Gestão de Armazém
Publicado em 11 de novembro de 2009 por Giovani Esteves
1
INTRODUÇÃO
1.1 Importância do tema
A gestão de armazéns, muitas vezes é
vista como algo que agrega simplesmente custo ao produto seja ele qual for, e
não como um fator que pode ser estratégico possibilitando ao mesmo a vantagem
de ser disponibilizado mais rapidamente em determinado local, se tornando uma
vantagem competitiva para a organização, podendo ele localizar-se próximo a
planta de produção ou até mesmo do mercado consumidor.
O que algumas empresas já viram no
cenário do mundo atual é que por mais que suas técnicas de produção sejam
sofisticadas, elas notam que ainda falta algum atrativo a mais para se obter um
diferencial frente a um mercado que está cada dia mais competitivo e exigente.
Por consequência disto um dos
diferenciais que podem ser introduzidos na gestão de uma organização se
tratando de Logística é a gestão de armazéns, visto até então como apenas uma parte
da organização que despende custos e não oportunidades de negócios e atingir
novas abrangências de mercado.
1.2 Objetivo da pesquisa
O objetivo geral deste artigo é poder
trazer as principais informações que devem ou pelo menos deveriam ser tomadas
em relação a gestão de armazéns, desde a decisão por optar em implantar um
armazém próprio para empresa, ou então por contratar o serviço de armazenagem,
escolha do local no qual ele será implantado, materiais que deverão ser
utilizados, layout entre outros, todos esses visando uma melhor gestão. Algumas
exemplificações são trazidas para que se possa entender melhor sobre o assunto
tratado aqui, sendo que esses exemplos serão somente baseados em casos trazidos
da realidade e adaptados para serem colocados de forma literária.
1.3 Metodologia
Este artigo visa uma análise teórica,
porém com pequenas exemplificações como já foi dito, de como uma excelência em
gestão de armazéns pode ajudar a empresa a tomar um rumo mais qualificado em
suas decisões frente ao mercado consumidor. Alguns dos exemplos trazidos foram
obtidos através de pesquisas bibliográficas, exemplos tais principalmente
trazidos por empresas americanas e japonesas, porém a exemplificação e
exposição do tema principal foi completamente retirada de exemplos da indústria
nacional que possuem um nível de excelência que pode ser tomado como exemplo
para o resto do mundo devido a excelência em sua gestão, como é o caso dos
armazéns frigoríficos e aeroportuários.
1.4 Resultados esperados
Espera-se que durante o
desenvolvimento do trabalho o tema trazido não possa só servir como base de
conhecimento estruturado para profissionais que já atuem na área e já tenham
idéia a respeito do assunto tratado, mas também para acrescentar conhecimentos
para todos aqueles que simplesmente demonstrem interesse pelo assunto, seja por
curiosidade, seja por necessidade, enfim, deseja-se que se possa aproveitar e
tirar o melhor proveito possível deste trabalho.
2.
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Armazenagem
Dias (2005) afirma que a armazenagem é constituída por um
conjunto de funções de recepção, descarga, carregamento, arrumação e
conservação de matérias-primas, produtos acabados ou
semi-acabados. Uma vez que este processo envolve mercadorias, este apenas
produz resultados quando é realizada uma operação, nas existências
em trânsito, com o objetivo de lhes acrescentar valor.
Já Casadevante (1974) define
armazenagem como tendo a missão com o
compromisso entre os custos
e a melhor solução para as empresas. Na prática isto só é possível se tiver em
conta todos os fatores que influenciam os custos de armazenagem, bem como a
importância relativa dos mesmos.
O armazém como uma área que seja em
uma planta externa à da empresa que tem por objetivo receber mercadorias de
qualquer tipo, deixá-las por algum tempo estocadas em sua planta até que as
mesmas sejam necessárias, para então expedi-las para seus respectivos destinos.
E realmente essa atividade muitas vezes representa um alto custo para empresas,
e é nesse ponto que a organização decide ou não terceirizar o serviço de
armazenagem.
