1.1 TIPOS DE ESCRITA UTILITÁRIA.

É todo aquele que não tendo uma função puramente estética visa essencialmente satisfazer uma necessidade de comunicação.

Algumas das funções que o texto de carácter utilitário deve satisfazer são as seguintes:

- Interpessoal: carta, circular, telegrama, currículo vitae e relatório.

- Expressiva: convite, felicitações;
- Apelativa: anúncio, cartaz e requerimento;
- Reguladora: lei, direitos do homem, regulamento da escola;
- Expositiva: artigo enciclopédico, relatório cientifico;
- Dramático: guião (peça de teatro ou qualquer outro espectáculo);

1-2 Requisitos para a escrita utilitária.

A escrita utilitária deve satisfazer principalmente os seguintes requisitos:

? . A simplicidade, que recusa a linguagem pretensiosa, afectadas as frases de recorte literário, as expressões rebuscadas os ornatos retóricos;
? . A clareza e precisão, que fazem expor os pensamentos de forma a não deixar a quem lê deixarem dúvidas acerca dos nossos desejos e propósito; pelo que devem usar os termos próprios, fazes breves, períodos curtos;
? . A correcção, que exige uma linguagem isenta de erros de gramáticas e uma pontuação exacta;
? . A concisão, que consiste em não empregar mas palavras do que as necessárias a fácil e a clara compreensão no texto;
? . A delicadeza, que atrai quem lê e cria simpatia e boa disposição a favor de um escrevente do texto utilitário;

1.2 TIPOS DE ESCRITAS UTILITÁRIA.

1.3.1 A carta comercial

A carta é seguramente um dos instrumentos mais úteis em situações diversas como o texto normalizado que é, obedece a determinada estrutura:

Cabeçalho: Situa-se no canto superior esquerdo, é impresso e na sua composição podem entrar desenhos, deve dar ao nosso correspondente todas as informações de que ele precisar.
Assim, deve conter, no caso de uma imprensa: O nome da casa ou imprensa, afirmam ou denominação social, o ramo de actividade que explora, a morada completa, os contactos telefónicos, e-mail, filiais, indicações de casas de que é agente; no caso de um individuo: Nome completo, morada, contactos telefónicos e e-mail.


Localidade e data: Situa-se por baixo do cabeçalho, no canto superior direito;
Destinatário: Nome e morada completa da pessoa, imprensa ou organismo
à quem se destina a carta;
Saudação ou formula inicial de cortesia: Segue-se ao endereço, do qual se separa por um espaço maior do que o deixado entre as linhas do texto. As fórmulas mais utilizadas são Caro Sr. Ou Sra. Depois da saudação, põe-se uma vírgula.
Texto: Separa-se da saudação por um espaço maior do que aqueles que se deixa entre as linhas de cada parágrafo. Pode escrever-se em bloco. Mas também se pode escrever começando a primeira de cada parágrafo mais afastada da margem esquerda do papel do que as outras. Cada assunto deve corresponder a um parágrafo.

Paragrafo de encerramento: é uma forma de despedida, pode consistir em "atenciosamente", "cordialmente", "os melhores cumprimentos", etc. Sendo o texto escrito em bloco, o contrario, escreve-se sensivelmente do meio do papel para a direita;

Assinatura: deve escrever-se na mesma altura do paragrafo de encerramento, mas depois de deixados alguns parágrafos. EXEMPLOS -

1.31 Carta ? pedido


Edson Jake Love
Rua das Aguas Frias, 111
Ribeira Grande
Tel. (244) 923 029 080



Luanda, 15 de Março de 2006

EXMO. Senhor Director Comercial
Editora Lemos
Rua de Baixo, 231
Luanda

Ex. mo Senhor,
Solicito a V. Ex.ª se designe em enviar-me a cobrança o livro "Os Lusíadas em Prosa", na versão de Amélia pinto Pais, que a editora Lemos, tão oportunamente, lançou no mercado.
Mais informo V. ex.ª que estou a fazer um trabalho sobre o livro, a apresentar na primeira semana de Outubro, pelo que gostaria que mo enviasse o mais brevemente possível.
Com a mais elevada consideração, subscrevo-me,


Atenciosamente

Eds@n J@ke L@ve.
______________________________________






1.3.2 O Currículo Vitae

É um texto que testemunha o percurso académico e profissional de um individuo, sendo completado com algumas informações der carácter pessoal, e serve para a sua candidatura a um emprego.

INFORMAÇÃO PESSOAL.

