O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NUMA PERSPECTIVA VIRTUAL COLABORATIVA COM TECNOLOGIAS INTERATIVAS
Por sonia augusta de moraes | 08/02/2011 | EducaçãoO ENSINO DE HISTÓRIA E  CULTURA AFRO-BRASILEIRA  E AFRICANA NUMA PERSPECTIVA  VIRTUAL  COLABORATIVA COM TECNOLOGIAS  INTERATIVAS 
Sonia  Augusta de Moraes  
Inajara  Kaoana  Weiss 
 Introdução
 Uma das grandes tarefas da educação atualmente  é contribuir com a discussão sobre a igualdade racial, reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes de africanos. Tendo como marco legal a lei 10.639/2003 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A lei 10.639/2003 determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. 
Diante  disso, podemos  afirmar  que apenas  a  criação  da  lei que determina que  seja   incluído no currículo escolar o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e africana, não  é  suficiente  para  garantir a sua implementação na prática. É preciso  envolver  a comunidade  escolar  em debates, discussões e  reflexões em relação  a  esta  temática.
Excluídos historicamente grande parte da população afro-brasileira encontra-se em condição de exclusão econômica, social e cultural. As estratégias das políticas públicas voltadas a essa população devem priorizar a conservação e proteção do extenso patrimônio cultural afro-brasileiro e quilombola existentes no Brasil. E a escola deve possibilitar a todos aos alunos negros (as) e não negros (as) o envolvimento  com a  história  e  cultura afro-brasileira  e africana e  também  promover o  conhecimento da  diversidade  étnico-racial  da população  brasileira.
O fato de alunos  negros(as) e não negros(as)   estarem  distantes  geograficamente, suas  culturas tradições  e  costumes  são  conhecidos  apenas  em  suas  localidades. Com a  publicação  de sua  cultura e  história em  rede  numa  perspectiva  virtual colaborativa é possível divulgar, conhecer, publicar e escrever colaborativamente  com outras  comunidades  o  cotidiano e a  história das comunidades  dos  alunos negros(as) e não-negros  da  educação de  jovens  e  adultos. A  seguir  apresentamos o Mapa Conceitual de História  e  Cultura Afro-brasileira e  Africana numa perspectiva virtual colaborativa com tecnologias interativas: 
 
 Na aprendizagem colaborativa a relação professor e aluno "contempla a interrelação e a interdependência dos seres humanos que deverão ser solidários ao buscarem caminhos felizes para uma vida sadia deles próprios e do planeta". (Alcântara e Behrens, 2003, p. 426).  O professor precisa avançar para uma proposta de Alcântara e Behens  (2003) de "metodologia da aprendizagem colaborativa com tecnologias interativas." Nesta perspectiva  este  artigo  faz uma análise de     como o avanço  das tecnologias de  comunicação e  informação (Internet)  podem, a partir de  políticas  públicas,  contribuir  para  a inclusão  digital  de  jovens e adultos  negros(as) e não negros(as) nas  escolas públicas. E  a partir  da  inclusão digital,  possibilitar  a  este  alunos uma educação das  relações  étnico-raciais para o ensino da  cultura e da  história afro-brasileira e  africana numa perspectiva virtual colaborativa.
 Desenvolvimento
 Em  relação   a esta  análise  apontamos a seguinte  problemática: quais são as contribuições que a escola pública juntamente com  as tecnologias de informação, publicação e comunicação poderão  oferecer  para a  produção de conhecimento e preservação da história e memória de alunos negro(as) e não-negros(as) da  educação  de  jovens  e  adultos? Pois  muitos  alunos  da  educação  de  jovens  e adultos são   apenas consumidores  de  informações  sobre suas histórias e culturas. Até  parece que principalmente os alunos negros (as)  não fazem  parte  da história do Brasil.
Por meio  do uso do computador e seus  recursos, podemos conhecer outras formas de aquisição de conhecimento coletivo, colaborativo, construído de forma participativa através de um processo de interação entre duas ou mais pessoas. Portanto,  os  métodos de aprendizagem colaborativa apresentam-se nos  dias  atuais,  a  possibilidade  de  inovação da  prática  pedagógica e de  inclusão digital  de alunos(as) negros (as) e não negros(as) da educação de  jovens  e  adultos.
