1 INTRODUÇÃO

 

1.1 Importância do tema

A gestão de armazéns, muitas vezes é vista como algo que agrega simplesmente custo ao produto seja ele qual for, e não como um fator que pode ser estratégico possibilitando ao mesmo a vantagem de ser disponibilizado mais rapidamente em determinado local, se tornando uma vantagem competitiva para a organização, podendo ele localizar-se próximo a planta de produção ou até mesmo do mercado consumidor.

O que algumas empresas já viram no cenário do mundo atual é que por mais que suas técnicas de produção sejam sofisticadas, elas notam que ainda falta algum atrativo a mais para se obter um diferencial frente a um mercado que está cada dia mais competitivo e exigente.

Por consequência disto um dos diferenciais que podem ser introduzidos na gestão de uma organização se tratando de Logística é a gestão de armazéns, visto até então como apenas uma parte da organização que despende custos e não oportunidades de negócios e atingir novas abrangências de mercado.

 

1.2 Objetivo da pesquisa

O objetivo geral deste artigo é poder trazer as principais informações que devem ou pelo menos deveriam ser tomadas em relação a gestão de armazéns, desde a decisão por optar em implantar um armazém próprio para empresa, ou então por contratar o serviço de armazenagem, escolha do local no qual ele será implantado, materiais que deverão ser utilizados, layout entre outros, todos esses visando uma melhor gestão. Algumas exemplificações são trazidas para que se possa entender melhor sobre o assunto tratado aqui, sendo que esses exemplos serão somente baseados em casos trazidos da realidade e adaptados para serem colocados de forma literária.

 

1.3 Metodologia

Este artigo visa uma análise teórica, porém com pequenas exemplificações como já foi dito, de como uma excelência em gestão de armazéns pode ajudar a empresa a tomar um rumo mais qualificado em suas decisões frente ao mercado consumidor. Alguns dos exemplos trazidos foram obtidos através de pesquisas bibliográficas, exemplos tais principalmente trazidos por empresas americanas e japonesas, porém a exemplificação e exposição do tema principal foi completamente retirada de exemplos da indústria nacional que possuem um nível de excelência que pode ser tomado como exemplo para o resto do mundo devido a excelência em sua gestão, como é o caso dos armazéns frigoríficos e aeroportuários.

 

1.4 Resultados esperados

Espera-se que durante o desenvolvimento do trabalho o tema trazido não possa só servir como base de conhecimento estruturado para profissionais que já atuem na área e já tenham idéia a respeito do assunto tratado, mas também para acrescentar conhecimentos para todos aqueles que simplesmente demonstrem interesse pelo assunto, seja por curiosidade, seja por necessidade, enfim, deseja-se que se possa aproveitar e tirar o melhor proveito possível deste trabalho.

 

2. REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1 Armazenagem 

Dias (2005) afirma que a armazenagem é constituída por um conjunto de funções de recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de matérias-primas, produtos acabados ou semi-acabados. Uma vez que este processo envolve mercadorias, este apenas produz resultados quando é realizada uma operação, nas existências em trânsito, com o objetivo de lhes acrescentar valor.

Já Casadevante (1974) define armazenagem como tendo a missão  com o compromisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática isto só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos mesmos.

O armazém como uma área que seja em uma planta externa à da empresa que tem por objetivo receber mercadorias de qualquer tipo, deixá-las por algum tempo estocadas em sua planta até que as mesmas sejam necessárias, para então expedi-las para seus respectivos destinos. E realmente essa atividade muitas vezes representa um alto custo para empresas, e é nesse ponto que a organização decide ou não terceirizar o serviço de armazenagem.

Ballou (1993) diz que a armazenagem e o manuseio de mercadorias são componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas e seus custos giram por volta de 12 a 40% dos custos logísticos da firma.

