A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DA CRIANÇA1

 

Katherine Inácio Suhett Ramos2

Orientador: Prof. Dr. Adalvo da Paixão A. Costa

RESUMO

 

O estudo busca investigar a importância da orientação e do acompanhamento da família à vida escolar da criança e os reflexos em seu desenvolvimento educacional. Para o desenvolvimento da pesquisa delimitou-se como problema a seguinte indagação: como o acompanhamento dos pais e responsáveis pode influenciar a vida escolar e o desenvolvimento da criança na faixa etária de 4 anos, de uma escola infantil da rede privada situada no município de Cariacica, ES? E como objetivo geral buscou-se refletir sobre a participação dos pais e responsáveis na vida escolar da criança e as possíveis consequências de sua ausência no processo de formação e desenvolvimento da mesma. A metodologia adotada consistiu em pesquisa do tipo explicativa, em uma abordagem qualitativa. O campo de pesquisa foi uma escola de Educação Infantil da rede privada, situada na cidade de Cariacica-ES, tendo como sujeitos de pesquisa dois alunos do pré 2 da escola campo e sua professora.  Para a coleta de dados fez-se uso da técnica da entrevista estruturada. Para subsidiar o estudo apoiou-se em teóricos como Bom Sucesso (1999), Biddulph (2003), Carvalho (2008), Carraro (2008), Gil (1989), Ferreira (2005) e outros de igual expressividade. Os resultados da pesquisa apontam que a participação da família na vida escolar da criança é de suma importância para que o seu desenvolvimento seja positivo e que se obtenha sucesso no processo. Portanto, se a criança não sente a presença da família que é o pilar da sua construção como cidadão, ela se sente desestimulada e muitas vezes incapaz.

 

Palavras-chave: Família; Criança; Acompanhamento familiar; Desenvolvimento escolar.

 

 

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

É comum encontrar nas instituições de ensino crianças com maus hábitos e brincadeiras violentas. Essas crianças costumeiramente brincam que estão fumando, ou de polícia e ladrão, encenando conflitos entre policiais e bandidos, dentre outras brincadeiras desta natureza.

A família é o espelho onde a criança se reflete e busca igualar seu comportamento e atitudes. Infelizmente muitos pais tendem a se comportar frente aos seus filhos de uma forma incorreta, sem terem a consciência que tais atitudes estão sendo observadas pelos mesmos. No entanto, não há como não considerar a existência de fatores que influenciam positivamente na formação da criança, como a presença da família em seu cotidiano escolar, na demonstração de carinho em seu dia a dia, com afeto e limites. Para a criança, o simples fato dos pais levá-las ou buscá-las na escola já é um fator de motivação.

Para desenvolvimento do estudo delimitou-se como problema a seguinte indagação: como o acompanhamento dos pais e responsáveis pode influenciar a vida escolar e o desenvolvimento da criança na faixa etária de 4 anos, de uma escola infantil da rede privada situada no município de Cariacica, ES? O objetivo geral busca refletir sobre a participação dos pais e responsáveis na vida escolar da criança e as possíveis consequências de sua ausência no processo de formação e desenvolvimento da mesma.

Estabeleceu-se para a investigação as seguintes questões de estudo: Quais os níveis de desenvolvimento educacional da criança que é acompanhada pela família em suas tarefas escolares? Quais as consequências que a ausência da família pode causar no desenvolvimento emocional e escolar da criança? Como a família deve proceder para que a criança obtenha sucesso na vida educacional bem como em todos os aspectos relacionados ao seu crescimento como cidadão? 

O estudo se justifica por se considerar que a família é o alicerce da criança, pois é nela que a mesma encontra segurança e abrigo. É a escola que complementa a educação da instituição familiar cuidando juntamente com a família da construção do caráter, da alfabetização e da formação desta criança como um todo. 

Reconhecendo a grande importância da parceria escola/família na vida da criança, surge então a escolha da temática desse estudo, pois quando falamos na parceria da família com a escola, estamos nos referindo à necessidade de que isso ocorra em harmonia, entre as duas instituições, para que haja progressos na formação do pequeno cidadão. Este acompanhamento tende a fortalecer os laços de amizade entre pais e filhos e ainda fortalece a confiança entre professor e aluno, favorecendo a aprendizagem e melhorando a qualidade do convívio do professor com o aluno e sua família, na interação e participação nos assuntos referentes à escola.

 

A Instituição Familiar e as Bases Educativas do Filho

 

O ser humano deve ser educado, ou seja, sua formação de personalidade, caráter, enfim, seus valores como ser humano devem ser construídos desde seu nascimento.

A família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais, juntamente com a escola, que ajuda na preparação para a vida em sociedade. 

A criança desenvolve em seu crescimento diversas formas de agir e pensar, e cabe à família ser íntegra em seu dever de educadora na formação deste ser humano sob sua responsabilidade, e que estará cada vez mais envolvido com a sociedade que o cerca. No entanto, a realidade nos mostra que vivemos em uma sociedade com grande desigualdade social e por vezes extremamente cruel com os menos favorecidos.

