INTRODUÇÃO


O interesse pelo tema surgiu da curiosidade pessoal em saber como o lúdico no contexto escolar está sendo abordado na literatura atual. Pois partindo do princípio que a criança é um ser social e que a apropriação do conhecimento se dá desde que ele nasce, isto é, o seu desenvolvimento se dá num espaço e tempo compartilhado com outras pessoas, sendo a sua atividade mais completa o brincar, buscamos enfatizar o jogo como uma alternativa que pode contribuir de forma favorável para o desenvolvimento infantil.
O presente trabalho pretende refletir sobre, a importância que o lúdico possui no contexto escolar. Tomando como base a educação infantil. A referida investigação foi motivada pelo interesse de professores em querer identificar o verdadeiro valor do lúdico no contexto escolar, tendo em vista que as brincadeiras e jogos são meios práticos para a aprendizagem dos alunos. Tendo essas atividades uma grande importância nas series iniciais. Propõe-se através desta investigação, mostrar a importância do lúdico no processo de ensino ? aprendizagem.
A educação, enquanto fenômeno universal, comporta diversas tensões no interior de e entre seus diferentes âmbitos. Quando enfrentadas de modo produtivo, estas tensões podem fornecer valiosos subsídios para a reflexão e análise do fenômeno educativo.
Hoje, podemos dizer que o ato de brincar conduz a criança a se apropriar da realidade imediata, atribuindo-lhe significados a uma realidade vivida a qual, pode ser imitada através do faz de conta. Por meio da brincadeira, as crianças podem conhecer o mundo e dele formar a sua própria opinião sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos.
O papel do brincar na Educação Infantil pode ser de caráter exploratório, livre ou dirigido: o essencial é que ele faça a criança progredir do ponto de vista da aprendizagem, criando condições para a ampliação e revisão de seus conhecimentos. Aliado a brincadeira, aparece o movimento que para a criança significa mais do que simplesmente mexer partes do corpo. Ao brincar, a criança está desenvolvendo aspectos específicos da motricidade, enriquecendo seu repertório de posturas corporais.
Nesse sentido, é essencial que a escola proporcione a seus alunos de Educação Infantil um ambiente acolhedor, onde eles se sintam protegidos e ao mesmo tempo, seguros para arriscar e vencer desafios.
Quanto mais grandioso e desafiador for este ambiente, e se ele tiver bons professores mediadores, maiores serão as chances das crianças enriquecerem seus conhecimentos, dos outros e da realidade que os cerca.
Por isso, falar sobre educação é sempre muito empolgante, dessa forma buscar conhecer a importância do lúdico no contexto escolar do ensino infantil e saber como ele está sendo abordado na literatura atual, foi o motivo que nos norteou na escolha desse tema. Pois partindo do princípio que a criança é um ser social e que a apropriação do conhecimento se dá desde que ele nasce, isto é, o seu desenvolvimento se dá num espaço e tempo compartilhado com outras pessoas, sendo a sua atividade mais completa o brincar, buscamos enfatizar o jogo como uma alternativa que pode contribuir de forma favorável para o desenvolvimento infantil.
Atualmente a pedagogia vem valorizando a importância do brincar para a formação das habilidades cognitivas da criança. Vários estudiosos têm se interessado por esse assunto, e através de pesquisas concluíram que o brincar permite o desenvolvimento integral da criança e abre espaço para o trabalho evolutivo que abrange a formação de valores ( na compreensão das regras), bem como de vasto campo de habilidades.
Podemos dizer que o ato de brincar conduz a criança a se apropriar da realidade imediata, atribuindo-lhe significados. Uma realidade vivida pode ser imitada por meio de brincadeiras. Através da brincadeira, as crianças podem provar o mundo e dele formar a sua própria opinião sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos.
O papel do brincar na Educação Infantil pode ser caracterizado como uma ação exploratória. Livre ou dirigido: o essencial é que o brincar permita que a criança progrida do ponto de vista da aprendizagem, criando condições para a ampliação e revisão de seus conhecimentos. Aliado a brincadeira, aparece o movimento que para a criança significa mais do que simplesmente mexer partes do corpo. Ao brincar, a criança está desenvolvendo aspectos específicos da motricidade, enriquecendo seu repertório de posturas corporais.
Nesse sentido, é essencial que a escola proporcione a seus alunos de Educação Infantil um ambiente acolhedor, onde eles se sintam protegidos e ao mesmo tempo, seguros para arriscar e vencer desafios. Quanto mais grandioso e desafiador for este ambiente, e se ele tiver bons professores mediadores, maiores serão as chances das crianças enriquecerem seus conhecimentos dos outros e da realidade que os cerca.
Segundo Camargo (2003), o lazer abre um campo educativo não para se aprender coisas, mas para se exercitar equilibradamente as possibilidades da participação social lúdica. Contudo, a utilização do jogo no contexto educativo é de grande valia para o desenvolvimento da criança e tem a vantagem de estar ao alcance de todas as escolas, uma vez que, independe de classe social ou de materiais sofisticados para que esta, através do jogo, proporcione o desenvolvimento cognitivo infantil e estimule a construção do conhecimento.
A educação é condição necessária à vida dos seres humanos, conquistada em diferentes contextos sociais, intelectuais e culturais, que permite a produção de saberes, elaborados ou não e sua compreensão de mundo. Ao entendê-la como processo historicamente construído por interações de valores e realidades inerentes à formação do individuo na sociedade brasileira, verifica-se que a instrução e os cuidados são oferecidos para o desenvolvimento das capacidades físicas, emocionais e cognitivas.
