Amanda Nogueira Decarlos¹
Amanda Tomé¹
Ana Flávia Leandro ¹
Loren Saqueto ¹
Luma Oliveira¹
Ana Paula Barbosa²

Resumo:
O número de pessoas que fazem uso de substâncias ilícitas tem se tornado maior a cada dia, o consumo e tratamento dos dependentes químicos deixou de ser caso de polícia e passou a ser tratado como caso de saúde pública. Tem se pensando em políticas públicas na tentativa de se não resolver, amenizar os efeitos destrutivos das drogas. Os dependentes químicos tem no sistema público de saúde atendimento multidisciplinar. O que nos chama a atenção é, entretanto, o que essas pessoas e seus familiares fazem enquanto esperam por esses atendimentos nos postos de saúde especializados. Este artigo foi escrito com o objetivo de apresentar e refletir sobre a utilização do espaço entre espera e atendimento no Centro de Atenção Psicossocial. Além disso, a pesquisa teve como objetivo aplicar atividades lúdicas na sala de espera como forma de oferecer aos familiares e usuários do CAPS momentos de descontração e interação com outros pacientes.
Palavras chave: Atividades lúdicas. Sala de espera. Familiares e Dependentes Químicos.
Abstract:
The number of people Who use illegal substances hás become bigger every Day, consumption and treatment of addicts is no longer a Police matter and He was treated as a case of publiv health. Has been considering publicies in na attempt to not resolve, mitigate the desctrutive effects of drugs. The drug is in the public health multidisciplinary. What draws oue attention is however, what these people and their families while they wait for these services in specialized clinics. This article aims to present and reflct on the use of the space between expected and attendance at the Center for Psychosocial Care. The reserachaimed to observe the results of the practice of recreational activities in the waiting room as a way to offer falimies and users of CAPS realxion and interaction wuth other patientes.

Keywords: Recreational activities. Waiting room. Falily and drug.

INTRODUÇÃO:
A partir da década de 80, o sistema de saúde brasileiro sofreu mudanças, onde discussões propostas pelo movimento da Reforma Sanitária, constituída por profissionais da área de saúde, por diversos segmentos da sociedade. Esforços para superar a crise no setor saúde, cria-se, em 1988, um sistema único de saúde que se propõe a estruturar uma política democrática e inclusiva. A organização desse novo modelo faz um novo olhar ao processo saúde.( DELGADO, P.; LEAL, E.; VENÂNCIO 1997).
Nos meados dos anos 80, no Brasil, abre caminho para a luta antimanicomial. Diversas denúncias vinham desde os anos 70, evidenciando as péssimas condições de tratamentos às pessoas com problema mental. O fechamento dos hospitais psiquiátricos foi marco importante no processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Além da participação e organização da sociedade, tendo a colaboração de técnicos, familiares e usuários. (Ministério da saúde, 2004)
Toda uma rede substitutiva passou, então, a ser implantada com a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos Centros de convivência. Entende por serviços substitutivos em saúde mental um conjunto de ações e equipamentos necessários aos municípios para que não se necessite do recurso hospitalar.
O Centro de Atenção Psicossocial é um órgão do Governo criado em 1986, no intuito de atender os pacientes psiquiátricos, os quais demandavam de atendimento especializado uma vez que ocorria a desitituicionalização. Esse evento ocorreu devido à reforma sanitária e surge dos movimentos sociais. Primeiramente na cidade São Paulo, um momento marcado pela iniciativa de técnicos de enfermagem médicos e outras pessoas de outros segmentos da sociedade, que revoltados pela maneira como os pacientes eram tratados nos hospitalocentros decidem reivindicar por tratamento mais humanizado as pessoas que necessitavam. (Ministério da Saúde, 2004).
Os CAPS possuem equipe multiprofissional - composta por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, administrativos - e oferecem diversas atividades terapêuticas: psicoterapia individual ou grupal, oficinas terapêuticas, acompanhamento psiquiátrico, visitas domiciliares, atividades de orientação e inclusão das famílias e atividades comunitárias.
As necessidades de cada usuário e os projetos terapêuticos, compreendendo as modalidades de atendimento citadas e os tempos de permanência no serviço, são decididas pela equipe, em contato com as famílias também, e igualmente as mudanças neste projeto segundo as evoluções de cada usuário.

Observamos ao entrar em contato com a instituição que embora os serviços fossem prestados com eficiência a espera para o atendimento muitas vezes era longa, nesse período as pessoas não desempenhavam nenhuma atividade além de uma conversa informal ou a leitura de uma revista. Com um período de espera razoavelmente amplo percebemos que este tempo poderia ser otimizado quando ulitizado para oferecer atividades lúdicas como pintura, artesanato e conversas dirigidas tanto para os pacientes quanto para seus familiares. Esse tipo de atividade proporciona a oportunidade de entrar em contato com a criatividade de cada participante.

Este trabalho teve como objetivo ocupar o tempo de espera dos pacientes e seus familiares com atividades lúdicas que proporcionassem a oportunidade de um momento de interação entre eles com os demais usuários do serviço. Desenvolver atividades como pintura, confecção de cartões, conversas dirigidas foram utilizados para otimizar o tempo da espera.

