VISÃO POLÍTICA DO BRASIL DO SÉCULO XXI

         Difícil acreditar que passados 25 anos em regime político civil e democrático, depois de tantas manifestações populares em animadas esperanças pelo fim de um regime, que todos diziam ser ditador, nós iríamos, ver e ouvir tantos escândalos políticos com base na corrupção, na mentira institucionalizada, nas promessas falsas, na segmentação de políticos e partidos e o mais grave, na venda banalizada dos eleitores em pacotes chamados “CURRAIS ELEITORAIS” e dos bens naturais de nosso país em troca de privilégios e da institucionalização da mendicância.

         Tenho que cumprimentar os políticos atuais, eles são engenhosos. Depois do fim da governabilidade dos militares, eles (ditos Salvadores), continuaram a persuadir o povo, fazendo os juramentos de praxes. Tínhamos então um novo governo ou não? Uma verdadeira charada governamental estava nascendo, os políticos demo-segmentados criaram um clima de ambigüidade suficiente para convencer todos os brasileiros, que ter sentimento nacionalista e coletivo era coisa de ditador, que investir no seu próprio país seria matar o próximo – declaram a si mesmos, comandantes únicos da maior farsa política deste país. “TEMOS QUE PREENCHER O VAZIO DEMOCRATICO QUE O POVO QUER”, diziam eles. Lembram-se?

         O povo embriagado pelas manifestações e juramentos - sem que tivesse o real conhecimento dos fatos – concordava com tudo que era dito pela nova casta política - que de nova não tinha nada, pois eram os mesmos que sempre quiseram se apoderar das riquezas do Brasil e escravizar a população em nome da fragmentação do país.

         Olhem o congresso que se reuniu naquela época, é o mesmo que hoje está envolvido nos principais crimes de corrupção, desvios e desmandos. Os partidos são os mesmo, os políticos também e para mascarar mais uma vez, resolveram trocar o nome de suas legendas, para que o povo não os identifique. E outro absurdo, estão implementando o regime americano do governo, através dos blocos “DEMACRATAS E REPÚBLICANOS” .

         Penso ser importante ter a verdade registrada, antes que eles reescrevam a história. Se algum dia nós vamos ter nosso Brasil de volta, temos que entender como entramos nessa confusão. O povo precisa entender que as Forças Armadas existem para apoiar e defender o País, não para ser governo ou defender governos. Atualmente, sua cogitação, defronta-se por um lado, com problemas nacionais intratáveis e cientes de uma força armada capaz e cheia de energia, foi muito fácil mencioná-la, como uma solução para o moral das instituições do governo. Nós cometemos um terrível engano quando concordamos em deixar estes políticos e partidos, trabalharem livremente, sem que houvesse uma fiscalização direta e constante.

         Alguém disse uma vez que “os verdadeiros divisores de água, nas relações humanas, raramente são percebidos no meio do tumulto de manchetes divulgadas a cada hora” e atualmente esta acontecendo á mesma coisa, já perceberam? O que a por traz disso? Tem algo muito grande e ruim a nossa espera!

         Tudo isso, associado a outros acontecimentos, contribui para a situação que encontramos hoje: um poder que controla o governo e, um governo que ironicamente não pode se combater. E não foi uma causa singular que nos levou a este ponto. Ao contrário, foi uma combinação de muitos fatos diferentes, cujo começo estava evidente naquele ano de 1984. Eis o que penso do ocorrido.

         Os partidos políticos diziam que não havia democracia no Brasil. Disseram que estávamos desiludidos com a brutalidade e rigidez do governo militar, diziam que o povo estava sendo perseguido, torturado e executado, que não resolvia os dilemas nacionais e os anseios do povo. Mas o que estavam tramando era o seguinte: O governo Sarney, deu início a uma política de abertura aos estrangeiros, recebendo financiamentos de multinacionais entre outros, com isso os partidos e os políticos viram o capital estrangeiro entrar com facilidade e a possibilidade de continuarem suas campanhas pelo tempo, de acordo com suas aprovações no congresso. A continuidade dos projetos de venda das riquezas brasileiras, continuou no governo Collor e, foi pior, pois este abriu de vez as portas e os projetos que viabilizavam as privatizações. No governo de Fernando Henrique, tudo se concretizou como o planejado, as privatizações eram feitas sem a consulta do povo, que era o verdadeiro dono dos bens constituídos nas décadas de 60, 70 e 80, todo o dia tinha pregão, as principais empresas brasileiras foram arrematadas por grandes multinacionais, dos países de primeiro mundo, pois com a venda destas empresas, o Brasil não iria se industrializar deixando de ser um potencial concorrente, uma vez que, detêm as maiores reservas naturais do planeta.