Ballou (1993) diz que a armazenagem e
o manuseio de mercadorias são componentes essenciais do conjunto de atividades
logísticas e seus custos giram por volta de 12 a 40% dos custos logísticos da
firma.
Pozo (2008) diz que muitas empresas
ainda, justificam a existência de um espaço físico para armazenagem
relativamente grande e, por consequência, elevados estoques, com os argumentos
de que são: fortes redutores de custo de transportes e produção; auxiliam o
marketing e o atendimento ao cliente; e coordenam mais facilmente a área de
suprimento. Mas para algumas empresas, nos dias atuais, estão evitando ou
minimizando as necessidadedes de estoque e consequentemente a necessidade de
armazenagem beneficiando-se da filosofia do Just-in-Time.
Em algumas palavras: muitas empresas
beneficiam-se da armazenagem fazendo com que esta seja o seu diferencial, ou
seja, ela tenha o produto assim que o cliente ou sua linha de produção
necessitar do mesmo.
2.2 Estoque
Chiavenato (2004) diz que estoque é a
composição dos materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que
existem em função de futuras necessidades. Se essa utilização for muito remota
no tempo, a sua guarda se torna prolongada: aluga espaço alugado ou comprado,
requer pessoal adicional, significa capital empatado, exige seguro contra
incêndio ou roubo etc. Isso significa que ter estoque é ter despesa de
estocagem.
O que é importante ressaltar é que
estocar e armazenar para muitos pode significar a mesma coisa porém eles tem
finalidade diferentes um pouco distintas, de uma maneira mais resumida pode-se
dizer que: armazenar significa guardar, estocar significa disponibilizar ou por
em vista algo escondido.
2.3 Recursos de
armazenagem
Bowersox (2001) diz que inicialmente
para a armazenagem são apresentadas 3 estratégias alternativas de armazenagem.
Essas alternativas incluem depósitos próprios, depósitos públicos e depósitos
contratados.
Sendo que depósitos próprios são
aqueles em que a empresa é dona de seu próprio depósito devido a sua grande
necessidade de armazenagem, depósitos públicos são aqueles que são contratados
pelas empresas por razão de necessidade oportuna ou não para que a armazenagem
seja feita em período de tempo determinado, depósito contratado é quando a
empresa contratante estabelece um relacionamento de longo prazo e o
compartilhamento dos riscos fazendo com que essa muitas vezes seja a estratégia
de armazenagem que tenha os menores custos já que o depósito contratado já tem
um conhecimento da habitualidade com que a empresa contratante necessitará de
seus serviços.
3.
NECESSIDADE DE UM ARMAZÉM
3.1 A decisão
A primeira decisão a ser tomada pela
empresa, é se ela precisa ou não ter um armazém próprio sendo que este impacta
em muitos custos e também no ativo imobilizado da empresa, além de despesas
como construção do mesmo, aquisição de máquinas e equipamentos que são necessários
para seu funcionamento, e também acabam contribuindo mais ainda com o ativo
imobilizado da empresa, além de pessoal e despesas fixas como aluguel, imposto,
contas de luz, etc., a empresa deve analisar seu mercado e o mercado externo,
comparando diversas situações que possam implicar na vantagem ou não da
instalação de um armazém.
Caso a organização decida ser
favorável a instalação de um armazém a primeira coisa que ela deve fazer é
mensurar o volume produzido para avaliar a necessidade do tamanho do armazém,
logo após isso a organização deve levar em consideração a localidade, sendo
perto da fabrica ou do mercado consumidor, sempre observando o local que
corresponde melhor as necessidades da empresa, do produto e dos clientes. Com
isso feito é necessário saber qual a melhor opção de tamanho volumétrico do
armazém - vertical ou horizontal – e ponderá-las pois a opção horizontal possui
maior impacto no valor do terreno e de impostos, enquanto a opção vertical
significa maior impacto nos custos de equipamento para manuseio e móveis para
estocagem. Na construção do armazém é necessário que sua elaboração seja feita
de acordo com o tipo de carga que será armazenada, como alimentos perecíveis ou
não, produtos que necessitam de climatização etc., e com que tipo de embalagem ele
será manuseado (tambores, container,
etc.) e assim poderá definir-se os equipamentos de manuseio (empilhadeiras,
stackers, porta-pallets, etc.). Se a empresa optar pela não-implantação de um
armazém o que pode ser feito como solução de estoque caso dentro da planta de
produção ou comercial não houver espaço físico uma alternativa a ser tomada é a
terceirização do serviço por outras empresas que são especializadas em prestar
serviço de armazenagem.
