estabelecimento de um canal de linguagem comum.

Se pesquisarmos no dicionário Aurélio a palavra "comunicação" diz respeito ao "Ato ou efeito de comunicar (se); transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas convencionados; a mensagem recebida por esses meios; a capacidade de trocar ou discutir idéias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre pessoas (FERRERIA, 2008, p. 251)".

Por outro lado sabendo que a Libras traz a verdadeira comunicação, a maioria das famílias não tem o conhecimento pleno da Libras em sua profundeza e não sabem que para os surdos a Libras significaria a língua materna.. Apesar de a família ser presente na educação do (a) filho (a), tiveram muitas dificuldades de comunicar-se com o filho (a) surdo (a). Família que Tentam incluí-los na escola regular, nas salas de recursos e nas salas especiais. Mas, sem sucesso. As famílias sentiram completamente fragilizadas diante dessa situação, sem saber a quem recorrer e como proceder. É uma sensação de impotência, pois a gente ver que as coisas não deveriam ser daquela forma.

É na família que se inicia a sociedade, nela os indivíduos organizam conceitos e buscam a maturidade por meio de trocas entre seus membros. Por esse motivo, as maneiras de educar são incessantes. Trata-se de um processo que vai do nascer ao morrer, sendo a família considerada, via de regra, a principal responsável pela formação do caráter de uma pessoa.

Neste contexto é importante saber qual o verdadeiro papel da família e também quais são os desafios da família na comunicação com os surdos. Com isso muitas famílias que moram nos interiores são basicamente excluído dessa comunicação e às vezes constrói gesto para comunicação com os filhos surdos e até confirmam a que "comunicam-se bem com seus filhos".

1. O PAPEL DA FAMÍLIA PARA OS SURDOS

A palavra "família", para FERREIRA 2008, refere-se as "pessoas aparentadas que vivem, geralmente, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos; Pessoas do mesmo sangue" (p. 397). A família, de uma forma geral, desempenha a função de cuidar, promover a saúde, o bem estar e dar proteção. Em uma família com filho surdo, acrescenta-se a isto a função da aprendizagem de outra língua, a Libras – Língua Brasileira de Sinais. É através da comunicação que o ser humano se integra, participa, convive e se socializa entre família. Nesse processo, a família aparece como grande responsável, pois é nela que se inicia a primeira formação do ser humano. Para isso acontecer, é necessário o estabelecimento de um canal de língua comum.

A família de uma forma única deve estabelecer o seu papel na formação dos indivíduos. Os primeiros passos para o desenvolvimento natural e social do ser humano são dados dentro da família, pois ela constitui o primeiro grupo no qual a criança é inserida e tem suas primeiras experiências e relacionamentos interpessoais.

As primeiras relações de afeto dos filhos são provenientes dos pais, e esse convívio será responsável por futuros comportamentos no meio social, permitindo ou não a sua adaptação. Esse papel da família contribuirá para que o filho tenha uma aprendizagem mais humana, forme uma personalidade única, desenvolva sua auto-imagem e se relacione com a sociedade.

Ao refletirmos sobre a família, observamos que a mesma, ao interagir com os filhos, ajudará a formar a personalidade, determinando aí suas características sociais. Muitos fenômenos sociais são percebidos e examinados em função de características da família. Nesse processo de troca, a família está inserida na construção de um estado de maturidade que se dá por meio da convivência com os filhos. As atitudes e comportamentos dos pais e demais membros familiares, expressos por suas interações, têm um impacto decisivo no desenvolvimento psicossocial de um filho.

A família atua não só no sentido de amparar física, emocional e socialmente os seus membros, mas também esclarecendo o que é melhor ou pior para seu crescimento, cabendo a ela a responsabilidade de proporcionar qualidade de vida aos mesmos. Os cuidados oferecidos pela família constituem estratégias que favorecem o desenvolvimento humano à medida que proporcionam amor, afeto, proteção e segurança dentro de um espaço de inclusão e acolhimento aos filhos.

A principal satisfação dos filhos é ter uma boa relação entre os membros da família, pois essa relação exerce importante papel para o desempenho psíquico e, conseqüentemente, nas demais fases da vida. No processo de relação familiar, a comunicação favorece a compreensão das dúvidas, a demonstração de carinho e amor, entre outras coisas, uma vez que para adquirir essas informações é necessário estabelecer-se uma mesma linguagem (QUADROS, 2002).

É importante nos reportarmos à idéia de Quadros (2002), o qual esclarece que a deficiência não é um problema da pessoa que a tem, mas sim de quem a vê. Isto é de suma importância, pois a problemática que envolve esses indivíduos está intimamente relacionada com o preconceito e a aceitação dessa condição.

Dessa forma é preciso a importância da família como cooperadora para o processo do desenvolvimento do surdo, no sentido de garantir a esse indivíduo um futuro de independência e produtividade na sociedade. Também devemos conceber a escola e a comunidade como parceiras, desenvolvendo no surdo a sua auto-estima e independência para escolher seu modelo de vida.

A família poderá auxiliar no desenvolvimento da linguagem de sua criança. Segundo VESCHI, (2005, p. 51), "o desenvolvimento da criança surda é proporcional á participação da família". Pais preparados e mães conscientes de seu papel obtêm o aproveitamento de todas as oportunidades geradas no lar.

Percebemos que "o quanto é importante à atuação da família na construção educacional dos seus filhos". Nesse contexto, observamos que atuam duas instituições cuja participação na vida do cidadão é de fundamental importância: a família e a escola. Esta constrói o sujeito, o cidadão consciente e aquela constroem o homem para viver de forma civilizada na sociedade que pertence.

2. AS DIFICULDADES DA FAMÍLIA DOS SURDOS

As dificuldades vivenciadas pelos familiares de surdos, com a falta de comunicação, constituem o principal empecilho no relacionamento entre os filhos surdos e seus genitores ouvintes. Essa dificuldade de comunicação resulta na falta de identificação da língua, podendo resultar em problemas emocionais, falta de um contato mais próximo e dificuldades para o estabelecimento dos vínculos de afeto.

Assim, o aprendizado da Libras pela família é de extrema importância, podemos afirmar que até crucial para o perfeito desenvolvimento da criança surda. A luta pela igualdade dos surdos, já é uma "história antiga". Se traçarmos uma denominação temporal-espacial, encontramos vários esforços datados. Estas lutas têm-se caracterizado por alguns movimentos-chave. Primeiramente, os prestígios – separação dos indivíduos deficientes do resto da sociedade – das existências destes segmentos da população. O segundo decorrentes de avanços em pesquisas médicas, mas tendo ainda a forma limitada de participarem de algumas atividades.

Ao falarmos da educação dos indivíduos surdos, levamos em consideração que a família é principal canal entre o individuo e a sociedade. É na família que encontramos argumentos em formas de subsídio que introduz os surdos no meio social. Não só a família, mas também a escola, que às vezes não está preparada para recebê-los. Como diz na Declaração de Salamanca:

Os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles deveria competir, na medida do possível, a escolha do tipo de educação que desejam seja dada a seus filhos. (Declaração de Salamanca, art. 60, pág. 43). 

Já o artigo 61 diz que:

Deverão ser estreitadas as relações de cooperação e apoio entre administradores das escolas, professores e pais, fazendo que estes últimos participem na tomada de decisões, em atividades educativas no lar e na escola [grifo meu] (onde poderiam assistir a demonstrações técnicas eficazes e receber instruções sobre como organizar atividades extra-escolares) e na supervisão e no apoio da aprendizagem de seus filhos. (idem, art. 61, pág. 43).

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