Pozo (2008) diz que muitas empresas ainda, justificam a existência de um espaço físico para armazenagem relativamente grande e, por consequência, elevados estoques, com os argumentos de que são: fortes redutores de custo de transportes e produção; auxiliam o marketing e o atendimento ao cliente; e coordenam mais facilmente a área de suprimento. Mas para algumas empresas, nos dias atuais, estão evitando ou minimizando as necessidadedes de estoque e consequentemente a necessidade de armazenagem beneficiando-se da filosofia do Just-in-Time.

Em algumas palavras: muitas empresas beneficiam-se da armazenagem fazendo com que esta seja o seu diferencial, ou seja, ela tenha o produto assim que o cliente ou sua linha de produção necessitar do mesmo.

 

2.2 Estoque

Chiavenato (2004) diz que estoque é a composição dos materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que existem em função de futuras necessidades. Se essa utilização for muito remota no tempo, a sua guarda se torna prolongada: aluga espaço alugado ou comprado, requer pessoal adicional, significa capital empatado, exige seguro contra incêndio ou roubo etc. Isso significa que ter estoque é ter despesa de estocagem.

O que é importante ressaltar é que estocar e armazenar para muitos pode significar a mesma coisa porém eles tem finalidade diferentes um pouco distintas, de uma maneira mais resumida pode-se dizer que: armazenar significa guardar, estocar significa disponibilizar ou por em vista algo escondido.

 

2.3 Recursos de armazenagem

Bowersox (2001) diz que inicialmente para a armazenagem são apresentadas 3 estratégias alternativas de armazenagem. Essas alternativas incluem depósitos próprios, depósitos públicos e depósitos contratados.

Sendo que depósitos próprios são aqueles em que a empresa é dona de seu próprio depósito devido a sua grande necessidade de armazenagem, depósitos públicos são aqueles que são contratados pelas empresas por razão de necessidade oportuna ou não para que a armazenagem seja feita em período de tempo determinado, depósito contratado é quando a empresa contratante estabelece um relacionamento de longo prazo e o compartilhamento dos riscos fazendo com que essa muitas vezes seja a estratégia de armazenagem que tenha os menores custos já que o depósito contratado já tem um conhecimento da habitualidade com que a empresa contratante necessitará de seus serviços.

 

3. NECESSIDADE DE UM ARMAZÉM

 

3.1 A decisão

A primeira decisão a ser tomada pela empresa, é se ela precisa ou não ter um armazém próprio sendo que este impacta em muitos custos e também no ativo imobilizado da empresa, além de despesas como construção do mesmo, aquisição de máquinas e equipamentos que são necessários para seu funcionamento, e também acabam contribuindo mais ainda com o ativo imobilizado da empresa, além de pessoal e despesas fixas como aluguel, imposto, contas de luz, etc., a empresa deve analisar seu mercado e o mercado externo, comparando diversas situações que possam implicar na vantagem ou não da instalação de um armazém.

Caso a organização decida ser favorável a instalação de um armazém a primeira coisa que ela deve fazer é mensurar o volume produzido para avaliar a necessidade do tamanho do armazém, logo após isso a organização deve levar em consideração a localidade, sendo perto da fabrica ou do mercado consumidor, sempre observando o local que corresponde melhor as necessidades da empresa, do produto e dos clientes. Com isso feito é necessário saber qual a melhor opção de tamanho volumétrico do armazém - vertical ou horizontal – e ponderá-las pois a opção horizontal possui maior impacto no valor do terreno e de impostos, enquanto a opção vertical significa maior impacto nos custos de equipamento para manuseio e móveis para estocagem. Na construção do armazém é necessário que sua elaboração seja feita de acordo com o tipo de carga que será armazenada, como alimentos perecíveis ou não, produtos que necessitam de climatização etc., e com que tipo de embalagem ele será manuseado  (tambores, container, etc.) e assim poderá definir-se os equipamentos de manuseio (empilhadeiras, stackers, porta-pallets, etc.). Se a empresa optar pela não-implantação de um armazém o que pode ser feito como solução de estoque caso dentro da planta de produção ou comercial não houver espaço físico uma alternativa a ser tomada é a terceirização do serviço por outras empresas que são especializadas em prestar serviço de armazenagem.