3.2 Localização
Antes de se pensar em qualquer
característica do armazém primeiro deve-se saber que tipo de armazém ele será,
de matéria-prima, de produtos em processo, ou de produto acabado, pois isso é
de total influência quanto a localização do mesmo, pois a partir disso é
possível se minimizar os custos relativos à transportes.
Para armazéns de matéria-prima, este
pode localizar-se próximo ao local de produção da matéria-prima ou então próximo do local onde ocorrerá a sua
manufatura.
Quanto a armazéns de produtos em
processo é fundamental que ele fique próximo ao local onde ocorreu o processo
anterior a sua manufatura ou então de onde ocorrerá o próximo processo de
agregação de valor.
No entanto, para armazéns de produtos
acabados, quanto mais próximo do local onde fica grande parte do mercado
consumidor melhor, pois é a partir desse armazém que é feito todo o processo de
distribuição do produto, sendo assim, este armazém um fator implícito para a
redução no custo de transportes para a distribuição.
3.3 Layout
A maior relevância durante o projeto
de um novo armazém se dá em vista de como será o seu layout, ou seja, como as
suas áreas de armazenagens ficarão organizadas utilizando o maior espaço
possível da cubagem do armazém e facilitando também a movimentação dos
materiais em seu interior, e um layout ideal é aquele que busca minimizar a
distância total percorrida com a movimentação eficiente dos materiais,
agilizando o processo como um todo e com isso também minimizando o risco de
ocorrência de avarias.
Utilizar existente do armazém com a
maior eficiência possível atingindo assim a eficácia. |
Facilitar a movimentação de
materiais. |
Minimizar os custos de armazenagem
quando este atende a níveis de exigência. |
Facilitar sua arrumação e também
limpeza do mesmo |
Tabela 1 – Objetivos do layout do
armazém.
Todos esses objetivos visam gerar
excelência na futura gestão do armazém fazendo assim com que os impactos de
custo sobre a armazenagem sejam reduzidos o máximo possível, porém sem reduzir
a qualidade do serviço prestado.
Para a escolha de um layout de armazém
é necessário saber que tipo de material será manuseado em seu interior, já que
cada tipo de material necessita cuidados diferenciados por apresentarem
características diferentes, como por exemplo material bélico e produtos
perecíveis. No caso do armazém for utilizado para a armazenagem de mais de um
tipo de produto sendo estes muito diferenciados deve-se pensar em como será a
divisão de suas áreas internar para acomodação do material em questão.
Um exemplo claro de armazém que
manuseia produtos de diferentes tipos são armazéns de aeroportos que manuseiam
carga, como no caso do armazém da Infraero do aeroporto de Guarulhos/SP, dentro
da mesma planta de armazém se recebe produtos para importação e exportação dos
mesmos, sendo que para diferentes cada tipo de carga existe uma área
diferente, como:
Áreas climatizadas frigoríficas
diferentes que vão desde |
Estantes normais para cargas com
peso de 100kg a 1000kg. |
Estantes com enormes gavetas para
cargas com peso inferior a 100kg. |
Áreas para acomodar carga com peso
superior a 1000kg. |
Cofres para cargas de altíssimo
valor agregado. |
Salas para cargas vivas. |
Área para bagagens desacompanhadas. |
Locais de recebimento, conferência e
expedição, tanto para cargas importadas quanto para exportadas. |
Espaço para fumigação de pallets que
possam conter pragas. |
Área reservada para carga em
processo de perdição (que ficam dentro do armazém por mais de 90 dias e na
qual o dono não vá fazer o requirimento da mesma). |
Ruas/corredores para circulação de
pessoal e empilhadeiras. |
Área reservada apenas para
manutenção de equipamentos, como por exemplo as empilhadeiras, entre muitas
outras. |
Tabela 2 – Diferentes áreas dentro de
um armazém aeroportuário.
