Aprender e ensinar Geografia pela via Interativa é fascinante, pois suas possibilidades de desenvolver e estimular novas aquisições de conhecimento é ainda amplo e cheio de novidades. Assim a informática como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem, é um recurso que permite trabalhar com os conteúdos da geografia utilizando programas computacionais, que aliando teoria e prática possa garante no futuro, grandes profissionais. Esse artigo vem mostrar e refletir sobre alguns trabalhos e desafios do ensino da geografia no século XXI, focando a utilização das Geotecnologias. Palavras Chaves: Geografia. Processo ensino-aprendizagem. Geotecnologias

1.Introdução

A partir da década de 70, com a grande evolução da tecnologia da informática, da aerofotogrametria e do sensoriamento remoto, tornou-se possível obter, armazenar e representar informações geoespaciais em ambiente computacional, abrindo espaço para o surgimento do Geoprocessamento, começando daí um novo modo de estudar e monitorar as mudanças que ocorrem na superfície terrestre. Sendo assim junto com o processo de ensino-aprendizagem nas ciências geográficas, surge um pensamento mais contemporâneo que deve ser absorvido pelos atuais educadores não só no ensino da Geografia, mas em todas as ciências.

Antigamente na Geografia os alunos tinham contato com a conceituação teórica básica que envolve o uso de dados espaciais. Essa conceituação teórica, porém, não foi considerada como suficiente para tornar o aluno capaz de abstrair suas aplicações. Propôs-se, então, que os alunos tivessem um contato inicial com a prática da utilização de softwares de Geoprocessamento / Geotecnologia e seus produtos para que essa capacidade fosse desenvolvida durante sua vida escolar, universitária e que, possivelmente, seria utilizada no decorrer de sua atuação profissional.

Partindo dessas idéias esse artigo vem mostrar de maneira clara utilização de programas como Spring, Arc Gis, Adobe Ilustration, Google Earth, AutoCAD Map dentre outros que ajudem no processo de entendimento e análise do espaço, cabendo aos educadores estimularem desde cedo esses alunos a se familiarizarem com essas novas ferramentas mais práticas e modernas.

2.Parâmetros Curriculares Nacionais

Os objetivos que norteiam os educadores de Geografia, para que sejam alcançados pelos alunos no ensino fundamental e médio. Entre os objetivos destacam-se (PCN's, 1998):

·Compreender que os conhecimentos geográficos que adquiriram ao longo da escolaridade são parte da construção da sua cidadania, pois os homens constroem, se apropriam e interagem com o espaço geográfico nem sempre de forma igual;

·Criar uma linguagem comunicativa, apropriando-se de elementos da linguagem gráfica utilizada nas representações cartográficas;

·Reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que vivem, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se devem ter na preservação e na conservação da natureza.

·Compreender as múltiplas interações entre sociedade e natureza nos conceitos de território, lugar e região, explicitando que, de sua interação, resulta a identidade das paisagens e lugares;

·Compreender a espacialidade e a temporalidade dos fenômenos geográficos, estudados em suas dinâmicas e interações;

·Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação, de modo que interprete, analise e relacione informações sobre o território e os lugares e as diferentes paisagens;

No século XXI estão mais focados na utilização da informática que facilita o entendimento da formação e transformação do espaço como esses objetivos abaixo colocam (PCN's, 1998):

·Utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos;

·Fortalecer o significado da cartografia como uma forma de linguagem que dá· identidade à Geografia, mostrando que ela se apresenta como uma forma de leitura e de registro da espacialidade dos fatos, do seu cotidiano e do mundo;

·Criar condições para que o aluno possa começar, a partir de sua localidade e do cotidiano do lugar, a construir sua idéia do mundo, valorizando

·Inclusive o imaginário que tem dele.

3.Múltiplas possibilidades de ensino-aprendizagem da Geografia no século XXI.

A informática, como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem, é um recurso que permite trabalhar com os conteúdos da geografia utilizando programas computacionais, que vão ao encontro da necessidade do educador (MACHADO et al ,2004).

A teoria e a prática são dissociadas devido à realidade não permite a aplicação do conteúdo aprendido, ou existe uma distância entre os conhecimentos adquiridos durante o curso e o que o aluno encontra na prática. Assim, os atuais educadores profissionais, assumem relevante papel na formação dos futuros educadores, onde cabe a contribuição principal de estabelecer uma nova visão entre a teoria e prática, assumindo papel diferenciado daquele onde exista uma relação autoritária onde a teoria manda porque possui idéias e a prática obedece porque é desprovida de conhecimento (BOLFE, 2004).