 

3.2 Localização

Antes de se pensar em qualquer característica do armazém primeiro deve-se saber que tipo de armazém ele será, de matéria-prima, de produtos em processo, ou de produto acabado, pois isso é de total influência quanto a localização do mesmo, pois a partir disso é possível se minimizar os custos relativos à transportes.

Para armazéns de matéria-prima, este pode localizar-se próximo ao local de produção da matéria-prima ou  então próximo do local onde ocorrerá a sua manufatura.

Quanto a armazéns de produtos em processo é fundamental que ele fique próximo ao local onde ocorreu o processo anterior a sua manufatura ou então de onde ocorrerá o próximo processo de agregação de valor.

No entanto, para armazéns de produtos acabados, quanto mais próximo do local onde fica grande parte do mercado consumidor melhor, pois é a partir desse armazém que é feito todo o processo de distribuição do produto, sendo assim, este armazém um fator implícito para a redução no custo de transportes para a distribuição.

 

3.3 Layout

A maior relevância durante o projeto de um novo armazém se dá em vista de como será o seu layout, ou seja, como as suas áreas de armazenagens ficarão organizadas utilizando o maior espaço possível da cubagem do armazém e facilitando também a movimentação dos materiais em seu interior, e um layout ideal é aquele que busca minimizar a distância total percorrida com a movimentação eficiente dos materiais, agilizando o processo como um todo e com isso também minimizando o risco de ocorrência de avarias.

 

Utilizar existente do armazém com a maior eficiência possível atingindo assim a eficácia.

Facilitar a movimentação de materiais.

Minimizar os custos de armazenagem quando este atende a níveis de exigência.

Facilitar sua arrumação e também limpeza do mesmo

Tabela 1 – Objetivos do layout do armazém.

 

Todos esses objetivos visam gerar excelência na futura gestão do armazém fazendo assim com que os impactos de custo sobre a armazenagem sejam reduzidos o máximo possível, porém sem reduzir a qualidade do serviço prestado.

Para a escolha de um layout de armazém é necessário saber que tipo de material será manuseado em seu interior, já que cada tipo de material necessita cuidados diferenciados por apresentarem características diferentes, como por exemplo material bélico e produtos perecíveis. No caso do armazém for utilizado para a armazenagem de mais de um tipo de produto sendo estes muito diferenciados deve-se pensar em como será a divisão de suas áreas internar para acomodação do material em questão.

Um exemplo claro de armazém que manuseia produtos de diferentes tipos são armazéns de aeroportos que manuseiam carga, como no caso do armazém da Infraero do aeroporto de Guarulhos/SP, dentro da mesma planta de armazém se recebe produtos para importação e exportação dos mesmos, sendo que para diferentes cada tipo de carga existe uma área diferente,  como:

 

Áreas climatizadas frigoríficas diferentes que vão desde -15°C até 15°C.

Estantes normais para cargas com peso de 100kg a 1000kg.

Estantes com enormes gavetas para cargas com peso inferior a 100kg.

Áreas para acomodar carga com peso superior a 1000kg.

Cofres para cargas de altíssimo valor agregado.

Salas para cargas vivas.

Área para bagagens desacompanhadas.

Locais de recebimento, conferência e expedição, tanto para cargas importadas quanto para exportadas.

Espaço para fumigação de pallets que possam conter pragas.

Área reservada para carga em processo de perdição (que ficam dentro do armazém por mais de 90 dias e na qual o dono não vá fazer o requirimento da mesma).

Ruas/corredores para circulação de pessoal e empilhadeiras.

Área reservada apenas para manutenção de equipamentos, como por exemplo as empilhadeiras, entre muitas outras.