A grande preocupação de alguns pais é a de atender a todas as necessidades dos filhos. Preocupam-se com a saúde, com a educação, o lazer e com a segurança dos mesmos. Muitas vezes acham-se perdidos por terem que depender da saúde pública, por exemplo, que não oferece garantia no serviço prestado, ou até mesmo com a segurança, que atualmente está sendo omitida ao cidadão. A preocupação com a educação das crianças também é um fator que gera muita inquietação, haja vista que as escolas públicas possuem uma imagem de defasagem na qualidade, impulsionando assim os pais a procurarem escolas da rede particular.

Juntamente com tantos compromissos e preocupações, há ainda a carência financeira que atinge grande parte da população, apesar dos programas sociais mantidos pelo governo. Com isso, muitas famílias estão se desestruturando, vivendo conflitos, enfrentando inúmeras dificuldades para sobreviver.

Esses problemas atingem às crianças, que por consequência enfrentam muitas dificuldades para aprender.

Outro fator importante é que muitas famílias enfrentam grandes dificuldades no relacionamento com seus filhos, visto que, essa tarefa muitas vezes torna-se difícil, principalmente na adolescência. O desejo de muitos pais é que os filhos sejam como eles querem, não aceitando que os mesmos tenham suas próprias personalidades, desejos e sonhos, próprios da idade.

De acordo com Ferreira (2005, p. 10):

Não há uma maneira mágica para isso. Temos que aprender com a própria convivência com os filhos. Só conseguimos uma boa relação quando tentamos compreendê-los. Compreendê-los como eles se sentem no dia-a-dia e o que pensam sobre a vida. Isso é possível quando nos abrimos para ouvi-los e enxergá-los, respeitando a maneira de ser de cada um deles.

 

Vale lembrar também, os casos em que a família está à espera de um bebê. Logo após o nascimento da criança, consequentemente as atenções estão voltadas para o mais novo membro da família, fazendo com que os outros filhos, agora não mais caçulas ou únicos na família sintam-se enciumados, rejeitados, acarretando assim um comportamento agressivo ou retraído. Portanto é fundamental deixar claro para o primogênito que ele também é importante para a família. Uma boa forma de fazer isso é envolvê-lo nas responsabilidades de casa, solicitar-lhe que ajude com o irmãozinho fazendo com que ele se torne mais confiante e cuidadoso com o novo membro da família. Logo, ele se sentirá o protetor do irmãozinho caçula.

A família, célula mãe da sociedade, é a instituição básica que permite às crianças sobreviverem, desenvolverem e transformaram-se em pessoas integradas, por estimular as capacidades de adaptação. É o primeiro sistema social que as crianças conhecem e é neste núcleo que elas adquirem, naturalmente, as imagens dos papéis que cada um desempenha na sociedade de pais e filhos, menino e menina, homem e mulher, marido e esposa. Estes modelos são definitivamente importantes na formação da personalidade de cada um. Contudo, algumas vezes, a instituição familiar passa por alguns momentos de conflito. “Os pais precisam admitir que como humanos, seus recursos emocionais são limitados. Neste sentido, dificuldades e crises familiares são inevitáveis” (BOM SUCESSO, 2000, p. 1).

Visando melhor compreensão do que afirma a autora, apresentamos inicialmente um quadro resumo de suas ideias e, a seguir, as diferentes tipologias de pais e suas características.

 

Limite

 

Pais Controladores

 

                     Hostilidade                    

 

Pais Educadores

                    

                          Firmeza

 

Pais Protetores

 

Negligência

 

Pais Permissivos

 

Permissividade

 

Essas ideias de Bom Sucesso (2000) mostram algumas atitudes que podem formar um cidadão firme e autoconfiante em seu desenvolvimento como ser humano, e pais que podem tornar essa formação muito mais difícil e negativa.

 

Pais Controladores

Esse estilo de pais educam os filhos com aspereza, pensam que os filhos devem somente obedecer sem nenhum questionamento além de não expressarem afeto.

Segundo Bom Sucesso (2000. p. 3), os filhos de pais controladores,

Tornam-se amedrontados, retraídos, com baixa estima e dificuldade em confiar. Aprendem que sentimentos são errados, engolem a raiva, não conseguem regular e equilibrar as emoções. Na escola, alguns costumam se comportar agressivamente, são indisciplinados, para compensar os severos limites colocados pelos pais. Outros mostram timidez excessiva, são envergonhados e pouco assertivos.

 

A educação autoritária e opressora tende a provocar sentimentos divididos, a incapacidade para o trabalho e o entrosamento social. Às vezes a criança pode mostrar-se agressiva e teimosa.

 

Pais Protetores

Estes acreditam que seu dever é proteger seus filhos de qualquer coisa que venha entristecê-los ou afetá-los emocionalmente, não passando para os mesmos, autoconfiança para resolver suas tristezas e frustrações. 

Para Bom Sucesso (2000, p. 10):

Alguns filhos de pais protetores aprendem que os sentimentos são errados, impróprios e inadequados; outros mostram dificuldade de entrar em contato com as emoções. São frágeis, confusos com relação aos sentimentos, não sabem lidar com críticas, submetem-se à pressão dos colegas. 