         Com a chegada do governo Lula, muitos acreditavam, que o povo iria realmente ser ouvido. A decepção não demorou, a revolta e a descrença nestes políticos do passado, os escândalos de desmandos e o envolvimento de centenas de parlamentares do partido do governo e até parentes do Presidente, em corrupção e desvio de dinheiro público, virou noticia diária, logo eles que tanto falavam em roubo e violação dos direitos do povo, se mostraram os verdadeiros lobos que á anos esperavam por isso. O que é pior, seu governo é igual ao dos seus antecessores, com isso, venderam tudo que o Brasil tinha e permitiram que os estrangeiros comprassem tudo o que puderam principalmente terras – inclusive em áreas de preservação ambiental. Sem controle, permitiram também que agências de inteligência estrangeiras (CIA, NSA, Wes Custon, etc), se instalassem em nosso território e no congresso nacional, monitorando o povo brasileiro e dificultando seu crescimento, violando direitos individuais e coletivos. Este é o Brasil que temos hoje! Esse é os políticos que temos hoje! Esses são os partidos e políticos que se dizem do povo? Isso é traição não só ao povo brasileiro, mas à pátria Brasileira! O ambiente mais propício para se domar uma nação, é aquele no qual a apatia prevalece como estilo dominante, e isto estes governantes fizeram bem, ao criarem estas condições.

E o povo brasileiro, o que está sentido? O que quer?

         O mal estar social esta facilmente visível, 78% dos brasileiros acreditavam que o país estava no caminho certo. Agora, a nação esta frustrada e irada com seus problemas, principalmente com o congresso e seus componentes e, para piorar, até o judiciário que já estava frágil, acabou de se afundar ao defender os acusados de grandes desvios de verba pública, que é formada por pessoas do próprio judiciário, entre outros que tem laços estreitos com o planalto e com o presidente. Até então, nunca na história deste país, se viu e ouviu tanta corrupção praticada por políticos e partidos de uma só vez e em único governo e o pior e mais grave, nunca houve uma só condenação e restituição dos bens roubados e desviados.

         Diferentemente dos políticos que aí estão, uma nova ideológia vem crescendo dia-após-dia, não por causa de promessas ou juramentos, mas sim, pela certeza que seus componentes tem em realizar uma “nova ordem política” no Brasil, com o expurgo de todos os envolvidos em escândalos e crimes contra a nação, com o fim de privilégios de todas as classes públicas, um novo partido voltado para a coletividade, em beneficio da coletividade.

         Isso constitui uma mudança histórica na política. Uma penetração em muitos campos vitais da sociedade brasileira é cada vez maior, como também será maior o número de adesão a este novo partido. Porém haverá resistência dos atuais e tradicionais partidos que, irão procurar seus financiadores de sempre, para diminuir ou quebrar o avanço desta transformação. Caso haja uma coesão de forças populares como prevejo, o novo partido terá a população de seu lado, pois ele é formado por ela e  deverá ter em mente as seguintes questões a realizar:

- Exijam do povo exclusividades nas atividades coletivas. Nós não devemos dispersar nossas energias fora das nossas responsabilidades fundamentais de governabilidade. Além de reconhecer que a segurança nacional tem dimensões econômicas, sociais, educacionais e ambientais e que por isso, devemos realizar investimentos urgentes nas Forças Armadas e nos programas sócias prioritários.

- Ceder prontamente recursos orçamentários para órgãos governamentais que tratem da educação fundamental e médio, atingindo o maior número possível de pessoas em formação, dando-lhe cidadania e reconhecimento.

- Expurgar do orçamento da defesa as despesas de interpretação duvidosa. Custo com interdição ao tráfico de narcóticos, limpeza ambiental, socorro humanitário e outros que possam afetar a capacidade do combatente. Isso deve ser contemplado nos orçamentos da Agencia de Repressão aos Tóxicos das Polícias Federais e Estaduais.