Nome
1. Apelido e nome.
Morada
1. Rua, código postal, localidade e país.
Telefone
? Fax
? Correio electrónico
? Nacionalidade
? Data de nascimento
? Dia, mês e ano

EXPERIENCIA PROFISSIONAL

1. Datas (de ? até)
2. Comece por indicar a experiencia profissional mais recente; a cada posto profissional pertinente deverá uma entrada separada.
3. Nome e endereço do empregador
4. Tipo de empresa ou sector
5. Função ou cargo ocupado
6. Principais actividades e responsabilidades

FORMAÇÃO ACADÉMICA E PROFISSIONAL

? Datas (de ? até)
? Comece por indicar a formação mais recente; a cada curso pertinente que tenha concluído deverá corresponder uma entrada separada.



CONVITE. COMO FAZER UM CONVITE»?
O convite é redigido para convidar alguém a estar presente num evento (festa, casamento, inauguração, baile, aniversário) nele deve constar:
? O local do evento;
? A hora;
? A referência a quem o promove ou organiza;
? Pode solicitar-se a confirmação da presença do convidado, apresentando-se para isso um possível contacto;
? Dependendo do tipo de evento, a organização pode exigir requisitos aos convidados. Por exemplo num baile de Carnaval, os convidados deverão ir disfarçados?

QUEM E COMO CONVIDAR?
Como responder a um convite para um evento social ou oficial?
Um convite não deve ser feito de maneira equívoca, indefinida ou imprecisa.
Convida-se quando se quer celebrar uma data, retribuir outro convite, homenagear alguém, realizar um encontro informal, um casamento, etc.
Distingue-se uma pessoa quando a convidamos para um evento, demonstrando-lhe assim que a sua presença dá prazer e deixa honrado a quem convida.
Já, oficialmente, convida-se não para dar prazer. Assim, não é adequado constar no convite a expressão "tem o prazer de convidar", mas "tem a honra de convidar" ou "convida", conforme o grau de importância dos destinatários.
1. A redacção dos vários tipos específicos de convites obedece a regras muito precisas, na etiqueta bem como em Protocolo.
Os convites podem ser feitos de diversas formas, de acordo com o grau de intimidade e familiaridade.
1.1 Pelo telefone, quando se trate de alguém muito íntimo, ou quando há um contacto prévio ao seu envio.
1.2 Pessoalmente, quando se dá um encontro fortuito permitindo a entrega do convite.
1.3 Pelo correio, quando se envia o convite e p.m.
1.4 Em mão, nas situações mais formais e para individualidades oficiais.
TIPOS DE CONVITES
1. Convite Formais ? oficiais, corporativos, São escritos na terceira pessoa, impressos com tinta preta numa folha de cartolina fina ou numa folha de cartolina dobrada branca, ou tom cru, e as letras com formato clássico. Devem ser entregues em dois envelopes, não sendo fechado o interior.
Indica-se na primeira linha a designação do cargo do anfitrião ou da entidade que convida. Deve ser igualmente indicado o acto para o qual se convida, o local, a data a hora e o traje.


Informais ? corporativos, pessoais Convites informais
Usam-se geralmente para eventos de menos cerimónia como uma comemoração natalícia, um jantar informal ou um evento empresarial de apresentação de produtos ou serviços ao mercado. Podem ser feitos em papel de carta normal, e, só neste tipo de convite se escreve a palavra convite.
São feitos usualmente com grande simplicidade, podem ser escritos na terceira pessoa, tal como os formais, mas não se indicando os cargos e títulos precedendo os nomes.
Convites pessoais
Este convite não obedece a uma forma rígida podendo ser feito pessoalmente, por telefone ou por escrito.
Responder a um convite
Quando se é convidado para um evento pelo simples envio de um convite, sem qualquer consulta prévia, este deverá ser respondido no prazo de 48 horas, seja para o aceitar ou declinar.
Se o convite tiver as iniciais R.S.F.F. (responder se faz favor) ou R.S.V.P. (repondre s?íl vous plait), deve-se obrigatoriamente responder por escrito, o mais elegante ou por resposta telefónica.

Para aceitar
O convidado aceita o convite; para o evento "x"; realizado por tal razão; menciona-se a data, não sendo necessário mencionar o local ou a morada.
Para recusar
O convidado substitui a palavra aceita, pela expressão também na terceira pessoa "lamenta não poder aceitar o convite com que foi honrado" ou "lamenta não poder aceitar, em razão de compromisso assumido anteriormente".
A um convite formal que não seja oficial pode ser dada uma resposta informal, mostrando atenção e agradecimento através de um telegrama, uma carta, onde se expressa o pesar de não poder comparecer e se apresentam os cumprimentos e os votos que forem oportunos.