A aquisição da noção de espaço é um processo complexo e progressivo de extrema importância no desenvolvimento das pessoas. Não se pode consolidá-la, portanto, apenas por meio de um processo que parte de noções simples e concretas para as mais abstratas, como se sua aquisição fosse linear e única. Na escolaridade isso significa dizer que não há apenas uma maneira de construir essa noção: ela não se restringe apenas aos conteúdos de Geografia, mas permeia praticamente todas as áreas, não sendo um conteúdo em si, mas algo inerente ao desenvolvimento dos alunos. Entretanto, as experiências de aprendizagem vividas pelos alunos, nas quais tenham de refletir sobre essas noções nas mais diversas áreas e num ambiente rico em informações, contribuem para uma construção de uma noção espacial mais abrangente e mais complexa.

Contudo a minoria tem esse privilegio de aprender de maneira mais prática e fácil, com escolas de boas estruturas, atualizadas, bastantes recursos e capitais (Escolas particulares) o que ajuda na criação de um cidadão mais critico; enquanto a maioria dos adolescentes e crianças do Brasil se quer tem contado com computadores e participam ainda de uma aprendizagem tradicional e "decoreba".

Com base nessa nova realidade, programas como o Spring 4.0 desenvolvido pelo INPE (2003), Google Earth(Google) e a utilização do GPS permitem fazer a interação e análise dos espaços geográficos através de sensoriamento remoto, visão aérea da superfície do planeta e a localização precisa de determinado ambiente. Esses programas serão explanados superficialmente neste trabalho.

3.1Spring 4.0

O fato de o software SPRING ter sua licença de uso gratuita facilita seu uso não só na universidade, mas também em outros locais. Isso dá grande flexibilidade ao aluno para que este aprenda através do roteiro prático da disciplina de forma fácil, em casa, no estágio, no trabalho e porque não dizer na praia com seu computador portátil. Também, após o aluno ter se formado poderia utilizá-lo em sua empresa ou em outro ramo que vá trabalhar contribuindo muito na sua futura atuação profissional. Entretanto, o fato de ser gratuito não é o motivo principal para a adoção do SPRiNG como ferramenta de aprendizagem, neste aspecto pode se concordar com (RÖHN et al, 2003). Há outros aspectos muito mais importantes que foram levados em consideração tais como:

a) o conjunto de funcionalidades e operações disponíveis abrange de forma plena o necessário para a aprendizagem de Geoprocessamento num curso básico de graduação.

b) não exige máquinas sofisticadas ou sistemas operacionais especiais

c) contem um sistema de ajuda eficiente que pode ser consultado durante a utilização do software ou pode-se fazer uso do serviço de suporte que é gratuito.

Porém essa forma de aprendizagem é quase utópica no Brasil, devido principalmente à falta de investimentos mais severos na educação pública, com profissionais qualificados e adaptados a realidade tecnológica do mundo.

3.2Google Earth 4.3

O Google Earth, o qual é, segundo a Wikipédia 2006, um programa desenvolvido e distribuído pelo Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de fotografias de satélite obtidas em fontes diversas. A utilização deste programa como recurso didático em sala de aula tem o intuito de estimular o senso crítico dos alunos bem como seu raciocínio

Aplicações do Google Earth no ensino da Geografia são (AUDINO et al,2005):

·Observar a Terra em três dimensões

·Selecionar um lugar especifica aproximar deste a atmosfera em diferentes alturas, menor a altura maior os detalhes.

·Observar cidades de distintos países, irem de um país a outro, de um continente a outro, cruzar oceanos, desertos e selvas

·Conhecer os nomes dos países, suas cidades principais, população, mares, lagos, rios, vulcões, acidentes geográficos mais importantes

·Observar patrimônios culturais, religiosos e históricos. Assim como casas e edifícios

·Ver em perspectiva a visualização dos territórios

·Visualizar meridianos, paralelos e trópicos.

·Conhecer as coordenadas de qualquer ponto da Terra

·Medir distâncias

O professor, ao analisar os materiais de que dispõe, em espacial o Google Earth descobrindo as exigências que estes fazem ao pensamento, pode a partir daí, conduzir estrategicamente o processo de aprendizagem mediada, cuja principal característica é a de se realizar por meio de um intenso diálogo intencional, orientado para os processos de raciocínio, para os processos implicados no "aprender a pensar" ou para o "aprender a aprender".

Embora a utilização desse software na educação geográfica e interdisciplinar, seja de custos e maneiras bem fácies, muitas escolas (principalmente públicas) não tem se quer computadores.