- Fim das mordomias dos poderes Executivos, Legislativos, Judiciários do fórum privilegiado e dos demais cargos que sugam grandes recursos dos cofres públicos, sem que estes prestem serviços adequados ao público.
- Reestruturação e instrumentação dos centros de pesquisas cientificas, além de investimento em pessoal acadêmico, priorizando a ciência para o desenvolvimento tecnológico do país.

- Reestruturação do ensino técnico nas escolas públicas, visando a melhor formação e acesso na industria e comercio de futuros profissionais.


Relações do Governo com o povo e os indivíduos.


         Entre os poderes públicos e a iniciativa privada, individual ou coletiva, as máximas tradicionais do Estado liberal, até então reconhecidas e respeitadas, deixaram de ser elogiadas. A filosofia liberal que acantoava o Estado passou a ter domínio excessivamente restrito. E esta com seu domínio dominado pela iniciativa privada  e não pela popular, como deveria ser. A necessidade disso se deu pela avareza de seus lideres em arrecadar e manter-se em cargos públicos as custas do povo e não pela eqüidade à coesão moral da coletividade da nação.

         O Estado, portanto, precisa tomar nas mãos a direção da economia, regulamentar ás atividades, mobilizar todos os recursos. Tornar-se produtor, comanditário, empregador, cliente, fixar prioridades, fazer pedidos, construir fabricas, orientar e investir em pesquisas, investir e qualificar a educação, etc. Tudo de forma que se tenha a participação direta e indireta do povo, exceto assuntos que podem comprometer a nacionalidade, a integridade territorial, a economia, a soberania e interesses externos ou de segurança interna.

         Se até nos países em que pode gabar-se de longa prática a democracia está assim exposta a críticas e ataques, é porque a coisa vai mal. Nos Estados jovens, a democracia parece prematura; nos velhos, parece ultrapassada. No século passado a opinião pública via nela a fórmula do futuro; julgam-na agora inadequada, inadaptada ao sistema atual de sua própria obra. O povo vê e senti os efeitos maléficos da democracia liberal, através dos escândalos e a grande corrupção que a entre seus defensores e adeptos, sempre agindo e governando para segmentos ou grupos e nunca para a coletividade.   

         Os governantes caem na dependência estreita das Câmaras e a sucessão das crises ministeriais, próximas umas das outras, aliada à longa duração de algumas, indica suficientemente que nem tudo vai bem nas relações entre os poderes. O executivo parece impotente para conceber uma política em longo prazo e mais ainda para pô-la em prática. Os inconvenientes dessa situação seriam menores se o executivo só tivesse atribuições restritas, ou ainda encontrasse um período de calma, o que certamente não haverá, devido à ganância já instalada nos poderes. E para sua desgraça, a democracia liberal é identificada como o capitalismo liberal. Essa confusão entre capitalismo e a política sempre foi prejudicial, mas as elites viram nela a forma de continuidade do poder.

         Assim sendo, podemos posicionar um novo modelo de Estado, investido de responsabilidades e atribuições novas, mas, cercados pelas forças sociais, modificando de maneira profunda á governabilidade. 


Os efeitos

         Examinamos primeiro as conseqüências psicológicas. A opinião pública perdeu a confiança nas instituições brasileiras, não por causa da democracia em si, mas por causa do fator humano que a compõe. Isso porque, estão ligados intimamente ao capitalismo predatório, e na inspiração da democracia liberal, ou seja, sem fronteiras, isso faz com que este novo partido seja ouvido e todos os desgostosos, apresentam-se para ouvir os apelos de seus dirigentes. Não podemos duvidar que tenhamos encontrado parte da nossa massa nos desempregados, nos refugiados da violência urbana, nos abandonados do sistema de atendimento social, dos excluídos da economia, etc. Isso nos trás á cada dia centenas de adeptos, na medida em que tomam conhecimento de nossa existência. Somos provenientes da crise. Mas a crise amplia este fenômeno, trazendo para o nosso movimento, centenas de indispensáveis cidadões, que ascenderão a todos no poder. Assim, no espaço de alguns anos, a grande depressão redundará no abandono desta política nepotista e cíclica, do atual tríplice poder, para uma nova ordem política, nascida e pensada na essência do povo, para ser coletiva.