? São oficiais, quando o anfitrião é uma autoridade.
São corporativos, quando o anfitrião é uma entidade privada
São pessoais, quando o anfitrião é um particular

Conclusão.
Em suma para os textos de carácter utilitários apercebi-me de que eles não devem ser escritos sem antes conhecermos os seus títulos.
2. Vossa Excelência ( V. Ex.ª ).Emprega-se, no meio oficial para:
Presidente da República
Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Chefe do Estado Maior das Forças Armadas
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República
Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República
Consultor Geral da República
Chefe do Serviço Nacional de Informações
Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas dos Estados
Governadores de Estado e Vice-Governadores
Prefeitos Municipais
Secretários de Estado
Senadores
Deputados
Juizes do Trabalho, Juizes de Direito e Juizes Eleitorais
Procurador Geral da República
Embaixadores e Cônsules
Generais e Marechais
Forma de endereçamento:: Excelentíssimo Senhor (Exmº. Sr) e Meritíssimo Senhor (MM) para juizes
3. Vossa Senhoria ( V. S.ª ), emprega-se, no meio oficial para:
Funcionários graduados
Organizações comerciais e industriais
Particulares em geral
Forma de endereçamento: Ilustríssimo Senhor (Ilmº. Sr.)
4. Vossa Eminência ( V. Em.ª ), emprega-se, no meio oficial para:
Cardeais
Forma de endereçamento: Eminentíssimo Senhor ( Emm.º Sr. )
5. Vossa Excelência Reverendíssima ( V. Ex.ª. Rev.ma ), emprega-se, no meio oficial para:
Arcebispos e Bispos
Forma de endereçamento: Excelentíssimo Senhor ( Exm.º Sr. )
6. Vossa Santidade ( V .S. ). emprega-se, no meio oficial para:
Papa
Forma de endereçamento: Santíssimo Padre ou Beatíssimo Padre...
7. Reverendo ( Rev.do.), emprega-se, no meio oficial para:
Sacerdotes
Clérigos
Religiosos
Forma de endereçamento: Reverendo...
8. Vossa Magnificência, emprega-se, no meio oficial para:
Reitores de Universidades
Forma de endereçamento: Magnífico Reitor...
9. Vossa Majestade ( V. M. ), emprega-se, no meio oficial para:
Imperadores
Reis
Rainhas
Forma de endereçamento: A Sua Majestade, Rei ....(ou Rainha)
10. Vossa Alteza ( V. A.), emprega-se, no meio oficial para:
Príncipes e Princesas
Forma de endereçamento: A Sua Alteza, Príncipe... (ou Princesa)
Rubem Queiroz Cobra
==================== Bibliografia
Bibliografia:
Cegalla, Domingos P. - Novíssima Grramática da Lingua Portuguesa. Cia. Ed. Nacional, 24. ed., São Paulo, 1984
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda - Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2a. edição. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1986
Lima, Rocha - Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 10a. edição, F. Briguiet & Cia, Ed., Rio de Janeiro, 1964
Presidência da República - Manual de redação da presidência da república. Governo do Brasil, Brasília, 1991
==
(1) Nesta página (site) sobre pronomes de tratamento, o assunto é tratado no âmbito da Etiqueta, ou seja, o significado desses pronomes dentro do relacionamento entre pessoas. A questão propriamente gramatical (gênero, número, concordância, etc.) o leitor precisa esclarecer com um professor da língua portuguesa ou buscar em uma gramática. No entanto, posso adiantar que, com respeito à concordância em gênero, o gramático Domingos Paschoal Cegalla, na sua "Novíssima Gramática da Língua Portuguesa", 24 edição, à página 152, dá o seguinte exemplo, tirado do livro "Todos Contam sua Vida", de Vivaldo Coaraci: "Vossa Majestade pode partir tranqüilo para a sua expedição." (tranqüilo e não tranqüila). Com certeza, neste exemplo, "Vossa Majestade" refere-se a um homem e não a uma mulher Bibliografia
Boa Educação no Trânsito: o que você pensa da FAIXA DE PEDESTRES? Para saber mais clique AQUI.


(Fonte: Manual de Redação da PUCRS: http://www.pucrs.br/manualred/abreviaturas.php)
Aberta em 18/04/99 sob o título Saudação laudatória, Discriminação e Direitos Humanos como Página anexa a "Filosofia Moderna". Revista e relançada em 01/09/2002.
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Direitos reservados. Texto impresso original depositado no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional.
Para citar este texto:Cobra, Rubem Q. - Pronomes de tratamento. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 2002
("www.geocities.com/cobra_pages" é "Mirror Site" de www.cobra.pages.nom.br).

