BULLYING: PAPEL DOS PAIS NA PREVENÇÃO, DETECÇÃO E ENFRENTAMENTO DO ENVOLVIMENTO DOS FILHOS EM SITUAÇÕES DE BULLYING[1]

 

Queila Barbosa Montanari Tavares Silva

Centro Universitário Adventista de São Paulo- UNASP

 

Resumo: O bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas

que causam dor, angústia e sofrimento. Este artigo apresenta formas de atuação dos pais que estejam relacionadas com prevenção, detecção e enfrentamento do envolvimento dos filhos em situações de bullying na escola. A PREVENÇÃO envolve o conhecimento do fenômeno, conhecimento e monitoramento positivo sobre a vida dos filhos, boa comunicação pais- filhos, boa comunicação pais- escola. A DETECÇÃO  envolve além dos passos da prevenção, o conhecimento aprofundado dos sinais do bullying na criança. O ENFRENTAMENTO envolve uma parceria com a escola, comunicação adequada com os filhos, capacitar os filhos para fugirem ou lidarem com as situações de bullying. Os filhos devem sentir nos pais o porto seguro. Os pais por sua vez devem estar presentes na escola de tal forma que cobrem atitudes por parte da escola para evitar a ocorrência do fenômeno. Os pais devem ajudar o filho e ajudar a escola a enfrentar o desafio de vencer o bullying.

 

Palavras-chave: bullying, família, prevenção, detecção, enfrentamento

 

 

Abstract: Bullying is a set of aggressive attitudes that are intentional and repetitive and cause pain, anguish and suffering. This paper presents ways of working parents who are related to preventing, detecting and defeating the involvement of children in a situations of bullying at school. PREVENTION  involves knowledge of the phenomenon, positive monitoring about their children’s lives, good parent-child communication, good parent-school communication. DETECTION involves steps in addition to prevention, in-depth knowledge of the signs of bullying in children.  COPING involves a partnership with the school, proper communication with their children, enabling children to escape or deal with bullying situations. Children should feel their parents as a safe harbor. Parents in turn, must be present in school so that by actions require the school to avoid the occurrence of the phenomenon. Parents should help their children and help the school meet the challenge of overcoming bullying.

 

Key-words: bullying, family, prevention, detection, coping

 

Introdução

 

O comportamento agressivo entre estudantes é um problema universal, manifestação inocentemente considerada pelos adultos como brincadeiras da idade. Estudos realizados nas duas últimas décadas demonstraram que a prática da violência entre estudantes pode ter consequências negativas para todas as crianças e adolescentes envolvidos. A adoção de projetos continuados em escolas tem demonstrado ser uma das medidas mais efetivas na prevenção e na redução da violência entre alunos, porém onde fica o papel dos pais na prevenção, na detecção e no enfrentamento do problema antes que ele se agrave?

Entende-se por bullying todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, adotado por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executado dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre pares (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima (OLWEUS, 1993). Pesquisadores ao redor do mundo têm direcionado seus estudos para esse fenômeno que toma aspectos cada vez mais preocupantes, tanto pelo seu crescimento, quanto por atingir faixas etárias, cada vez mais baixas, relativas aos primeiros anos de escolaridade (LOPES NETO, 2005).

          O comportamento violento resulta da interação entre o desenvolvimento individual e os contextos sociais, como a família, a escola, a igreja, a mídia e a  comunidade. Infelizmente, o modelo do mundo exterior é reproduzido nas escolas, que se caracteriza como um grande laboratório para as crianças e jovens, pois é onde convivem com seus pares, fazendo com que essas instituições deixem de ser ambientes seguros, modulados pela disciplina e cooperação, e se transformem em espaços marcados pela violência, sofrimento e medo.

Quando abordamos a violência entre juvenis e adolescentes na escola, o papel da família surge como um espaço ainda pouco explorado. Onde entra o papel dos pais na solução do problema? O que a família tem a ver com isso, já que, segundo a maioria da pesquisas, a grande maioria dos casos de bullying ocorre dentro das escolas? Nesse sentido, o objetivo do presente artigo envolve descrever formas de atuação da família para a prevenção, detecção e enfrentamento  do envolvimento de seus filhos em situações de bullying na escola, de acordo com a literatura de área e alguns pensadores.

A Noruega foi pioneira nas pesquisas sobre bullying com os trabalhos do Professor Dan Olweus, na Universidade de Bergen (1978 a 1993) e com a Campanha Nacional anti-bullying nas escolas norueguesas. Foi utilizado um questionário, onde se verificava a freqüência, tipos de agressões, locais de maior risco, tipos de agressores e percepções individuais quanto ao número de agressores. Nos primeiros resultados verificou-se que 1 em cada 7 estudantes estava envolvido em casos de bullying (OLWEUS,1991 apud FANTE, 2005).