         Outro ponto importante é a reação: o da sociologia, dos homens, da clientela e dos próprios chefes políticos. Os dirigentes da política atual, recrutam-se principalmente na aristocracia tradicional, na nobreza hereditária. Porém, não pertencemos à casta, somos homens e mulheres do povo. Não existe entre nós, descendente de grandes famílias: a maioria se fez por si mesma. Porém, o que vale para os chefes, vale para os adeptos. A maioria de nossos seguidores, não pertence à aristocracia tradicional nem à grande burguesia: figuram-se em seus meio, numerosos desempregados, desmobilizados que zanzam pelas ruas atrás de trabalho, jovens sem emprego ou ocupação útil, ou licenciados, toda uma população marginalizada pelo governo e instituições estrangeiras que procura tira-los da cidadania e refugia-los, desmembrando o país, facilitando sua cultura e impondo seu jogo.

         Surgimos – pelo menos na primeira vaga e em nosso núcleo inicial – como uma expressão da recusa e do protesto de indivíduos que a sociedade refuga ou que não encontram meio de integrar-se nos quadros tradicionais do atual modelo político.

         A essa primeira vaga vem acrescentar-se a segunda, composta de pessoas que tinha um ofício, uma profissão, mas que a conduta mentirosa dos eleitos, os privou de sua posição, colocando-os, de inopino, em disponibilidade psicológica e política. As promessas e juramentos de campanha não cumpridas, causando o desemprego e humilhação de todos, empregados ou não, forneceu-nos a massa que faltava. Mergulhados na miséria, na desordem, na violência, na corrupção política, no desamparo e na impunidade, até pequenos burgueses, empregados e operários, vem aumentando consideravelmente nossas fileiras, e nos fortalecendo para as próximas campanhas.

         Isso cria um outro elemento, que é a natureza das relações que se estabelecem circunstancialmente entre este movimento e a parte da população apagada do desenvolvimento, isto em termos gerais. Por isso mesmo, logo a burguesia virá a apoiar o novo partido, para conter o avanço de mudanças maléficas aos seus interesses e, por outro lado, o novo partido, se apoiará na burguesia para financiar seus interesses. Porém, aqui existe um fator perigoso e mortal, para ambos os lados, que em certo momento irão se romper e um acusará o outro, procurando dividir seus pares, enfraquecendo suas bases para a liquidação e controle do outro. Isto deve ser assunto de cúpula e deve ser tratado com frieza e rigidez, pois haverá fugas e deserções nos dois lados. Assim tudo indica que somos um fenômeno original, que não se pode reduzir ao conservantismo tradicional nem ao tipo de democracia liberal.

Obs: não podemos esquecer que os dois primeiros conflitos mundiais, têm suas origens nas divisões, na segregação de classe, no desemprego e na humilhação dos mandatários sobre o povo, da burguesia e das famílias tradicionais que subjugaram as demais pessoas, causando um profundo amalgama, que se transformou em insurreição (além dos pesados impostos cobrados).


As forças da unificação.

         Sabe-se do interesse que o mundo tem pela nossa terra, pela nossa Amazônia. O relato que faço aqui é para ser pensado e não decorado. Isso é a maneira de se apoderar de uma nação rica e frágil, sem alardes ou morte por combates. Isso porque a análise revela muitos fatores que se dirigem no sentido da unificação: enumerei, indo do exterior para o interior e dos fatores humanos aos que trazem, mais acentuados, ao reflexo da inteligência ou da vontade do homem.

1 – Em primeiro lugar, dados de ordem técnica ou material. O progresso das comunicações, o desenvolvimento da revolução dos transportes, iniciada no século XIX e reforçada por toda a sorte de invenções técnicas, resultaram na redução das distâncias e no estreitamento do mundo. Desses progressos técnicos na ordem das comunicações materiais, da circulação dos indivíduos e dos bens, aproximar-se-á o progresso das comunicações intelectuais, a difusão do livro e do jornal e, sobretudo, com o aparecimento da rádio e da televisão, a possibilidade de uma difusão instantânea das informações, de uma comunicação simultânea e imediata de todas as partes do globo entre si. Se a língua constitui, não raro, um obstáculo intransponível a comunicação, representa um fator positivo o fato de hoje a imagem substituir a palavra.