Tabela 2 – Diferentes áreas dentro de um armazém aeroportuário.

 

Algo que muitas vezes recebe o menosprezo durante o projeto do armazém,  talvez não por sua importância, mas por ser algo extremamente básico é onde ficarão localizadas as portas do armazém, isso sem dúvida é de suma importância no desenvolvimento de um bom layout, pois é através das portas que as cargas entrarão e sairão do armazém, e de acordo com sua localização é possível determinar o método para se percorrer a menor distância com o material dentro do armazém minimizando assim despesas e riscos de avarias.

Outras duas características para o modelo do layout do armazém que influenciam muito o manuseio de materiais é a planificação do terreno de forma que ele facilite a movimentação das cargas que serão futuramente manuseadas, e o formato que o armazém terá, como retangular, cúbico, visando seu tamanho para poder atender a um crescimento da demanda de mercado.

Tudo isso deve ser minuciosamente pensado de acordo com um benchmarking visando as melhores técnicas de layout de armazém para se tirar o proveito máximo do mesmo.

Muitas empresas utilizam diversos modelos matemáticos para a criação do layout de um armazém seja ele de qualquer tipo, porém aqui  não abordaremos quais são e como são usados esses modelos devido esse tema fugir do escopo principal do desenvolvimento deste trabalho.

 

4 ARMAZENAGEM FRIGORÍFICA

 

4.1 Armazenamento para indústria alimentícia

 O armazenamento frigorífico de alimentos é necessário para prevenção ou retardamento de sua deterioração que pode ocorrer devido à ação microbiana e para manter sua conservação por um período de tempo maior. Seu local de estoque deve apresentar local adequado para o armazenamento de alimentos perecíveis e não perecíveis., sendo que o cuidado no manuseio deve ser grande pois muitas vezes, como no caso de frutas, um manuseio indevido pode implicar em dano para o mesmo.

 

4.2 Tecnologia nos Armazéns das Indústrias Frigoríficas no Brasil

Os armazéns frigoríficos brasileiros vêm operando com grande melhora e desenvolvimento, do que podemos perceber na nossa própria legislação. Esse desenvolvimento tecnológico da indústria frigorífica acaba possibilitando ao país a exportação de produtos agroindustriais para o mercado externo atendendo a especificações internacionais a respeito de qualidade.

Os exemplos dessa tecnologia é uma moderna concepção em estabelecimentos para armazenagem, que se chama “Central de Estocagem Frigorífica”, que não consiste apenas em um depósito e sim um dinâmico centro de serviços para produtos perecíveis, no qual se torna mais dispendioso que um armazém convencional, e a “Cadeia do Frio”, que é uma nova tecnologia adotada pela rede brasileira, que consiste em todo o processo desde a concepção passando pelo armazenamento até ao transporte do produto, preservando todas as condições de refrigeração e garantindo a sua conservação. Essas indústrias devem ser extremamente especializadas, já que necessitam de extensos conhecimentos tecnológicos para se ter êxito.

A crescente exportação de produtos congelados ocorre devido ao grande apoio à economia brasileira da rede de frigoríficos de uso público. As indústrias que apontam os primeiros lugares no mercado mundial são: de carne bovina, frangos e suco de laranja.

No mercado interno podemos perceber o maior reflexo das redes frigoríficas de uso público, pois as indústrias não precisam mais investir em caras câmaras próprias e que na melhor das hipóteses, teriam utilização de 50% ao longo do ano, já que encontram excelentes instalações, estrategicamente distribuídas para a armazenagem dos seus estoques. Os espaços e serviços desejados são alugados por elas e são pagos somente nos montantes e pelos períodos utilizados, significando assim grande economia por parte do contratante.

