INTRODUÇÃO

Sabendo que a avaliação nunca antes foi tão discutida e questionada e sendo um mecanismo que orienta e acompanha o processo educativo torna-se inevitável a reflexão sobre a ação que o educador deve ter frente o ato avaliativo.
A partir desta compreensão, escolheu-se o tema: "Avaliação como processo de construção do conhecimento nas séries iniciais do ensino fundamental". A opção deve-se por sabermos da importância e da necessidade de avaliar corretamente os alunos nas séries iniciais nos dias de hoje e para questionarmos o verdadeiro significado da avaliação, mostrando que a mesma é um processo que auxilia no desenvolvimento cognitivo do aluno e não apenas o classifica.
Estando ciente da aflição dos professores, pais e principalmente aluno quando são submetidos a uma avaliação classificatória pretendeu-se aprofundar o conhecimento para que houvesse uma transformação de pensamentos e idéias sobre a avaliação.
Nesta perspectiva, o educador deveria estar preparado para avaliar de forma a não causar bloqueios na vida dos alunos, visando formar indivíduos críticos e pensantes em busca de uma sociedade mais construtiva e menos classificatória.
Esse assunto nos traz muitas inquietações, pois a cada ano vivenciamos cenas preocupantes sobre as avaliações, seus limites e sua importância no meio escolar e é cada vez mais clara a necessidade de mudança, para desta forma termos uma educação capaz de distinguir o verdadeiro significado de avaliar o ser avaliado, pois sem perceber avaliamos a todos sem distinção.
Assim sendo, levantou-se o seguinte problema para a realização desta pesquisa: Como construir o conhecimento utilizando uma avaliação que acompanhe o processo de alfabetização das crianças nas séries iniciais do ensino fundamental?
Traçou-se como objetivo geral: Analisar se avaliação que esta sendo desenvolvida pelos professores serve para a construção do conhecimento no processo de alfabetização das séries iniciais do ensino fundamental. Na tentativa de resolver a problemática inicial e atingir o objetivo proposto traçaram-se as questões norteadoras a seguir relacionadas:
- Será que a avaliação mostra de fato o que o aluno aprendeu?
- Será que a avaliação classificatória pode prejudicar a auto-estima dos alunos nas séries iniciais?
- Será que ao avaliar o aluno o professor o está julgando?
Para garantir melhor organização do trabalho dividiu-se em três capítulos distintos, a saber, no primeiro capítulo aborda-se o referencial teórico no sentido de explicitar ao leitor algumas formas de avaliação que podem auxiliar no processo de construção do conhecimento, tendo como referências os seguintes autores, Luckesi, Demo, Nunes entre outros. No segundo capítulo direcionou a cerca da metodologia utilizada para garantir a coerência do trabalho. Finalmente no terceiro capítulo para responder a indagação optou-se pela pesquisa do tipo descritiva com abordagem qualitativa, tendo como público alvo professores, alunos e pais da Escola Estadual Professor João Maciel Amanajás. Escolheu-se uma amostra simples e intencional, onde se selecionou um total de 02 professores, 08 alunos e 04 pais, da escola citada anteriormente.
Utilizou-se questionários contendo 18 perguntas para os professores, 13 para os alunos e 14 para os pais, todas perguntas abertas. Em seguida aponta-se a analise e interpretação dos dados coletados o que permitiu um estudo amplo dos diversos segmentos da escola acerca da avaliação. Na seqüência aborda-se a conclusão, seguida de referências.














1 AVALIAÇÕES QUE AUXILIAM NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO, NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.


1.1 A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO

A história da avaliação é longa e tem uma trajetória de mais de 100 anos de muitos estudos, mudanças e transformações, tudo para que haja uma melhor maneira de avaliar sem que os avaliados sejam prejudicados.
O primeiro passo da avaliação segundo Ristow (2008) se dá na década de 1920 e na década de 1930, e foi considerado, como um período de mensuração. Neste primeiro momento a avaliação baseava-se na quantidade e não na qualidade, era feita de forma a verificar apenas pontos de erros e acertos. Isso durou 10 anos, pois trouxe muitas dúvidas e inquietações de como realmente estava havendo a aprendizagem ou esse método era apenas uma "decoreba" do conteúdo dado, que depois da avaliação era esquecido.
Então surge o segundo passo da avaliação, sendo que recorrendo a Ristow (2008), vai da década de 1940 a 1950, e é voltada para a verificação de objetivos e para isso acontecer era necessário uma investigação dos objetivos. Feito isso a avaliação poderia responder as dúvidas vistas anteriormente, para assim saber se existiram mudanças e crescimentos na aprendizagem, pois era descrito o que acontecia com o aluno. Neste período a avaliação foi vista como descritiva.
Houve, porém um grande problema, essa descrição não era totalmente suficiente para sanar as dúvidas e para saber se estava cumprindo o papel que era proposto. Existia quase tudo, o educando, a descrição e os objetivos, porém muitas vezes não havia explicações para várias respostas dadas pelos educandos e os professores não podiam julgar e talvez nem soubessem. Se o professor não soubesse julgar o método, com certeza o julgamento seria errado, e prejudicaria o aluno, pois como diz Werneck (2001, p. 68): "Chegou-se, no mundo à visão de que avaliar estava intimamente ligado ao ato de avaliar".
Para os educadores o julgamento não poderia levar em conta os seus valores ou os da instituição que trabalhavam. Era necessário ter padrões e critérios definidos para julgar sem prejudicar o educando porque só assim haveria uma desmistificação da idéia de que quando se avalia o aluno, ele é prejudicado. Mas para que esse julgamento não fosse errôneo, houve a necessidade de alguns professores reavaliarem sua prática e mudar quando preciso. Ainda existem professores que consideram seu modo de avaliar, o melhor e que não falham jamais e é esse o tipo de profissional que fazem com que os professores adquiram "fama" de injustos, carrascos e incompetentes. Não basta apenas observar e descrever é necessário o julgamento, e para isso, o professor tem que ter uma visão mais humana e real dos alunos e da escola.
Neste momento, Ristow (2008), diz que a avaliação dá o terceiro passo, que vai da década de 1960 a década de 1980 e aqui eles trabalhavam o juízo do valor. Neste momento do juízo do valor, aparecem dois novos fatores que são: mérito e relevância. O mérito trata da qualificação, capacitação e merecimento a uma melhora em tudo que acontecia ao redor da avaliação. Já a relevância, que trata das modificações e transformações que acontece a partir do merecido.
Segundo Ristow (2008), ela afirma que na década de 1990 o quarto passo da avaliação, foi tido como o processo de negociação. Assim, para isso se materializar era necessário o diálogo, negociar com os pais, professores, mercado trabalhista e principalmente com os alunos, afinal eles que serão capacitados, pois dialogando com todos, é possível saber o que é necessário ensinar e o que é importante avaliar.
Esse momento oportunizou aos professores estarem sempre abertos a conversar, a saber a opinião dos alunos e poder mudar se fosse preciso. Percebeu-se que o professor não era o dono da verdade e sempre terá o que aprender com o aluno, por isso a negociação foi considerado um grande momento, o passo da qualidade na avaliação, pois não segue um método determinado.
Estamos no século XXI e ainda hoje, após tantas mudanças para melhorar a avaliação, tem professores que classificam seus alunos apenas por números. Infelizmente nem a lei conseguiu mostrar aos professores que a qualidade é importante, pois muitos têm medo da mudança e preferem só a quantidade e não deixam os alunos questionarem.
Pedro Demo deixa claro que é necessário:

Defender critérios transparentes e abertos nos processos avaliativos; a avaliação precisa ser conduzida de tal sorte que o avaliado possa se manifestar e reagir; são inaceitáveis avaliações sigilosas ou feitas pelos chefes exclusivamente, bem como são inaceitáveis meras auto-avaliações. (DEMO, 1997, p. 50)

É preciso que o professor deixe o aluno questionar, argumentar, reagir a algo que o educador argumentou, assim como é de extrema importância que o professor tenha clareza acerca do modo de avaliar. Mostre o que quer de fato, sem "pegadinhas" somente para deixar o educando confuso. Essas formas avaliativas devem ser elaboradas por professores e alunos para não haver surpresas na hora das avaliações.
A legislação atual representou um grande salto qualitativo para toda a comunidade escolar no que se refere ao processo de avaliação. Cabe a estes compreendê-la e desta forma usá-la a seu favor.
Vários educadores falam uma coisa, mas fazem outra, quer dizer a teoria e a prática não caminham juntas. Há escolas que dizem adotar uma abordagem qualitativa ao processo avaliativo, que não "somam" nem "medem" os alunos, porém isso só acontece no papel, para tentar atender as exigências da lei.
Vive-se no século XXI, e cabe ao educador ser crítico, criativo e saber que a avaliação é um meio de conseguir novas informações sobre a aprendizagem e desta forma avaliar melhor o educando.
Quando se avalia, o educador deve aproveitar os resultados obtidos e mostrar para os alunos como a avaliação pode ser importante e que pode trazer para todos novas possibilidades, e se bem trabalhada, novos conhecimentos.
O professor não deve buscar uma receita pronta, pois cada aluno tem seu tempo, seu desenvolvimento, então deve-se buscar sua forma de avaliar.
Hoffmann (1996, p. 186), diz algo muito significativo, ou seja, para ela "estudar avaliação não significa estudar teorias de medidas educacionais". Com isso, pode-se dizer que não adianta só saber todas as teorias, tem que haver uma junção de teoria, prática, experiência, negociação etc.