Algo que muitas vezes recebe o
menosprezo durante o projeto do armazém,
talvez não por sua importância, mas por ser algo extremamente básico é
onde ficarão localizadas as portas do armazém, isso sem dúvida é de suma
importância no desenvolvimento de um bom layout, pois é através das portas que
as cargas entrarão e sairão do armazém, e de acordo com sua localização é
possível determinar o método para se percorrer a menor distância com o material
dentro do armazém minimizando assim despesas e riscos de avarias.
Outras duas características para o
modelo do layout do armazém que influenciam muito o manuseio de materiais é a
planificação do terreno de forma que ele facilite a movimentação das cargas que
serão futuramente manuseadas, e o formato que o armazém terá, como retangular,
cúbico, visando seu tamanho para poder atender a um crescimento da demanda de
mercado.
Tudo isso deve ser minuciosamente
pensado de acordo com um benchmarking visando as melhores técnicas de layout de
armazém para se tirar o proveito máximo do mesmo.
Muitas empresas utilizam diversos
modelos matemáticos para a criação do layout de um armazém seja ele de qualquer
tipo, porém aqui não abordaremos quais
são e como são usados esses modelos devido esse tema fugir do escopo principal
do desenvolvimento deste trabalho.
4
ARMAZENAGEM FRIGORÍFICA
4.1 Armazenamento para
indústria alimentícia
O armazenamento frigorífico de alimentos é
necessário para prevenção ou retardamento de sua deterioração que pode ocorrer
devido à ação microbiana e para manter sua conservação por um período de tempo
maior. Seu local de estoque deve apresentar local adequado para o armazenamento
de alimentos perecíveis e não perecíveis., sendo que o cuidado no manuseio deve
ser grande pois muitas vezes, como no caso de frutas, um manuseio indevido pode
implicar em dano para o mesmo.
4.2
Tecnologia nos Armazéns das Indústrias Frigoríficas no Brasil
Os armazéns frigoríficos
brasileiros vêm operando com grande melhora e desenvolvimento, do que podemos
perceber na nossa própria legislação. Esse desenvolvimento tecnológico da
indústria frigorífica acaba possibilitando ao país a exportação de produtos
agroindustriais para o mercado externo atendendo a especificações
internacionais a respeito de qualidade.
Os exemplos dessa
tecnologia é uma moderna concepção em estabelecimentos para armazenagem, que se
chama “Central de Estocagem Frigorífica”, que não consiste apenas em um
depósito e sim um dinâmico centro de serviços para produtos perecíveis, no qual
se torna mais dispendioso que um armazém convencional, e a “Cadeia do Frio”,
que é uma nova tecnologia adotada pela rede brasileira, que consiste em todo o
processo desde a concepção passando pelo armazenamento até ao transporte do
produto, preservando todas as condições de refrigeração e garantindo a sua
conservação. Essas indústrias
devem ser extremamente especializadas, já que necessitam de extensos
conhecimentos tecnológicos para se ter êxito.
A crescente exportação de
produtos congelados ocorre devido ao grande apoio à economia brasileira da rede
de frigoríficos de uso público. As indústrias que apontam os primeiros lugares
no mercado mundial são: de carne bovina, frangos e suco de laranja.
No mercado interno podemos
perceber o maior reflexo das redes frigoríficas de uso público, pois as
indústrias não precisam mais investir em caras câmaras próprias e que na melhor
das hipóteses, teriam utilização de 50% ao longo do ano, já que encontram
excelentes instalações, estrategicamente distribuídas para a armazenagem dos
seus estoques. Os espaços e serviços desejados são alugados por elas e são
pagos somente nos montantes e pelos períodos utilizados, significando assim
grande economia por parte do contratante.