 

Manter o filho superprotegido não é o mais adequado a se fazer, pois a criança não tem acesso àquilo que poderia ajudar na construção de suas ideias, conceitos e de sua própria identidade, não só de pensamento como de interação perante a sociedade.

 

Pais Permissivos

Procuram agradar seus filhos fazendo suas vontades sem impor limites. São aconselhadores e procuram satisfazer todos os seus pedidos. Não ensinam nem cobram responsabilidades em casa e com suas coisas pessoais, e se os filhos estão tristes ou zangados com algo, não lhes ensinam a trabalhar com esses sentimentos livrando-os de lidarem com situações diversas da vida.

Sobre as atitudes das crianças cujos pais são permissivos, Bom Sucesso (2000, p. 11) assim se refere:

Algumas crianças mostram-se egoístas, individualistas, apresentando dificuldades em desenvolver amizades. Outras ficam despreparadas para o futuro e não aprendem a regular as emoções. Se irritadas, demoram a sair deste estado, podendo se comportar de forma descontrolada e ofensiva. Na escola não aceitam limites, agridem colegas e quebram objetos e regras.

 

Pais Educadores

Equilibram o afeto sem deixar perder o controle da situação e passar por cima de limites estabelecidos. Conversam com os filhos de forma respeitosa demonstrando que são confiáveis e justos. Trabalham com seus filhos, a ética e o respeito pelos outros. Sabem dizer “sim” e “não” nos momentos que devem dizer, deixando claro o motivo pelo qual a criança recebera o “não”. Trabalham com a responsabilidade, valorizando a independência.

Os filhos de pais educadores,

Mostram-se mais preparados para suportar crises e problemas, conseguem acalmar-se e sair da angústia. Autoconfiantes, imaginativos, adaptáveis, apresentando maior autoconsciência e autoconhecimento. Empáticos e capazes de ler a emoção do outro. Têm equilíbrio para lidar com sentimentos aflitivos. Apresentam maior competência interpessoal, pensamento realista, comportamento ético e capacidade para solucionar problemas. Mantêm o otimismo e a capacidade de motivar a si mesmo. Perseveram apesar das frustrações. São criativos, confiantes e benquistos. Discutem regras, mas são adaptáveis e razoáveis. São bem-sucedidos e competentes em relação às vicissitudes da vida (BOM SUCESSO, 2000, p. 13).

 

A educação familiar adequada é feita com amor, paciência e coerência, pois desenvolve nos filhos, autoconfiança e espontaneidade, que favorecem a disposição para aprender.

Biddulph (2003) em seu livro “Momentos Mágicos Com Seus Filhos”, que segundo ele é um “livro de receitas”, fala sobre o amor demonstrado pelos pais para com seus filhos.

O autor desataca que existem vários pontos-chave para se formar a personalidade dos pequeninos. Devemos atentar para a estes detalhes que fazem grande diferença no processo de formação de um cidadão, homem de direitos e deveres.

De acordo com Biddulph (2003, p. 6),

Criar filhos é uma arte antiga. Para se desempenhar bem esse papel, você deve recorrer aos seus recursos internos ocultos e fazer uso de vários apoios externos. Deve adotar a atitude de encontrar o caminho certo à medida que as coisas ocorrem disposto a cometer erros e aprender com esses erros sem se preocupar necessariamente.

 

Como dito anteriormente por Ferreira (2005), a arte de se criar e manter um bom relacionamento com seu filho consiste em compreendê-lo, tornar-se companheiro e ser confiável para ele. Já Biddulph (2003), nos diz que este é um processo cheio de estratégias e planos para que se alcance o objetivo desejado.

Biddulph nos fala também sobre dois tipos de amores. O Amor Suave e o Amor firme.

O Amor Suave é o amor capaz de liberar carinho, afeto, afastando todas as pressões externas vividas no dia-a-dia, permitindo que a criança tenha confiança nos pais e em si mesma. Biddulph (2003, p. 7) afirma que “[...] não é preciso forçar o amor suave, mas é preciso abrir espaço para que ele cresça”. O Amor Firme é saber ser bom e firme ao mesmo tempo, criando regras claras e fazendo com que elas sejam cumpridas, e não se deixar levar pela insistência dos filhos, coisa que geralmente acontece. Biddulph (2003, p. 7) assevera que o amor firme “[...] é forte com intenção amorosa, em oposição ao amor frio e duro. Os bons pais são firmes com as crianças pequenas porque gostam delas”.

Ele destaca que nem todos são criados com amor suave, acreditando que para conseguirem o respeito dos filhos devem agir com rigor e firmeza somente. Muitos pais não têm a capacidade de separar os momentos certos para agir de determinada forma. É importante reconhecer que há tempo para conversar, brincar, falar com “autoridade” e não com “autoritarismo” e colocá-los para pensar. Esses momentos devem acontecer para que o respeito entre ambos possa existir e não se perca o caminho.

 

A Escola e a Educação Integrada com a Família

É na escola que a criança passa grande parte do seu tempo e é ali também que ela adquire o conhecimento da vida em sociedade, de como conviver, compartilhar, entender e reconhecer as diferenças e transformações do mundo em que vive.