O programa de intervenção proposto por Olweus teve a finalidade de desenvolver regras claras contra o bullying  nas escolas, alcançar um envolvimento ativo por parte de professores e pais, aumentar a conscientização do problema, avançando no sentido de eliminar alguns mitos sobre o bullying e prover apoio e proteção para as vítimas (LOPES NETO, 2006).

No Brasil, o interesse pelo estudo do comportamento agressivo e mais especificamente pelo bullying é mais recente. Muitas formas de violência têm sido observadas no contexto escolar. O problema da pobreza e o tráfico de drogas aparecem entre os fatores mais freqüentemente relacionados à violência nas escolas, contudo, os autores que analisaram o problema da violência escolar no contexto brasileiro concordam que o ambiente familiar se mostra significativo tanto na prevenção a violência como em políticas de intervenção (ABRAMOVAY, 2002; WILLIAMS; PEREIRA;, 2008). Segundo Abramovay,(2002),os tipos mais comuns são depredações do patrimônio e agressão interpessoal. O porte de armas de fogo e armas brancas tem sido relatado com muita freqüência em escolas brasileiras, muitas vezes resultando em ferimentos graves e mortes nos conflitos entre estudantes.  Como importantes referências nos estudos de bullying no Brasil, vale mencionar Fante (2003, 2005) que realizou estudos em cidades do interior do estado de São Paulo-SP e Lopes Neto (2005) que durante 20 anos esteve a frente da extinta Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA), e desenvolveu o Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, com a participação de mais de 5.500 alunos de 5as a 8as séries do Ensino Fundamental, na cidade do Rio de Janeiro-RJ.

Em  2009, o governo da  Austrália recebeu os resultados de uma pesquisa sobre bullying,a maior feita até agora de acordo com as pesquisas, na qual participaram  7000 alunos, de  124 escolas. Constatou-se que os alunos do oitavo ano são as maiores vítimas, sendo que de cada três alunos, um deles é alvo de gozações e ataques. Os pesquisadores constataram que, seguindo a tendência mundial, o cyber bullying, ou bullying virtual  vem se tornando cada vez mais comum entre alunos, principalmente das escolas não governamentais. Esse tipo de agressão é considerado o mais cruel e devastador, muito embora os alunos acreditem que agredir fisicamente é bem mais grave do que espalhar mensagens eletrônicas desagradáveis (MACDOUGALL; CHILCOTT, 2009).  

O Instituto SM para a Educação (ISME) apontou o Brasil como campeão em bullying, de acordo com o resultado de pesquisas realizadas em novembro de 2006, incluindo o Brasil, Argentina, Chile, Espanha e México (FANTE; PEDRA, 2008)

Formas de envolvimento com o Bullying

Segundo Carvalhosa, Lima e Matos (2001) as vítimas são alunos ou grupos de alunos vistos como alvos fáceis aos olhos do agressor, que, por não disporem de coragem ou recursos para denunciar ou lidar com o agressor, sofrem sozinhas. Comumente, as vítimas não procuram ajuda pela vergonha que sentem por não conseguirem enfrentar a situação e também porque se sentem inseguras e são pouco sociáveis, características agravadas pela autoestima rebaixada que possuem. A baixa autoestima em muito se deve ao fato dos adultos acharem que  situações de agressão são casos normais da infância e adolescência. As vítimas de bullying acabam, assiduamente, por sofrer de depressão, que, em casos mais graves, culmina em suicídio (LOPES NETO, 2006)

 As vítimas/agressores, também conhecidas por vítimas provocativas, são aquelas pessoas, que, cansadas dos constantes maus-tratos, tentam defender-se da agressão retaliando (CARVALHOSA; LIMA; MATOS, 2001).

Os agressores, são aqueles que perseguem a vítima  tornando sua vida escolar uma constante tortura. O  comportamento agressivo para com os pares pode ter como origem várias motivações: Nos estudos de  Fante (2003), constatou-se que 80% daqueles classificados como “agressores”, atribuíram como causa principal do seu comportamento, a necessidade de reproduzir contra outros os maus-tratos sofridos em casa ou na escola.

Fante (2005) caracterizou os agressores que tem como motivação a reprodução dos modelos comportamentais agressivos familiares como portadores de uma doença psicossocial expansiva, desencadeadora de um conjunto de sinais e sintomas, a qual denominou SMAR - Síndrome de Maus-tratos Repetitivos.

