A CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE LETRAS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL



A Comunicação e as competências Linguísticas na educação como elementos indispensáveis para a transformação da consciência ambiental, o Brasil possui inúmeros recursos naturais de fundamental importância para o planeta e é dono de uma das maiores biodiversidades do mundo, além de ter uma riqueza cultural originada pela integração de diversos grupos étnicos. Há uma grande preocupação com a preservação ambiental, principalmente em certas áreas da Amazônia. Entretanto, ao mesmo tempo em que se luta para proteção ambiental percebe-se que a degradação dos ambientes depende do grau de conhecimento da maior parte da população brasileira quanto a ética, a moral, o respeito e também a preservação de valores presente nos parâmetros curriculares referentes ao meio ambiente e saúde, bem como no ensino de Língua Portuguesa. Nos temas transversais conta que: " a fome, a miséria, a injustiça, a violência e a baixa qualidade de vida de grande parte da população brasileira são fatores que estão fortemente relacionados ao modelo de desenvolvimento e suas ampliações sócio-ambientais". (p 25).
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, contam como características desta área, o desenvolvimento da língua e participação social, em que a responsabilidade de letramento das comunidades em que vivem os alunos, cabe a escola bem como a linguagem como atividade discursiva e textualidade. Deste modo, a escola pode contribuir com a educação ambiental, através dos seus professores de Letras, nas áreas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação, ajudando os alunos a produzir discursos oralmente e por escrito, principalmente ensinando a ler, a interpretar e a analisar os fatos da língua e suas variações, respeitando as diferenças linguísticas regionais, sociais e individuais.
Também deve levar em conta três variáveis: o aluno, a língua e o ensino, porém, o aluno como sujeito da ação de aprender que age sobre o objeto de conhecimento ainda precisa ser respeitado, porque em relação á língua, segundo elemento entre as variáveis que é a Língua Portuguesa, os profissionais de Letras são preparados para defender; e o terceiro elemento o ensino que é a prática da medição entre o sujeito (aluno) e o objeto do conhecimento ( a língua) precisa ser mais planejado, implementado e suas atividades didáticas dirigidas para apoiar e orientar a reflexão da aluno.
Para essa situação, apresenta-se a seguinte questão norteadora: como o profissional da área de Letras pode contribuir em relação a linguagem para resolver problemas da vida cotidiana envolvendo Educação Ambiental? É possível refletir sobre esta questão de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental relacionando seus conteúdos e os temas transversais descrevendo os seus usos e formas da língua oral e da língua escrita com projetos da Leitura e a prática de produção de textos sem esquecer a análise lingüística que envolva, os aspectos gramaticais e correção dos discursos.
O objetivo do texto é apresentar uma proposta de ensino de Língua Portuguesa aplicada a Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Para realizar este trabalho foi preciso: fazer levantamentos da literatura que fundamenta o projeto do artigo; Descrever o conteúdo dos textos através de resumos e resenhas sobre o tema.
Analisar o sentido das citações e comentar, relacionando com a área da Letras; Confrontar os dados da bibliografia com a realidade da escola.
A metodologia, adotada foi uma seleção de textos sobre o meio ambiente, Legislação Ambiental e Legislação Educacional.
Descrição dos dados obtidos nas consultas aos textos. Uma análise das citações extraídas dos livros e um confronto das idéias dos livros com a realidade.
O público alvo a quem destina os textos são os alunos, professores e especialistas da área ambiental. Sobre a questão ambiental, vários autores e obras, trazem considerações importantes:
ARAÚJO (2008:8) Sobre Direito Ambiental na Legislação Brasileira afirma:
"Nota-se que a proteção ao meio ambiente acompanha o valor da proteção à vida, ao bem viver, intervindo como parte do valor de votação a dignidade humana. Como pressupostos primeiro dos direitos e das gramáticas constitucionais, a dignidade humana á um valor que tem em si a erradicação da pobreza, diminuição do consumo, controle da poluição, alternativas energéticas, condição básica habitacional, recuperação ambiental, políticas ambientais locais".
Educação Ambiental é uma foram de educar e aprender, tendo como objetivo o próprio meio ambiente em que vivemos e a melhoria da qualidade de vida. A Educação Ambiental inclui estudos de problemas, ecológicos e regras de conservação da natureza, ao mesmo tempo que desenvolve tópicos de outras matérias, buscando e aplicando toda aprendizagem no próprio ambiente que envolve a classe.
GUIMARÃES (2000:26) Ao tratar de Educação Ambiental, questionando sobre consenso o embate argumenta sobre problema: "Como solução para os problemas ambientais atuais, surgem propostas de desenvolvimento sustentáveis definidas pelos seguimentos dominantes na sociedade, seguindo essas novas concepções em formulação. Mas, ao se defender propostas partindo da lógica, do modelo na qual os problemas se estruturam, encontram-se soluções pontuais e parciais.
Quando não se consegue mais resolver os problemas pela lógica do modelo, quando por essa lógica as soluções são sempre suficientes, demonstra-se a crise desse modelo civilizatório. Para tanto, é necessário demonstrar essa lógica para construção de novos paradigmas , em um modelo de sociedade".
Sem desmerecer a importância e da necessidade atual do ensino de ecologia, afirma-se que Educação Ambiental é ensinar ecologia como muitos livros didáticos e como muitos outros meios ditos de Educação Ambiental o fazem. Também não é apenas descrever os problemas ambientais, como por exemplo as formas de poluição, os animais em extinção etc.
A forte demanda pela temática gerada pelos problemas ambientais leva, muitas vezes, a que professores bem intencionados se aventurem em práticas com finalidade de Educação Ambiental, que se tenham a oportunidade de se aprofundar uma reflexão em conjunto com essas práticas.