A escola tem um papel fundamental para a formação de um cidadão. Por isso, entre a instituição escolar e a família deve haver uma parceria, cujo objetivo seja sempre o de educar a criança para o mundo.

O primeiro contato da criança com a escola é geralmente de insegurança, medo que seus pais as deixem ali e vão embora, e com isso os primeiros dias em sala de aula são de muito choro e inquietação. Contudo as escolas permitem que os pais passem parte do tempo em sala com seus filhos, para que os mesmos sintam-se seguros e se encontrem em meio às tantas mudanças, se familiarizem com os novos colegas que o acompanharão no decorrer do ano letivo. 

Na escola, o professor assumirá o papel que lhe foi atribuído pelos pais, transmitindo conhecimento, segurança, confiança e respeito à criança, visto que, a mesma é a extensão da família, dividindo alguns dos compromissos da mesma, caminhando assim em parceria, na intenção de promover uma boa formação e um bom desenvolvimento nos indivíduos sob sua responsabilidade.

A relação entre a escola e a família precisa estar em harmonia para que o seu processo de educação seja eficiente, haja vista que a escola é uma instituição que tem o objetivo de complementar o ambiente familiar, por isso as duas dependem uma da outra.

Para Carraro (2006), a construção da parceria entre pais e escola deveria partir dos professores, visando, com sua proximidade, que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar seus filhos, uma vez que muitas famílias, pelo fato de não estarem prontas, sentem-se impotentes ao receberem em suas mãos os problemas de seus filhos, que lhes são passados pelos professores.

Na relação professor-aluno, o essencial é compreender o comportamento do mesmo. E essa compreensão vem a partir da observação, da comunicação e do momento de entretenimento com o aluno, onde os mesmos terão a oportunidade de se conhecerem ainda mais, fortalecendo a confiança entre eles e obedecendo aos limites estabelecidos.

É preciso identificar nos alunos pontos positivos e colocá-los em destaque. Isso não é uma função somente dos professores. Os pais devem também dar ênfase às atitudes boas dos filhos e falarem sempre delas com os mesmos, com o objetivo de estimular a prática de tais atitudes. Este procedimento na escola também se torna um meio de conquistar a confiança dos educandos, uma vez que, o professor passa a ver neles atitudes que os façam felizes e prazerosos em ali trabalhar.

 

A Educação Escolar Para a Vida em Sociedade    

A escola tem um papel fundamental de preparar o indivíduo e entregá-lo à sociedade como um cidadão. É nela que se constitui a imagem e a concepção de mundo. Sabemos que a escola é direito de todos e cabe à família entender e respeitar seus direitos e deveres.   

Muitos são os deveres da escola. Um deles, e muito importante, é o compromisso de trabalhar com a criança a linguagem, fazendo com que a mesma se comunique e aprenda a conviver com as pessoas que a circundam. A linguagem “[...] é concebida como mediação necessária entre o homem e a realidade natural e social, por ela marcar e caracterizar o homem como ser social e cultural” (VIEGAS; OSÓRIO, 2007. p. 96).

Para que seja realizado um bom trabalho é importante que a escola adeque-se à realidade das crianças que fazem parte da mesma, trabalhando com aspectos ligados à sua vida cotidiana, social e cultural.

A escola tem responsabilidade em relação ao futuro, ao desenvolvimento da sociedade. Ela deve preparar os alunos para sua inserção na sociedade enquanto adultos, no mercado de trabalho, na cultura e no lazer, enfim sua participação enquanto cidadãos. Ela presta serviços à sociedade, à comunidade onde está inserida. O serviço essencial da escola é de transmitir o saber.

 

 

 

Procedimentos Metodológicos

 

Segundo Gil (2002) pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

Quando se pensa em realizar uma pesquisa cientifica acerca de uma temática pré-definida, sabe-se que existem diferentes concepções a respeito da construção do conhecimento e, portanto, é necessário fazer escolhas prévias, dentre as técnicas disponíveis, buscando a melhor maneira de proceder tal pesquisa.

A pesquisa, segundo Rodrigues (2007, p. 1), pode ser definida como “Um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática”.

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos.

A presente pesquisa é do tipo explicativa e de natureza qualitativa. De acordo com Trindade (2003), uma pesquisa qualitativa trabalha com dados qualitativos. Se os dados não são quantitativos, são qualitativos. Há uma variedade de dados qualitativos. É inviável tentar apresentar um resumo, contudo, eles têm algo em comum: são elementos que o pesquisador sabe ou suspeita que respondam algo que ele procura entender.

Conforme Gil (1989), a pesquisa explicativa é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.

O estudo foi realizado em uma escola de Educação Infantil da rede privada, situada na cidade de Cariacica-ES, que atende às comunidades de Campo Grande, Vila Capixaba, Dom Bosco e outros bairros situados em seu entorno.

A equipe escolar é composta por 1 diretor, 2 pedagogas, 16 professores, 1 professora de Educação Especial, 2 professores de Educação Física, 1 estagiária, 6 auxiliares de serviços gerais, 3 merendeiras e 2 seguranças.