1.2 CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM FRENTE AVALIAÇÃO ESCOLAR

Existem várias concepções de aprendizagem e é de extrema importância conhecê-las, pois se deve deixar claro que o educador segue o que determinará os mecanismos de avaliação utilizados em sala de aula.
Vale lembrar que as concepções de aprendizagem dependem muito do momento histórico que se está vivendo. Desta forma cabe ao educador não apenas saber a teoria referente às concepções, mas utilizá-las na prática do dia-a-dia. Assim sendo, faz-se necessário falar das principais correntes de aprendizagem, porém brevemente, pois este não é o enfoque principal desta pesquisa.

- Concepção Inatista
Nesta concepção a pessoa tem dons e aptidões que se amadurecem com o passar do tempo (biológico). Segundo Chauí (1997) a criança trás em si todas suas potencialidades. É necessário apenas esperar, uma vez que as capacidades já estão no sujeito no ato do nascimento.
Cabe ao educador apenas ajudá-lo a despertar o que já existe dentro dele. Se o educando não consegue chegar ao conhecimento que o educador passa, é porque este ainda não teve o amadurecimento biológico ou não possui esta capacidade que é inata.

- Concepção Ambientalista.
A criança ou sujeito é visto como uma "folha em branco". É a partir dos contatos com o ambiente que ele construirá o conhecimento que necessita. Assim sendo o educador transmite o que sabe e o aluno apenas recebe. O educando não constrói o conhecimento, apenas adquire.
Nesta concepção tudo é planejado segundo Parra (2002), não há criatividade apenas acontece o que já foi previsto.

- Concepção Piagetiana
Para Piaget o principal ponto de sua teoria está ligado ao fato que o sujeito e o meio se interagem mutuamente, mas os fatores biológicos têm preponderância. Para Piaget o desenvolvimento cognitivo do sujeito se dá através de estágios. Deixa claro que os sujeitos passam durante toda a vida por situações desequilibrantes. Para entrar na zona de conforto e superar algo que está o deixando em conflito é possível acionar dois mecanismos que são a assimilação e a acomodação.


- Concepção Vygotskyana
Para Vygotsky um dos pontos mais importantes são a linguagem e o pensamento. Rego (1986) aponta que quando a criança nasce ela modifica o ambiente e essas modificações vão refletir no comportamento dela no futuro, acontece também a aquisição psíquicas decorrente do meio, existe a base biológica, que é o poder que o cérebro tem de assumir funções atingidas, mas para isso tem que haver a influência do meio. Outro fator é a mediação com o meio através dos instrumentos e os signos e a última tese fala das funções psicológicas superiores, que depende da interação do sujeito e não só do desenvolvimento.
Outro ponto importante é a zona de desenvolvimento proximal, que é aquilo que a criança sabe fazer sozinha e a zona do desenvolvimento potencial que é o que ela ainda não faz sozinha, mas pode fazer com a ajuda de alguém.
Vygotsky leva em conta a história do indivíduo por basear-se no materialismo histórico e dialético.

- Concepção Walloniana
Para Wallon o ser humano passa por vários momentos em sua vida desde o afetivo até motores e intelectuais. E estes momentos Wallon classificou como estágios:
O primeiro foi impulsivo emocional, que esta relacionada ao primeiro ano de vida da criança onde a afetividade é fortíssima.
O segundo é o sensório-motor que vai dos 2 a 3 anos, aqui destacam-se a fase motora e mental, além da criança conseguir manipular objetos, os pensamentos já estão mais fortes, a função simbólica e a linguagem também.
No terceiro estágio que é o personalismo dos 3 aos 6 anos, acontece a formação da personalidade.
O quarto estágio é o categorial dos 6 aos 11 , a criança já consegue dividir, classificar em fim já tem mais autonomia pois já categoriza o mundo.
No quinto e último é o da adolescência começando nos 11 ou 12 anos, há a construção do eu, neste estágio há muitos conflitos morais e existenciais, e volta o campo afetivo.
Estes estágios bem trabalhados a criança alcançará a aprendizagem facilmente. Enfim, estes breves comentários sobre as concepções de aprendizagem têm um único propósito de esclarecer a forte relação entre a avaliação e as concepções de aprendizagem para assim melhorar o entendimento diante da escolha dos mecanismos de avaliação usados em sala de aula.


1.3 MECANISMOS DE AVALIAÇÃO

Existem muitos instrumentos para avaliar o aluno, e várias formas de todos se integrarem no processo de aprendizagem, basta o professor conseguir detectar a necessidade de cada um. Sendo assim é fundamental que o professor utilize todos os métodos necessários para o aluno alcançar o sucesso.
O educador deve tentar saber em que nível de conhecimento o estudante está, para assim dar a verdadeira oportunidade dele se aprofundar, uma vez que segundo Sarubbi:

A avaliação educativa é um processo complexo que começa com a formação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidências de resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados e formulação de um juízo de valor. (SARUBBI: 1971, p. 34)

Sendo a avaliação um processo, cabe ao educador operacioná-la da melhor forma possível, mostrando ao aluno as funções da mesma e que ela serve para facilitar o diagnóstico, ajudar na aprendizagem, entre outras. Mostrar que a avaliação é um meio e não o fim do processo.
Vale lembrar que há várias formas de avaliar o educando, pois a mesma encontra-se no processo educativo, ou seja, faz parte do processo ensino-aprendizagem, onde todos os sujeitos estão envolvidos.
Recorrendo as autoras Gentile e Andrade (2001), há diversas formas de avaliar, pois não existe um método mais eficaz que o outro, cabe ao professor usar os que forem melhores para o bom andamento da aprendizagem do aluno. Desta forma Gentile e Andrade (2001), abordam nove formas avaliativas mais comuns nos ambientes escolares, que são:
- Prova objetiva: É o método mais antigo e com certeza o mais usado. O aluno responde a uma série de perguntas diretas, com apenas uma resposta possível. Pode ser respondida pela "decoreba" não mostrando o que de fato o aluno aprendeu.
- Prova dissertativa: Caracteriza-se por várias perguntas, que exige do aluno a capacidade de resumir, analisar e julgar. Tem como função ver se o aluno tem a capacidade de interpretar o problema central, abstrair acontecimentos, formular e redigir ideias. Não mede o domínio dos conhecimentos e não permite amostragem.
- Exposição Oral ou Seminário: Destaca-se pela exposição oral para os colegas, utilizando a fala e as matérias de apoio apropriado ao assunto. Tem como função transmitir verbalmente as informações colhidas de forma eficaz. O aluno adquire mais facilidade de se expor em público. Faz com que aprenda a ouvir e falar. Oportuniza ao aluno mais responsabilidade e organização, o tornando mais crítico e criativo. O professor deve ter o cuidado de conhecer cada aluno para não comparar a explicação de um tímido e um desinibido.
- Trabalhos em grupos: É muito usado atualmente por causa do tempo reduzido a cada professor em sala de aula. São feitas atividades diversas, desenvolve o espírito colaborativo e a socialização. Tem a vantagem de o aluno escolher como vai expor o trabalho para a classe e possibilita o trabalho organizado, porém o professor deve buscar informações para passar ao grupo e não deve substituir os momentos individuais.
- Debates: Muito interessantes, pois o aluno expõe sua opinião a respeito de temas polêmicos. Ensina o aluno a defender sua opinião com argumentos que convençam. Faz o educando aprender a escutar, pois tem um propósito, a saber, desenvolver a oralidade e a argumentação. O professor deve dar oportunidade para todos falar.
- Relatório individual: É observada a produção de texto feito pelo aluno e ajuda a ver se há uma ligação no que se ensinou e no que está escrito. Pode-se avaliar o verdadeiro nível de compreensão. Deve-se evitar o julgamento.
- Auto-Avaliação: O aluno faz uma análise oral ou escrita do seu próprio processo de aprendizagem. Levando a refletir sobre os pontos fortes e fracos. Através da auto avaliação o aluno aprende a enfrentar e superar suas limitações.
- Avaliação formativa ou Observação: O professor observa e anota o desempenho do aluno. Tem como função, obter informações acerca das capacidades afetivas e cognitivas etc... Descobrir como cada educando constrói o conhecimento seguindo passo a passo. O professor deve fazer as anotações sempre no momento do acontecimento e evitar generalizações.
- Conselho de classe: Reuniões organizadas por determinada equipe. Tem como objetivo compartilhar informações sobre a classe e aluno, para argumentar nas decisões. O ponto positivo é a integração entre os professores e a facilitação na compreensão dos fatos, com os vários pontos de vistas. O professor deve cuidar para não rotular os educandos. Fazer observações concretas não deixando a reunião se tornar uma confirmação de aprovação ou reprovação.
Todas essas formas de avaliar podem ser usadas no cotidiano escolar, segundo Demo (1997, p. 50), "nunca é suficiente apenas um método avaliativo".
Por isso o professor tem que tentar ser e fazer o melhor. Deve insistir em uma educação capaz de mudar os pensamentos de que a avaliação não serve para nada, ao contrário, deve-se apenas encontrar a forma mais adequada para que o aluno mostre o que aprendeu, assim com certeza alcançará o sucesso.
É relevante lembrar Hoffmann apud Bochniak (1992, p. 74), quando afirma que "é através das pequenas iniciativas, dos pequenos passos, das pequenas descobertas que se chega à construção do conhecimento".
Com isso fica claro a necessidade de fazer o melhor, por menor que seja, não importando se o que foi feito é para a satisfação pessoal ou coletiva. Se cada professor fizer a sua parte tudo pode mudar, mas é preciso não deixar de questionar o sistema atual de avaliação, pois é isto que faz os educadores se aperfeiçoar cada vez mais e conseqüentemente melhorar o seu fazer pedagógico.