 

A Síndrome dos maus tratos repetitivos é oriunda do modelo educativo predominante, introjetado pela criança na primeira infância. Sendo repetidamente exposta a estímulos agressivos, aversivos ao seu psiquismo, a criança os introjeta inconscientemente ao seu repertório comportamental transformando-se posteriormente numa dinâmica psíquica mandante de suas ações e reações. Dessa forma, se tornará predisposta a reproduzir a agressividade sofrida ou a reprimi-la, comprometendo, assim, seu processo de socialização.  O portador dessa síndrome possui necessidade de reproduzir contra outros os maus-tratos sofridos tanto em casa quanto na escola, como forma, talvez, de exercer autoridade e se fazer notado, ou por ser a única maneira que lhe foi ensinada  para lidar com as inseguranças pessoais sentidas diante do grupo  de iguais, buscando com  isso reconhecimento, auto-afirmação e satisfação pessoal. (FANTE, 2005 p. 62)

 

Os agressores são indivíduos que apresentam um quociente de emotividade baixo, sendo que este se relaciona com a habilidade de empatia. Uma prova do nível baixo de empatia evidenciado pelo agressor é o fato destes indivíduos, na vida adulta, adotarem comumente comportamentos antissociais e/ou violentos, podendo até apresentar um modo de vida delinqüente (LOPES NETO, 2006). No ambiente doméstico, os agressores, mantém atitudes desafiadoras e agressivas com relação aos familiares. São arrogantes no agir, falar e se vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram (SILVA, 2010).

Thompson e Kyle (2005) consideram que em meios altamente competitivos como o escolar (competitivo em vários sentidos, como, por exemplo, nas disputas por popularidade e auto-afirmação), alguns indivíduos são sempre segregados, o que os priva de importantes interações sociais fundamentais para o desenvolvimento de uma filosofia moral (noções acerca do certo e do errado, das normas sociais de convivência, dos limites e necessidades dos outros, etc.). Quando emerge o senso de significância e a necessidade de se expressarem, isso pode ocorrer através de meios inadequados de expressão, tal como a violência (e algumas vezes a violência extrema).

As testemunhas que,  assistem à agressão constante dos seus colegas e se perguntam quando se converterão nas próximas vítimas não se sentem seguras e, por isso mesmo, decidem não denunciar os casos que presenciam, com medo de serem os próximos alvos. Muitas vezes, a testemunha estabelece relações de empatia e aproximação com os agressores de modo a sentirem-se protegidas por eles, na tentativa de, assim, evitarem ser as próximas vítimas (LOPES NETO, 2006).

 

Possíveis alvos do Bullying

O que se verifica é que determinadas crianças são alvos mais visados e tornam-se mais vulneráveis por possuírem algumas características específicas. De acordo com Fante (2003), as vítimas geralmente são pessoas tímidas, com características físicas marcantes (usam óculos, são obesas, muito magras, ou têm orelha grande) e não costumam reagir às agressões sofridas. Caladas, preferem guardar a mágoa de maneira silenciosa. Os agressores  encontram nos mais tímidos o alvo fácil para chacotas. Silva (2010) afirma que as vítimas tornam-se alvos fáceis e comuns dos ofensores por apresentarem dificuldades significativas de se impor ao grupo, tanto física quanto verbalmente. Enfim, qualquer coisa que fuja ao padrão imposto por um determinado grupo pode deflagrar o processo de escolha da vítima do bullying. Normalmente, essas crianças ou adolescentes “estampam” facilmente as suas inseguranças na forma de extrema sensibilidade, passividade, submissão, falta de coordenação motora, baixa autoestima, ansiedade excessiva e dificuldades de se expressar. Segundo Lopes Neto (2011), a baixa autoestima é agravada por intervenções críticas de adultos sobre o seu comportamento, culpando-os pelas agressões sofridas. Muitas vezes, a tentativa de buscar ajuda, é marcada pela insensibilidade diante de seu sofrimento.