Este projeto foi realizado para que nós alunos pudéssemos aprender através da realização dessas atividades a importância em se manter um espaço de comunicação com os pacientes e seus familiares para que se sintam a vontade na instituição que estão inseridos. A instituição também foi beneficiada conseguindo dessa forma melhorar o momento da espera como um momento também de aprendizado e relaxamento.

METODOLOGIA
O método utilizado foi o dedutivo que se define como abordagens científicas que podem ser analisadas em vários ângulos. Generaliza as conclusões por meio de uma teoria geral, parte do geral para o particular e são argumentos condicionais.
O método científico é a ferramenta colocada a disposição do cientista que através da pesquisa pretende penetrar no segredo de seu objeto de estudo.
As atividades aplicadas para os pacientes e seus familiares foram 5 no seu total sendo uma atividade de conversa com os pacientes.
A primeira atividade apresentada para os pacientes foram a de confeccionar uma mandala utilizando um cd. Usamos cola coloria e pinceis.
A segunda atividade aplicado foi a de confeccionar potinhos para colocar utencilios domésticos. Os materiais usados foram potinhos de vidro e tintas.
A terceira atividade foi a de confeccionar um cartão com a finalidade do paciente e seu familiar escreverem para eles mesmos o que no momento estavam sentindo. O material utilizado foi folha sulfite lápis de cor e cola colorida.
E a ultima atividade artesanal aplicada foi a de confeccionar uma telha. Desenhar o que quisessem utilizando tinta e pincel.
As outras atividades aplicadas foram a de visita a instituição, rodas de conversas e reuniões com os responsáveis pela instituição.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao entrar em contato com a instituição percebeu-se um espaço vago durante a espera dos pacientes e seus familiares pelo atendimento. A proposta apresentada abrangeu uma necessidade que a instituição apresentou desde quando a conhecemos. Percebemos que mesmo oferecendo um serviço de qualidade e multiprofissional, uma longa e ociosa espera pode influenciar negativamente a qualidade dos serviços prestados.
Antes de inicarmos as atividades propostas os pacientes e seus familiares tinham a sua disposição algumas revistas não atualizadas para leitura e eventualmente as utilizavam. Percebíamos uma conversa discreta entre eles e o ambiente pouco descontraído. Durante as atividades propostas percebemos as pessoas bastante dispostas em participar, em sua maioria eram mulheres que acompanhavam marido, ou filhos sendo elas as que mais participavam das atividades. Durante as atividades foi possível notar uma mudança significativa no comportamento das pessoas durante a espera. O diálogo era mais descontraído, trocavam experiências, e em vários momentos percebíamos uma pessoa aconselhando outra na tentativa de minimizar as dúvidas e angústias que perpassam a fase de tratamento dos dependentes químicos.
No momento das atividades os participantes podiam se expressar através da confecção de vários objetos e atividades de pintura que no final eram levados para casa como objetos de decoração e uma recordação daquele momento. Nesse tempo, junto com as atividades artesanais, espaços para discussão de idéias onde eles mesmos deixavam sua opinião a respeito do tratamento de seus familiares, anseios e dúvidas, e reflexões sobre a dependência de substâncias químicas.
Ao final de cada atividade proposta, quando solicitados a falar sobre o significado da participação nas atividades os relatos continham, satisfação, agradecimentos a nós estagiarias, demonstrações de alegria e a sensação de que o tempo de espera tinha sido mais agradável. Esses itens apontados apareciam em todos os relatos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
No intuito de empreender um olhar mais produtivo para o momento da espera para os atendimentos esse artigo foi escrito, na tentativa de otimizar esse tempo em beneficio dos usuários, podendo através de atividades lúdicas propiciar oportunidade de aprendizado, reflexão e interação dos usuários dos serviços do centro de Atenção Psicossocial.
Nos últimos tempos se vê uma grande preocupação dos profissionais da saúde a respeito dos dependentes químicos. Diversos projetos visam abordar a qualidade de vida dos usuários durante sua recuperação que é continua e também o atendimento as famílias que sofrem com a situação. Nossa sociedade pede urgência no que diz respeito às drogas.
São visíveis as contribuições trazidas pelas atividades lúdicas na sala de espera que ajudam no andamento do tratamento do usuário do CAPS.
A retribuição dos usuários durante a atividade aplicada demonstra à necessidade de se pensar em um atendimento que inclua a sala de espera como parte essencial da vinculação do paciente a instituição durante o tratamento. Sendo assim, concluímos que uma boa vivência com os profissionais, a inclusão dos acompanhantes nesse processo de atendimento são facilitadores e ajudam positivamente.







REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CERVO,A.L.BERVIAN ,P.A. Metodologia cientifica 3 ed.São Paulo,McGraw-hill do Brasil,1983.


DELGADO, P.; LEAL, E.; VENÂNCIO, A. O campo da atenção psicossocial Anais do 1º Congresso de Saúde Mental do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: TeCora, 1997.


FERRARINI, D. Toxico e Alcoolismo: O que devem saber Pais, Professores e Jovens. 2. ed.São Paulo:Planimpress ,1980.


FONSECA K.C; BARBOSA M.A; SILVA D.G; FONSECA K.V; SIQUEIRA K.M; SOUZA M.A. Credibilidade e efeitos da música como modalidade terapêutica em saúde.Rev. Eletr. Enf .Disponível em:http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a10.htm. Acesso em: 28/02/11.

www.ministeriodasaude.org.br 2004 acesso em 15/03/11.