1.4 RECUPERAÇÃO DE NOTA OU DE CONHECIMENTO

Quando o aluno for avaliado e o resultado não for satisfatório, deve-se reavaliá-lo, porém, antes de tomar essa decisão é necessário estar consciente de que essa avaliação é para recuperar o conhecimento e jamais a nota. Existe grande diferença entre essas duas ações.
Quando o educador avalia com data marcada, apenas para justificar aos pais e professores e provar que fez recuperação, este educador está preocupado não com o aluno e sim na recuperação da nota, ou seja, o professor avalia novamente apenas para satisfações externas e burocráticas. Ele está fugindo do seu verdadeiro papel de educador. Porém, se ele avalia para o crescimento do aluno e seu próprio crescimento de forma significativa, estará recuperando o conhecimento. Este não terá que dar satisfações a ninguém, pois o resultado aparecerá no aluno, no professor e no próprio cotidiano na sala de aula.
Por isso é importante lembrar o que diz Nunes (2000, p. 14), "É preciso modificar a avaliação na escola a nota somente, não expressa nada em relação ao aluno. Ela classifica, mas não tem um significado. As provas devem ser um momento de aprendizagem".
Deve-se ter bem claro que nota não é conhecimento. Os alunos poderão obtê-las através de "decoreba" memorização, que na verdade é aprendizagem de curta duração. Eles devem saber que somente o número, a nota, sem o conhecimento não é nada, não terá utilidade nenhuma à vida. Cabe ao professor mostrar aos educandos, que eles necessitam é adquirir conhecimento, pois só assim o processo de aprendizagem vai acontecer.
Os alunos precisam aprender e desta forma enxergar a realidade e a verdadeira sociedade para conseguir inserir-se no contexto global.
O professor também tem uma tarefa que é redimensionar a sua prática, pois só assim conseguiremos a formação de pessoas críticas, não só alunos, mas professores que são capazes de conseguir distinguir a diferença entre recuperar o conhecimento e recuperar a nota.
Quando o professor entrega uma prova e dá explicações ou corrige apenas para fazer que está recuperando, sem dar significado para aquilo, seu trabalho torna-se desnecessário. Se quiser recuperar, deve pegar a prova e explicar as questões levantadas, corrigir para todos verem onde erraram, mas esses conceitos deverão ser cobrados novamente. Se isso não acontecer com certeza o aluno não vai querer ver o que errou ou querer apropriar-se do que não aprendeu.
Se o docente quer recuperar o conhecimento, que faça com qualidade e competência, para poder lançar o educando em um processo de aprendizagem contínua, onde a nota não seja para medir, e sim para qualificar.
Outro ponto importante quando se fala em recuperação é saber quem deve ser recuperado. Muitos educadores recuperam ou tentam recuperar aquele aluno que tem nota abaixo da média, porém, deve-se recuperar quem não alcançou o cem por cento, pois se o aluno tem sete, ainda estaria faltando trinta por cento de sua aprendizagem. Talvez essa maneira de recuperar apenas quem precisa muito, esteja fazendo a educação ter tantas falhas e esteja contribuindo para professores e alunos se conformarem com metade do que tem direito, e não a totalidade.
Segundo Vasconcellos (1995, p. 86), "O compromisso do professor é com a aprendizagem de todos. Sendo um especialista no ensino, tem que saber lidar com os desafios da aprendizagem, pois é um profissional da educação". Quando todos lutarem pelo mesmo ideal dentro da educação é provável que contribuiremos para dar um novo rumo ao nosso País, no sentido de criar uma outra ordem social.


1.5 O ERRO CONSTRUTIVO E O CASTIGO NA ESCOLA

O erro na avaliação ou no dia-a-dia não deve ser levado pelos professores como uma ofensa pessoal, como se quem não aprendeu é porque não prestou atenção na matéria ou na explicação. Na verdade alguma coisa deve ter acontecido, uma vez que essa questão (avaliação e o erro) é muito complexa. Se o erro for bem trabalhado será muito importante e servirá como fonte de virtude. Luckesi (1994, p. 56), diz que tanto "o ?sucesso/insucesso? como o ?acerto/erro? podem ser utilizados como fonte de virtude em geral e como fonte de ?virtude? na aprendizagem".
O erro e o insucesso em qualquer momento da vida de uma criança pode ser suporte para o crescimento e para o rendimento escolar. Isso não significa que o erro e o insucesso são indispensáveis para o crescimento e que a criança só vai aprender se errar, se não obter sucesso na aula ou na escola, ao contrário, é necessário deixar bem claro que a criança não precisa passar por erro e o insucesso, mais que se ela passar por essa etapa os educadores devem tornar esses erros os mais significativos benefícios.
É importante ressaltar que não se deve fazer do erro um caminho onde todos devem passar. O erro e o insucesso devem servir para levar o sujeito a crescer, para evoluir, sobretudo deve buscar este caminho como significado de sucesso. É necessário que o erro, principalmente na aprendizagem não seja fonte de castigo jamais. O erro deve ser visto e compreendido como conseqüência do acerto.
O castigo não é uma prática recente, ao contrário é muito antiga, onde os docentes castigavam fisicamente os seus alunos, nas mais variadas formas, fazendo os alunos se ajoelharem no feijão ou milho, batendo com régua e palmatória, entre outras. Atualmente quase não existe o castigo físico, mais isso não significa que a "era" dos castigos acabou, ao contrário, continua de forma sutil, uma vez que não deixam marcas no corpo, mas marcas profundas na alma.
Nos tempos atuais, os castigos se tornaram psicológicos e morais. As crianças são ridicularizadas, humilhadas pelos educadores, com frases, palavras e até pelas notas que muitas vezes os professores fazem questão de anunciar a todos em alto e bom som.
O professor cria em sala de aula um clima de tensão, medo e ansiedade. Faz perguntas a um e vai passando por todos os outros, na verdade quer achar na sala aquele que não aprendeu para expor o aluno e indiretamente avisar aos colegas que aprendam se não serão os próximos a ser ridicularizados. Ele pode não falar mais mostra isso ao aluno.
Com essa postura, além do professor culpar o aluno, o próprio aluno começa a se auto punir. Culpar-se por não saber isso ou aquilo, por erros que nem sabe se cometeu. Não há nada que mostre que o castigo físico, psicológico ou moral auxilie ou facilite a aprendizagem escolar ou o desenvolvimento em sala de aula, na verdade alguma coisa está acontecendo de forma errada. É chegada a hora de fazer algo de maneira justa, pois corrigir o erro não significa humilhar ou castigar o aluno. O educador deve verificar onde o aluno errou e reorientá-lo, não esquecendo de mostrar ao aluno a origem do seu erro, de seu insucesso.
Recorrendo a Luckesi (1997), deve-se esclarecer que o erro só existe, pois, já foi construído um padrão, idéias de como agir, pensar e falar, preceitos já estabelecidos por uma sociedade. Se os professores se comportarem de forma arbitrária, sem escutar os educandos estará se direcionando para o passado, onde a única solução para o erro ou para o insucesso eram os castigos, daí com certeza a escola seria a única responsável pelo fracasso de uma criança.
Muitas vezes, os docentes não querem enxergar o que está em sua frente, que o erro que a criança comete muitas vezes é culpa dos professores e da escola e então enxergam a realidade não como ela é, mas como querem enxergá-la, de acordo com seus interesses e conveniência.
Enfim, o professor deve estar consciente de suas obrigações e lembrar que segundo Luckesi (1997), a pedagogia de exames, testes ou avaliações em que vivemos pode causar muitas conseqüências na vida do aluno.
Pedagogicamente, a escola centraliza a atenção nas avaliações e não cumpre sua verdadeira função cognitiva. Luckesi (1997, p. 51) afirma que "nem sempre a escola é a responsável por todo processo culposo que cada um de nós carrega, mas reforça (e muito) esse processo". Sabe-se que com medo e angústia as crianças adquirem fobias e ansiedades que com certeza prejudicam o seu desenvolvimento.
Quando Luckesi (1997, p. 52) diz, "que nem sempre a escola é a única responsável", é porque muitas vezes, os próprios pais ou responsáveis não aceitam os erros ou insucesso de seus filhos. Então a escola não é totalmente culpada, mas também se o pai, mãe ou responsável fazem os filhos se sentirem culpados, talvez, fazem isso por falta de conhecimento.
As escolas e professores, com certeza são os maiores causadores desses sentimentos (culpa) principalmente com alunos das séries iniciais. Esse clima de medo, tensão, ansiedade, fobias e castigos quando o aluno fracassa é o maior responsável pela escola não ser considerada por uma grande maioria, um lugar de alegrias, prazer e satisfação. Desta forma a escola não é eleita como um lugar para ser feliz.
Os professores devem se conscientizar que quando o aluno erra em uma avaliação ou em sala de aula, o educador deve auxiliar na construção do conhecimento.
Psicologicamente a avaliação é inútil, pois desenvolve a personalidade da submissão, e os padrões internalizados em função dela têm sido quase todos negativos. É utilizada de modo fetichizado, sendo útil ao desenvolvimento da autocensura.
Sociologicamente, sendo utilizada de forma fetichizada é bastante útil para os processos de seletividade "social". No caso está muito mais articulada para a reprovação do que para a aprovação, contribuindo para a seletividade social.
Para a avaliação se tornar algo significativo de verdade deve-se transformar os mecanismos de avaliação. Isso só acontecerá através da ação e como somos parte deste processo de transformação, também somos responsáveis pelo processo de ressignificação da avaliação utilizada no interior da sala de aula.
2 A PRÁTICA AVALIATIVA NA APRENDIZAGEM NA ESCOLA