E  essa  inovação  deve  estar  presente  na educação  de  jovens  e  adultos. Para  Confintea   a  educação  de  jovens  e  adultos  enfrenta   um  grande  desafio, que  consiste:
em preservar e documentar o conhecimento oral e cultural dos diferentes grupos. A  educação intercultural deve  promover  o aprendizado e o  intercâmbio de  conhecimento entre  e  sobre  diferentes  culturas, em favor  da paz, dos  direitos  humanos, das  liberdades  fundamentais,  da  democracia, da justiça, coexistência pacífica  e da  diversidade  cultural. (CONFINTEA, 19970).
 E em  relação  a  educação intercultural e do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e  Africana  temos  alguns questionamentos. Como  educação   de  jovens  e  adultos   tem  trabalhado  essa  temática? As produções  étnico-culturais dos   diversos  grupos  formadores da  nação brasileira  têm sido incorporadas  aos  conhecimentos  escolares? E   a  vida  cotidiana, os  costumes, as  tradições e suas   culturas    tem sido usados  como  suporte  para  seu  aprendizado?  Que  metodologias  são  usadas  na  escola   para  proporcionar  aos  alunos negros(as) e  não  negros (as)    diálogos sobre  sua  história  e  sua cultura? Como  as  tecnologias  de   informação  e  comunicação
 (internet e suas  ferramentas)  estão  contribuindo  para  a  produção  de  conhecimentos desses  alunos? Estes  questionamentos     devem  estar  presentes  nas  discussões de  todos(as)  profissionais  da  educação.
Nesta  perspectiva,    ao  conhecer  suas  dificuldades, necessidades e realidades  os alunos jovens  e  adultos  negros(as) e  não (negros)  não  serão  excluídos   e  muito  menos  agentes  passivos ou  meramente  ouvintes  da  sua  história  e cultura. Para   Ana Lúcia Silva  Souza (2006):
a escola deve  desenvolver ações  para que   todos (as) negros(as) e não-negros(as),   construam suas  identidades  individuais e coletivas, garantindo o direito de  aprender  e de  ampliar  seus  conhecimentos, sem serem obrigados a negar  a si próprios ou  ao  grupo  étnico-racial a que  pertencem. É  na  perspectiva da  valorização  da  diversidade  que  se  localiza o  trabalho com a questão  racial, tendo como referência a  participação  efetiva de sujeitos negros (as) e não- negros (as). (SOUZA, 2006, p.89).
 As escolas  públicas  a partir da  inclusão digital deverão   envolver os alunos nesta  discussão, bem  como  propiciar  a eles   condições   de pesquisar, discutir a sua origem, cultura, conhecer,  escrever e publicar  sua  história e da  sua  comunidade em rede mundial. Também  a  inclusão  digital  contribuirá  para que esta população de  alunos  jovens  e  adultos negros (as) e  não negros (as)  não  fiquem     excluídos da  era  digital. 
O trabalho utilizado corretamente com as mídias  poderá ser uma fonte alternativa para    produção  de materiais relacionados  a   história  e a  cultura dos alunos da educação de  jovens  e  adultos. Mas segundo  Teruya "é preciso  uma interpretação crítica dos conteúdos que circulam nos diversos meios de comunicação." Mas  como  propiciar  ao  professor uma  visão  crítica do  uso das  tecnologias? E como essas tecnologias poderão auxiliar  o professor e aluno no processo de  aprendizagem do ensino de história e  cultura afrobrasileira  e  africana? A  internet  poderá servir como um instrumento para  a publicação em rede universal  do patrimônio histórico cultural destes  povos. Para José Reginaldo Santos Gonçalves:  o patrimônio deve  ser  entendido como uma categoria de pensamento. O patrimônio não existe apenas para ser contemplado, ele é uma expressão construída, escrita, falada de uma rede de relações sociais tecidas historicamente. (GONÇALVES, 2003, p.27).