4.3
Infra - estrutura dos serviços
Os armazéns frigoríficos possuem
armazenagem frigorífica, para a qual toda a movimentação é mecanizada com a
utilização de pallets e outros sistemas, onde as empresas operam as cargas e
descargas em áreas climatizadas, pois muitas mercadorias são submetidas a
processos de pré-resfriamento, congelamento ou de descongelamento controlado,
recebendo também serviços adicionais como pesagens, vistorias, embalagem ou
reembalagem, etiquetagens e controles de qualidade da mercadoria no recebimento
e na expedição, sendo assim o produto que for enviado ao mercado interno e
externo terá provavelmente excelente nível de qualidade.
Algumas instalações também
prestam serviços às exportações como a preparação dos lotes, marcações,
colocação em pallets one-way, vistorias, carregamento de contêineres,
acompanhamento e supervisão de embarques.
Os armazéns frigoríficos
públicos, em geral, prestam serviços aditivos de fornecimento de energia elétrica
a caminhões e contêineres reefers, assim como, vistorias, lavagem, desinfecção
e forração de veículos.
Muitas empresas também
fornecem recibos, conhecimentos de depósito ou warrants (é o direito à compra
de um título de investimento a um preço determinado durante certo tempo),
permitindo ao proprietário das mercadorias financiarem os seus estoques e
negociá-los, controles diários dos estoques, agora com a ajuda da informática,
e de acordo com as especificações desejadas pelo cliente, que pode acompanhar
sua posição em termos de volume, valores, tipos de produtos e outras
informações e até, os prazos de reposição dos estoques.
4.4
Cuidados específicos
Para que a armazenagem,
especialmente a frigorífica seja considerada boa, muitos fatores devem ser
levados em consideração para que não haja qualquer tipo de avarias com a carga.
E isso deve ser levado em consideração sem dúvida alguma, pois o produto da
armazenagem é a boa prestação do serviço.
Desinfecção
do ar, paredes e tetos das câmaras. Muitos
produtos, principalmente os alimentícios são suscetíveis a bactérias de
diversos tipos. Portanto é necessário cuidado com as câmaras nas quais estes
serão armazenados.
Isolamento
de certos produtos.
Alguns produtos como peixes e frutas, por exemplo, expelem odores
característicos próprios, que podem ser absorvidos facilmente por outros,
portanto é necessário cuidados ao estocar diferentes produtos, ou grandes
variedades do mesmo produto.
Descongelamento
do produto congelado. Atualmente
alguns processos de manufatura de produtos são feitos com o descongelamento do
produto dentro do próprio armazém, porém esse é um processo que deve ser
mantido sob controle para não haver nenhum dano ao produto.
Queimadura
pelo frio. Para
alimentos congelados o dano mais comum é a queimadura pelo frio, que consiste
em uma mudança nos tecidos superficiais do produto, sendo assim o produto não
mais aceito pelo mercado consumidor e sendo necessário seu descarte.
Estocagem
em atmosfera controlada.
Se utiliza dentro da câmara um aumento de CO² ou diminuição do oxigênio do
ambiente, tudo isso para se ter um aumento da duração do tempo de vida do
produto perecível, algo que apenas a refrigeração proporcionava, e juntando as
duas técnicas se tem um tempo de acondicionamento superior ao que se obtinha
antes com os dois processos separadamente.
Refrigeração
prévia. É importante
ressaltar que um armazém frigorífico não serve para congelar ou resfriar um
produto como acontece como uma geladeira doméstica, mas serve com o intuito de manter a temperatura necessária para
acondicionamento do produto.
Empilhamento.
Nunca deve impedir a
circulação do ar na câmara frigorífica, ou impedir o fácil acesso para a
posterior verificação dos produtos, sendo que o produto nunca pode tocar as
paredes, piso ou teto, no caso de se empilhar as mercadorias com volume maior
que o comum, é necessário que haja uma refrigeração prévia a armazenagem.
Embalagem.