2.1 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR: RETROCESSOS E AVANÇOS

No século XIX até a década de 1950 era unânime a forma de ensinar e tinha como estratégia de ensino a repetição de atividades, cópias de modelos e memorização. O professor adotava a postura de transmissão do conhecimento, e o aluno só bastava absorver o que era ensinado sem espaço para contestação. A turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor os conteúdos repassados pelo professor, essa metodologia foi contestada por Luckesi (2005, p. 37), da seguinte forma:

(...) O papel disciplinador, com o uso do poder, via a avaliação classificatória, o professor representando o sistema, enquadra os alunos -educando-os dentro da normatividade socialmente estabelecida. Daí decorre manifestações constantes de autoritarismo, chegando mesmo a sua exacerbação.

Quem acha que o papel do professor é só "passar" conhecimentos talvez veja a aprendizagem ativa e interativa como um capricho da imaginação teórica ou simplesmente como ilusões de certas propostas pedagógicas. Isso, na prática, reduz o ensino à instrução individual em massa, quando sabemos que ainda existem educadores usando juízos de valores, para marcar seu lugar e mostrar aos alunos que eles têm de ocupar outra posição. Essa prática educativa perdurou por muitos anos, alunos chegavam a ser estigmatizados e sem confiança de si mesmo, eram avaliados por expressões que amedrontavam, utilizando-se das provas como fator negativo de motivação.
Quando um aluno vai mal numa prova, isso pode ter sido provocado por muitos motivos, inclusive uma falha na metodologia de ensino do professor em sala de aula. Mas é sempre mais cômodo culpar a criança do que se avaliar.
Com o surgimento da burguesia, a pedagogia tradicional emergiu e se cristalizou, porém é certo que aperfeiçoou seu mecanismo de controle, destacando a seletividade escolar e seus processos de formação das personalidades dos educandos. O medo e o fetiche são mecanismos imprescindíveis, assim aponta Luckesi (2005, p. 23) que:

Ao longo da história da educação moderna e de nossa prática pedagógica, a avaliação da aprendizagem escolar, por meio de exames e provas, foi se tornando um fetiche. "Por fetiche entendemos uma entidade" criada pelo ser humano para atender a uma necessidade, mas que se torna independente dele e o domina, universalizando-se. (LUCKESI, 2005, p. 23)

A reprodução desse modelo fez com que as crianças oriundas de famílias carentes, quando matriculadas, simplesmente não aprendessem, elas não dispunham de repertório para acompanhar o ensino que privilegiava a transmissão do conhecimento.
A gestão, a organização do espaço e a expectativa em relação ao comportamento não levaram em consideração as diferenças, esperava-se que todas estivessem educadas de acordo com os padrões das classes privilegiadas.
O direito a educação passa a constar de fato na lei a partir da segunda constituição republicana, em 1934. Isso depois de os intelectuais brasileiros, comandados pelo educador Anísio Teixeira (1900-1971), terem produzido o manifesto dos pioneiros da Educação Nova, primeiro movimento intelectual no país a lutar abertamente pelo acesso amplo à Educação como uma forma de reduzir as desigualdades culturais e econômicas. Desta forma podemos acompanhar estas mudanças significativas na educação brasileira através da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9. 394 de 1996 no título II do artigo 3, diz que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - Igualdade e condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, arte e o saber;
III- Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - Respeito à liberdade e apreço a tolerância;
V ? Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI ? Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII ? Valorização do profissional da educação escolar;
VIII ? Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX ? Garantia de padrão de qualidade;
X ? Valorização da experiência extra-escolar;
XI ? Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; (LDB, 1996)

Este movimento nasceu por volta de 1960 sob a influência das idéias do movimento da Escola Nova que tinha como foco principal a aprendizagem do aluno como um ser social, que dizia não se importar com o resultado, mas com o processo e, principalmente a experiência. Havia a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno durante as atividades em classe, as estratégias de ensino não apontavam o certo ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções culturais para influenciar a turma. A idéia é que o estudante exponha suas inspirações internas.
O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1992, assinado pelo Brasil, afirma que: "A Educação é direito de toda pessoa. Ela deve visar o pleno desenvolvimento da personalidade humana e capacitar todos a participar efetivamente de uma sociedade livre".
No que diz respeito à LDB nº 9. 394, de 20 de novembro de 1996, no artigo 2 diz que:

A educação é um dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Neste contexto, hoje a educação é uma obrigação do Estado e das famílias. A escola pública teve e tem de se adaptar para receber a parcela da população antes excluída e com padrões culturais diferentes daqueles aos quais ela estava acostumada.
Podemos constatar que a educação no Brasil discutida hoje, como um direito foi o resultado de muitas lutas anteriores, como já vimos, essas garantias são anos de lutas, isso significa o marco na trajetória democrático do Brasil. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura a criança e adolescentes o direito à educação formal, como podemos ver em seu capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer, artigo 53, diz que:

A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.


As crianças e os adolescentes têm, pois, garantido, no Brasil, o direito ao ensino, a educação. A constituição delega ao Estado o dever para com esses cidadãos, mais cabe a cada um reivindicar a efetivação desse direito, que nem sempre é efetivado de forma eficiente.
Portanto, como observamos os municípios tem o dever de priorizar a educação infantil e principalmente o ensino fundamental, para que haja uma melhor educação e, haja a aquisição e construção do conhecimento do aluno e o mesmo possa contribuir com a sociedade.


2.2 MODALIDADES E FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO ESCOLAR:

O ensino no Brasil que antecedeu o período republicano tinha como base a educação jesuítica em 1549, segundo Pinto (2002), os conteúdos tinham um papel de domesticação e adestramento, com visões bíblicas somente para ensinar a ler e a escrever. A metodologia utilizada era a tradicional, que tinha como princípio levar os alunos, a saber, dados e fatos na ponta da língua, o saber do professor deveria se manter neutro diante dos alunos e se ater a passar os conhecimentos sem discuti-los, usando para isso a exposição cronológica. Na hora de avaliar, provas orais e escritas eram inspiradas no livro de catequese, com perguntas objetivas e respostas diretas. Essa postura em sala de aula só seria questionada no início do século XX.
Novas fontes de aprendizagem como, visitas a museus e exposições, foram incorporadas com o objetivo de fazer o aluno pensar e não apenas decorar o conteúdo. Os conteúdos de Piaget (1896 - 1980) e de Vygotsky (1896 - 1934), contudo começaram a ser divulgadas, trazendo teorias que influenciaram mais e a idéia de que aprender é decorar, começou a mostrar sinais de fragilidade, como ressalta Luckesi (2005, p. 28):

Estando a atual prática da avaliação educacional escolar a serviço de um entendimento teórico conservador da sociedade e da educação, para propor o rompimento dos seus limites, que é o que procuramos fazer, temos de necessariamente situá-Ia num outro contexto pedagógico, ou seja, temos de, opostamente. Colocar a avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada com a educação como mecanismo de transformação social.

Neste contexto, em qualquer nível de ensino em que ocorra, a avaliação não existe e não opera por si mesma, está sempre a serviço de um projeto ou de um conceito teórico, ou seja, é determinada pelas concepções que fundamentam a proposta de ensino. Numa época em que os modelos de avaliação contínua ganham forças nas escolas e nos livros de formação, avaliar o aluno conforme as teorias da avaliação é incentivá-lo rumo ao processo de ensino aprendizagem, neste sentido abordaremos as avaliações: diagnóstica, formativa e somativa, dentro de seus conceitos, como seus avanços e a arma do aluno e do professor avançar em todas as etapas e, contudo para garantir a eficácia e eficiência do processo avaliativo.


