OLIVEIRA, Antonio Carlos; SOUZA, Jefferson Santos. Análise de uma interpretação da Idade Média. 2014. 20 f. Trabalho para a obtenção de média semestral (licenciatura em História) - Polo de ensino á distância de Cruz das Almas-BA, Universidade Norte do Paraná. 

RESUMO 

O conhecimento histórico é uma forma bastante eficaz no desenvolvimento do alunado, pois todos nós questionamos durante nossas vidas, (quem somos? De onde surgimos? E, para onde vamos?). Estas questões são exemplos de algumas dúvidas que afligem a humanidade, mas, com vista em conquistar a consciência histórica, o historiador tem a função de interpretar o passado a luz do presente. Para fazer com que nossos alunos percebam-se no tempo, devemos possibilitar o conhecimento do seu passado seja ele próximo ou distante. Ao trabalhar temas e períodos, dentro de seus contextos, possibilitamos visões críticas da história, ao confronta-los com problemas do presente, visando compreender a atualidade, surge à reinterpretação da história. Com o intuito de reinterpretar, para permitir a criticidade dos fatos, analisamos os legados medievais no Brasil atual, sendo que muitas invenções que consideramos fundamentais para nossa vida individual ou social, são derivadas da Idade Média, que era rodeada de preconceito, considerada uma “idade de trevas” e retrocessos, mas hoje esta concepção, de uma idade das trevas, mudou de paradigma, sendo então considerada como uma época de grandes avanços e grandes invenções.

Palavras - chave: Conhecimento histórico, Idade Média e invenções medievais. 

OLIVEIRA, Antonio Carlos; SOUZA, Jefferson Santos. Analysis of an interpretation of the Middle Ages. 2014. 20f. Working for obtaining semester average (degree in History) - Polo Distance Learning Cruz das Almas , BA , University of Northern Paraná.

ABSTRACT

Historical knowledge is a very effective way in the development of the student body, for we all questioned during our lives, (who we are where we came up? And where do we go? ) . These questions are examples of some doubts that afflict mankind, but in order to win the historical consciousness, the historian has the task of interpreting the past in light of this. To make our students realize itself in time, we must allow the knowledge of your past be it near or far. When working themes and periods, within their contexts, we enable critical views of history, to confront them with problems of the present, aiming to understand the present, appears to reinterpret the history. Aiming to reinterpret, to allow the criticality of the facts, analyze the medieval legacy in Brazil today, and many inventions that we consider fundamental to our individual and social life, are derived from the Middle Ages, it was surrounded by prejudice, considered a " age of darkness " and setbacks, but today this concept of an age of darkness, the paradigm has changed, and then regarded as a time of great achievements and great inventions.


Knowledge history, medieval and medieval inventions: key - words.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.. 3

2 DESENVOLVIMENTO: ANÁLISE DA INTERPRETAÇÃO DA IDADE MÉDIA.. .....Erro! Indicador não definido.

2.1 O HISTORIADOR EM SEU FAZER PEDAGÓGICO..............................................Erro! Indicador não definido.

2.1.1 A Idade Média no ambiente escolar....................................................................5

2.1.1.1 A visão de FRANCO perante o ensino de história no Brasil............................6 

3 CONCLUSÃO..........................................................................................7

REFERÊNCIAS............................................................................................................8

ANEXOS......................................................................................................................9

ANEXO A – Página da internet..................................................................................10 ANEXO B – interpretaçao da idade média de Hilário Franco Júnior..........................12

 

1  INTRODUÇÃO

A construção do conhecimento histórico é feito, a partir de interpretações e reinterpretações dos acontecimentos, estas que são criadas ao problematizar os fragmentos do passado, que são as fontes e documentos históricos.

A história, ciência do homem no tempo e no espaço, busca a consciência histórica, para isso estudamos o passado visando compreender o presente, com o intuito de solucionar problemas do presente, o historiador deve críticar as fontes e as historiografias, já produzidas por outros autores, para poder reinterpretar a história.

De acordo com o paradigma da criticidade, apresentamos aqui uma análise, do ofício do historiador e de uma interpretaçao da Idade Média, de autoria de Hilário Franco Júnior, com o objetivo de dá suporte aos professores de história, no seu fazer pedagogico. Ele mostra em seu texto: “Raíes Medievais do Brasil”, como trabalhar em sala de aula temas tão distantes da realidade do aluno, como por exemplo, a Idade Média.