A concepção de sujeito em formação vem sendo modificada ao longo dos tempos. Mediante a inexistência de instituições educativas, a responsabilidade em transmitir conhecimentos e experiências para os filhos pequenos era da família ou do grupo social pertencente. Assim, a educação acontecia de acordo com o status ou exigência do mercado. Antigamente era atribuído à criança o termo "adulto em miniaturas". A expressão não traz uma conotação positiva, uma vez que "seu valor era relativo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar" (SANTOS, p. 19. 2004).
A criança como todo ser vivo pensante participa de uma organização familiar, buscando referencias, mas também aprende mantendo contatos em outros lugares. A educação, enquanto fenômeno universal, comporta diversas tensões no interior de e entre seus diferentes âmbitos. Quando enfrentadas de modo produtivo, estas tensões podem fornecer valiosos subsídios para a reflexão e análise do fenômeno educativo. Convém ressaltar que os conflitos presentes no cotidiano reforçam argumentos otimistas da infância. As exigências no campo educativo deve-se a uma série de aspectos como, implantação da sociedade industrial, abertura de mercados, progresso cientifico e surgimento da escrita através da imprensa. Este é o despertar da capacidade de valorização pessoal e coletiva, íntegra de aprendizagens significativas.
Com o nascimento da escola e as transformações do pensamento da humanidade entre os séculos XVI e XVII, fatores políticos e econômicos abriram espaços exclusivos da infância, como as instituições pré-escolares. O movimento de renovação, inspirados nas idéias de Rousseau, expandiu-se em pleno século XX, abordando a função socializadora, cujas características estão o reconhecimento da criança, dotada de liberdade de expressão, iniciativa e interesses próprios.
A criança é um ser em desenvolvimento, que está desabrochando para o mundo. Um ser que predomina a atividade lúdica, através da qual descobre e conquista o mundo, uma grande novidade para ele. Um ser que predomina a fantasia, a imaginação, o jogo, atividades quase únicas de seu dia a dia antes do início da escolarização. Um ser que prevalece a espontaneidade, a gratuidade dos atos, o fazer tudo o que se tem vontade, na hora, sem adiamentos. (apostilas opção, p 13).
Pensar a escola como ambiente acolhedor onde eles se sintam protegidos e ao mesmo tempo, seguros para arriscar e vencer desafios. Permitindo romper com a visão tradicional, enquanto mera transmissora das informações, ressignificando a pratica educativa todas as atividades que faziam parte do cotidiano do infante, quando requer métodos e direções correspondentes aos seus propósitos. Em sentido amplo, a educação não só define situações que trarão o envolvimento das crianças, como também será responsável pelas reflexões sobre o mundo ao seu redor.
Estas questões nos remetem a pensar que os grandes acontecimentos no setor educacional exigiram transformações nas práticas pedagógicas. Uma delas foi incluir as atividades lúdicas desenvolvidas nas salas de aula de educação infantil apenas como divertimento; outra como recurso que possibilita a produção do conhecimento.
Atualmente a pedagogia vem valorizando a importância do brincar para a formação das habilidades cognitivas da criança. Vários estudiosos têm se interessado por esse assunto, e através de pesquisas concluíram que o brincar permite o desenvolvimento integral da criança e abre espaço para o trabalho evolutivo que abrange a formação de valores (na compreensão das regras), bem como de vasto campo de habilidades.
Um estudo desta natureza é importante para investigar como as atividades acontecem, apresentando ao mesmo tempo passatempo e seriedade às turmas de educação infantil, funcionando como alternativa de formação do ser humano. Nesta perspectiva, o lúdico ganha destaque no espaço nacional e pedagógico ao favorecer um trabalho que motive o saber. Vindo do latim ludus, significa brincar, incluindo jogos e brinquedos, relativos à conduta do faz de conta ou da realidade.
De acordo com o fundamento citado no parágrafo anterior, notam-se modificações no pré-escolar, possibilitando adaptações necessárias ao comportamento dos alunos pequenos. É visível nesta fase o auxilio de docentes para desempenho de suas funções motoras perceptivas e intelectuais. Contudo, o contato com os recursos metodológicos, com os coleguinhas para compartilhar tarefas, brincadeiras ou pensamentos, passam a ser atrelados aos materiais concretos nas aplicações das habilidades especificas desta idade.
Diante da proposta de incorporar o lúdico na substancialidade infantil, beneficiando aprendizagens interessantes, enquanto referencias saudáveis e prazerosas, uma inquietação a respeito do tema merece ser tratado com muita seriedade. Além de ter pouca evidencia ao nível de aprendizagem, por ainda encontrar resistência por parte de alguns educadores, também precisa ser desmistificada a idéia da futilidade, apenas como um passatempo das crianças.
Efetuando uma análise das influencias que os jogos, as brincadeiras ou outras atividades simbólicas trazem à conduta moral, intelectual e social, enquanto resgate da cultura passada ou busca da identidade e autoestima, estas ações fazem o individuo viver, de maneira espontânea ou regulada, o gosto para o aprender brincando, a mistura do real com o fictício, a busca pelas descobertas. As crianças têm diferentes formas de comunicação e uma delas é explorando a ludicidade. Já os adultos têm o compromisso de possibilitar esse direito, assegurando a sobrevivência dos sonhos e promovendo uma construção de conhecimentos vinculada ao prazer de viver.
Nesta perspectiva, este trabalho apresenta os seguinte objetivos:

Objetivo geral:

Investigar a importância do lúdico no contexto atual da educação infantil, constituindo-se enquanto experiência necessária ao desenvolvimento das aprendizagens individuais e coletivas.

Objetivos específicos:

Pesquisar como a ludicidade mantém vínculos com as propostas curriculares nacionais;
Analisar os jogos e as brincadeiras infantis nas vertentes de liberdade de escolha ou de um atrativo para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.


METODOLOGIA


Sendo a monografia de caráter teórico, realizamos uma pesquisa bibliográfica, na qual analisamos as concepções de diversos autores sobre o conceito do lúdico.
Uma monografia de analise teórica se caracteriza como sendo um trabalho teórico conceitual sobre um determinado tema, que requer uma exaustiva pesquisa bibliográfica. Para Mendes e Tachizawa apud Oliveira (2003, p.61) a monografia de analise teórica pode ser classificada em três níveis:
1. Ser uma organização coerente de ideias extraídas de uma pesquisa bibliográfica de alto nível.
2. Analise critica ou comparativa de uma obra, ou modelo já existente, a partir de um esquema conceitual bem definido.
3. Ser um trabalho inovador, com base em pesquisa exaustivamente bibliográfica.
Em síntese, uma monografia de analise teórica apresenta sistematização coerente de uma pesquisa bibliográfica, através de uma analise critica ou um estudo comparativo entre autores que tratam o tema escolhido com objeto de pesquisa.


O QUE É JOGO?