 

Algumas crianças demonstram que os cuidados familiares podem influenciar no seu status social entre colegas. Assim é que muitos alvos de bullying são protegidos por seus pais ou cuidadores, limitando suas habilidades em defender-se e em enfrentar desafios. Outros tratados como eternos bebês, são incentivados a adotar comportamentos infantilizados, retardando seu desenvolvimento psíquico  e emocional, e dificultando seu relacionamento com os de sua idade, mais amadurecidos. Há um grupo em que as crianças são identificadas como bode expiatório. No próprio seio familiar, são alvos de críticas sistemáticas e responsabilizados pelos fracassos e frustração de seus pais. Dessa forma, são agredidos com frases do tipo: “Desde que você nasceu, a minha vida virou um  inferno”,  Você é um traste, não serve prá nada”,  “Some da minha frente, desaparece!”. Quando chegam à escola, muitas vezes buscam relações que os tratem de forma semelhante. (LOPES NETO, 2011 p. 46)

 

O fato de sofrer bullying não é culpa da vítima, pois ninguém pode ser responsabilizado por ser diferente. Na verdade, a diferença é apenas o pretexto para que o agressor satisfaça uma necessidade que é dele mesmo: a de agredir (LOPES NETO, 2005).

 

Consequências do Bullying

Todos perdem com a prática do bullying. As evidências demonstram que a prática do bullying, aliada a tolerância pelos adultos seja importante indicativo de adoção de comportamentos antissociais e violentos imediatos e tardios, como porte de armas, consumo de tabaco, álcool e drogas, atos criminosos, violência doméstica etc. (LOPES NETO, 2011)

 

As conseqüências da conduta bullying afetam todos os envolvidos e em todos os níveis, porém especialmente a “vítima”, que pode continuar a sofrer seus efeitos negativos muito além do período escolar. Pode trazer prejuízos em suas relações de trabalho, em sua futura constituição familiar e criação de filhos. No âmbito da saúde física e emocional, a baixa na resistência imunológica e na autoestima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o suicídio. Para os “agressores”, também poderá haver prejuízo por toda a vida, podendo experimentar a sensação de consolidação de suas condutas autoritárias, tendo como resultados o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os “espectadores”, que é a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional. Dependendo do grau de sofrimento vivido pela criança, ela poderá sentir-se ancorada a construções inconscientes de pensamentos de vingança e de suicídio, ou manifestar determinados tipos de comportamentos agressivos ou violentos, prejudiciais a si mesma e à sociedade, isto se não houver intervenção diagnóstica, preventiva e psicoterápica, além de esforços conjugados   de comunidade escolar (FANTE, 2005 p. 79-81).

 

Com o passar do tempo, as vítimas de bullying tanto podem se recuperar destes traumas sofridos durante o período escolar, como podem desenvolvê-los mais e mais, até entrarem num ponto irreversível, como é o caso do desespero que levado ao extremo, pode culminar em suicídio (LOPES NETO, 2005).

Na vida adulta, as vítimas de bullying manifestam consequências deste período, como sentimentos negativos, seriedade, problemas de relacionamento e até mesmo agressividade. A prática de bullying no trabalho é também umas das consequências que a vítima de violência escolar pode vir a apresentar (ABRAPIA, 2006).

As conseqüências podem durar por toda a vida. São mais sujeitos a apresentar baixa autoestima e quadros depressivos antes dos 23 anos de idade, quando comparadas a grupos de não alvos. Mesmo quando adultos apresentam dificuldades de ordem afetiva. Como profissionais, podem não desenvolver todo o seu potencial, pelo sentimento de insegurança, medo e resistência à exposição pública ou ao convívio social. Existe a possibilidade de sofrerem bullying aí também. (LOPES NETO, 2011, p. 44).

 

Papel dos pais na prevenção do bullying

Um programa de prevenção contra o bullying, envolve a efetividade das práticas educativas parentais pró-sociais, e educadores, continuamente bem informados sobre o bullying: o que é, o que provoca, quais as causas e conseqüências  e parceria conjunta e contínua entre família e escola (TEIXEIRA, 2011).

A efetividade das práticas educativas parentais associadas ao desenvolvimento de comportamentos pró-sociais (monitoria positiva e comportamento moral) e diminuição do uso das práticas educativas parentais associadas ao desenvolvimento de comportamentos de risco (negligência, monitoria negativa abuso físico e psicológico, disciplina relaxada e punição inconsistente) aparecem como fatores importantes na prevenção desses comportamentos antissociais (GOMIDE, 2003).

Gomide (2001) cita que a prática educativa do processo de modelagem de papéis na identificação e nas interações humanas, no que se refere principalmente a normas e valores transmitidos através do modelo parental está ligada aos comportamentos morais transmitidos aos filhos pelos pais, através de seus próprios comportamentos e diálogos referentes a temas como justiça, generosidade, empatia entre outros. Se a intenção dos pais é ensinar o respeito aos limites, é  imprescindível que os filhos vejam os pais respeitando os limites. Não deve haver parcialidade, nem opressão; o que a criança vê e ouve, produz impressões tão profundas que nenhuma circunstância posterior da vida poderá desfazer completamente (WHITE, 1996).