2.2.1 Avaliação Diagnóstica:

A avaliação diagnóstica é aquela que ao iniciar um curso ou um período letivo, dado a diversidade de saberes, o professor deve verificar o conhecimento prévio dos alunos com a finalidade de constatar os pré-requisitos necessários de conhecimentos ou habilidades imprescindíveis de que os educandos possuem para o preparo de novas aprendizagens.
O diagnóstico deverá ser feito diariamente durante as aulas com a retomada de objetivos não atingidos e a elaboração de diferentes estratégias de reforço (feedback), assim declara Sant?anna (2009, p. 33):

O diagnóstico se constitui por uma sondagem, projeção e retrospecção da situação de desenvolvimento do aluno, dando-Ihe elementos para verificar o que aprendeu e como aprendeu. É uma etapa do processo educacional que tem por objetivo verificar em que medidas os conhecimentos anteriores ocorreram e o que se faz necessário planejar para selecionar dificuldades encontradas.

Este é um momento recíproco, em que o aluno e o professor de forma integrada reajustarão seus planos de ação, que poderá auxiliar o professor em outras avaliações. E tem como objetivo determinar a forma para qual o educador deverá encaminhar, através do planejamento, sua ação educativa.
Pode ser considerado como o ponto de partida para todo trabalho a ser desenvolvido pelo educador, em favor a esta educação Hoffmann (2008, p. 59), tece a idéia de que, "os alunos não aprendem sem bons professores", é estar presente em todos os momentos que favorece o diagnóstico do aluno. A avaliação só será eficiente e eficaz se ocorrer de forma interativa entre professor e aluno, ambos caminhando em mesma direção, em busca dos mesmos objetivos.


2.2.2 Avaliação Formativa:

A avaliação formativa enfoca o papel do aluno, a aprendizagem e a necessidade de o educador repensar o trabalho para melhorá-lo, cuja função controladora sendo realizada durante todo o ano letivo. Localiza deficiências na organização do ensino-aprendizagem, de modo a possibilitar reformulações no mesmo e assegurar o alcance aos objetivos.
Essa modalidade de avaliação é orientadora, porque orienta o estudo do aluno ao trabalho do professor, prevê que os estudantes possuem processos e ritmos de aprendizagem diferentes, sendo que cada professor está comprometido com sua ação recíproca de conhecimento.
Segundo Cool (1996), apud Silva (2004, p. 31) referencia que:

A escola é a instituição escolhida pela população para desenvolver práticas educativas sistematizadas no intuito de possibilitar a construção das identidades pessoais e coletivas. Processo pelo qual nos encontramos e nos transformamos em cidadãos para vivemos na floresta de pedra, complexa e conflituosa da sociedade. A passagem da condição natural do homem e da mulher para a cultural toma como principal caminho a dinâmica educativa, sendo a escola a principal instituição responsável por orientar a construção identitária dos sujeitos.

Neste contexto, a avaliação considera que o aluno aprende ao longo do processo, que vai reestruturando o seu conhecimento por meios das atividades que executa, para isso, é preciso propor ações transformadoras por meios das quais sejam mobilizados novos saberes.
A informação procurada na avaliação se refere às representações mentais do aluno e as estratégias utilizadas para chegar a um determinado resultado. É através da avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estímulos para um estudo sistemático.
Ela permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, orientando-o na formulação do seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. Desse modo o docente continuará seu trabalho ou irá direcioná-lo, de modo que a maioria dos alunos alcance. Desta maneira Freire (1989, p. 03) relaciona que:

A observação é o que me possibilita o exercício do aprendizado do olhar. Olhar é como sair de dentro de mim para ver o outro. É a partir da hipótese do momento de educação que o outro está para colher dados da realidade, para trazer de volta para dentro de mim e repensar as hipóteses. É uma leitura da realidade para que eu possa me ler.

Essa observação vem informar ao professor e ao aluno sobre o rendimento da aprendizagem durante o desenvolvimento das atividades escolares. A avaliação que procede à ação de informação e formação possui como objetivo ajustar o conteúdo programático com as reais aprendizagens, por ser uma avaliação informativa e reguladora, justifica-se pelo fato de que, ao oferecer informação aos professores e alunos, permite que estes lêem suas ações. Assim o professor faz regulações, no âmbito do desenvolvimento das ações pedagógicas, e o aluno conscientiza-se de suas dificuldades e busca novas estratégias de aprendizagens.
Um dos pontos fundamentais para este processo é o diálogo, ele perpassa por uma proposta construtivista de ensino, garantindo um processo de intervenção eficaz e uma relação de afetividade, que passa contribuir para a construção do conhecimento. Perrenoud (2002, p. 143) esboçou o seguinte pensamento:

A aprendizagem é um processo complexo e caprichoso. Por vezes, alimenta-se da interação, da comunicação, quando nada pode ocorrer na ausência de solicitações ou de feedback exteriores. Em outros momentos, são do silêncio e da tranqüilidade que o aluno necessita para reorganizar suas idéias e assimilar novos conhecimentos.

É preciso ressaltar que, numa avaliação formativa, professor e aluno precisam ter uma participação ativa, ela torna-se um meio ou um instrumento de controle da qualidade objetivando um ensino de excelência em todos os níveis de todos os cursos e estará a serviço da qualidade educativa, dentre outros, cumprirem o seu papel de promoção do ensino, o qual irá guiar os passos do educador. Ela precisa possuir o caráter de contribuição para a formação do aluno e, não apenas, classificar e medir a aprendizagem.


2.2.3 Avaliação Somativa:

A avaliação somática tem por função básica a classificação dos alunos, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino, classificando o aluno de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos: acesso como ingresso, por oferta de vagas no ensino público; acesso a outras séries e graus de ensino, por permanência de aluno em sala de aula, através de um processo de aprendizagem contínuo e que lhe possibilite, de fato, o acesso a outros níveis de saber ignorando a evasão escolar, portanto Hoffmann (1993, p. 13), enfatiza que:

É preciso saber que o acesso (a outros níveis) passa a ser obstaculizado pela definição de critérios rígidos de aprovação ao final dessas séries, estabelecidos à revelia de uma análise séria sobre seu significado e com uma variabilidade enorme de parâmetros por parte dos educadores, entre eles os alfabetizadores. Pretendendo alertar, pois, que os professores são muitas vezes coniventes com uma política de elitização do ensino público e justificam-se através de exigências necessárias à manutenção de um ensino de qualidade.

O que queremos enfatizar é que o professor não deixe de usar instrumentos de testagem como provas, exercícios escritos, produção textual, trabalhos individuais, mas que estes sejam acompanhados pelo mediador com a intenção de observar e investigar sobre o momento de aprendizagem em que o aluno se encontra, ou seja, problematizar as situações de modo a fazer o aluno ele próprio, construir o conhecimento sobre o tema abordado de acordo com o contexto histórico e social e político o qual está inserido, buscando a igualdade entre educador - educando, onde ambos aprendem, trocam experiências e aprendizagens no processo educativo. Conforme a idéia de Sant?anna (2009, p.36):

Nossa opinião é de que não apenas os objetivos individuais deviam servir de base, mas também o rendimento apresentado pelo grupo. Por exemplo, se em número x de questões a classe toda ou uma porcentagem significativa de alunos não corresponde aos resultados desejados, esta habilidade, atitude ou informação deveria ser desconsiderada e retomada no novo planejamento, pois ficou constatado que a aprendizagem não ocorreu.


Concluímos que, a avaliação somativa deva se processar conforme os parâmetros individuais e grupais, pois este processo, objetiva melhorar a aprendizagem.


2.3 AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO PARA ANALISAR O PROCESSO

Nos dias atuais, muitos professores ainda medem a capacidade do educando e não os qualificam, porém existe um problema que desencadeia muitas inquietações para quase todos os professores, uma vez que avaliam os alunos, mas não permitem que sejam avaliados. Talvez isso aconteça porque muitos educadores se acham os "donos" da verdade, acham que não erram e por este motivo não precisam ser avaliados. Os professores precisam se conscientizar que a avaliação será ótimo para seu rendimento como profissional, como pessoa e será muito importante para escola e alunos.
Se o professor avalia terá que dar oportunidades para que seu aluno ou quem for necessário (colegas, diretores, coordenadores, pais etc...) possam avaliá-lo, como diz Demo (1995, p. 34), "Se avalio não posso impedir que me avaliem, pois avaliar e ser avaliado fazem parte da mesma lógica. Quem foge da avaliação perde a oportunidade de avaliar".
São exatamente estas palavras de Demo (1994), que expressam os verdadeiros significados de "dar" e "receber", pois quando o professor dá a nota, o aluno, também deve avaliar. Assim, todos receberão uma nota e isso poderá ser de grande importância para ambos, servindo para mudar seu método se necessário ou para ver onde é possível melhorar ou continuar, para alcançar os objetivos previstos.
Não se pode e nem se deve, ter uma prática que só é válida para os alunos, isso não tem lógica. Os professores também devem ser avaliados. Quando isso não acontece, impede-se o aluno de dar sua opinião, expressar o que sente sobre a prática do professor e ainda o reprime, pois ele tem opinião.
Muitos ousam falar que quando se avalia o aluno é para ver se ele aprendeu, se assimilou, se cresceu. Então o ideal é que se os educadores forem avaliados também terão a chance de melhorar e serem capazes de distinguir o significado de ser avaliado e não levar isso para o lado pessoal, pois muitas vezes o aluno não tem nada contra seu modo de agir profissionalmente.
Não se deve esquecer que às vezes é muito mais fácil avaliar, que ser avaliado, pois quando avaliamos vimos apenas o fracasso e erros dos alunos e quando somos avaliados corremos o risco de ter que enxergar como somos frágeis em alguns aspectos e como às vezes, somos injustos e incoerentes com a própria prática.
Ensina-se sempre o que é ser bom e ruim, justo e injusto, então se deve usar isso na prática, pois desta forma mostra-se aos alunos que todos têm os mesmos direitos e deveres, assim verão que não há distinção entre educadores e educandos.
Pois segundo Vasconcellos (1995, p. 78) "a avaliação deve atingir todo o processo educacional e social, se quisermos efetivamente superar os problemas". Para assim podermos mudar a realidade educacional de nosso país e quando se fala atingir todo o processo, deve valer de fato a todos os profissionais e não apenas alguns, para dessa forma haver uma melhoria na educação.