Segundo Celso Antunes, o jogo tem a função principal na aprendizagem do aluno e que os professores tem o objetivo de estimular as crianças para uma transformação em relação ao ensino, para que ocorra a aprendizagem. Esta mudança ocorrerá pelo agente facilitador (professor), partindo do aluno o interesse pela busca dos conhecimentos.
O autor ainda destaca que, o jogo além de proporcionar estímulos, ajuda a criança criar novas descobertas, desenvolvendo e enriquecendo sua personalidade. De acordo com o autor, hoje não se separa, mas, "brincadeiras", o jogo pedagógico, da atividade "séria".
Levando em consideração que hoje a concepção do mundo em relação a este assunto, está completamente mudada. Na qual a maioria dos filósofos, antropólogos, sociólogos, etnólogos, estão concordando que o jogo faz parte de uma atividade, no qual contém estímulos e objetivos de descobrir curiosidades sobre a vida e criar momentos o qual possa trazer entusiasmo e alegria no desenvolvimento humano. Levando-o ao caminho da descoberta da individualidade.
De acordo com Brougere (1988), jogo é o que o vocabulário científico denomina "atividade lúdica", quer essa denominação diga respeito a um reconhecimento objetivo por observação externa ou ao sentimento pessoal que cada um pode ter, em certas circunstâncias, de participar de um jogo. O adjetivo lúdico nasceu de ludo, cuja origem está no latim ludus, que se traduz por "jogo", "divertimento" e "passatempo".
Segundo Schmidt (1969), "o jogo é entretenimento útil porque é laboratório de aprendizagem". Pesquisas frequentes tem demonstrado que as crianças que satisfazem plenamente sua necessidade de brincar aprendem mais depressa e sua assimilação é mais duradoura.
O autor aponta que o brincar enquanto promotor da capacidade e potencialidade da criança deve ocupar um lugar especial na prática pedagógica, tendo como espaço privilegiado, a sala de aula. Permitindo uma participação social maior e mais livre. É necessário que desde a pré-escola, as crianças tenham condições de participarem de atividades que deixem florescer o lúdico.
Sendo assim, as brincadeiras por abrir espaços para o jogo da linguagem com a imaginação, se configura como possibilidade da criança forjar novas formas, conceber a realidade social e cultural em que vive, além de servir como base para a construção de conhecimentos e valores. isto faz com que o brincar seja uma grande fonte de desenvolvimento e aprendizagem.
Na visão de Brougere (1998), "a noção de jogo como o conjunto de linguagem, funciona em um contexto social; a utilização do termo jogo deve, pois, ser considerada como um fato social: tal designação remete à imagem do jogo encontrada no seio da sociedade em que ele é utilizado. À medida que a criança interage com os objetos e com ouras pessoas, construirá relações e conhecimentos á respeito do mundo em que vive.
O jogo é uma maneira do adulto manifestar seu amor à criança. Todas as crianças gostam de brincar com os professores, pais, irmãos e avós. A participação do adulto na brincadeira com a criança eleva o nível de interesse pelo enriquecimento que proporciona. Pode também contribuir para o esclarecimento de dúvidas referentes as regras das brincadeiras. "O jogo é das atividades que mais facilmente estabelecem relação adequada com o adulto, relação essa que pode ser de participante, assistente ou conselheiro. Essa relação tende se tornar o agente mor dessa terapia. "O que cura a criança é o amor e a compreensão, aliadas sempre à firmeza". (1969, p.58).
Para Lopes (2001) "o jogo para a criança é o exercício, é a preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando, é o exercício que a faz desenvolver suas potencialidades". Pois é brincando que a criança evolui intelectualmente, e o meio mais agradável e lógico de levar uma criança a aprender, é através do lúdico.
Do ponto de vista de Antunes (1974) " é inegável o valor do jogo na formação da personalidade e na instrução da criança e do adolescente. Além de dar expansão ao seu desenvolvimento intelectual e afetivo é ainda um alegre e maravilhoso "faz de conta" que o induzirá à criatividade e à execução das tarefas que irá desempenhar dentro de seu contexto escolar.
O autor diz que os jogos são ferramentas indispensáveis no desenvolvimento infantil, porque para a criança não há atividade mais completa do que o brincar. Através da brincadeira, ela é introduzida no meio sociocultural do adulto, constituindo-se num modo de assimilação e recriação da realidade.
Brincar é mais que uma atividade sem significado para a criança. Brincando, ela não apenas se diverte, mas interpreta o mundo em que vive. Quando brinca, a criança aprende: regras, respeitar, direitos e deveres, entre outros conceitos. Por isso cada vez mais aumenta o número de educadores que tem a brincadeira, ocupando um lugar de destaque em sala de aula. O clima da recreação é o da confiança que apaixona e que garante resultados de alta qualidade educativa. Porque é liberta de constrangimento. A situação de brinquedo gera euforia- estado de graça favorável ao esforço voluntário, à disciplina livremente aceita.
Segundo Schmidt (1969), a recreação envolve a criança de tal forma que arranca a criança e o adolescente da sua atitude de base que é a da agressividade e restaura a paz com o adulto, dando-lhe assim confiança nos homens e na ordem do mundo.
A criança quando brinca ela está desenvolvendo sua área física, mental e social. Satisfazendo as necessidades fundamentais do ser humano, levando-o a se adaptar melhor ao meio. "se ela proporcionar meios de aperfeiçoar habilidades, aumentar conhecimentos, estabelecer contatos sociais agradáveis, então haverá satisfação mais profunda e conseqüente continuidade. ( SCHIMIDT, 1969, p. 342) Podemos dizer que a recreação faz parte de um relacionamento, para nosso organismo e mente, sendo ela feita individual ou em grupo.