A monitoria positiva caracteriza-se pelo real interesse e acompanhamento dos pais para com a criança. Envolve a demonstração de afeto pelos filhos através de contatos físicos e sociais, de forma que o filho se sinta amado e protegido, sem ter seus direitos cerceados ou haver falta de confiança entre pais e filhos. Segundo Gomide (2003), pais que exercem adequadamente a monitoria positiva tendem a ter elevado repertório de habilidades sociais, que estão ligadas ao desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, já que em um ambiente familiar onde se faça uso dessas habilidades, provavelmente se desenvolvem crianças com adequado repertório de habilidades sociais. Fante (2005), cita que as ações que estimulam a convivência pacífica, por meio da aprendizagem do respeito, tolerância, solidariedade são fundamentais para a prevenção de comportamentos agressivos. Os pais devem atuar no cuidado e na proteção dos filhos, conversando, dialogando, apoiando e determinando limites (SILVA, 2010). É dever da família, proporcionar aos filhos, ambiente emocional seguro, que favoreça a liberdade, o respeito e a dignidade, visando o pleno desenvolvimento do ser. Buscar auxílio, orientação e parcerias junto às escolas e demais segmentos sociais, visando aprender a educar para a paz, por meio de modelos educativos humanistas que desconstruam a cultura da violência e favoreçam a afetividade, o diálogo, a coerência, os limites, o respeito e a tolerância (FANTE, 2005).

O comportamento moral, que se refere a comportamentos ligados à justiça e à moral, à coerência dos pais, às possibilidades de acertos e erros por parte da criança, com a adequada reflexão sobre seus atos  aparece como prática preditora de  competência social. Essa prática, junto com a monitoria positiva, são as práticas que levam ao desenvolvimento de comportamentos pró-sociais (GOMIDE, 2003). Assim, o comportamento moral, ao predizer a competência social, mostra a importância dessa prática como forma de apoio e modelo de repertório para a criança, colaborando para que não se desenvolvam comportamentos de risco. A família deve prover um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrealização com atitudes socialmente produtivas e solidárias (SILVA, 2010). É importante que a família questione quais os modelos de comportamento estão impondo aos seus filhos.

Há muito tempo, pesquisadores do comportamento humano têm considerado a negligência como fator de risco para o desenvolvimento da criança e do adolescente (BOWLBY, 1990). A negligência foi definida por Gomide (2003) como a prática parental envolta por ausência de supervisão e interesse dos pais em relação à vida de seu filho. Nesses casos, os pais agem como espectadores e não participantes da educação, através da falta de atenção, descaso, omissão e até mesmo falta de amor. A negligência é considerada um dos principais fatores a desencadear comportamentos anti-sociais nas crianças, e está associada ao histórico de vida de adolescentes com comportamento infrator (GOMIDE, 2009).

Em oposição à monitoria positiva, a monitoria negativa se caracteriza pela grande quantidade de instruções repetitivas, que não são seguidas pelos filhos e pelo excesso de fiscalização da vida dos filhos. Essa prática educativa causa ambientes familiares estressados e sem diálogo, uma vez que os filhos, ao tentarem proteger dos pais sua privacidade, podem fazer uso de comportamentos agressivos (GOMIDE, 2003).  

Segundo Gomide (2001), a punição inconsistente caracteriza-se pela punição dependente do humor dos pais e não em função do comportamento da criança; assim, havendo inconstância nas consequências do comportamento do filho, este não sabe como agir e aprende mais a discriminar o humor dos pais do que a agir de forma correta. Um número significativo de agressores conviveram com pais indulgentes que, apesar de manterem um relacionamento afetivo aparentemente positivo com os filhos, não os monitoravam, e sequer estabeleciam limites e orientações significativas (CECCONELLO, DE ANTONNI, KOLLER, 2003).

Gomide (2009) caracteriza a disciplina relaxada pelo não cumprimento de regras estabelecidas. Os pais ameaçam e quando se confrontam com comportamentos opositores dos filhos não conseguem exigir o cumprimento das regras estabelecidas. A família, como primeiro contexto socializador da criança, estabelece a base para os padrões comportamentais infantis (GOMIDE, 2001). Crianças expostas constantemente a práticas educativas de disciplina relaxada estarão em potencial situação de risco para o desenvolvimento de comportamentos delinquentes, uma vez que os comportamentos de agressividade e de oposição encontram em tais práticas campos propícios para o seu desenvolvimento (PATTERSON, REID, DISHION, 1992).

