A PRÁTICA DA LEITURA

 

Marcilene Muniz Monteiro Conceição[1]

Sirlene Coelho de Lima Brito[2]

 

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a “compreender” o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sobe diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos no contato com um livro, enfim em todos estes casos estamos de certa forma, lendo, embora muitas vezes, não nos damos conta.

Sendo a escola a instituição moderna encarregada de transmitir a cultura às novas gerações é nela que as expressões “aprender a ler” e “ler para aprender” ganham o seu significado primeiro, para posteriormente alcançar um dos objetivos básicos que é o de formar o leitor crítico da cultura.

A existência de uma biblioteca escolar dotada de acervo diversificado que atende às necessidades e interesse do corpo docente e discente.

Educadores que são verdadeiros modelos de leitores isto é, demonstram entusiasmo pela leitura, conhecem as características do processo de leitura, selecionam texto significativos para os alunos e são abertos a outras interpretações de uma determinada obra.

Todavia, não é intenção de que a escola fabrique poetas, mas que possibilite às crianças o acesso aos textos poéticos, a melodia, sua beleza estética e dê vazão à sua imaginação e criatividade, características tão presentes nesses tipos de texto e que muito bem se identificam com as crianças.

Quando se fala em leitura na escola é preciso considerar as situações oferecidas no âmbito escolar para que ela se desenvolva; os materiais oferecidos, o tempo disponível para tal ação; o clima motivador do ambiente e as atividades desenvolvidas a partir do texto lido.

A escola tem por responsabilidade proporcionar aos seus alunos condições para que estes tenham acesso ao conhecimento. Nesse ciclo de criação e recriação do conhecimento, próprio da vida escolar, a leitura ocupa, sem dúvida alguma, um lugar de grande destaque.

É na escola, pela mediação do professor e com a ajuda do livro didático que os estudantes aprenderão a ler, a escrever e a enxergar sua própria realidade e a realidade do outro. Essa relação é essencial ao jovem, que pelo contato e exploração de diferentes textos e por meio de ações intermediadas, o aluno passará a interagir com seus pares, a produzir um conhecimento partilhado e com isto consegue representar oralmente e por escrito, sobe vários registros verbais, seu pensamento, sua experiência prévia de vida e seu conhecimento coletivo de mundo.

O leitor deverá entender a escola como um espaço convencional privilegiando o saber, no que concerne a leitura, e a escola precisa rever suas práticas, criando situações para que, o exercício da leitura e escrita produza reações, interações, construção de subjetividade e conhecimento.

Nesta direção à escola, como espaço socializador do conhecimento, fica com a tarefa primordial de assegurar aos seus alunos o aprendizado da leitura devendo fazer circular em seu meio uma diversidade de materiais com conteúdos ricos e variados, que promovam a formação de leitores livres. Concebe-se assim, a prática da leitura, não como habilidades linguísticas, mas como um processo de descoberta e de atribuição de sentidos para que venha possibilitar a interação leitor-mundo.

A leitura é uma ação que não pode faltar no contexto escolar, portanto, é de grande importância que a escola se preocupe em formar o aluno leitor para que o processo ensino aprendizagem caminhe com sucesso. É imprescindível que todo professor saiba diferenciar leitura enquanto decodificação, de leitura significativa, para que possa melhorar a sua prática docente.

Constata-se, que todo professor quando está desenvolvendo o seu trabalho o faz com as melhores intenções, além disso, acha que está fazendo correto talvez por desconhecer as técnicas, metodologias e teorias e por isso, acabam trabalhando a leitura de maneira superficial, porque muitas vezes em sua formação profissional não obtiveram embasamento teórico para respaldar a sua prática pedagógica, ou os que tiveram, caíram no comodismo de compactar com os processos de alienação social imposto pela classe dominante.

Porém, cabe ao professor assumir o seu papel de orientador e mediador do processo ensino-aprendizagem, apropriando-se de teorias que irão subsidiar sua prática pedagógica no ensino de leitura e outros.

Assim, a noção de leitura ganha em amplitude, não mais ficando restrita ao que está escrito, mas, abrindo-se pra englobar diferentes linguagens e compreensões.

Por fim, ousou-se afirmar no conhecimento teórico que vivenciados por todo processo acadêmico, que o individuo que não tem experiência com a leitura como prática principalmente de exercício do pensamento, do raciocínio lógico ou subjetivo, está fadado ao fracasso social, cultural e politico.

A leitura é o conhecimento elementar de todos os homens. Sem ela, temos nossas atitudes e valores condicionados aos “intelectuais” e nossas ações éticas, submissas aos “valores puros” da elite dominante, que mesmo desprovida de cultura geral, está mais preparada economicamente para operar a dominação.

Mais do que esta realidade, educadores e educandos, devem se comunicar, num processo continuo, para investir contra as de determinações desigualitárias da sociedade, em que uns indivíduos são lançados ao crescimento extremo social e político, e outros, são espezinhados socialmente.

 

 

 



[1] Pedagoga e Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional e professora da rede publica estadual de Mato Grosso.

[2] Pedagoga e Especialista em Inclusão Social no Espaço Escolar e professora da rede publica do estado de Mato Grosso.