Na armazenagem
frigorífica é necessário que as embalagens sejam do produto propícias para esse
tipo de processo para que não afete o produto por queimadura ou desconfiguração
das suas propriedades de consumo.
Risco
de condensação das mercadorias na saída das câmaras frias. É
preciso tomar cuidado para que, na saída das câmaras frias, não se forme
condensação na parte externa dos produtos. Essa condensação se dá quando o
ponto de condensar o ar for superior a temperatura da parte externa do produto
ou de sua embalagem. Se isto acontecer, deve-se tomar precauções para que a
umidade formada se evapore o mais rápido possível.
4.5 Distribuição
Física
A economia da distribuição
física, busca uma maior racionalização de transportes e procura dispor os
armazéns principalmente em locais estrategicamente colocados em relação aos
mercados consumidores.
A rede de armazéns frigoríficos de uso
público atualmente está especializada em serviços de distribuição física. Deste
modo produtores de alimentos e redes de varejo menores, encontraram na indústria
da armazenagem frigorífica esses tipos de serviços, além de sua eficiência,
custos baixos em relação a escala de operação e a mecanização, isto é, empresas
especializadas na movimentação de mercadorias, podendo assim reduzir os seus
custos relativos com a armazenagem e apenas ter a quantidade de produtos
necessários para atender determinado período de tempo eliminando o estoque em
sua loja ou local de produção.
4.6 Perspectivas
A demanda por produtos
frigorífico, tende a aumentar na medida que o poder aquisitivo das empresas
também aumentem e de acordo com a evolução cultural da sociedade, necessitando
a armazenagem expandir-se.
Atualmente percebemos que
as pessoas procuram dedicar-se menos tempo com afazeres domésticos e buscam
alimentos prontos, semi-preparados, e os restaurantes, indústrias de
fornecimento de refeições, as escolas, os hospitais e outras instituições
procuram, cada vez mais, abastecer-se com matéria prima semi-pronta.
A frigorificação também
vem se tornando importante para a agricultura, que vem se modernizando,
melhorando a qualidade de seus produtos e buscando melhores condições no que se
diz respeito à conservação dos alimentos e maior estabilidade de preços.
Essa indústria tem se
desenvolvido e fornecido um importante apoio ao desenvolvimento da exportação e
consequentemente á economia país, mostrando a capacidade e a operosidade do
empresário brasileiro.
5.TECNOLOGIAS NA ARMAZENAGEM
No cenário mundial atual, a
concorrência para se tentar conseguir uma fatia do mercado consumidor está se
tornando cada vez mais difícil, pois preços competitivos e serviços
diferenciados são oferecidos por muitas empresas, sendo assim uma das primeiras
iniciativas que um gestor, seja ele de qualquer espécie, é reavaliar todo a
empresa, identificar os pontos fortes e fracos, se todos os processos
existentes são inerentes com aquilo que realmente deveriam fazer.
Sendo isso feito um grande
passo facilitador de processos é a informatização dos processos de armazenagem,
como a informação de todo o armazém, e automação de outras áreas. Atualmente no
mercado existem diversos tipos de tecnologias relativos a armazenagem que são
de fácil acesso por qualquer gestor que se interesse em informatizar seu
armazém.
Algumas das tecnologias
mais utilizadas atualmente em armazém são:
Códigos
de barras. Usados
para identificação de produtos;
Scanner
e leitores ópticos. Para registrar quando a mercadoria entra ou
sai do armazém através de códigos de barra evitando despender muito tempo
na verificação.
Transelevador.
Sistema que usa de um
elevador como o próprio nome diz, que se movimenta na horizontal e na vertical
para colocar ou retirar produtos das estantes, seu uso se dá em razão de ocupar
um espaço pequeno dentro do corredor do armazém e poder atingir alturas de até
30m, coisa que empilhadeiras normais não podem. Se movimentam apenas em uma
única direção, sendo a mercadoria retirada da área de armazenagem com o auxílio
de esteiras rolantes, este no qual deve ser comandado através de uma estação de
controle, como um simples computador. Com esse equipamento a cubagem de um
armazém pode ser muito melhor utilizada.