Os pais devem acompanhar e cobrar da escola medidas de prevenção contra o bullying. Esta deve prover regras claras contra a prática de  bullying desde o primeiro dia de aula, promoção de  debates, fazendo com que o assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos alunos,  promoção de reuniões para esclarecer sobre o assunto,  prover  a oportunidade de que os próprios alunos criem regras de disciplina para suas próprias classes e também  permitir que os alunos busquem soluções capazes de modificar o comportamento e o ambiente. (SILVA, 2010) A criação de um programa antibullying, se feito de forma contínua e em parceria com os pais, é capaz de prevenir o problema (TEIXEIRA, 2011).

 

Papel dos pais na detecção do bullying

 

A detecção do bullying  envolve, além de prevenção, o conhecimento do fenômeno bem como de todos os sintomas apresentados pela vítima ou pelo agressor. Estudar e conhecer o bullying são fatores essenciais para uma intervenção eficaz (TEIXEIRA, 2011). Perceber e monitorar as habilidades ou possíveis dificuldades que possam ter os jovens em seu convívio social com os colegas passa a ser atitude obrigatória daqueles que assumiram a responsabilidade pela educação (LOPES NETO, 2005)

Na maioria dos casos de bullying, os filhos não procuram os pais e estes não ficam sabendo o que está acontecendo com seus filhos. White (1996), afirma que os pais precisam acompanhar os filhos de perto, porém, segundo Fante (2005), a maioria dos pais não acompanha a rotina dos filhos, o que torna o bullying de difícil identificação por parte dos familiares, porque a “vítima” teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e por vergonha de admitir que está apanhando ou passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão o devido crédito. Os pais devem observar com mais atenção a rotina dos filhos, acompanhar o desempenho escolar, buscar informações na escola, receber os colegas dos filhos em casa e, o mais importante, conversar (SILVA, 2010), visto que a função da família é permitir que o filho exponha seu sofrimento (LOPES NETO, 2005).

Lopes Neto (2005) lista sinais e sintomas possíveis de serem observados em alunos alvos de bullying: enurese noturna, alteração do sono, cefaléia, dor epigástrica, desmaios, vômitos, dores em extremidades, paralisias, hiperventilação, queixas visuais, síndrome do intestino irritável, anorexia, bulimia, isolamento, tentativas de suicídio, irritabilidade, agressividade, ansiedade, perda de memória, histeria, depressão, pânico, relatos de medo, resistência em ir para a escola, demonstração de tristeza, insegurança por estar na escola, mau rendimento escolar, atos deliberados de autoagressão.

Teixeira (2011) menciona ainda alguns outros sinais de alerta que a criança  pode apresentar e que devem ser levados em consideração para detectar possíveis vítimas: criança volta da escola para casa com a roupa e o material rasgado, criança apresenta medo de ir para a escola, criança se recusa a ir para a escola, criança fica mais ansiosa no momento que antecede a ida a escola, criança fica ansiosa com a hora da saída, criança tem poucos amigos, criança tem dificuldade para fazer amizade, criança não é convidada para festinhas de aniversário, criança nunca fala de um melhor amigo ou não traz amigos para casa ou criança apresenta um estado de humor triste.

 Silva (2010) acrescenta que na escola, encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, mos­tram-se comumente deprimidas ou aflitas. Nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas. Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola. Mudanças frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva. Geralmente, elas não têm amigos ou, quando têm são bem poucos; existe uma escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, passeios ou viagens com o grupo escolar. Passam a gastar mais dinheiro do que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros.

Segundo Silva (2010), os agressores também precisam ser identificados. Na escola, fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos, fur­tam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser popula­res na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio. No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos fami­liares. São arrogantes no agir, no falar e no vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convin­cente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos.

 

Papel dos pais no enfrentamento do bullying

 

O enfrentamento do bullying envolve uma parceria contínua dos pais com a escola, comunicação adequada com os filhos que os capacite para fugirem ou lidarem com as situações de bullying, a partir de um conhecimento aprofundado sobre o fenômeno. Pais e educadores devem andar juntos neste combate (TEIXEIRA, 2011). O melhor trunfo para enfrentar o bullying é reconhecer que ele existe e que é necessário buscar e fornecer informações sobre essa prática (o que é, como se caracteriza e como evitá‐la) (FANTE, 2005).