A instituição conta com 16 salas de aula, um laboratório de informática, biblioteca, uma sala de música e artes, sala de vídeo, sala dos professores, sala da pedagoga, sala da diretora e secretaria, além de um refeitório amplo, 2 quadras poliesportivas, 1 piscina para natação, 4 banheiros para os alunos, sendo 2 femininos e 2 masculinos e dois banheiros para professores e demais funcionários.

Atende alunos na faixa etária de 04 a 14 anos e seu funcionamento é de 07:00h às 11:30h para as atividades do turno matutino e 13:00 às 17:30h para as atividades do turno vespertino. 

Participaram desta pesquisa dois alunos do pré 2 da escola campo e sua professora, cuja formação é em Pedagogia e atua no magistério há 11 anos.

Objetivando obter informações sobre a participação dos pais na vida escolar de seu filho, utilizamos como instrumento para coleta de dados, a técnica da entrevista estruturada (ANEXO A). Foi solicitado à professora regente de turma, que a mesma relatasse o comportamento e desenvolvimento dos alunos, foco deste estudo, em todo o ambiente escolar no decorrer do ano letivo.

Os dados foram registrados em diário de campo destinado a este fim com vistas a posterior análise e descrição.      

 

Apresentação e Análise dos Dados

                 

Os resultados aqui apresentados são decorrentes das entrevistas realizadas com os sujeitos da pesquisa e fundamentados com os autores que subsidiam esse estudo.

 

Da Entrevista Com a Professora

A professora entrevistada tem formação em magistério em nível de ensino médio e formação em pedagogia. Atua na área da educação há onze anos e se considera uma profissional preocupada com a formação continuada dentro da escola. Revelou que sempre devemos buscar a preparação, cada dia mais e inovar sempre na educação. Ela participa de jornadas pedagógicas e encontros mensais com consultores de educação da editora da apostila adotada pela escola, com treinamentos e trocas de experiências e ideias.

Segundo Pavanello (2003), o professor deve: “Ter à sua disposição um conhecimento abrangente, que faça com que ele não se limite a conteúdos e sim, observe que é mais importante ter um conhecimento diferenciado desses conteúdos”.  É de suma importância que o professor esteja sempre disposto a buscar novas ideias, novas informações para que se obtenha sucesso em seu trabalho.

Para ela a relação da família com a escola é de suma importância, pois é através delas que há mais bases para encarar os desafios que aparecem em seu dia-a-dia. A professora informou que a forma de trabalhar com os diversos comportamentos dos alunos é pela observação de cada um em sua singularidade e assim vai trabalhando com as dificuldades dos mesmos.

A família está sempre presente na escola e quando algumas não se fazem presentes, a escola procura uma maneira de estimulá-las para que percebam a importância delas na vida escolar dos filhos.

De acordo com a professora a família participa das reuniões que são realizadas na escola e muitas vezes procuram a professora para saber do desenvolvimento escolar do filho, mas em outros casos algumas precisam ser convidadas em horários pré-agendados para conversarem com a professora e também com a pedagoga.

O fato de muitos pais terem que trabalhar, torna necessário o agendamento de um horário exclusivo para os mesmos, para que possam ter a oportunidade de obter informações sobre o desenvolvimento escolar de seu filho, ou participar de eventos e reuniões realizadas na instituição.

Segundo Buddulph (2007, p. 21),

Muitos pais de hoje saem para trabalhar às sete e meia da manhã e voltam às sete e meia da noite ou até mais tarde. Eles provavelmente não são bem sucedidos com os filhos, e quando não fazem um esforço sobre-humano nos feriados e fins de semanas para compensar sua ausência. Nem sempre é culpa deles – seu trabalho não dá espaço para a família. Na Idade da Pedra os pais muitas vezes tinham de enfrentar um tigre ou um mamute para salvar seus filhos. Na era do computador, às vezes temos de dizer ao nosso chefe para ele “se danar” – o que é igualmente perigoso.

 

O grande desafio dos pais hoje em dia é de dar conta dos diversos compromissos assumidos e com seus deveres de pai/mãe, profissional, chefe de casa, entre outros. Por outro lado, alguns pais estão mais disponíveis para realização de compromissos que dizem respeito ao desenvolvimento escolar de seu filho.

É muito comum hoje em dia vermos pais levando seus filhos para a escola, frequentando reuniões e eventos realizados na instituição de ensino.

A professora revelou que percebe, sem dúvidas, se a família contribui para o aprendizado do filho e se há acompanhamento às atividades que são enviadas para casa. Ela diz que reconhece cada atividade que foi realizada só pelo aluno e a que teve a ajuda dos pais.

Para a profissional a melhor maneira de a família demonstrar interação no desenvolvimento escolar do filho é participando, procurando saber do comportamento, desenvolvimento cognitivo. Justificando as possíveis faltas, pedindo e ajudando nas atividades acumuladas, orientando nas tarefas de casa sem fazê-las pelo filho. Pesquisando com os filhos e cumprindo com os mesmos o dia da entrega das atividades pedidas pela professora.