2.4 A AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO FATOR PREPONDERANTE PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Até o século XIX, o ensino ficava a cargo da família ou de pequenos grupos, sendo que cada ensino de seu jeito. Depois a escola assumiu o papel de formalizar os conhecimentos, ampliá-los sistematizá-los comuns a todos, conforme a constituição federal de 1988, no capítulo III, do artigo 205, rege que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Boa parte da educação oferecida pela família foi deslegitimizada.

Agora a situação é diferente, a família antes afastada, está sendo convocada a participar da escola, com isso possibilitando a família a participar do que acontece dentro da escola. Hoffmann (2008, p.41 e 42) diz que:

[...] a qualidade do ensino nas escolas não depende dos pais ou de sua "cobrança", mas da atuação competente dos profissionais que ali atuam, somada à adequada infra-estrutura das instituições; quaisquer reformulações pedagógicas devem ser decisões de profissionais da educação, embasadas em fundamentos teóricos consistentes.

Outro fator observado na fala de alguns professores, em reuniões de pais, é a questão de notas referenciando o aluno A, B ou C, com baixo ou péssimo rendimento escolar focando o aluno como único culpado. É evidente que nós, educadores temos que comunicar aos pais as notas do seu aluno, mas será que é só mostrar as notas? É claro que os pais precisam entender o que seus filhos sabem e o que não sabem (se aprenderam ou não, o que foi ensinado na escola), e essa função está nas mãos do educador em explicar qual é a estratégia de ensino ou conteúdos atuais, a forma que ele (o aluno) foi avaliado e como foi desenvolvido o conteúdo. Hoffmann (2008, p. 42) interpreta a ação do professor diante da sociedade: "Nesse sentido, resgatar a credibilidade da sociedade quanto à competência dos professores é uma das condições necessárias para qualquer avanço". Sabemos que vários fatores influenciam o aproveitamento do aluno, se a escola e a família buscam ações coordenadas, os problemas são enfrentados e resolvidos.
O comportamento do aluno vem sendo motivo para muitos professores, como fator principal do desrespeito com sua pessoa, embora não esteja ligado diretamente ao aprendizado, mas é visto e julgado como obstáculo da sala de aula por educadores, que chegam a dar nota ao comportamento de cada aluno, como forma de punição.
É neste contexto que o professor precisa conscientizar-se que a socialização também é um conteúdo escolar, especialmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental, porém precisa ser trabalhada sem estigmatizar o aluno, avaliando diariamente, oferecendo estratégias de ensino com o objetivo de chamar a atenção do aluno.
Tendo como objetivo, observar mudanças tanto no comportamento como no desenvolvimento aos objetivos propostos. Neste sentido faz-se importante refletir o que Hoffmann (2008, p. 55) estabelece:

Não tenho a pretensão de dizer que se conhece verdadeiramente a pessoa do aluno apenas convivendo com ele algumas horas semanais. Por vezes, um educador, por mais que tente, não consegue conhecer os estudantes em um mês, em um semestre, em um ano. O desenvolvimento, como processo de significação de mundo, é sempre dinâmico e, portanto, as reações individuais são inesperadas, inusitadas. Mas, conviver e sensibilizar é o compromisso do educador, por um lado, e, por outro, a grande magia da tarefa. Pressupõe manter-se permanentemente atento a cada aluno, olhando para traz e o agora, ou seja, procurando captar-lhe as experiências vividas para poder cuidar mais de quem precisa mais.

É normal que se tenha essa situação como desafiadora para a escola e em especial ao professor. Como mediador ele pode recorrer ao serviço pedagógico para auxiliá-lo no que for possível (é bom lembrar que ele precisa usar estratégias durante a aula como forma de chamar atenção, ou mesmo de envolver o educando durante o processo). O serviço pedagógico é um recurso que ajuda o professor caso suas tentativas tenham se esgotado.
Sabemos que os diferentes graus de desenvolvimento dentro de uma turma não podem servir de desculpa para que só alguns alunos aprendam. Acompanhar estudante é prever intervenções personalizadas e atividades diferenciadas para que cada um ou todos possam avançar.
Segundo Luckesi (2005, p. 88 a 89) relata a respeito da avaliação escolar:

Para coletar os dados e proceder à medida da aprendizagem dos educandos, os professores, em sala de aula, utilizam-se de instrumentos que variam desde a simples e ingênua observação até os sofisticados testes, produzidos segundo normas e critérios técnicos de elaboração e padronização.

Essa operação com resultados da aprendizagem é o processo de medir, que muito ainda se vê em sala de aula, sabemos que se torna um ato necessário por conta da sistematização do ensino brasileiro que descreve no seu artigo 21, do capítulo V, do parágrafo 1 estabelece que; A unidade escolar deverá ainda, em seu regimento estabelecer o conceito percentual ou nota mínima para a promoção do aluno.
O que se alerta, de fato, é quanto à prática avaliativa de maneira ainda tradicional, que vem com a intenção exclusivamente de "verificar" ou "registrar" se o aluno aprendeu ou não aprendeu o que se pretendia. Luckesi (2005, p. 89), define está prática como ponto de partida:

Importa-nos ter clareza que, no momento real da operação com resultados da aprendizagem, o primeiro ato do professor tem sido, e necessita ser, a medida, porque é a partir dela, como ponto de partida, que se pode dar os passos seguintes da aferição da aprendizagem.

Esses registros do passo a passo, servem para o professor pensar sobre as escolhas didáticas e perceber onde estão os nós do próprio trabalho, tendo como base o diagnóstico sobre os pontos em que os alunos têm dificuldades e o que os faz avançar e pode-se pensar em modificações e intervenções necessárias.
O planejamento diário é essencial para uma boa avaliação, pois sem ele torna-se impossível fazê-lo. Não há avaliação sem planejamento e este deve ser anterior de toda ação e tão importante quanto o encadeamento da seqüência é observar a evolução da classe e atentar para as adaptações que podem ser necessárias no meio do processo. Todos os passos de uma sequência didática devem ser complementares, e precisam propor um aumento gradual de dificuldade, quando Vasconcellos (2008, p. 68), debate este procedimentos usados por professores em sala de aula:

Alguns professores cobram "criatividade" na hora da avaliação, quando todo o trabalho em sala de aula está baseado na repetição, na reprodução, na passividade, na aplicação mecânica de passos que devem ser seguidos de acordo com modelos apresentados. Ora a criatividade é fundamental na formação do educando e do cidadão, mas ela precisa de uma base material: ensino significativo, oportunidade e condições para participação e expressão das idéias e alternativas, compreensão crítica para o erro, pesquisa, diálogo. (VASCONCELLOS 2008, p. 68)

Nesta direção, ensinar e garantir que os conhecimentos façam um sentido amplo para todos os estudantes em sua vida e para além da sala de aula, ou seja, para que possam efetivamente, construir e promover uma educação de qualidade. Sabemos que, ninguém duvida que ensinar é o principal papel da escola, e o diálogo faz parte dessa conquista.






















3 AS ETAPAS QUALITATIVAS DO PENSAR E DO FAZER PEDAGÓGICO

3.1 AS QUESTÕES METODOLÓGICAS E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

3.1.1 Metodologia
Sendo um procedimento que não pode ser desvinculado da ciência, pois conforme a fala de Demo (1995 p. 19), "Metodologia trata-se das formas de fazer ciência. Cuidados procedimentos, das ferramentas dos caminhos, a finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e prática".

3.1.2 Caracterização da Pesquisa
Para realização do presente trabalho optou-se pela pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, pois tratou-se de analisar dados referentes a existência da relação sujeito e realidade, buscando conhecer os conceitos à luz do referencial teórico e também refletir acerca das falas dos questionados para verificar como está sendo discutido, no interior da escola pesquisada, a questão da avaliação escolar.

3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS
Para a coleta de dados optou-se pela amostra simples e intencional de entrevistas com 2 professores, 8 alunos e 4 pais da escola João Maciel Amanajás.
Antecipadamente fez-se contato com direção da Escola solicitando o espaço e a disponibilidade para a realização da entrevista e algumas pesquisas. Foi feito a entrevista com as perguntas do questionário com os professores, alunos e pais com início no dia 06/09/2010 e finalizando no dia 10/09/2010.