 

4.3 Infra - estrutura dos serviços

Os armazéns frigoríficos possuem armazenagem frigorífica, para a qual toda a movimentação é mecanizada com a utilização de pallets e outros sistemas, onde as empresas operam as cargas e descargas em áreas climatizadas, pois muitas mercadorias são submetidas a processos de pré-resfriamento, congelamento ou de descongelamento controlado, recebendo também serviços adicionais como pesagens, vistorias, embalagem ou reembalagem, etiquetagens e controles de qualidade da mercadoria no recebimento e na expedição, sendo assim o produto que for enviado ao mercado interno e externo terá provavelmente excelente nível de qualidade.

Algumas instalações também prestam serviços às exportações como a preparação dos lotes, marcações, colocação em pallets one-way, vistorias, carregamento de contêineres, acompanhamento e supervisão de embarques.

Os armazéns frigoríficos públicos, em geral, prestam serviços aditivos de fornecimento de energia elétrica a caminhões e contêineres reefers, assim como, vistorias, lavagem, desinfecção e forração de veículos.

Muitas empresas também fornecem recibos, conhecimentos de depósito ou warrants (é o direito à compra de um título de investimento a um preço determinado durante certo tempo), permitindo ao proprietário das mercadorias financiarem os seus estoques e negociá-los, controles diários dos estoques, agora com a ajuda da informática, e de acordo com as especificações desejadas pelo cliente, que pode acompanhar sua posição em termos de volume, valores, tipos de produtos e outras informações e até, os prazos de reposição dos estoques.

 

4.4 Cuidados específicos

Para que a armazenagem, especialmente a frigorífica seja considerada boa, muitos fatores devem ser levados em consideração para que não haja qualquer tipo de avarias com a carga. E isso deve ser levado em consideração sem dúvida alguma, pois o produto da armazenagem é a boa prestação do serviço.        

           

Desinfecção do ar, paredes e tetos das câmaras. Muitos produtos, principalmente os alimentícios são suscetíveis a bactérias de diversos tipos. Portanto é necessário cuidado com as câmaras nas quais estes serão armazenados.

Isolamento de certos produtos. Alguns produtos como peixes e frutas, por exemplo, expelem odores característicos próprios, que podem ser absorvidos facilmente por outros, portanto é necessário cuidados ao estocar diferentes produtos, ou grandes variedades do mesmo produto.

Descongelamento do produto congelado. Atualmente alguns processos de manufatura de produtos são feitos com o descongelamento do produto dentro do próprio armazém, porém esse é um processo que deve ser mantido sob controle para não haver nenhum dano ao produto.

Queimadura pelo frio. Para alimentos congelados o dano mais comum é a queimadura pelo frio, que consiste em uma mudança nos tecidos superficiais do produto, sendo assim o produto não mais aceito pelo mercado consumidor e sendo necessário seu descarte.

Estocagem em atmosfera controlada. Se utiliza dentro da câmara um aumento de CO² ou diminuição do oxigênio do ambiente, tudo isso para se ter um aumento da duração do tempo de vida do produto perecível, algo que apenas a refrigeração proporcionava, e juntando as duas técnicas se tem um tempo de acondicionamento superior ao que se obtinha antes com os dois processos separadamente.

Refrigeração prévia. É importante ressaltar que um armazém frigorífico não serve para congelar ou resfriar um produto como acontece como uma geladeira doméstica, mas serve com o intuito de manter a temperatura necessária para acondicionamento do produto.

Empilhamento. Nunca deve impedir a circulação do ar na câmara frigorífica, ou impedir o fácil acesso para a posterior verificação dos produtos, sendo que o produto nunca pode tocar as paredes, piso ou teto, no caso de se empilhar as mercadorias com volume maior que o comum, é necessário que haja uma refrigeração prévia a armazenagem.

Embalagem. Na armazenagem frigorífica é necessário que as embalagens sejam do produto propícias para esse tipo de processo para que não afete o produto por queimadura ou desconfiguração das suas propriedades de consumo.

