DOMINGOS SALVIO FIOROT

As pessoas nascem, crescem, montam empresas, engendram vários negócios, acumulam patrimônio, mas deixam de se preocupar com a sucessão nos seus negócios.

Os bens que compõem o patrimônio pessoal podem ter maior ou menor importância, conforme a sua possibilidade de gerar ou não novos recursos.

Neste contexto, naturalmente, sobressai a empresa familiar que, a rigor, foi a fonte da maioria dos investimentos que compõe o patrimônio adquirido ao longo do tempo.

Aí reside uma grande interrogação: como ficará a situação da empresa familiar numa eventual sucessão?

As incertezas geradas pela indagação suscitada, aliada a vontade dos chefes da família para que haja o menor desentendimento entre os herdeiros, leva, às vezes a uma tentativa de doar em vida os bens aos filhos, sob o pretexto de distribuí-los, de forma equânime aos filhos.

Sem querer entrar no mérito desta última questão, até mesmo por ter ela caráter subjetivo, necessário se faz que as pessoas pautem suas decisões no trinômio justiça, racionalidade e continuidade dos negócios, com ênfase maior para esta última, sem prejuízo das demais.

Assim é que, no caso enfocado, sendo a empresa ou as empresas as geradoras de atividades econômicas que podem trazer lucros ou acumular prejuízos tais que até mesmo acabem por comprometer os demais bens da família, se não bem administrados, é que estas precisam ter uma atenção especial dos atuais proprietários e administradores dos negócios ou dos vários negócios da família, ate a questão sucessória.

O enfoque dado à administração dos negócios é que dão vida ou determinam o desaparecimento das empresas.

Numa eventual sucessão, se não prevalecer a união dos sucessores e se houver conflitos individuais que se sobreponham aos interesses das empresas, dificilmente estas irão adiante e fatalmente todos os sucessores acabarão por serem altamente prejudicados.

Costumo dizer que uma empresa mal administrada traz conseqüências piores que um caminhão carregado desgovernado lançado de morro abaixo, pois por mais estragos que possa ocasionar, uma hora encontrará um obstáculo que fará com que pare, diferente de uma empresa mal administrada, cujas conseqüências vão destruindo tudo que se tenha adquirido ao longo de uma vida.

Interessante então seria transformar a empresa numa sociedade por ações ou, em se tratando de várias empresas, criar uma holding, uma S/A, que controlaria as demais, que não precisariam ser S/A .

Assim numa eventual sucessão os herdeiros teriam que se unir de vez que aqueles que detiverem a maioria do capital social administrarão as empresas.

Concluindo, ou os sucessores se unem e administram os negócios ou, ao contrário, apenas dele participam, sem administrá-los

DOMINGOS SALVIO FIOROT
É CONTADOR E ADVOGADO
EM COLATINA ES