(Jaqueline de Andrade_ Graduada pela FCT/UNESP)

Antes de iniciar este texto sobre os desafios da escola na sociedade atual, farei uma breve definição sobre o que é educação. A LDB 9394/ 96 define a educação como processo formativo que são desenvolvidos na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, em movimentos sociais e organização da sociedade civil e também nas manifestações culturais.

Os autores Franco, Libâneo e Pimenta (2007, p.89) mostram que:
Educar é intervir na capacidade de ser e de agir das pessoas. Para isso, são providas as mediações culturais, isto é, as ferramentas simbólicas e materiais, mediante um processo de comunicação. É disso que trata a Pedagogia: da mediação de saberes e modos de agir. O papel da Pedagogia é promover mudanças qualitativas no desenvolvimento e na aprendizagem das pessoas, visando ajudá-las a se constituírem como sujeitos, a melhorar sua capacidade de ação e as competências para viver e agir na sociedade e na comunidade.
Ao falar de educação é possível destacar também sobre os cursos de formação de professores que no caso desse texto esta voltado ao curso de pedagogia.

A Pedagogia é pois o espaço dialético para a compreensão e a operacionalização das articulações entre a teoria e a prática educativa. Do mesmo modo que não basta à Pedagogia refletir ou teorizar sobre o ato pedagógico,também não é suficiente orientar ou, muito menos, prescrever ações práticas para a concretização das práticas educativas.(Franco, Libâneo e Pimenta ,2007, p.82).
 Ainda citando esses autores é conveniente destacar que como afirmam Franco, Libâneo e Pimenta (2007, p.83).

No início dos anos 1990, e um pouco antes, o enfoque sobre a profissão de professor foi acentuado5com amplo investimento em pesquisas, que demonstraram o caráter ideológico da concepção de “missionário” que marca a profissão docente e a importância de valorizar os professores em sua formação, autonomia e condições de trabalho, como meio para melhorar a qualidade da escolarização. A profissionalização passa a ser entendida como identificação de uma categoria profissional que ultrapassa a dimensão meramente corporativa e que situa o sentido social da intervenção do professor como uma forma de transformação da sociedade.

Livro relacionado:

Ao longo de todo o curso de pedagogia a maioria das disciplinas que cursei enfatizaram a questão da teoria e a prática que são indissociáveis. A teoria ajuda o trabalho pedagógico do professor norteando sua ação, por isso pode-se destacar que através do conhecimento da teoria é possível elaborar uma prática educativa que se adeque a realidade escolar dos alunos. O papel da educação nessa perspectiva vai ao encontro à teoria marxista que visa à formação de um sujeito emancipado que seja crítico e capaz de transformar sua realidade.

Vemos atualmente que a questão da qualidade de ensino e o papel da escola vêm ganhando vastas discussões não apenas no meio educacional, mas na mídia e no campo eleitoral.

Em época de eleições pode-se notar visivelmente essa questão, pois é nesse período em que os políticos usam como meta de campanha a construção de novos centros educacionais, melhoria no salário de professores e por aí vai. Porém ao término da campanha eleitoral essas promessas são esquecidas e pouca coisa muda.

Para compreender as dificuldades enfrentadas pelos educadores e especialistas do campo educacional é necessáriopartir de uma contextualização histórica de acontecimentos que influenciaram as mudanças ocorridas no campo da educação. Essa contextualização histórica é fundamental para que possamos compreender e refletir sobre a atual conjuntura da escola pública brasileira.

Os jesuítas foram responsáveis pela criação das primeiras escolas. A educação jesuíta no Brasil se dedicou a pregação da fé católica e ao trabalho educativo, os jesuítas perceberam que não era possível converter os povos indígenas a fé católica sem que soubessem ler e escrever. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras, além do curso elementar, eles mantinham os cursos de Ideologia e Ciências Sagradas de nível superior para a formação de sacerdotes e cursos de Filosofia e Letras considerados cursos secundários. É relevante destacar que no período jesuítico a educação era privilégio das elites, ela só passou a ser considerada como direito de todos com a promulgação da Constituição Federal de 1988.(LEITE; DI GIORGI, 2010).

Entretanto há autores que são contrários ainclusão da massa popular no ambiente escolar.

Beiseigel (2005) diz que a situação de crise da escola é conseqüência do aumento de um número de anos de escolaridade ao maior número de cidadãos. Entende-se com isso que a escola não está preparada para dar qualidade ao ensino sob essa circunstância.

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