Visto que a escola é extensão da família, Carvalho (2008, p. 1) declara que,

Concebido como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, o dever de casa não só afeta seu planejamento e implementação, e, portanto, o trabalho docente, mas afeta também a vida dos estudantes fora da escola e sua rotina familiar, pois supõe a conexão entre as atividades de sala de aula e de casa, e uma estrutura doméstica adequada apoiando as atividades escolares. Assim como o principal meio de interação família-escola, o dever de casa passa, de uma política tácita informal desenvolvida por famílias e escolas (e seus agentes), a uma política formal que articula os esforços educativos destas instituições. Neste sentido, o foco no dever de casa pode servir como uma janela para olhar as relações família-escola e abordá-las de vários ângulos.

 

Além de ser um meio para que o aluno tenha a oportunidade de estar adquirindo conhecimentos também fora da sala de aula, o dever de casa tem a função de unir pais e filhos na participação ativa na vida escolar da criança, porém, podemos encontrar alguns casos em que alunos não têm o auxílio dos pais nessas tarefas. Muitos pais trabalham durante todo o dia e não têm tempo para realizar essas tarefas junto ao seu filho e acabam se tornando ausentes da vida escolar do mesmo. Porém, ainda hoje, podemos encontrar algumas escolas que não têm o costume de enviar dever de casa para os alunos.

O MEC instituiu o Dia Nacional da Família na Escola e em 2002 publicou a cartilha Educar é uma tarefa de todos nós. Esta cartilha é um guia para pais e mães na orientação e acompanhamento da vida escolar de seus filhos.

A Escola Municipal Professor Agostinho Fonseca Neto, de João Pessoa, por exemplo, elaborou a cartilha ‘Aprendendo com Carinho’ com a finalidade de mostrar às pessoas que formam a comunidade escolar – professores, funcionários, estudantes e, especialmente, pais e mães dos alunos – com o envolvimento dos pais na aprendizagem dos filhos, em casa e na escola, pode melhorar o seu desempenho na escola e na vida (CARVALHO, 2008, p. 5).

Garrett Redmond aboliu o dever de casa e relatou que isso privava as crianças dos seus momentos de descontração, brincadeiras e também por que muitas delas não tinham acesso a computadores ou auxílio de livros, apostilas, etc.

O dever de casa propicia o envolvimento dos pais com os filhos, tornando este momento uma oportunidade de estarem juntos. Faz também com que os educandos adquiram responsabilidade e compromisso com seu desenvolvimento.

 

Da Professora Sobre o Aluno Que Tem os Pais Presentes Em Sua Vida Escolar

 

A profissional nos informou que em relação aos deveres que são enviados para casa os responsáveis sempre acompanham, orientam e entregam no dia marcado, como também frequentam as reuniões de pais e mestres que são realizadas na escola.

A criança é acompanhada até a escola pelos pais, algumas vezes por um tio/tia ou mesmo pela babá.

Os responsáveis dessa criança estão sempre procurando se informar na escola sobre o comportamento de seu/sua filho/filha e se colocam à disposição da professora para somarem juntos, com o intuito obter resultados positivos no seu desenvolvimento escolar.

A demonstração de interesse pela criança, a busca de informações sobre seu comportamento na escola e como foi seu dia é um fator que estimula grandemente o seu desenvolvimento. Como já havíamos dito anteriormente, o simples fato de levá-las e ou buscá-las na escola já é um grande motivo de satisfação e alegria.

Quando tais atitudes são deixadas de lado, consequências gravíssimas podem surgir no decorrer da vida da mesma.

De acordo com Knobel (1992, p. 160),

Quem não se ocupa de seus filhos - qualquer que seja o pretexto – abandona-os realmente, ainda que fisicamente esteja presente. Esse abandono real é responsável pelas condutas desviadas, das quais os mesmos pais podem se queixar depois, culpando as escolas, os professores ou qualquer situação de vida.

 

Quando são realizados eventos culturais na escola tais como: projetos, feira literária, festas juninas, oficinas de artes e homenagem às mães no mês de maio, eles participam com muito interesse e elogiam o trabalho dos profissionais da escola, agradecendo por tudo que fazem pelo seu filho. A escola trabalha com projetos visando à valorização das atividades feitas pelos alunos e o aproveitamento de suas habilidades e potencialidades. Nas feiras literárias não é diferente, trabalha-se com o envolvimento de toda a comunidade escolar, e recebe visitação pública. 

Com esse trabalho é possível o compartilhamento de experiências e informações para a formação de todo pessoal envolvido no trabalho, direta ou indiretamente, uma vez que, o ser humano é um ser inacabado e está sempre em formação.

Paulo Freire (2003, p. 58) diz que,

 

É na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis na medida em que se reconheceram inacabados. Não foi a educação que fez mulheres e homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão é que gerou sua educabilidade. É também na inconclusão de que nos tornamos conscientes e que nos inserta no movimento permanente de procura que se alicerça a esperança. “Não sou esperançoso”, disse certa vez, por pura teimosia, mas por exigência ontológica.