Os pais, ao se tornarem parceiros da escola, devem apoiar, sugerir e participar de ações desenvolvidas pela escola e demais segmentos sociais, bem como cobrar que essas ações aconteçam, visando à diminuição do comportamento agressivo e abusivo entre estudantes (FANTE, 2005).  Lopes Neto (2003) cita que o programa de enfrentamento de bullying criado por Dan Olweus, por meio de intervenções precoce que envolva parceria contínua entre pais, alunos e educadores, é considerado o mais bem documentado e mais efetivo na redução do bullying. Esse programa envolvia a pesquisa da realidade através da aplicação de um questionário (sem identificação do aluno) que realizava o levantamento da realidade escolar. Os dados levantados indicariam a percepção espontânea dos alunos quanto ao bullying.  As perguntas norteadoras do questionário foram: “Recentemente, houve bullying?” “Qual o tamanho do problema?” “Em que local/momento ocorre?” “Alguém interveio?” “Espera-se que haja intervenção?” “Que tipo de agressões houve?”. Após a coleta e apresentação dos dados partiu-se para a criação do grupo de trabalho a fim elaborar ações e estratégias que foram implantadas. Segundo Lopes Neto (2003),  a divulgação do tema deve ser a mais ampla possível, extrapolando o ambiente escolar, finalizando com a avaliação dos resultados. O diálogo, a criação de pactos de convivência, o apoio e o estabelecimento de elos de confiança e informação são instrumentos eficazes. Nas escolas onde pais e estudantes tiveram participação ativa nas decisões e organização, observou-se redução dos níveis de vandalismo e de problemas disciplinares e maior satisfação de alunos e professores.

Segundo Fante (2010), a parceria entre pais e escola, na prática, envolve várias ações relativamente simples e de baixo custo que devem acontecer dentro da escola, apoiadas e cobradas pelos pais visando estabelecimento de normas, diretrizes e ações coerentes de enfrentamento do bullying. As ações devem priorizar a conscientização geral e a garantia de um ambiente escolar sadio e seguro, envolvendo capacitação da equipe escolar por meio de cursos sobre identificação, intervenção e encaminhamento de casos e de oficinas para o desenvolvimento de ações preventivas e promotoras da cultura de paz; elaboração e distribuição de material informativo e educativo sobre o bullying escolar e o programa de enfrentamento, com foco na conscientização; incentivo ao desenvolvimento de ações de enfrentamento por meio de assembléias de estudantes onde, identificando os problemas do grupo/classe e encontrando soluções, sejam criados materiais (gibis, livros, vídeos, cartazes) resultando em publicações que promovam a cultura de paz e o estímulo à arte, ao esporte, ao lazer como estratégias para reduzir o comportamento agressivo; capacitação de pais para a observação, identificação, intervenção e encaminhamento de situações vivenciadas pelos filhos; incentivo ao desenvolvimento de parcerias com as escolas visando orientações na educação de filhos, a redução da violência doméstica e o incentivo ao diálogo na resolução de conflitos; a promoção de métodos alternativos à disciplina de castigos corporais, a suspensão (culpabilização do aluno) e a conversa com pais (culpabilização da família), medidas claramente insuficientes para a abordagem do fenômeno. Deve-se exigir que as escolas tenham procedimentos preventivos e normas claras, objetivas, aplicadas com rigor e transparência; formação de uma equipe multidisciplinar e interinstitucional visando a formação continuada dos educadores; treinamentos através de técnicas de estimulem os alunos a adquirirem habilidade para lidar de diferentes formas com o bullying;  formação de grupos de apoio, que protejam os alvos e auxiliem na solução das situações de bullying. A elaboração de regras e processos pode ser um excelente exercício participativo para a clara compreensão do fenômeno do bullying por todos os envolvidos, estimulando o engajamento dos próprios alunos e suas famílias no enfrentamento do bullying. Fante (2005, p.112),  sugere uma atividade em sala de aula na qual os alunos elaboram uma redação com o seguinte tema “Minha vida escolar”. Se o professor já tem conhecimento dos envolvidos na situação de bullying, a atividade pode proporcionar um efeito maior, pois o professor pode chamar vítima e agressor em particular, reforçando a importância do vínculo,  e estabelecer um diálogo, demonstrando interesse, atenção e compreensão para com ambos, através de um olhar sensível que conquiste a confiança dos envolvidos e demonstre interesse em ajudá-los a resolver tal situação.

Aos alunos autores dos atos de violência, devem ser dadas condições para que desenvolvam comportamentos mais amigáveis e sadios, evitando o uso de ações puramente punitivas, como castigos, suspensões ou exclusão do ambiente escolar, que acabam por marginalizá-los. Estimular a criação ou implementação de uma rede de apoio à criança e adolescente vítima de bullying e seus familiares, composta por profissionais da área de saúde, psicólogos, educadores, visando sua integral proteção; treinamento da equipe de coordenadores e de grupos de estudantes e de pais de estudantes com o objetivo de desenvolver, avaliar e implementar ações anti-bullying.