CONCEITO DE LUDO EDUCAÇÃO


No que diz respeito ao conceito de Ludo Educação, podemos definir que é quando nos utilizamos dos jogos, brinquedos e brincadeiras, visando possibilitar um ambiente de aprendizagem mais enriquecedor e prazeroso, tanto para as crianças quanto para os professores.
Tizuko Morchida Kishimoto, professora titular da faculdade de educação da USP, defende a idéia de que a formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto. (1999)
A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os brinquedos e o divertimento. Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.

Histórico do lúdico no Brasil

Antes de iniciarmos a pesquisa, propriamente dita, fizemos um levantamento histórico da questão do lúdico no Brasil e suas influências a partir das etnias que trouxeram para as crianças brasileiras, o brincar.
Kishimoto (1999) nos traz como informação, que a tradicionalidade e universidade dos jogos assenta-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e Oriente brincaram de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas e até hoje as crianças o fazem quase da mesma forma. Esses jogos foram transmitidos de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil.
Temos em nosso repertório infantil de brincadeiras, formas e modelos de brinquedos que originalmente foram construídos, trazidos e/ou perpetuados por povos portugueses, negros e índios. O Brasil é um país originário da miscigenação de povos, predominantemente português, negros e índios e herdamos muito da cultura produzida por esta miscigenação e não seria diferente no caso das brincadeiras infantis.
Com a ampla miscigenação existente na população brasileira, é difícil concluir com precisão, qual a influencia especifica de brancos, negros e índios nos jogos tradicionais infantis nos dias atuais. Mas, segundo Kishimoto (1999), " é possível, em alguns casos, efetuar um estudo, especialmente em contextos onde o predomínio dessas etnias é muito grande, como nos engenhos de açúcar ou nas tribos indígenas espalhadas pelo país, no fim do século e começo deste".
Muitas adivinhas, parlendas e versos foram sendo incorporados ao cotidiano das crianças brasileiras; personagens como a Cuca, a Mula sem cabeça, o Bicho- papão, trazidas pelos portugueses começaram a originar brincadeiras infantis tendo estas personagens como tema central, e também, jogos como a amarelinha, a bolinha de gude, jogo de botão e o pião, tendo a mesma aceitação como tinha no passado e sofrendo algumas adaptações de acordo com quem está brincando.
Para compreender quais as brincadeiras das crianças originaram-se dos negros, é preciso que se conheça e entenda sua procedência o que devido à escravidão sofrida tornou-se difícil. Há também o fato de que para reprimir rebeliões, os negros eram separados, dos outros negros vindos de várias partes da áfrica, acontecendo de nem mesmo falarem a mesma língua. E, portanto, causando dificuldades para estudiosos compreenderem quais as brincadeiras são originalmente africanas.
São comuns, relatos em que mostram que a cultura africana fundiu-se com a já existente no Brasil e assim, o brincar da criança negra era, muitas vezes, uma imitação (um faz-de-conta) dos gestos do senhor de engenho. Assim, surgiram brincadeiras como o chicotinho queimado (em alusão aos castigos) e mais tarde com o surgimento dos quilombos, o pega-pega (que se referia à busca pelo capitão do mato, aos negros fugitivos).
A cultura negra deixou sua marca transmitida através da oralidade, pois a mãe- preta sempre contava ás crianças histórias de sua terra, como as lendas, os contos, os mitos, os deuses, permitindo que esses elementos, ainda hoje, estejam presentes em nossa cultura.
Ainda para Kishimoto (1999), " de tradição indígena ficou no brasileiro o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais. As crianças indígenas têm nas brincadeiras, uma forma de aprender várias atividade do dia-a-dia de sua tribo. Adultos e crianças dançam, cantam, imitam animais, cultivam suas atividades e trabalham para sua subsistência. As brincadeiras não pertencem apenas ao universo infantil. Os adultos também brincam. Há também o predomínio de brincadeiras junto à natureza.