Para contribuir com esta abordagem, intensionando conquistar a consciência histórica, analisamos a função do historiador, em rescrever a história, relacionando-a com o ensino de história na educação brasileira. Trabalharemos aqui com a Idade Média e seus legados no Brasil contemporaneo.

A idade media, foi um periodo que durou cerca de mil anos, tendo seu inicio com a queda do imperio romano no ano de 476, até o ano de 1453, com a queda de Constantinopla, o autor da obra que iremos analisar apartir de entao, enfatiza que: é bastante complicado trabalhar este tema em sala de aula, pois os alunos nao acham interessante trabalhar temáticas que aparentemente estão distantes de sua realidade (FRANCO, 2008).

 

2  desenvolvimento: Análise da interpretação da idade média

A história é uma ciência que não busca a reconstrução do seu objeto de estudo, que é: as ações humanas no tempo e no espaço, até por que, isso seria impossível, pois os fatos e os acontecimentos históricos não podem ser recriados, nem repetidos, mas sim interpretados. Entretanto, assim como outras ciências sociais, ela se utiliza do método científico.

Existem vários métodos científicos que são utilizados nas ciências sociais, e a história não contrapõe esta concepção metodológica, desta forma, ela trabalha com duas áreas: a historiologia (cujo papel é o de estudar a estrutura, leis e condições da realidade histórica) e a historiografia (o relato da história em si).

Vários historiadores dizem que não existe verdade na história e sim interpretações da verdade. Sendo assim, estas interpretações podem ser modificadas, dependendo do contexto histórico da época que foram conceituadas e da época dos confrontos destes paradigmas, isso ocorre por que temos vários pontos de vistas e várias formas distintas de se interpretar um mesmo acontecimento. A partir dos confrontos destas ideias, surge às reinterpretações, coisa esta que nos condenam a reescrever a historia de forma contínua.

2.1   O HISTORIADOR EM SEU FAZER PEDAGóGICO

Novos paradigmas, novas abordagens e novos conceitos, da construção do conhecimento histórico, nos obrigam a contextualizar os acontecimentos evitando os anacronismos. Mas os historiadores devem relacionar o passado com o presente sem fugir dos contextos de cada época, pois só assim podemos, em nosso fazer pedagógico, despertar a curiosidade do aluno, ao perceber-se no tempo e compreender a realidade social.

Ao levar a criticidade para ensino de história, estamos possibilitando, uma nova concepção de mundo aos nossos discentes, pois de acordo com Hilário Franco Júnior (2008): independente da fase, seja próximo ou distante de nosso tempo, só podemos nos compreender como seres maduros, quando conhecemos a nossa história.

 

2.1.1   A Idade Média no ambiente escolar

Sabemos que a Idade Média é considerada, por muitos autores, como um período de pouca importância, conceitualizando-a como a “Idade das Trevas” e apenas um período intermediário, entre a antiguidade e a modernidade, “que interronpeu o desenvolvimento humano”. Veja o que diz Jacques Le Goff sobre a idade Média, “... uma época que não foi de trevas nem imune ao progresso; ao contrário, foi uma época fértil de invenções vitais e importantes...”. (LE GOFF, 2007, capa, grifo nosso).

Este conceito de “Idade das Trevas” foi construido no seculo XVI, dentro dos contextos da modernidade, mas apartir do século XIX muda-se o conceito e esta idade começa a ser vista como um período necessário para a vida do homem, tendo seu reconhecimento no século XX, quando começa a preocupação com os anacronismos, estes que rodeavam os estudos sobre a Idade Média.

No entanto, o historiador deve mostrar e analisar os fatos dentro dos seus contextos, para evitar o “preconceito anacronista”. O banho, por exemplo, existem vestígios que comprovam a prática desta higiene pessoal desde a época do império Babilônico, em Roma antiga esta prática já era bastante popular, mas na Idade Média ocorreu uma mudança na abordagem deste ato, que culminou na diminuição dos banhos.

Então os medievais não se preocupavam com a saúde e higiene do corpo? Nao ocorre bem assim, eles se preocupavam e muito! Mas havia todo um contexto por trás deste paradigma, os médicos, por exemplo, acreditavam que os banhos retiravam as camadas da pele, favorecendo assim o surgimento de doenças transmitidas por insetos, já a igreja, que detinha o controle político, social e econômico, também condenava o banho como orgia, desta forma os medievais só tomavam o primeiro do ano no mês de maio. É desta forma que devemos trabalhar a Idade Média em sala de aula, tendo como ponto de partida os contextos desta época e depois mostrar os conceitos e paradigmas que foram se formando ao longo do tempo.