 A comunicação entre pais e filhos no enfrentamento do bullying envolve  uma relação próxima e íntima entre pais e filhos. Os pais devem conversar com os filhos sobre as práticas envolvendo o bullying e suas implicações, que os ensine a diferenciá-lo das brincadeiras cotidianas, mostrar as possíveis responsabilizações e estimular o envolvimento dos filhos em ações de cidadania e de cultura da paz e nunca revidar as agressões (FANTE, 2005).

É fundamental que os pais exerçam o papel de porto seguro para que a comunicação seja possível. A boa comunicação se dá através de conversas francas sobre o dia a dia, de forma que auxilie na identificação das causas de aquela criança estar sendo agressiva ou recebendo agressões. Ao descobrir que o filho é vítima de bullying, é fundamental não o culpar por alguma atitude mais passiva que tenha tomado, manter uma postura serena e calma evitando comportamentos que possam desencadear mais agressividade ou violência, mas encorajando  a criança a vencer seus medos (LOPES NETO, 2005).

Deve-se elogiar a atitude de relatar o acontecimento (FANTE, 2003).
Os pais não devem ignorar qualquer sinal, nem procurar fazer de conta que está tudo bem, mas é necessário  estimular e orientar os filhos a procurarem ajuda de todos os profissionais da equipe escolar para denunciar qualquer ocorrência de bullying ao invés de revidarem a agressão a si próprios ou a colegas, pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas demonstra aos autores que eles não terão o apoio do grupo (FANTE, 2010).

 

Considerações finais

Inúmeras pesquisas foram encontradas na literatura sobre  a relação família e desenvolvimento de comportamentos agressivos, porém, poucas pesquisas foram  encontradas especificamente sobre a relação entre práticas parentais e o desenvolvimento do bullying.

Apesar dos dados que sugerem fortes influências do meio-ambiente familiar no desenvolvimento de comportamentos de risco, é importante evitar explicações deterministas e lineares. A grande influência exercida pelos pais deve ser compreendida como parte de uma complexa rede de variáveis, boa parte delas de origem social, que explicam a ocorrência do fenômeno do bullying.

O objetivo da pesquisa não é atribuir ou isentar indivíduos de culpa, mas sim apresentar dados e explicações que contribuam para a compreensão do bullying de formas a servir como um alerta para a necessidade de prevenção, detecção e enfrentamento a partir dos fatores de risco. 

Ambientes familiares que proporcionem oportunidades de interações adequadas podem interferir positivamente contra o desenvolvimento de padrões comportamentais inadequados como o  bullying.

A presença de modelos atuantes e reflexivos no dia a dia dos filhos tende a  contribuir para que modelos de vingança e interpretações distorcidas de atos heróicos violentos sejam questionados e modelos funcionais sejam construídos e apresentados aos filhos. Da mesma forma, pais presentes, que acompanham o dia a dia dos filhos, interagindo, monitorando-os positivamente, desenvolvendo um comportamento moral, e se dedicando afetivamente têm condições de identificar que tipo de relações eles vêm estabelecendo em seu cotidiano, percebendo sinais importantes e identificando elementos de risco, e assim proceder com as intervenções e cuidados pelos quais são responsáveis.

A manutenção do afeto positivo, em si, parece não ser contribuição suficiente dos pais para o desenvolvimento dos filhos (apesar de necessária). O monitoramento positivo, estabelecimento de limites, orientações claras e exigências a essas orientações e regras, parece ser imprescindível.

Todas as crianças e adolescentes têm, individual e coletivamente, uma prerrogativa humana de mudança, de transformação e de reconstrução, ainda que em situações muito adversas, podendo vir a protagonizar uma vida apoiada na paz, na segurança possível e na felicidade. Esse desafio depende de uma intervenção interdisciplinar firme e competente, envolvendo a família, a escola e toda a sociedade. Não há projetos antibullying sem o envolvimento de toda a comunidade escolar, professores, funcionários, pais e estudantes (LOPES NETO, 2011).

 

REFERÊNCIAS

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[1] Artigo redigido para Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Aconselhamento

Educacional e Familiar – Centro Universitário Adventista de São Paulo- Campus 2, na cidade de

Engenheiro Coelho, 2011, sob a orientação da Profa. Dra. Karyne Rios.