 Segundo o  escritor Paulo Rogério Nunes  existe uma ausência da  discussão de questões  relacionadas com    a  cultura  negra. E  para combater  esta invisibilidade da história da cultura afro-brasileira  e  africana na  sociedade,  a escola precisa  dialogar  com esta  temática. É  importante  que  os afro-brasileiros  falem sobre racismo, preconceito e sua  história. E que  alunos  não-negros(as) também  sejam  envolvidos nesta discussão. E isso  só  será  possível  por  meio da  comunicação. Para  o  escritor a  comunicação:
 é estratégica para o avanço , da luta contra o racismo e o desenvolvimento da comunidade negra em todo mundo. Pensando globalmente, na África, no Caribe, em países onde há negros, a comunicação possibilita que grupos historicamente sem representação tenham voz.
 Esta  voz  pode  ser  ouvida, escrita e  publicada  pelas  tecnologias interativas
 (internet e suas  ferramentas). Mas  se alunos   negros  não  tiverem acesso as  mídias tecnológicas como  vão dar  voz a  sua identidade  cultural  construída ao longo do processo  histórico  da história  do Brasil? Segundo a relatora Petronilha Beatriz Goncalves e Silva   Não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de  raiz européia por um africano, mas  ampliar  o foco dos  currículos  escolares para  a  diversidade  cultural, racial, social e econômica brasileira. Nesta  perspectiva, cabe às  escolas incluir  no contexto dos  estudos e atividades que  proporcionam, as  contribuições  histórico-culturais dos  povos indígenas e dos  descendentes de asiáticos, além das  de  raiz  africana e   européia. (SILVA, 2004, p.17).
 Quando ouvimos o discurso sobre todos esses recursos tecnológicos aplicados a escola virtual, dá a impressão de que a maioria das escolas, dos alunos negros (as) e não-negros(as) já tem ou terão, em pouco tempo, acesso a todos esses recursos, principalmente ao computador e a internet.  No entanto, é importante registrar nesse momento a "exclusão digital"   entre brancos e negros. De  acordo com  levantamento do PNAD realizado em 2001 da porcentagem da  população de brancos  e  negros com acesso a  algumas  tecnologias  digitais, a população  negra apresenta uma considerável desigualdade em relação  ao  acesso aos  computadores  e  a   Internet. Abaixo, apresentamos a porcentagem da população com acesso a algumas  tecnologias digitais, por raça:
  
 Percebemos que o percentual de negros (as) que não tem acesso é  consideravelmente maior. Em relação a estes  dados Roberto Borges Martins faz  a  seguinte  observação:
os diferenciais observados são preocupantes, pois, se não forem rapidamente revertidos, certamente se constituirão em mais um poderoso mecanismo de geração de outras desigualdades e de ampliação das exclusões já existentes. (MARTINS, 2004, p. 29).
As organizações não governamentais e comunidades vem desenvolvendo projetos   para  incluir  a  população de alunos  negro(as) e não negros(os)  excluídos da era  digital. Mas  estes  projetos    são  insuficientes  para  atender  a  grande  demanda  de  alunos  negros(as)  e  não-negros(as)  da  educação  de  jovens  e adultos. Por isso  consideramos  fundamental  que  a  escola  desenvolva  atividades para  possibilitar  a estes  alunos   o  acesso  as  tecnologias  de  informação   e comunicação para  poder  conhecer, publicar e  pesquisar sobre  a história  e  cultura afro-brasileira e africana.
Uma das  possibilidades dos alunos negros(as) e não-negros(as) divulgarem   para  a  comunidade sua  história  e cultura  é por  meio da aprendizagem  colaborativa,  pois  apresenta-se   atualmente  como uma  metodologia  inovadora  em  sintonia  com  as  novas  exigências   da  sociedade atual.  Essa  metodologia de  aprendizagem   acredita  que  o  trabalhar , criar e  o  aprender  em grupo  faz  parte  de um conjunto  de  habilidades no  qual  alunos  e   professores  constroem coletivamente  conhecimentos  significativos. 