O Lúdico na Legislação Brasileira

Outro aspecto relevante para a nossa pesquisa foi fazer um breve estudo a respeito do aparecimento da atividade lúdica escolar dentro da legislação brasileira, com o objetivo de conhecer o que essas leis trazem a respeito das brincadeiras infantis. O Estatuto da Criança o do Adolescente (ECA) em seu artigo 59, refere-se ao esforço que os Municípios, Estados e União, em conjunto, deverão fazer, visando proporcionar programações culturais, esportivas e de lazer para a infância e a juventude.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCN) ( resolução CEB n 01, de 7 de abril de 1999)- estipula em seu artigo 3, inciso I, linha c- que as propostas pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, devem respeitar os seguintes fundamentos norteadores: princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
A declaração dos direitos das crianças ? em seu 7 artigo estabelece que "...A criança deve ter oportunidade de participar de jogos e brincadeiras, dirigidos, sempre que possível, para a sua educação. A sociedade e as autoridade devem se esforçar para promover o exercício deste direito".
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - estabelece que as brincadeiras façam parte das atividades permanentes, que devem ocorrer dentro da instituição de educação infantil.
No Estatuto da Criança e do Adolescente estar incluso que, criança é a pessoa que tem até 12 anos, portanto, é criança também, aquela que freqüenta o ensino fundamental e, apesar do DCN do ensino fundamental não citar que deva ocorrer situações de ensino-aprendizagem em forma de brincadeiras, esta crianças tem amparo no ECA e nos direitos das Crianças, para poderem ter a brincadeira incluída em sua vivencia dentro da escola.

O LUDICO NOS PCNS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são documentos preparados pelo Ministério da Educação e do Desporto para ajustar em sua política eficácia, qualidade e modernização do ensino brasileiro.
A orientação proposta nos PCNs está situada nos princípios construtivistas e apóia-se em um modelo de aprendizagem que reconhece a participação construtiva do aluno, a intervenção do professor nesse período e a escola como um espaço de formação e informação em que a aprendizagem de conteúdos e o desenvolvimento de habilidades operatórias favoreça a inserção do aluno na sociedade que o cerca e, progressivamente, em um universo cultural mais amplo (Antunes, p.43,2002).
Levando em consideração que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n 9.394, promulgada em dezembro de 1996, "estabelece de forma incisiva o vinculo entre o atendimento às crianças de zero a seis anos e a educação fundamental" (referencial curricular nacional para educação infantil, p.11, vol. 1) ao definir a educação infantil como primeira etapa básica, surge o Referencial Curricular Nacional para a educação Infantil, incorporando às atividades educativas os cuidados essenciais das crianças e suas brincadeiras, na pretensão de indicar fins que favoreçam a construção da igualdade o desenvolvimento absoluto da cidadania.
Apontado como instrumento socializador das ações docentes e veiculo essencial de aprendizagens significativas, os PCNs considera nas especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas, como um de seus preceitos "o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil" (Referencial curricular nacional para a educação infantil, p.13, vol.1).
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil apresenta enquanto objetivos concretizar as intenções educativas por meio das orientações didáticas, cuja estrutura se apóia em uma organização por idades. Crianças de zero a três anos e de quatro a seis anos, respectivamente em creches e pré-escolas. A seleção de conteúdos e de atividades são recursos para o desenvolvimento das capacidades física, perceptiva, afetiva, ética e de inserção na sociedade.
Cabe destacar neste trabalho como acontecem as práticas educativas diárias nos espaços de educação infantil, na busca de unir aprendizagem e entretenimento. A formação de idéias abrange o lúdico como possibilidade de exploração e descoberta diária; como sentem ou como pensam os menores a respeito do mundo através de suas particularidades. Desta forma, os permanentes contatos, bastantes divertidos são condições básicas para formação do conhecimento.


REFERÊNCIAS

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SCHIMIDT, Maria Junqueira. Educar pela Recreação: para pais e educadores. Rio de Janeiro: Agir, 1969.
PICKARD, Phyllis Marquerite. A Criança aprende Brincando. São Paulo: Ibrasa, 1975.
CARNEIRO, Maria Ângela Barbato e DODGE, Janine. A descoberta do brincar. São Paulo: Editora Melhoramentos/ Boa Companhia, 2007.
MARCELINO, Nelson Carvalho. Lazer e Educação. Campinas-SP: Papirus, 1990.
------------------, Pedagogia da Animação. Campinas-SP: Papirus, 1997.
MACHADO, Marina Marcondes. A poética do brincar, São Paulo: Loyola, 1998.
ANTUNES, Celso. Ludopedagogia: guia didático para prática de ensino e metodologia. São Paulo. ED. Do Brasil, 1974.
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MIRANDA, Niconor. Organização das atividades da recreação. Ed. Italiaia, Belo Horizonte, 1984.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Recife: Edições Bagaço, 2003.