A família Berfolt é uma das mais importantes no contexto histórico-genealógico brasileiro e europeu, pois tem origem com Geoffry Birford da Casa Milenar de Belfort, cuja nobreza linhagística remonta ao século XI da descendência de Lourenço Belfort ( Revista do Instituto Heráldico-Genealógico, nº.9 , editada em 1943). Belfort é um sobrenome de origem geográfica, do francês, derivado de ?bela fortaleza?. Segundo documento manuscrito: "O primeiro senhor feudal que tomou o nome de Belford, ou Berford em irlandês, era originário da Normandia, príncipe e duque que sendo coronel foi alferes ?mor de Henri II, Rei da Inglaterra, a quem acompanhou até Irlanda onde, em 1171 foi conde de Belfort e Lord de Tarah. Pertenceu a um dos antigos principados irlandeses, que sob a forma de condado feudal foi sucessivamente passando aos seus descendentes, todos condes e ?lords? a quem coube de direito a todos eles a hereditariedade do título de príncipe, deixando de ser transmissível o título de duque por ter continuado o seu domínio feudal a ser sempre mantido sob forma de condado, ou por ser ele duque como chefe militar.
O atual território de Belford Roxo era habitado anteriormente pelos índios Jacutingas. Essas terras foram demarcadas pela primeira vez em um mapa elaborado pelo cripto judeu João Teixeira Albernaz, ?o moço?, em 1666, entre os rios "Merith, Simpuiy e Agoassu." Alguns anos após a expulsão dos franceses, o Governador do Rio de Janeiro Cristóvão de Barros concede ao Capitão Belchior de Azeredo uma sesmaria às margens do rio Sarapuí, na antiga aldeia dos índios Jacutingas. Neste local, ele funda o Engenho de Santo Antônio de Jacutinga, atual município de Belford Roxo, onde uma ermida para Santo Antônio é construída na encosta de uma colina a 750 metros da margem do Rio Sarapuí, próximo ao local estabelecido para atividades portuárias.
No século XVII, o Engenho de Santo Antônio de Jacutinga é desmembrado, surgindo, então, o Engenho Maxambomba (Nova Iguaçu) e Engenho do Poce (da Posse). Entretanto, no século XVIII um novo desmembramento, desta vez nas terras do Engenho do Maxambomba, faz surgir o Engenho Caxoeira (Mesquita), em terras que pertenceram ao Governador do Rio de Janeiro Salvador Correia de Sá e Benevides.
Carlos Eduardo de Almeida Barata publicou o Dicionário das Famílias Brasileiras, em Portugal e no Brasil juntamente com o deputado Cunha Bueno, segundo consta no site da Família Berfolt, o qual afirma possuir documentos referentes aos Belfort registrados no Consulado do Brasil, em Paris, a 15 de Setembro de 1910, provando sua origem Real no século XI . Conta-se que, pelos Reis de Portugal, os Belforts descendem diretamente do Rei Roberto da França e de Affonso VI, Rei de Leão e Castela e pelo primeiro Senhor feudal de Belford, Príncipe e Duque. Por mais de duzentos anos as terras mantiveram-se, por sucessão hereditária, sob o controle dos herdeiros de Salvador Correia de Sá e Benevides, a família Correia Vasques. Na metade desse mesmo século XVIII, as terras do Engenho Santo Antônio voltam a ser desmembradas para formação de novos Engenhos: do Brejo e do Sarapuí. E no mesmo período as terras do Engenho Maxambomba foram desmembradas para formação do Engenho do Madureira (Bairro de Nova Iguaçu). Em 1767, em uma carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manuel Vieira Leão, aparece claramente nesta região o Engenho do Brejo. O seu primeiro ocupante foi Cristóvão Mendes Leitão em 1739.
A Baixada Fluminense, cortada pelo rio Sarapuí e cercada por pântanos e brejais, possuía em sua margem um porto para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho, e aguardente. Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o Padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, em apenas um ano, vendeu-as ao primeiro Visconde de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, o marquês de Barbacena. Em 1843, Pedro Caldeira Brant, o Conde de Iguaçu, filho do primeiro visconde e marquês de Barbacena, assume a fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1842.
Em 1851, a família Caldeira Brant vende a sua fazenda para o comendador Manuel José Coelho da Rocha. Na segunda metade do século XIX a fazenda entrou em decadência devido a um surto de epidemias. O assentamento dos trilhos para a passagem da estrada de ferro Rio d'Ouro cortando a fazenda do Brejo em 1872, em terras doadas pelos descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de reivindicação para transformá-la em linha de trem de passageiros, pois anteriormente esta ferrovia foi construída para a captação de água nas serras do Tinguá, Rio d'Ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de suas margens. Em 1888, uma grande estiagem arrasa com a Baixada Fluminense e a Côrte também ficou sem água deixando Dom Pedro II preocupado. A proposta que agradou a Dom Pedro II foi a do engenheiro Paulo de Frontin, na qual o engenheiro se comprometia a captar 15 milhões de litros de água para a Côrte em apenas seis dias. Ele conseguiu e esse fato ficou conhecido como "milagre das águas". O engenheiro Paulo de Frontin tinha um grande amigo e colaborador, um outro engenheiro maranhense que muito trabalhou a serviço dessas obras de abastecimento de água para o Rio de Janeiro, que se chamava Raimundo Teixeira Belfort Roxo e que um ano depois veio a falecer. O Brejo, uma pequena vila depois de se chamar de Ipueras, Calhamaço Brejo, passa a chamar-se Belford Roxo, em homenagem a esse ilustre engenheiro. Em Pernambuco, essa família Berlfort aparece em Belém do São Francisco, Cabrobó, Exú e Petrolina, cuja ocupação varia de profissões liberais a atividades urbanas.