2 – Segundo fator de unificação: a propagação, à superfície do globo, de algumas línguas universais. Reportemo-nos há duzentos anos atrás: às línguas européias não eram faladas fora da Europa, e os europeus encontravam as maiores dificuldades para fazer-se entender pelos indígenas. Hoje, a disposição dessas línguas fornece uma chave que permite às pessoas serem compreendidas de um extremo a outro do mundo. Sua difusão também permitiu aos indígenas que se compreendessem entre si.

3 – Uma terceira característica já toca mais no fundo das coisas: é a identidade do progresso de evolução das sociedades modernas. As sociedades evoluem quase todas no mesmo sentido e a partir das mesmas causas: o pregresso técnico. Ora, o progresso técnico é uniforme: são as mesmas invenções, os mesmos processos de utilização de energia, de sujeição ou transformação da matéria. O processo cujo espetáculo a Europa foi a primeira a oferecer, com a revolução industrial no século XVIII e na Europa ocidental na primeira metade do século XIX, reproduziu-se, a seguir, traço por traço, em todos os países que se industrializaram por seu turno. Em toda à parte, essa revolução técnica engendrou as mesmas conseqüências, os mesmos transtornos sociais, a passagem de uma sociedade quase que exclusivamente agrária e concentrada em si mesma, a uma sociedade que se industrializa, urbaniza e moderniza.  

         Esse processo cria para todas as sociedades, em momentos defasados no tempo, um problema analógico -  o da ruptura dos quadros tradicionais (na África, a destribalização sucita tensões sociais) com os conflitos de classes, entre cidades e campos, entre proletários e capitalistas – e conduz à integração de novos elementos. A identidade do fenômeno, as analogias dos efeitos não deveriam permitir às sociedades que se compreendessem e aproximassem umas das outras? O que esta ocorrendo é o fim das diversas culturas em prol de uma só.

4 – Revela acrescentar a uniformização dos costumes, gostos, lazeres e divertimentos. As mesmas técnicas ensejam a todos os povos as mesmas ocupações, contribuem para moldar a psicologia, para afeiçoar uma sensibilidade comum. O cinema e a televisão concorrem vigorosamente para o caldeamento dos povos por imitação ou contágio. Hoje se pode, viajando, encontrar numa séria de países os mesmos fenômenos sociais e culturais, até na decoração de existência:  a arquitetura já não apresenta tantas diferenças entre a Ásia e a América quanto antes, existe até um estilo funcional para o habitat, para a industria, para a administração. Todas as cidades do mundo estão cercadas pelo mesmo cinturão de conjuntos imobiliários de uso locativo. Os próprios trajes se uniformizam, os jogos e os esportes também, e é possível medir, até certo ponto, a penetração britânica ou francesa pelo tipo de esportes que praticam os povos colonizados, críquete, futebol, tênis ou rúgbi. Tudo isso ocorre para criar um estilo de vida uniforme, facilitando a internacionalização de qualquer região de interesse desses países mandatários.

5 – Se subirmos mais um degrau na escala dos seres há hoje um fundo de idéias comum, constituído em grande parte por empréstimos feitos ao ocidente. Os dirigentes políticos de todo os países falam a mesma língua. Todos também falam em democracia, independência, liberdade, igualdade, expansão, progresso. È o sinal de que está constituindo uma espécie de vulgata. Há um patrimônio comum de valores já não contestado, que são admitidos quase universalmente, embora, na pratica, fale muito para que o comportamento dos dirigentes e as relações sociais se conformem sempre com eles. Isso fará com que quando for preciso entrar ou tomar qualquer bem natural, que venha faltar aos grandes mandatários, a resistência seja fraca e fácil liquida-la, ou a aceitação incondicional.