A aprendizagem colaborativa  não são práticas recentes e resultam de  diversas correntes do pensamento pedagógico.  A origem da aprendizagem colaborativa remonta " à Grécia Antiga e as teorias  contemporâneas começam com os primeiros psicólogos educacionais e teóricos da pedagogia do início do século XX.
Este  processo  de ensino e aprendizagem insere-se em  um conjunto de   tendências pedagógicas difundidas a partir da pedagogia da  Escola Nova (Dewey) e a Pedagogia Progressista.  Juntamente com as teorias cognitivas formuladas por Piaget e Vygostsky.  Suas características, representam  o desdobramento teórico e metodológico dessas pedagogias e teorias, propiciando uma forma de ensinar e aprender  que supera o paradigma tradicional de  ensino. Na visão de  Capra um  novo  paradigma  está  surgindo:   a aprendizagem  colaborativa  traz uma  importante  contribuição para  a formação  de   pessoas  comprometidas  com  o  desenvolvimento  da  sociedade humana, justa e  solidária. (CAPRA, 2007, p. 93)
 Na  aprendizagem  colaborativa  existe  um  interação  e integração  dos  envolvidos. Cada  qual  com suas  competências  e  conhecimentos  que quando  trabalhado  em  grupo  possibilita  a  construção   de  novos  conhecimentos por  meio do  ensino recíproco.
Assim  pode-se  afirmar  que  uma  prática  educativa  colaborativa possibilita o  debate, a discussão, a reflexão  individual  e coletiva e  o  respeito  as  idéias do  outro.   Por meio  do uso do computador e seus  recursos podemos conhecer outras formas de aquisição de conhecimento coletivo, colaborativo, construído de forma participativa através de um processo de interação entre duas ou mais pessoas. Portanto,  os  métodos de aprendizagem colaborativa apresentam-se nos  dias  atuais,  a  possibilidade  de  inovação da  prática  pedagógica. 
 Para possibilitar estas ações na educação de jovens e adultos a escola   poderá utilizar a ferramenta  Wiki.  Trata-se de uma  software gratuito disponibilizado no  laboratório de  informática  das  escolas  públicas  do estado do Paraná. Essa  ferramenta possibilita a  administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem colaborativa. Esse software tem uma proposta bastante diferenciada: aprender em colaboração no ambiente on-line. 
A ferramenta  Wiki  possui  uma  estrutura hipertextual, com  a  possibilidade  de  incluir  vários  links. Além  disso  também  permitem ao usuário escrever, formatar, corrigir e publicar textos incluir   slides,  vídeos e  fotos 
 Conclusão As  propostas  pedagógicas  da educação de jovens  e  adultos devem possibilitar a inclusão digital de alunos negros(as) e não negros (as). Munanga e Gomes  afirmam que: "é  necessário promover aprendizagens gerais que possibilitem o acesso a conhecimentos, informações  e  valores que permitam aos  estudantes  continuarem aprendendo". (MUNANGA, GOMES, 2004, p.16). Os autores apresentam  três  grandes domínios da  cultura  escrita: comunicação, acesso a informações  em diversas  fontes  e  investigação e compreensão da realidade. E ao  ter  o  acesso  a  internet  na  escola,  o aluno  negro(a) e não- negro(a)   poderá além da  inclusão  digital,  pesquisar, conhecer  e escrever a sua  história e da  sua comunidade  em  rede.  Bem como conhecer outras  comunidades virtuais da história e da cultura afro-brasileira e africana do Brasil e do mundo.
Dentre as  ações principais  para  a  educação  de jovens   e  adultos   estabelecidas no Plano Nacional de  implementação  das   Diretrizes Curriculares  Nacionais  para  Educação da  Relações étnico-raciais e  para o ensino de  História e Cultura Afro-Brasileira  e  Africana  inclui:  implementar  ações  de  pesquisa, desenvolvimento e aquisição de  materiais didático-pedagógico que   respeitem, valorizem e promovam  a  diversidade, a fim de  subsidiar  práticas pedagógicas  adequadas  à  educação  das   relações  étnico-raciais. ( 2004,  p. 55).