RFID
(Radio-Frequency Identification – Identificação por Radio Frequência). Pode ser usado como etiqueta nos
produtos como uma espécie de transponder, bem pequeno que pode ser colocado no
produto para que este quando entrar ou sair do depósito não necessitando da
intervenção humana para verificação, sendo um sinal emitido por ondas de rádio
para uma estação que notifica um sistema central de qual produto e qual quantidade
do mesmo está entrando ou saindo do armazém, sendo esta normalmente interligado
a um sistema EDI (Eletronic Data Interchange – Intercâmbio Eletrônico de Dados)
que faz todo o controle de mercadorias, e que é atualmente utilizado também em
supermercados de países mais desenvolvidos para se obter o ponto de pedido no
estoque sem necessitar verificação de conferentes.
Softwares
de integração. Estes
utilizados na informatização de todo estoque para saber o que, de quem, e onde
cada mercadoria está no armazém. Normalmente softwares utilizados na
armazenagem podem interagir com outras tecnologias como o transelevador, RFID e
EDI. Em empresas grandes que são donas de seus próprios armazéns, são
normalmente interligados com sistemas
que são denominados como ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE
(Sistema Integrado de Gestão Empresarial), que são nada menos no qual se
integram todos os dados e processos de uma organização seja ela de qualquer
tipo em um único sistema. De início a implantação de um software de integração
tem um custo muito alto, porém ao decorrer do tempo a perspectiva de um SIGE
pode ser vista além de um software e servir para a tomada de muitas decisões
importantes para a vida da empresa.
6. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O objetivo geral deste trabalho foi o
de estudar a contribuição que a boa gestão de armazéns, principalmente os
frigoríficos podem contribuir para a qualidade do serviço logístico oferecido
por empresas prestadoras de serviço ou do segmento produtivo.
Partindo-se que o Brasil ainda possui
muitas limitações, tanto de modelos de gestão quanto tecnológicas, com este
trabalho é possível ter-se uma idéia do impacto que um armazém pode trazer para
a empresa, não de forma quantitativa, mas sim na qualidade de serviço total.
O maior desafio visto e presenciado
para muitas empresas e pessoas que não conhecem sobre o assunto de gestão de
armazéns, com certeza é a falta de informações precisas e relevantes sobre as
suas formas de gestão e como o mesmo pode fazer uma boa integração com as outras
partes de uma mesma organização, tendo em vista que este muitas vezes é tratado
como uma “outra empresa” dentro de uma mesma, como se fosse um setor que só
fosse necessário para que as necessidades dos outros setores da empresa, como
por exemplo vendas e produção, sejam atendidas e logo após ele volta a ser
esquecido.
Vale lembrar, entretanto, que a
inexistência de uma gestão de armazéns que tenha como foco os setores interno e
externo da empresa pode enfraquecer todos os outros setores da organização,
pois o armazém é a porta de entrada e saída dos produtos de todos os tipos
dentro de uma organização.
Pode-se chegar a conclusão ao final
deste trabalho que para uma boa gestão de armazéns seja ele frigorífico, de
granéis ou de qualquer outro tipo de produto que todos, absolutamente todos os
fatores devem ser levados em conta, desde a escolha do local em que ele será
construído até que tipo de tecnologia será utilizada em suas instalações.
7.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABIAF – Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem
Frigorificada. Rede Brasileira de
Armazéns Frigoríficos de Uso Público. 2007. Disponível em:
http://www.abiaf.org.br/trabalho_rede_brasileira.doc. Acesso em 15.abr.09
BALLOU, R. H. Logística Empresarial - Administração de Materiais e distribuição
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BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística Empresarial - O Processo de
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CASADEVANTE Y MÚJICA, José Luis Fernández – A
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CHIAVENATO, Idalberto. Administração da Produção – Uma Abordagem
Introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004
DIAS, João Carlos Quaresma - Logística Global e Macrologística. Lisboa: Edições Sílabo. 2005.
POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e
Patrimoniais. São Paulo: Editora Ática, 2008.