Podemos observar que o ato do banho, passou por outros paradigmas até chegar ao atual, e a função do historiador é de compreender os contextos e analisar os conceitos da época e os que sucederam tal fato. Sendo assim, os professores deveriam pesquisar em historiografia atual e das épocas posteriores ao fato, quais os contextos, que ocasionaram estas visões. Ao pesquisar e analisarmos um conceito e confrontá-lo com informações provindas de outras fontes, pode brotar: contribuição, afirmação ou contestação, surgindo assim novas abordagens ou novos paradigmas, isso ocorre sucessivamente, fazendo com que a interpretação seja reinterpretada continuamente e o professor deve está atento a tais mudanças de conceitos para “não se perder no tempo”.

 

2.1.1.1   A visão de FRANCO perante o ensino de história no Brasil

Segundo o autor, a extensa distância, temporal e espacial entre a Idade Média e o Brasil contemporâneo, é tida, pelos professores brasileiros, como a principal barreira do ensino do tema em questão (FRANCO, 2008). Uma forma interessante de se trabalhar este tema é, relacionando os conceitos sobre este período com a realidade do período atual, mostrando que, muitas das nossas ações têm raizes do passado e que muitos problemas atuais podem ser estudados atrevés de outras Idades como: a medieval, pois este não foi apenas um período intermediário ou uma “Idade de Trevas”, como dizem vários historiadores, e sim uma época de avanços. Muitas invenções medievais fazem parte do nosso dia-a-dia, como por exemplo: o livro, o relógio mecânico, a universidade e o cartório.

Estas invenções, citadas a cima, tem muita importância para a vida contemporânea e medieval, mas antes de comparar tais épocas, temos que contextualizar os impactos que cada invenção causou ao seu período histórico, o livro o cartório e a universidade, por exemplo, tiveram grande impacto na era medieval, pois a maioria esmagadora da população era analfabeta. Já o relógio mecânico, popularizou o uso do tempo cronológico, que até então era dominado pela igreja, esta que controlava a hora de acordar, de trabalhar, de almoçar, de descançar e de orar.

É com esta visão que devemos encarar os fatos, pois só buscando a contextualização dos acontecimentos pode-se conquistar a atenção do aluno e consequentemente a consciência histórica.

3  CONCLUSÃO

Em presença das ocorrências mencionadas, é fundamental salientar que, os historiadores têm a função de reescreverem a história continuamente, pois como o objetivo da história é compreender a ação humana no tempo e no espaço é preciso buscar constantemente reinterpretações que possibilitem a consciência histórica de dado tempo e espaço.

A educação é uma forte arma de coesão social, mas para que isso aconteça é preciso o conhecimento histórico, e a história faz com que o indivíduo perceba-se no tempo, porque sem o conhecimento do passado não se consegue a harmonia social.

Desta forma, o autor do texto trabalhado, explicita de forma clara, que todos os indivíduos precisam conhecer sua história, inclusive as fases mais recuadas, com relação ao nosso tempo. O professor de história precisa levar o aluno a refletir sobre os fatos do passado, estes que possibilitam a compreensão dos problemas do presente.

Com a finalidade de buscar a compreensão do presente, Hilário Franco Júnior, apresenta aos professores de historia, uma forma de trabalhar a Idade Média na educação brasileira, que é relacionando o dia-a-dia do aluno com as raízes e costumes medievais.

Seguindo esta concepção de Franco, pode-se melhorar e muito o ensino da Idade Média na educação brasileira.

REFERÊNCIAS

BOTELHO, Joacy Machado; CRUZ, Vilma Aparecida Gimenes. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

 

FRANÇA, Cyntia Simioni. Introdução aos estudos históricos: história. São Paulo: Pearson  Education do Brasil, 2009.

 

LE GOFF, Jacques. As representações do tempo na idade média. Revista de história e estudos culturais, Rio de Janeiro. V. 5, n. 2, p. 1-19, 2008.

 

LE GOFF, Jacques; CLASEN, Jaime A. (trad.) As raízes medievais da Europa. Petrópolis: Vozes, 2007.

 

NISHIKAWA, Taise Ferreira da Conceição. Historia medieval: historia II. São Paulo: Pearson Prentice hall, 2009.

 

RIOS, Dermival Ribeiro. Minidicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: DCL, 2010.