Introdução
Introdução
O por¬tu¬guês que se fala em Angola tem um sabor espe¬cial que o dis¬tin¬gue quer do de Por¬tu¬gal quer do brasileiro.
O sota¬que, claro, é o pri¬meiro indi¬ca¬dor dessa dife¬rença. Mas há tam¬bém o voca¬bu¬lá¬rio par¬ti¬cu¬lar, muito do qual até já fez a tran¬si¬ção para a lí¬ngua cor¬rente em Por¬tu¬gal: kota, liamba, ganza, bué são pala¬vras aqui de Angola, que sal¬ta¬ram fron¬tei¬ras mudando por vezes de sentido.
"Kota", por exem¬plo, tem cá em Angola uma carga de res¬peito que em Por¬tu¬gal, de certa forma, se inver¬teu; "gan¬zar", por outro lado, sig¬ni¬fica aqui ape¬nas divertir-se.
Outras pala¬vras são mais espe¬ci¬fi¬ca¬mente locais, e todos os dias estou a apren¬der novas: cuiar, bum¬bar, kilape, machim¬bombo, can¬don¬gueiro, pai¬ado, kan¬dando, etc.
Mais engra¬çado ainda são as novas pala¬vras que um povo muito ima¬gi¬na¬tivo vai fazendo sur¬gir das anti¬gas. Por exem¬plo, "des¬con¬se¬guir", que quer dizer exac¬ta¬mente o que sugere. Como no seguinte diá¬logo: "Falaste com o Manuel? ? Des¬con¬se¬gui". Ou então "desa¬chei" em vez de "perdi".
Outro exem¬plo de uma dife¬rença mar¬cante: a ques¬tão dos "as" e dos "às". Por exem¬plo, onde nós dirí¬amos "A festa come¬çou às tan¬tas da manhã" os ango¬la¬nos dizem mui¬tas vezes "A festa come¬çou as tan¬tas da manhã".
Pelo con¬trá¬rio, quando nós dize¬mos "A bola pas¬sou entre as per¬nas" é vul¬gar ouvir um ango¬lano dizer (e escre¬ver) "A bola pas¬sou entre às pernas".
Mais uma par¬ti¬cu¬la¬ri¬dade ? o "ainda". Per¬gunto ao segu¬rança da minha casa: "Já vol¬tou a ener¬gia?". A res¬posta dele: "Ainda". O que é o mesmo que "ainda não", mas pou¬pando uma pala¬vra (e energia).
Uma última idi¬os¬sin¬cra¬sia, que tem a ver com os ver¬bos no modo reflexo. Num avião, um pas¬sa¬geiro chama a hos¬pe¬deira (ou "aero¬ve¬lha", por com¬pa¬ra¬ção com as "aero¬mo¬ças" dos bra¬si¬lei¬ros). Joga-lhe a per¬gunta "Onde fica a casa de banho?". Res¬posta da senhora: "Venha-me atrás que eu mos¬tro". Para uma mente mal¬dosa como a minha isto abre um uni¬verso de pos¬si¬bi¬li¬da¬des que cer¬ta¬mente não ocor¬reu a nenhum dos dois.
Objectivo geral
Proporcionar e propiciar o conhecimento da língua portuguesa, objectivando a uma competência voltada para o desenvolvimento da língua oral e escrita, (sobretudo com mais enfoque no aspecto linguístico da grafema e sintaxe escrita). Do aluno, possibilitando assim a aquisição do saber nas diferentes áreas do conhecimento humano.
Objectivo principal.
Este plano parte do princípio de que o conhecimento para a renovação do ensino da língua e, principalmente de gramática, não implica uma ruptura com os conteúdos histórica e culturalmente adquiridos como, como, por exemplo substantivo, sujeito, concordância, etc. nem se trata tão pouco de omitir nomenclatura ou de substituí-la por outra, desta ou daquela teoria linguística. O esforço deste grande plano consiste em dar um novo tratamento a esses conteúdos, passam agora ser vistos também pela perspectiva da semântica, da estilística, da linguística e da análise do discurso.
Em síntese, penso que o ensino de português, hoje, deva abordar a leitura, a produção de texto e, o estudo gramatical sobre sob uma mesma perspectiva de língua ? a perspectiva da língua como instrumento de comunicação, de acção e de interacção social. Neste sentido alteram-se o enfoque, a metodologia e as estratégias do ensino da língua portuguesa, que se volta essencialmente para um trabalho integrado de leitura, produção de textos e reflexão sobre a língua, desenvolvido sob uma perspectiva textual e enunciativa.
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