 

De acordo com professora os pais que se mostram interessados no dia a dia da criança perguntam à mesma como foi seu dia. Por exemplo: “O que você aprendeu hoje?”.

Pai e mãe se mostram bem íntimos nas brincadeiras e conversas com seu filho, e quando não sabem como agradar, pedem ajuda à escola e dizem que os filhos falam que não é assim que a professora brinca ou canta com eles na sala.

Geralmente, a criança costuma não aceitar a forma como os pais brincam e os ajudam nas tarefas em casa alegando que a professora não faz da mesma forma, acreditando que os pais estão errados.

A atitude dos pais de procurarem a escola para saber como a professora trabalha é positiva, porém, é preciso ser trabalhado com a criança que os pais também sabem o que estão fazendo. A criança precisa ter confiança em seus pais, precisam saber que os mesmos também sabem fazer brincadeiras, cantar músicas, ajudá-los nos seus deveres de casa. 

De acordo com Costa (2010, s/p.),

A ausência dos pais e familiares na formação escolar da criança proporciona uma série de problemas no aprendizado e no desenvolvimento escolar da mesma. Por outro lado, as crianças que possuem pais participativos e que acompanham seus filhos em tudo que diz respeito à aprendizagem dos mesmos, demonstram afeto ao próximo, carinho com os educadores e demonstram educação para com os outros, os cadernos são limpos e organizados, a escrita é realizada de forma organizada e as tarefas de casa são executadas corretamente.

 

A família dessa criança é constituída por pai, mãe, irmão, avô e avó. O comportamento dessa criança no ambiente escolar é considerado normal, como de qualquer criança.

A criança se mostra bastante interessada nos estudos, presta atenção e busca sempre realizar suas atividades e espera sempre receber elogios e até mesmo uma pequena comemoração quando conclui os deveres sugeridos pela professora. Cada melhora ou cada acerto é comemorado e o aluno precisa desse estímulo para saber que pode sempre melhorar. 

É de suma importância fazer elogios às crianças independentes de atitudes tomadas por elas. Dizer coisas como “Você está bonito hoje” ou “Eu te amo” são palavras que servem como um estímulo para que a criança se sinta capaz de realizar determinadas coisas.

Para Biddulph (2007, p. 19),

As crianças precisam de dois tipos de elogios. Um é o elogio incondicional, do tipo “Eu te amo por você ser quem é”. Esse amor não precisa ser conquistado e nunca será perdido. A segunda forma é o elogio condicional, do tipo “Eu gostei do que você fez”.

 

A criança está sempre esperando um elogio ou uma palavra positiva de seus pais. Atitude essa que, faz com que o mesmo se sinta “grande”, possuidor de valores.

 

Da Professora Sobre o Aluno Que Tem os Pais Ausentes de Sua Vida Escolar

 

Segundo a professora, em relação aos deveres que são enviados para casa, na maioria das vezes os pais não acompanham e nem orientam seu filho, e sempre por um motivo ou outro esquecem a pasta de atividades em casa.

As reuniões de pais e mestres que são realizadas na escola, estes pais nem sempre participam, para saber como está o desenvolvimento do seu filho. A criança costuma ser enviada para a escola por meio do transporte escolar.

Segundo a professora o pai ou mãe procura se informar sobre o comportamento de seu filho na escola, mas é através de recados escritos nas agendas, quando pedem ajuda para trabalhar o comportamento da criança fora do normal, convidam os pais a comparecerem na escola para uma breve sondagem. Precisam saber se é assim em casa, se brinca com crianças da mesma idade, enfim, como é a convivência familiar. 

Essas informações são de suma importância para a escola. Através delas poderá ser feita uma análise sobre o comportamento da criança, sobre os fatores familiares que provavelmente poderão estar motivando tal comportamento, se houver.

Para que todo esse trabalho seja feito,

[...] a relação envolvendo a escola e a família precisa estar em perfeita harmonia, uma vez que a escola é uma instituição que possui o objetivo de completar o ambiente familiar. Sendo assim, a escola não deve funcionar sem a família e vice-versa, pois uma depende diretamente da outra visando ao desenvolvimento social e educacional das crianças (COSTA, 2010, s/p.).

 

Quando acontecem eventos culturais que são realizados pela escola eles não têm o costume de participar e se mostram bem desinteressados.

No dia-a-dia da criança os pais não se mostram muito interessados, pois normalmente eles se preocupam mais com o rendimento pedagógico, deixando de lado o comportamento agitado.  A escola vivencia, com conhecimento de causa, e sabe bem que se o comportamento foge dos padrões, pode comprometer o rendimento do aluno.

Raramente os pais se mostram interessados com as brincadeiras e conversas com seu filho. Normalmente a configuração desta família é de muitas pessoas morando juntas no mesmo prédio.  Sabe-se que, a interferência na educação das crianças, na maioria das vezes acontece, mesmo quando a família erra tentando acertar.  

A família é a instituição que trabalha como alicerce para que a criança cresça e se torne um cidadão de valor. O modelo de homem e mulher, marido e esposa, menino e menina são modelos definitivamente importantes na formação da personalidade de cada um. Porém, a instituição familiar não vive somente de bons exemplos. Os problemas que vão surgindo no decorrer do tempo penetram na vida da família, trazendo alguns resultados negativos na vida da criança, que será refletida normalmente na escola.