 As  Diretrizes  Curriculares Nacionais para  a  Educação das  Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e cultura Afro-Brasileira e  Africana  também determinam que a  educação de  jovens  e  adultos  deverá: providenciar  ações de  combate ao racismo e as discriminações e  para  isto  estabelece  que: 
 a  organização de  centros  de  documentação, bibliotecas, midiotecas,  museus,  exposições em que  se  divulguem valores, pensamentos,  jeitos de ser e viver  dos diferentes  grupos étnico-raciais brasileiros, particularmente dos afro- descendentes. 
(200,  p.24 ).
 Com isso podemos  afirmar que  a educação das  relações  étnico-raciais para o ensino da  cultura e da  história afro-brasileira e  africana  poderá   por  meio dos recursos  da  Internet possibilitar  a valorização do patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro bem como divulgação, documentação, armazenamento de textos  e  publicação do  cotidiano dos  afro-descendentes. 
No Estado do Paraná as ações  orientadas para a Educação das  Relações Étnico-Raciais fazem parte  de um processo  histórico  de um grupo de trabalho formado por  técnicos de diversos Departamentos da Seed em paridade com representantes da APP -Sindicato dos  trabalhadores em Educação do Paraná. 
Em 2007, foi  criado o Departamento da  Diversidade. Esse  departamento formou  uma equipe de História e Cultura Afro-brasileira e  Africana, criando um espaço institucional responsável pela implementação da lei nº 10.639/03. Outra  iniciativa deste  departamento  foi  a criação do Caderno Temático de  Educação para  as  relações  étnico-raciais que subsidia o trabalho do professor em sala de aula.
No ano de 2009 O Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais e afrodescendência (NEREA)  passam a  orientar  além da  inclusão da  temática  de História e Cultura Afrobrasileira, as ações  voltadas  ao   atendimento educacional das  Comunidades Remanescentes de Quilombo do Paraná e ao  enfrentamento  as  práticas de discriminação étnico-racial no âmbito  escolar. E dentre  os  eixos  de  trabalho do NEREA estão:  a pesquisa e produção de materiais pedagógicos. 
Em  2006 a  Secretaria da Educação por  meio da  Instrução nº 017/2006 aprova a deliberação nº04/06 que  institui normas complementares as Diretrizes Curriculares para Educação das  Relações Étnico-Raciais e para  o ensino da história e da  Cultura Afro-Brasileira  e  Africana. 
Uma das  atribuições  estabelecida por esta deliberação é  a criação de equipes  multidisciplinares. Essa  equipe  tem como finalidades envolver direção, equipe pedagógica, professores e funcionários para  orientar e auxiliar o desenvolvimento das  ações relativas a Educação para as Relações Étnico-Raciais e ao Ensino da  História e Cultura Afro-Brasileira  e  Africana, ao longo do período letivo. Mas na  prática ou seja  na  escola,  estas  equipes não  estão executando  plenamente o que  determina   a deliberação.
Diante  desta  realidade  podemos constatar  que apesar das  políticas  públicas voltadas para esta temática,  ainda  faltam  ações   efetivas na educação  de  jovens  e  adultos   para   a  Educação  das  relações  étnico-raciais  pois  esta  modalidade  ainda  não    aborda esta temática  levando  em  consideração a  diversidade entre   alunos  negro(as) e não-negros(as)  da  educação  de jovens  e  adultos. 
As ações  efetivas  só vão ocorrer  a partir  do momento  em  que  a  escola  pública  reconhecer   alunos negros(as) e não- negros  como sujeitos do processo de  ensino e aprendizagem  da educação para  as  relações étnico-raciais e da  história e  da  cultura  afro-brasileira  e  africana. E enquanto  sujeitos do sistema  educacional e cidadãos brasileiros estes alunos  possuem o direito de acesso e produção de conhecimento sobre  sua história  e   cultura em rede, numa  perspectiva  virtual colaborativa  com  tecnologias  interativas. 
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