Sobre meio ambiente e saúde em temas transversais vê-se que uma das principais propostas assumidas internacionalmente é de se investir numa mudança de mentalidade, conscientizando as pessoas para dotarem novas posturas diante dos problemas constatados em relação ao meio ambiente. A Conferência Internacional Rio 92, em que mais de 170 países, assinaram o compromisso de "construção de mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado, sugere que a Educação Ambiental no Brasil que foi assumida pela constituição de 1988, evidencie a importância atribuída aos lideres para Educação Ambiental como solução para questões desta natureza:
Os PCN?s destacam como prioridade: "nesse contexto, fica evidente a importância de se educar os futuros cidadãos brasileiros para que, como empreendedores, venham a agir de modo responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro; como participante do governo e da sociedade civil, saibam cumprir com suas obrigações exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade tanto local como internacional; e como pessoas encontrarem acolhida para ampliar a qualidade de suas relações intra e interpessoais com o ambiente tanto físico quanto social". (p.26)
Hoje, de acordo com o depoimento de vários especialistas que vem participando de encontros nacionais e internacionais, o Brasil é considerado um país com maior variedade de experiências em. Educação Ambiental co iniciativas originais que, muitas vezes, se associam a intervenções na realidade local. Por tanto, qualquer política nacional, regional ou local que se estabeleça deve levar em consideração essa riqueza de experiências, investir nela, e não inibi-la ou descaracterizar sua diversidade.
A Educação Ambiental é divulgada hoje na mídia e entre os ambientes sociais. A Constituição do Brasil de 1988, em seu capítulo VI, atribui ao poder público a função de "promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente". (art.225, parágrafo 1º, inciso VI). Também a lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, prever a Educação Ambiental, como uma diretriz para o currículo da Educação Fundamental, enfatizando no seu artigo de 12, a incumbência dos estabelecimentos de ensino "articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola", também incumbe os professores a "colaborar" com as atividades de articulação da escola com as famílias, e a comunidade.
De acordo com isso, o Ministério da Educação apresenta nos PCN?s o tema: Meio Ambiente como tema transversal do currículo Escolar. Ao tratar da articulação dos professores com a família, os PCN?s propõem a criação de projetos de leitura com situações de linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos, campanha para a criação da biblioteca escolar, jornal escolar, feira cultural e exposição de trabalhos. "A característica básica de um projeto é que ele tem um objetivo compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final em função do qual trabalham, além disso, os projetos permitem dispor do tempo tem o tamanho necessário para conquistar o objetivo, pode ser de alguns dias ou de alguns meses. Quando são de longa duração ainda a vantagem adicional de permitir o planejamento de suas etapas com os alunos, são ocasiões em que eles podem tomar decisões sobre muitas questões: controlar as tarefas, avaliar os resultados em função do plano inicial, etc. (P.62.).
O trabalho com o tema Meio Ambiental que se propõe, deverá trazer uma visão ampla que envolva não só os elementos naturais do meio ambiente, mais também os elementos construídos e todos os aspectos sociais envolvidos na questão ambiental.
O trabalho com produção de textos, também é propostas aos profissionais de língua com a finalidade de ensinar os alunos a desenvolverem tanto de forma espontânea, quanto de forma sistemática, visando formar escritores competentes capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes. Um escritor competente atende-se como alguém capaz de produzir um texto com autonomia, com base em planejamento e escolha do gênero, do destinatário e da situação do discurso, bem como capaz de verificar se o seu próprio texto é coerente e coeso, em outras palavras, um escritor competente é alguém que sabe escrever e se auto-corrigir.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de utilizar a escrita com a eficácia, que tenham condições de assumir a palavra também por escrito. Para produzir textos adequados,é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar tanto com a escrita da linguagem__ os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético e as restrições ortográficas como com a linguagem escrita os aspectos discursivos relacionados á linguagem escrita os aspectos discursivos relacionados à linguagem que se usa para escrever. Para tanto é preciso que, tão logo o aluno chegue a escola, seja solicitado a produzir seus próprios textos,mesmo que não saiba grafá-los, a escrever como lhe for possível, mesmo que não o faça convencionalmente. (p.68).
Propor situações de produção de textos, em pequenos grupos, nos quais os alunos compartilhem atividades, embora realizando diferentes: produzir propriamente, grafar e revisar.
A conversar entre o professor e aluno é, também uma importante estratégia didática em se tratando da pratica de produção de textos: ela permite, por exemplo, a explicitação das dificuldades que os bons escritores ( de livros) teriam para redigir. Quando está acabando, o texto praticamente não deixa traços de sua produção. Sendo assim, é fundamental que os alunos saibam que escrever, ainda que graficamente para muitos, não é fácil para ninguém.

Com base nas leituras realizadas para este artigo verifica-se que o professor de Letras pode e deve contribuir com a Educação ambiental, em sua profissão todos os dias com palestras, projetos de leitura e principalmente com ações desenvolvidas para melhoria do meio ambiente. A gravidade da crise ambiental que está atravessando o nosso planeta, merece a atenção de todas as áreas de ensino, principalmente os educadores ambientais. No caso dos professores de Português e Literatura, além de redigir discursos sobre o meio ambiente e valorização do ser humano na ocupação do espaço e na diplomacia no uso da palavra, também deve ensinar aos jovens que preservar a harmonia no meio ambiente não se restringe a limpeza, higiene e saneamento básico, nem só a preservação dos animais e das plantas mais também a prática efetiva do respeito ao próximo, sabendo ouvir, valorizando as diferenças de falares, considerando a ética como fator de equilíbrio em qualquer espaço social.