3.2.1 Instrumentos
Para proceder a coleta de dados, escolheu-se questionários semi-estruturado, com perguntas abertas, compostos por 15 perguntas para os professores, 13 para os alunos e 14 para os pais.
3.2.2 População Alvo
Optou-se por profissionais que trabalham na Escola Estadual João Maciel Amanajás, e também com a participação de pais e alunos.
A escola Estadual João Maciel Amanajás, localizada na zona rural, às margens do Beira Amazonas, na comunidade de Ipixuna Miranda, no município de Macapá ? AP, tem em seu quadro de funcionários 2 professores, 4 vigilantes, 2 merendeiras, 2 serventes, 6 transportes escolar (lancha) e atende 138 alunos do Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio. A escola possui 1 vídeo, 1 televisor, não tem sala de biblioteca, tem computador, porém, os alunos não tem acesso, tem 4 salas, 2 (dois) banheiros, 2 alojamentos para professores, tem cozinha, refeitório e sala da diretoria.

3.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

O objetivo desta etapa é analisar e discutir os dados coletados na pesquisa. Procurando compreender a fala dos educadores, educandos e pais sobre a avaliação.
Discutir a avaliação além de polêmico é algo instigante que faz com que os educadores reflitam sobre práticas, conceitos e procedimentos.
Para analisar as falas dos educadores, alunos e pais dividiu-se em categorias, uma vez que elas possibilitam uma melhor compreensão das falas coletadas. Assim, para dar conta de responder a indagação inicial, escolheram-se as seguintes:
I - Concepção de avaliação ? refere-se a concepção, opinião e entendimento dos educadores, alunos e pais sobre a avaliação.
II - Formas avaliativas ? refere-se como os educadores avaliam os alunos em sala de aula.
III - Nota x Aprendizagem ? busca discutir se os alunos aprendem de fato com a avaliação.


I - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
Procurando compreender as respostas dos educadores, alunos e pais, percebe-se que a maior parte dos questionados tem uma visão correta sobre o conceito de avaliação.
Vejamos algumas falas:
- "No caso é a forma como eu avalio os alunos que estudam comigo... eu trabalho com duas formas de avaliação, mas a primeira eu já descartei. Eu avalio no aluno o que ele produz no dia a dia, não por uma prova, num horário que ele não esteja... digamos que eu faça uma prova como aquelas tradicionais e coloco as questões pro aluno responder, só que tem um dia que talvez ele não estudou, eu sei que ele sabe e na avaliação talvez tenha ficado nervoso, coisa parecida, e não responda aquilo que a gente tenha pedido. Então eu não avalio ele dessa forma, eu avalio ele no dia a dia, que eu sei os conhecimentos que eles tem sobre determinados assuntos".
Percebe-se na fala do professor que as provas não fazem mais parte do ato do avaliativo, sendo que o aluno é avaliado dentro de um processo que é feito com trabalhos que o educar passa, ou seja, as atividades. Vejamos outra fala:
- "Bom pra mim avaliação é assim, é uma maneira de saber se realmente o meu trabalho está tendo êxito, porque eu tenho que passar um conteúdo. Os conteúdos que eu passo, todos eu vou avaliando eles assim com atividades e ver se o que eu estou fazendo se está tendo produção, no caso assim o que eu estou repassando pro meus alunos esse tipo de avaliação são as atividades do dia a dia que eu passo e vou avaliando assim na participação, no interesse, no que eles entenderam sobre o que eu passei pra eles, é assim que eu vou avaliar. Não avalio com prova porque aquilo amedronta qualquer um. Eu me lembro que quando na minha época também, aí tal dia é dia de prova. Aqui assim não, eu já vou avaliando conforme a criança vai produzindo".

Nota-se que os professores tem um conceito bem formulado de avaliação e que não tratam a avaliação como um único sentido de medir, julgar. Mas nesta ultima fala percebe-se que o interesse do professor é apenas que o aluno aprenda o conteúdo e não trabalha com a história do aluno, sendo que os educandos não são seres vazios que aprendem só na escola, mas que trazem "bagagem", conhecimento e é através deste conhecimento que os educadores devem trabalhar o todo e não apenas uma pequena parte.
Isso porque quando o professor trabalha com o aluno o que ele já sabe fazer sozinho é o desenvolvimento real, porém quando o educador ajuda o aluno a resolver questões ou problemas, auxilia para ele conseguir fazer, está trabalhando o desenvolvimento proximal, pois ele sabe fazer, porém com a ajuda de alguém.
Desta forma este professor mostra ter uma boa teoria, pois se faz mediador para o aluno chegar ao conhecimento, ajudando nos momentos de dificuldade, facilitando o sucesso da criança na escola. Porém as maiorias das falas dos pais e alunos mostram que tem um conceito de avaliação mais tradicional.
Vejamos algumas falas:- "Avaliação... eu acho que é pra ver se o aluno realmente aprendeu sim ou não" . Nesta fala percebe-se o conceito de avaliação como algo que seja necessário para o aprendizado do aluno. Vejamos outra fala: - "É um trabalho que o professor passa, para os alunos tirarem os pontos (nota) pra no final do ano o aluno passar."
Nota-se nas falas dos pais de que estes vêem a avaliação simplesmente como provas, e que os professores não levam em conta mais nada no aluno. Alguns pais ainda acham que os educadores fazem avaliações, apenas para julgar, classificar ou medir seus filhos, talvez por eles (pais) terem tido uma avaliação muito rígida, de provas que não os qualificava só os mediam. Isso mostra como ainda em pleno século XXI, o tradicionalismo é forte e constante. Este fato traz à tona a falta de informação e convivência dos pais nas escolas e como sabem pouco sobre as formas avaliativas usados nos dias atuais. Percebeu-se como os pais e alunos estão carentes de conhecimento e infelizmente passam anos com os filhos nas escolas sem conhecer como o filho é avaliado. Isso está claro nas respostas dadas.
Vejamos algumas falas: - "Não. Os professores nunca falaram sobre isso" . Isso mostra que maioria dos professores acham que não devem informar aos pais os métodos que utilizam para avaliar os alunos, e os mesmos (pais) pouco participam da aprendizagem dos filhos deixando a responsabilidade para o professor.
Vejamos mais uma fala: - "Não" . Através destas falas é evidente que a maioria dos pais, não sabem como os filhos são avaliados, eles apenas acham ou gostariam que fossem dessa ou daquela forma ou que era através de trabalhos, comportamento, etc. Porém os pais não procuram saber com os professores o que seria o ideal. Isso trás muitas dúvidas e inquietações, pois fica a imagem de que a escola tem responsabilidades de educar e cuidar dos filhos e que para os pais basta mandá-los para a escola.
Às vezes parece que os pais pensam que mandando para escola estará tudo resolvido, pois seus filhos já estão destinados a escola e por isso não precisa auxiliá-los no processo educativo. Essa idéia nos faz lembrar o inatismo que afirma: "nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, [...]" (Chauí, 1997, p. 69).
Cabe ao professor tentar fazer mudar essa realidade, para assim a responsabilidade ser dividida entre todos, desta forma o sistema educacional e os profissionais da educação sejam valorizados e capazes de formar cidadãos atuantes na sociedade buscando sempre o melhor.


II - FORMAS AVALIATIVAS
Nessa categoria percebe-se que todos os professores avaliam seus alunos num todo, levando em consideração tudo que é feito em sala de aula.
Isso é muito importante, pois cada aluno tem sua individualidade e se o professor utiliza meios para o aluno, mais ele se desenvolverá. Fica claro isso quando recorre-se a Wallon (1995, p. 41), que diz "[...] não é possível definir um limite terminal para o desenvolvimento terminal da inteligência, nem tampouco da pessoa, pois dependem das condições oferecidas pelo meio e do grau de apropriação que o sujeito fizer dela".
Quanto mais o educador oferecer, mais o aluno receberá. O professor oferecendo vários meios como os citados, estes ajudarão a todos, um exemplo é se o educador tem um aluno tímido que não se destaca em seminários ou trabalhos orais, esse educando poderá se destacar em outras atividades, por isso é necessário que o professor utilize vários meios, pois além de ser mais fácil detectar alguma dificuldade, será mais fácil trabalhar com os mesmos.
Esses métodos variados usados pelos professores estão satisfazendo a maioria dos pais, pois eles acham que existe uma abertura maior na escola e assim mais participação familiar. Desta forma haverá uma construção de conhecimento mais ampla e satisfatória.
Vejamos algumas falas: - "É melhor, porque ali o professor vai avaliar o que o aluno faz no caderno, o exercício que ele passa. O aluno vai se esforçar mais e mostrar mais interesse" . Nisto o aluno será avaliado através de uma avaliação formativa onde todo o conhecimento que aluno possui será aproveitado e trabalhado.
Vejamos outra fala: - "Acho que é melhor, porque pelo menos ele aprende mais" . Percebe-se que todos concordam com este novo modelo de avaliação e que acreditam que isso pode melhorar no desenvolvimento cognitivo do aluno segundo o relato de outro pai ele diz que: - "Eu acho que é melhor, porque, os meus filhos melhoraram as suas notas na escola" .
Como foi visto os pais acham que estes meios avaliativos são bons, pois tem mais opções para os alunos, uma vez que são avaliados de diversas maneiras e não é como antigamente que era apenas prova objetiva e a resposta era obrigada a ser aquela do livro, o pai quase não participava e o aluno tinha medo dos professores. Hoje é diferente o aluno estabelece diálogo com os professores, não só ouvem, mas falam, perguntam dão suas opiniões.
As maiorias dos educadores acham que mesmo avaliando o todo do aluno, vê que os métodos avaliativos ainda são muito classificatório, isso porque no final do bimestre são obrigados a dar uma nota e desta forma estão medindo.
Vejamos algumas falas dos educadores:

- "Eu acho que está melhorando, porque sai daquele tradicional que a criança ficava nervoso no dia das provas... que nós chamávamos de provas. Então eu acho que isso não contribuía pro aprendizado deles, porque... digamos, por um dia que eles não tivessem bem psicologicamente, aí não poderia fazer uma boa prova. Então eu acho que esse método agora está bem melhor que o antigo" .