3.3GPS

O GPS é um terminal inteligente que a partir de sinais emitidos de uma rede de 24 satélites, garante localização geográfica precisa em qualquer ponto do planeta. Temos hoje apenas um serviço de GPS que é fornecido pelo governo estadunidense, mas até 2008 deve entrar em operação seu concorrente europeu, o Galileu, que vai oferecer uma alternativa ao sistema único que existe hoje.

O uso de qualquer modelo é relativamente simples, mas uma leitura prévia do manual e um pouco de conhecimento de orientação geográfica fazem uma enorme diferença, inscrever-se em algum curso que existe hoje em algumas cidades no Brasil ou procurar um amigo que tenha algum modelo e saiba lhe ingressar no fascinante mundo da navegação via satélite.

O mercado dispõe de vários fabricantes de receptores GPS e todos têm modelos de baixo custo, que podem ser instalados no painel do veículo ou mesmo levados a tiracolo, enquanto mapeiam os caminhos que estiverem sendo percorridos, fornecendo também a altitude e a velocidade com precisão. Alguns modelos possibilitam ainda que você descarregue os dados em um computador, que por sua vez plotará os pontos de navegação denominados way points ou land marks, dependendo do fabricante, em um mapa da região, deixando tudo perfeitamente sinalizado.

4. Conclusão

O objetivo desta alfabetização é desenvolver a capacidade de compreensão do espaço geográfico, para que a partir dela o aluno seja capaz de extrair dados relevantes daquilo que procura e formular hipóteses reais com as informações de que dispõe no mapa. Além do mais, colocar à disposição dos alunos, o conhecimento destas novas tecnologias, para que possam contribuir para o desenvolvimento da ciência.

As geotecnologias ao longo de seu desenvolvimento estiveram quase sempre envolvidas por uma atmosfera de estórias que as aproximam da realidade para a resolução de complexos problemas das mais diferentes origens e escalas, porém as tornam inalcançáveis à compreensão da maior parte das pessoas, que se quer são familiarizadas com esse tipo de saber, devido a ignorância, o desconhecimento que normalmente, propicia a especulação e a mística. Infelizmente, esse processo, muitas vezes, é praticado a partir daqueles que deveriam facilitar a compreensão. Não se trata aqui, de banalizar o processo de desenvolvimento da tecnologia, mas sim e por obrigação, de democratizar as informações que dele brotem, e que interessam diretamente a uma grande parte da população dos mais diversos níveis sociais e de educação que se interessa por tudo que possa servir-lhe como ferramenta para seu desenvolvimento, estejam elas nas grandes cidades, em sua periferia, no campo ou nos mais distantes lugares do território.

Felizmente, o cenário que se vislumbra atualmente, é mais estimulante e verdadeiro, na medida em que amplia a capilaridade necessária entre a academia e a população, porém ocasionando apenas um encontro tão clamado e quase nunca devidamente exercitado.

"Lembrai-vos que a finalidade da educação é formar seres aptos para governar a si mesmos e não para ser governados pelos outros" (CHALITA, 2001).

Referências

AUDINO, Daniel Fagundes; CASSOL, Roberto; GIORDANI, Ana Claudia Carvalho. Inserção do Google Earth no ensino de Geografia. Brasil, 2005.

BOLFE, Édson Luis. Educação em geotecnologias: realidade e desafios. Anais – I Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 10 a 12 de novembro de 2004.

BRASIL. Geografia. In: Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, MEC/SEF, 1998.

CHALITA, G.. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2001. 102 p.

FILHO, Homero Fonseca;RODRIGUES, José Alberto Quintanilha Marcos;

SOUSA, Gisela Mangabeira de. O uso do spring como ferramenta de aprendizagem de geoprocessamento.4ª Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul – 11 a 13 de agosto de 2004 – São Leopoldo, RS, Brasil.

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Sistema de Processamento de Informações Georeferenciadas(SPRING) versão 4.O. São José dos Campos: Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais, 2003. [online]http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.html.

MACHADO, Clairton Batista; SAUSEN, Tania Maria. A geografia na sala de aula: informática, sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas - recursos didáticos para o estudo do espaço geográfico.4ª Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul – 11 a 13 de agosto de 2004 – São Leopoldo, RS, Brasil.

RÖHM, S. Gibotti, F.; FONSECA FILHO, H; LOPES, S.C.,2003. Spring como ferramenta de apoio a formação de especialista em geoprocessamento. Experiências e Resultados do NGeo/UFSCar.In: Anais do COBENGE,Rio de Janeiro, 14p.

PIRES, Ivan de Oliveira; BARROS, Edson Benigno da Motta;REIS, Cláudio Henrique. Sensoriamento Remoto nas Geociências da UFF uma Ferramenta de Ponta. Anais IX Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Santos, Brasil, 11-18 setembro 1998, INPE, p. 309-313.