Risco de condensação das mercadorias na saída das câmaras frias. É preciso tomar cuidado para que, na saída das câmaras frias, não se forme condensação na parte externa dos produtos. Essa condensação se dá quando o ponto de condensar o ar for superior a temperatura da parte externa do produto ou de sua embalagem. Se isto acontecer, deve-se tomar precauções para que a umidade formada se evapore o mais rápido possível.

 

4.5 Distribuição Física

A economia da distribuição física, busca uma maior racionalização de transportes e procura dispor os armazéns principalmente em locais estrategicamente colocados em relação aos mercados consumidores.

A rede de armazéns frigoríficos de uso público atualmente está especializada em serviços de distribuição física. Deste modo produtores de alimentos e redes de varejo menores, encontraram na indústria da armazenagem frigorífica esses tipos de serviços, além de sua eficiência, custos baixos em relação a escala de operação e a mecanização, isto é, empresas especializadas na movimentação de mercadorias, podendo assim reduzir os seus custos relativos com a armazenagem e apenas ter a quantidade de produtos necessários para atender determinado período de tempo eliminando o estoque em sua loja ou local de produção.

 

4.6 Perspectivas

A demanda por produtos frigorífico, tende a aumentar na medida que o poder aquisitivo das empresas também aumentem e de acordo com a evolução cultural da sociedade, necessitando a armazenagem expandir-se.

Atualmente percebemos que as pessoas procuram dedicar-se menos tempo com afazeres domésticos e buscam alimentos prontos, semi-preparados, e os restaurantes, indústrias de fornecimento de refeições, as escolas, os hospitais e outras instituições procuram, cada vez mais, abastecer-se com matéria prima semi-pronta.

A frigorificação também vem se tornando importante para a agricultura, que vem se modernizando, melhorando a qualidade de seus produtos e buscando melhores condições no que se diz respeito à conservação dos alimentos e maior estabilidade de preços.

Essa indústria tem se desenvolvido e fornecido um importante apoio ao desenvolvimento da exportação e consequentemente á economia país, mostrando a capacidade e a operosidade do empresário brasileiro.

 

5.TECNOLOGIAS NA ARMAZENAGEM

 

No cenário mundial atual, a concorrência para se tentar conseguir uma fatia do mercado consumidor está se tornando cada vez mais difícil, pois preços competitivos e serviços diferenciados são oferecidos por muitas empresas, sendo assim uma das primeiras iniciativas que um gestor, seja ele de qualquer espécie, é reavaliar todo a empresa, identificar os pontos fortes e fracos, se todos os processos existentes são inerentes com aquilo que realmente deveriam fazer.

Sendo isso feito um grande passo facilitador de processos é a informatização dos processos de armazenagem, como a informação de todo o armazém, e automação de outras áreas. Atualmente no mercado existem diversos tipos de tecnologias relativos a armazenagem que são de fácil acesso por qualquer gestor que se interesse em informatizar seu armazém.

Algumas das tecnologias mais utilizadas atualmente em armazém são:

 

Códigos de barras. Usados para identificação de produtos;

Scanner e leitores ópticos.  Para registrar quando a mercadoria entra ou sai do armazém através de códigos de barra evitando despender muito tempo na  verificação.

Transelevador. Sistema que usa de um elevador como o próprio nome diz, que se movimenta na horizontal e na vertical para colocar ou retirar produtos das estantes, seu uso se dá em razão de ocupar um espaço pequeno dentro do corredor do armazém e poder atingir alturas de até 30m, coisa que empilhadeiras normais não podem. Se movimentam apenas em uma única direção, sendo a mercadoria retirada da área de armazenagem com o auxílio de esteiras rolantes, este no qual deve ser comandado através de uma estação de controle, como um simples computador. Com esse equipamento a cubagem de um armazém pode ser muito melhor utilizada.