Com isso percebe-se, que a mudança na forma de avaliar melhorou não só no desempenho do aluno, mas também contribui para que o professor possa observar o desenvolvimento do aluno individualmente. Vejamos a fala:

- "Esses métodos são muito melhor do que antes, porque antes nós tínhamos que passar todo, passava aquele assunto aí passava a atividade que era o tal do exercício, fazia e aí marcava tal dia eu vou passar uma prova do assunto tal, aquilo amedrontava todo mundo. Então eu acho que muitas pessoas assim não... muitos alunos eles não aprenderam totalmente por livre vontade, decoraram, por pressão com medo da prova" .

Desta forma conclui-se que a avaliação está caminhando para uma melhora, no entanto precisa da ajuda de todos os educadores para se chegar a um denominador comum, assim o aluno vai aprender de verdade sem ser preciso medi-lo, julgá-lo e para isso é necessário lutar com paciência, não só os professores, mas toda a comunidade escolar.


III - NOTA X APRENDIZAGEM
Percebe-se através dos questionários, que quando perguntados, se a nota mostra o que o aluno aprendeu, alguns dos professores e pais acham que a nota sozinha não mostra, mas que é necessário analisar outros aspectos, mas outros acreditam que mostra sim, se eles tirarem uma nota boa na prova é sinal de que ele aprendeu alguma coisa.
Vejamos algumas falas:

- "Não. Porque uma prova não vai medir conhecimento de ninguém, nem do aluno e nem... até mesmo porque ele não é um instrumento, então num dia que ele não estiver preparado. Porque antes quando era dia de prova, o professor dizia "amanhã tem prova, vai estudar tal assunto", aí o aluno se matava decorando. Ele não aprendia, ele apenas decorava aquilo, pra no dia ele fazer só aquela avaliação" .

Nesta fala o professor deixa bem claro que o aluno não é um instrumento a ser medido e que a prova não é o melhor método para trabalhar o conhecimento do aluno, porque ele é um individuo que está sempre em desenvolvimento e que precisa de novos métodos para ser avaliado, ainda mais porque o aluno encontra dificuldades em certos métodos e o professor precisa buscar aqueles que melhor se adéquam ao aprendizado do aluno.
Vejamos a fala do pai que diz: - "Pra mim não. Pra eu saber se eles realmente aprenderam, eu olho no caderno de cada um. Porque aqui funciona diferente, enquanto o aluno não passar os professores não param de passar provas" . Nesses depoimentos fica evidente que os educadores e pais, possuem conhecimento para entender seus alunos e filhos, pois sabem que existem muitas coisas que podem interferir na hora de uma avaliação.
Recorrendo a Nunes (2000), quando ela diz que a nota somente não expressa o que o educando aprendeu isso porque ele pode tirar notas altas sem saber o conteúdo, através da "cola", da memorização. Assim sendo cabe ao professor mostrar ao aluno que a nota é necessária, porém unida ao conhecimento. Só a nota não adianta, pois só através desse conhecimento ele conseguirá progredir não apenas na sala de aula, mas na sua vida.
Vejamos outra fala:

- "Realmente a avaliação assim é, de fato mostra o que o aluno aprendeu, porque através dessa avaliação... pra fazer avaliação você tem que dar conteúdo você tem que dar uma fonte, você vai explicar, todos nós vamos participar dentro da aula tanto o professor quanto o aluno e aí a gente faz uma pequena avaliação no final da aula, depois de toda a... tanto o aluno quanto o professor ele tem que pedir a opinião do aluno do que o professor estava falando. Então pra ver se realmente a criança aprendeu alguma coisa do que a gente quer passar, que é através da avaliação" .

Nesta fala percebe-se que o professor concorda que a prova mostra realmente o que o aluno aprendeu como conhecimento. Vejamos a fala do pai que diz: - "Acho que mostra sim. Porque se o aluno for fazer uma avaliação e não tirar uma nota boa é porque ele não aprendeu nada e se ele tirar uma nota boa é porque ele aprendeu sim" . Nota-se a falta de conhecimento em relação a avaliação, sendo que muitos concordam que a prova é essencial para saber se o aluno aprendeu de fato.
Vejamos outra fala: - "Acho que sim, porque se eu ver a prova da minha filha eu vou saber se realmente ela está aprendendo" .
Nestas falas, percebe-se que a prática não é mais adequada, pois os educadores e os pais acham, que se o aluno aprendeu vai tirar notas altas desde que o professor questione para o que o aluno tem de melhor tirando suas dúvidas através dos conteúdos passados, para depois através de uma prova saber se o aluno realmente aprendeu, porém é difícil essa colocação deste educador e dos pais, sendo que o aluno pode ser afetado pelo fator emocional ou outros fatores, pois sabemos que de acordo com Rego apud Vygotsky (1995, p.120-121), [...] "o Homem como um ser que pensa, raciocina, deduz e abstrai, mas também como alguém que sente, se emociona, deseja, imagina e se sensibiliza"
Desta forma, muitas vezes o aluno sabe o conteúdo e vai mal na avaliação por algum motivo. Isso significa que se deve sanar primeiro esses problemas, para depois avaliá-lo. Deve-se lembrar que o educador tem que tentar fazer o aluno entender que ele deve prestar atenção na aula para adquirir conhecimentos, sabedoria, e não para tirar notas altas, pois se o professor diz que quem tira notas altas aprendeu, o aluno vai perder a vontade de estudar para aprender, pois vai notar que se "colar" vai tirar boas notas e todos irão achar que ele é um ótimo aluno. Isso é péssimo não só para os alunos, mas para o sistema educacional.
Também é importante saber que a nota sozinha não diz nada, é preciso deixar bem claro que o respeito e o comportamento têm que ser avaliados e é provável que os educadores não se esqueçam destes itens na hora de avaliar, pois só com todos os métodos unidos é que a avaliação vai chegar onde todos esperam, formando alunos construtores de conhecimento.
É preciso que o professor trabalhe com o aluno o ano todo não repassando conhecimento, mas orientado para que o mesmo adquira conhecimento e estimule a sua inteligência







CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi de extrema importância, pois mostrou as várias faces da avaliação e seus métodos, desta forma os educadores devem estar preparados para avaliar de forma significativa, assim o aluno compreenderá a utilidade do saber, do conhecimento.
Buscou-se aperfeiçoar este assunto através de pesquisas bibliográficas e depoimentos dos educadores, alunos e pais, questionando como os educadores estão trabalhando a avaliação nas séries iniciais do ensino fundamental.
Mostrou-nos que os educadores estão lutando para fazer da avaliação um processo de construção de conhecimento e que aos poucos os pais estão mais participantes e conhecem um pouco mais as escolas onde os filhos estudam. Porém os métodos ainda estão muito ligados a classificar, medir e julgar o aluno e não a qualificar o mesmo. Neste aspecto o sistema educacional deve mudar, por isso, houve a necessidade "discutir" sobre a avaliação, seus pontos negativos e positivos, ou onde pode causar danos na vida escolar e profissional do aluno.
Assim sendo, é necessário que o professor, não se prenda somente a uma forma avaliativa, pois existem várias maneiras de avaliar e cada aluno é único e se identificará com um método avaliativo. Cabe ao educador ajudar o aluno a ser capaz de distinguir o verdadeiro significado da avaliação e como a mesma pode contribuir para seu desenvolvimento.
A avaliação deve ser vista como um instrumento que auxilia a aprendizagem e não como meio de castigo e ameaça. Enquanto a avaliação tiver este significado ameaçador, a mesma nunca chegará ao objetivo proposto que é ser um processo de construção do conhecimento. Os professores devem tentar fazer o aluno entender o que é avaliar e para que serve a avaliação, assim chegaremos a uma educação mais qualitativa e menos quantitativa.
Esta pesquisa não se encerra neste trabalho, pois, pretende-se aprofundá-lo cada vez para poder colaborar na transformação e ressignificação da avaliação e cada vez mais poder aplicar os conhecimentos adquiridos na prática pedagógica.
Nota-se que o conhecimento adquirido anteriormente não foi em vão, pois contribuiu e muito para a aquisição deste novo conhecimento muito mais amplo e complexo e desta forma nos mostra como é significativo estarmos sempre em busca de novos saberes para assim concebermos a avaliação como um processo de construção de conhecimento.
Sugere-se ao educador tentar conhecer o aluno como um todo, suas dificuldades e necessidades, lembrando sempre que cada aluno é único e tem suas individualidades para assim poder aplicar o melhor método avaliativo, desta forma o sistema educacional com certeza se transformará e teremos surpresas agradáveis e inesperadas, com significativas mudanças.



























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