Bom Sucesso (2000, p. 86) diz que: “Os pais precisam admitir que são humanos e seus recursos emocionais são limitados”.

Por isso, mesmo pensando na melhoria de vida, no seu desempenho escolar e na formação da criança, nem sempre agimos corretamente, ou como gostaríamos.

O comportamento dessa criança é bem agitado, com pouco interesse, muita liberdade em casa e é resistente aos combinados de sala.

Alguma criança que se interessa acaba sendo prejudicada em seu rendimento por ser muito agitada e quando a escola trabalha seu comportamento, sem a ajuda da família, o resultado pode até ser alcançado, mas é muito mais difícil para se chegar a uma aprendizagem significativa. A professora diz que lembra sempre aos pais que “aluno é transitório na escola e que filho é para sempre”.   

Muitas vezes a criança procura na escola o que não encontra em casa, a atenção, o apoio da família. Todos gostam de receber “paparicos”, “mimos”, enfim, gostam de se sentir amados, queridos.

É importante que os pais às vezes se coloquem no lugar das crianças, para trazer a alegria de seus filhos, proporcionando assim, a união, o apego e cumplicidade entre ambos.

Biddulph (2007, p. 32) diz que: “Precisamos “despoluir” a vida dos nossos filhos.” E complementa: “A melhor coisa que você pode fazer pelos seus filhos é aproveitar que eles existem.” (BIDDULPH, 2007, p. 34).

O tempo passa muito rápido e quando se dá conta disso, os filhos estão criados, independentes, seguindo suas vidas e muitas vezes bem distantes dos pais. Por isso, cada segundo deve ser aproveitado com os filhos, com dedicação, amor, respeito e cumplicidade.

 

Considerações Finais

A instituição familiar bem como a escola, servem como ponte para que a criança cresça e se torne um cidadão preparado para atuar como parte integrante do mundo em que vive. Dessa forma, propõe-se um envolvimento efetivo das famílias na educação dos filhos e sua participação nas atividades escolares, uma vez que, quando educadores, profissionais da escola e as famílias dos alunos trabalham juntas, aumenta o êxito escolar dos mesmos. Esse resultado é identificado em estratégias que demonstram que quando há envolvimento dos pais, há maior aprendizagem dos alunos e melhor desempenho em  geral.

O contato com a família possibilita à escola o conhecimento do conceito que os pais têm de seus filhos. O conhecimento de tais expectativas é importante para o educador, bem como as atitudes em relação a elas.

Através da contribuição dos pais acompanhando e assessorando o trabalho escolar dos alunos, é formado um elo de ligação que forma um ciclo de comprometimeno entre ambas as partes, onde o personagem de destaque é a criança.

O apoio da família permite que a escola se sinta segura e amparada pela  mesma, sabendo que pode contar com a sua ajuda sempre que precisar.

Quanto a criança, a participação de sua família na escola proporciona um sentimento de proteção, acolhimento, confiança e segurança que fortalece e aumenta a qualidade de seu desenvolvimento. 

Os resultados obtidos com esta pesquisa respondem às perguntas formuladas na introdução, considerando que dizem respeito ao acompanhamento dos pais à vida escolar de seus filhos, através do relato da professora regente de classe sobre tal acompanhamento e reflexo deste.

O estudo foi de grande importância para nós, porque nos fez reconhecer a importância que a família tem enquanto instituição, e o que sua presença na escola pode influenciar no desenvolvimento do aluno e de todo o trabalho realizado pelos educadores.

Esperamos que o mesmo sirva de referência para educadores e pais que necessitam de orientação a respeito da grande importância de sua participação e interação com as atividades escolares, bem como em seus lares.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BIDDULPH, Steve. Momentos mágicos com seus filhos. 2. ed. São Paulo: Fundamento, 2003.

BOM SUCESSO, Edina. Afeto e Limites: uma vida melhor para pais e filhos. Rio de Janeiro: Dunya, 1999.

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CARVALHO, Maria. Escola como extensão da família ou família como extensão da escola? O dever de casa e as relações família-escola. Disponível em: ˂http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-24782004000100009&lng=pt&nrm=iso˃ Acesso em: 15 de março 2011.

COSTA, Keite. A Importância da Família na Eudcação da Criança. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/32304/1/A-Importancia-da-Familia-na-Educacao-da-Crianca/pagina1.html#ixzz1WAwjNXVf>. Acesso em: 25 de Agosto de 2011.

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FREIRE, Paulo.  A Formação de Professores para a Diversidade na Perspectiva de Paulo Freire. In: MAGALHÃS, Abigail et al. Recife, 2005. Disponível em:  <http://www.paulofreire.org.br/artigos_parte01.pdf>. Acesso em: 30 de Maio de 2012.

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VIEGAS, Lilian; OSÓRIO, Alda. A transformação da educação e sua influência na sociedade contemporânea. Revista Inter Meio, Campo Grande, v. 13, n. 26, p. 96, dez. 2007.