RFID (Radio-Frequency Identification – Identificação por Radio Frequência). Pode ser usado como etiqueta nos produtos como uma espécie de transponder, bem pequeno que pode ser colocado no produto para que este quando entrar ou sair do depósito não necessitando da intervenção humana para verificação, sendo um sinal emitido por ondas de rádio para uma estação que notifica um sistema central de qual produto e qual quantidade do mesmo está entrando ou saindo do armazém, sendo esta normalmente interligado a um sistema EDI (Eletronic Data Interchange – Intercâmbio Eletrônico de Dados) que faz todo o controle de mercadorias, e que é atualmente utilizado também em supermercados de países mais desenvolvidos para se obter o ponto de pedido no estoque sem necessitar verificação de conferentes.

Softwares de integração. Estes utilizados na informatização de todo estoque para saber o que, de quem, e onde cada mercadoria está no armazém. Normalmente softwares utilizados na armazenagem podem interagir com outras tecnologias como o transelevador, RFID e EDI. Em empresas grandes que são donas de seus próprios armazéns, são normalmente interligados com sistemas  que são denominados como ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistema Integrado de Gestão Empresarial), que são nada menos no qual se integram todos os dados e processos de uma organização seja ela de qualquer tipo em um único sistema. De início a implantação de um software de integração tem um custo muito alto, porém ao decorrer do tempo a perspectiva de um SIGE pode ser vista além de um software e servir para a tomada de muitas decisões importantes para a vida da empresa.

 

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O objetivo geral deste trabalho foi o de estudar a contribuição que a boa gestão de armazéns, principalmente os frigoríficos podem contribuir para a qualidade do serviço logístico oferecido por empresas prestadoras de serviço ou do segmento produtivo.

Partindo-se que o Brasil ainda possui muitas limitações, tanto de modelos de gestão quanto tecnológicas, com este trabalho é possível ter-se uma idéia do impacto que um armazém pode trazer para a empresa, não de forma quantitativa, mas sim na qualidade de serviço total.

O maior desafio visto e presenciado para muitas empresas e pessoas que não conhecem sobre o assunto de gestão de armazéns, com certeza é a falta de informações precisas e relevantes sobre as suas formas de gestão e como o mesmo pode fazer uma boa integração com as outras partes de uma mesma organização, tendo em vista que este muitas vezes é tratado como uma “outra empresa” dentro de uma mesma, como se fosse um setor que só fosse necessário para que as necessidades dos outros setores da empresa, como por exemplo vendas e produção, sejam atendidas e logo após ele volta a ser esquecido.

Vale lembrar, entretanto, que a inexistência de uma gestão de armazéns que tenha como foco os setores interno e externo da empresa pode enfraquecer todos os outros setores da organização, pois o armazém é a porta de entrada e saída dos produtos de todos os tipos dentro de uma organização.

Pode-se chegar a conclusão ao final deste trabalho que para uma boa gestão de armazéns seja ele frigorífico, de granéis ou de qualquer outro tipo de produto que todos, absolutamente todos os fatores devem ser levados em conta, desde a escolha do local em que ele será construído até que tipo de tecnologia será utilizada em suas instalações.

 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABIAF – Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem Frigorificada. Rede Brasileira de Armazéns Frigoríficos de Uso Público. 2007. Disponível em: http://www.abiaf.org.br/trabalho_rede_brasileira.doc. Acesso em 15.abr.09

                                                                                                              

BALLOU, R. H. Logística Empresarial - Administração de Materiais e distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993.

 

BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística Empresarial - O Processo de Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

 

CASADEVANTE Y MÚJICA, José Luis Fernández – A armazenagem na prática. Lisboa: Editorial Pórtico, 1974.

 

CHIAVENATO, Idalberto. Administração da Produção – Uma Abordagem Introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004

 

DIAS, João Carlos Quaresma - Logística Global e Macrologística. Lisboa: Edições Sílabo. 2005.

 

POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. São Paulo: Editora Ática, 2008.