6 – Estão em plena operação forças intelectuais, espirituais e ideológicas das doutrinas ou dos movimentos, que se propõem unificar o mundo, que tendem conscientemente para isso, afirmando a unidade do gênero humano. Esse foi, primeiro, o empenho das grandes religiões universalistas, o cristianismo e o Islã. Elas não perderam a importância, continuam a desempenhar uma parte apreciável na unificação, mas tem sido revezada, ora ajudadas, ora combatidas, por grandes ideologias universalistas, como o marxismo e o capitalismo, que objetivam a constituição, na superfície da terra, de uma sociedade sem classes, sem nação e sem fronteiras.

7 – Finalmente, observadores julgam discernir um sinal probante dessa tendência na evolução paralela e talvez convergente dos dois grandes tipos de regimes que se enfrentam. Os Estados Unidos da América lidera a abertura das fronteiras e economias de todos os países terceiro mundistas, quebrando a nacionalidade, a soberania, a cidadania, e as culturas, tudo por mais recursos naturais cada vez mais escassos, além da dominação política universal. De outro lado, a resistência. A clareza dos malefícios que isso causará aos que cederem recusa de se entregar ou se deixar envolver. Contudo, ainda é mais belo á continuidade das diversas culturas, das diversas línguas, dos costumes, e quanto aos bens naturais, esse deve ser bem guardado e bem administrado, pois cada povo cada nação é soberana por natureza e deve proteger seus bens.
 
         Se necessário, devem fechar-se em blocos, para proteger seus patrimônios naturais, culturais, morais, éticos, etc. Mas não devem permitir a unificação universal, que se negocie economicamente, pois isso é necessário, no mais será o fim dos diferentes povos que embelezam o globo.  

         Outros fatos, contudo, nos obrigam a matizar a descrição e a suspender o prognostico. Para isso basta, praticamente, retomar os mesmo elementos e destacar deles conseqüências de sentido contrário. Na realidade, todos os fatores que acabei de passar em revista podem perpetuar ou até criar novas divisões.

         Assim a identidade do processo evolutivo das sociedades modernas; uma das conseqüências mais visíveis do processo técnico e das transformações da sociedade consiste em exasperar os conflitos sociais, suscitar novas lutas de classes, sobrepor novos conflitos regionais ou internacionais às brigas tradicionais, entre capitalismo liberal e as soberanias.

         Entre as duas eventualidades, unificação gradual do mundo e nascimento de uma civilização comum ou exasperação dos conflitos, qualquer que seja o avaliador, não terá condições de dizer qual delas tem maiores probabilidades de realizar-se, pois não se pode descartar uma futura, talvez próxima, guerra generalizada por questões de sobrevivência dos povos, devido o alto grau de falta de recursos naturais dos países mandatários, que já estão se vendo sem suas mínimas reservas, e, logo terão que partir para a busca das mesmas, se encontrarem dificuldade, certamente colocaram suas forças em ação para subjugar os povos terceiro mundistas, pois estes têm recursos naturais que podem chegar a milênios de exploração. Então ele terá desempenhado seu papel se apresentar uma análise melhor dos elementos de juízo e realidade que nos espera.

         Ò brasileiros, compatriotas, amigos. Não deixemos nos dominar, não permitam que este gigantesco país, seja ocupado e seu povo subjugado por povos colonizadores, não permitam que nossos filhos e mulheres sejam serviçais braçais dos mandatários, povos estes que, desde a nossa descoberta, são alimentados por nós. Reagir, esta é a palavra. Somente através da reação popular é que seremos uma potência e detentores dos bens naturais e culturais que Deus nos deixou, pois nada é por acaso, se temos a floresta que temos é porque Deus permitiu que nós a tivéssemos, se temos as riquezas que temos é pelo mesmo motivo.

         Isso não é ser ambicioso, pois somos hospitaleiros e honrados. Mas devemos proteger dos gananciosos e salteadores os nossos bens materiais e humanos, nossos bens culturais e morais, nossos valores, nossa integridade, nossa soberania.

         Somos o espermatozóide que fecundou o óvulo da nova ordem política da massa popular, no útero deste país, já nascemos, estamos crescendo e na nossa juventude seremos fortes e ágeis, na fase adulta seremos sábios e saberemos lidar com as adversidades e conquistar a América do sul e gerar novos filhos, se morrermos, entraremos para a história. 

 

“Às necessidades psicológicas acrescentam-se necessidades práticas”.

 

 

 

Ted B. Heidk


[email protected] (61) 8587 5516 - 9664 4939