TODOS OS CAMINHOS LEVAM À WASHINGTON  

Prof. Ivan Santiago Silva, 3 anos depois...

                Uma nova conjuntura internacional se configura neste ano de 2016 onde diversos fatores indicam que os Estados Unidos da América serão reconduzidos à liderança mundial, posto este que na última década se esvaziou em função de uma pluripolaridade, com a consolidação da União Européia  e formação dos BRICs.

                Entre a crise americana do Sub-Prime de 2008 e o ano de 2016, tivemos como panorama a crescente importância econômica e geopolítica do grupo formado por Brasil, Rússia, China e Índia, que logo após incorporou a África do Sul. Tratavam-se de países influentes em suas regiões vizinhas, em desenvolvimento e que ganharam importância em um contexto de profunda crise econômica nos países desenvolvidos, como Estados Unidos e nos membros da União Européia. Neste ponto transformaram-se em “novos motores” do capitalismo do século XXI.

                Os BRiCs estagnaram a partir de 2014. A Ucrânia, tradicional área de influência da Rússia e membro da antiga União Soviética, iniciou a integração com a U.E. e a retaliação do presidente Vladimir Putin foi a anexação da península da Criméia. A Questão da Ucrânia, colocou a União Européia e Estados Unidos contra a Rússia, o que resultou em sanções econômicas mútuas e retração de comércio internacional. A menor atividade econômica na Rússia, impactou os demais BRICS.

                No Brasil os crescentes casos de corrupção que ganharam a notoriedade internacional, afugentaram os investidores e levaram milhões às ruas durante 35 meses de protestos que derrubaram em maio de 2016 o governo de esquerda de Dilma Roussef, contudo minaram a economia do país também. O chanceler José Serra, empossado pelo presidente interino Michel Temer acena para uma reaproximação com os Estados Unidos e a um afrouxamento das negociações  com organismos sul americanos, como Mercosul, Unasul dentre outros.

                Diante desses impactos, a própria China passou a crescer menos e com isso o mercado mundial retraiu. A queda do preço do petróleo foi outro fator que abalou tanto a Rússia como o Brasil. Após estes episódios, o grupo dos BRICs perdeu a notoriedade dos anos anteriores.

                Outra região chave que passará por mudanças é a União Européia com a saída do Reino Unido, anunciada após o plebiscito do “Brexit” em junho de 2016. Sem este importante país, a união dos europeus perde uma de suas principais economias e terá que enfrentar grandes questões internacionais, como os refugiados do mundo árabe. 

                Neste cenário os Estados Unidos reforçarão os laços com dois grandes aliados históricos: O Reino Unido na Europa e o Brasil na América do Sul. Trata-se de uma reaproximação importante para um país que viu a sua liderança planetária se esvaziar e sua importância diminuir nos últimos anos.

                A mudança de governo no Brasil e Argentina para partidos de direita projetam um América Latina alinhada ao capitalismo estaxdunidense. O próprio BRICs pode perder força nos próximos anos com esta proximidade de americanos e brasileiros.

                O Reino Unido deve intensificar o relacionamento econômico com os americanos, na busca de capitais para investimento e com o Brasil em busca de mercados, para suprir a brusca saída do bloco europeu.

                Estas mudanças nestes três aliados históricos impactarão todo o mundo.  Os governos de esquerda, socialistas e comunistas ao redor do mundo passarão por uma nova onda de isolamento, boicotes e mudanças para a direita e para o capitalismo. Todos os caminhos indicam para o protagonismo americano nos próximos anos, sua influência econômica e cultural pairará no ocidente, como em décadas anteriores.

               

Prof. Ivan Santiago Silva – Formado em Geografia, pós-graduado em Educação, professor licenciado do Instituto Superior de Ciências Aplicadas, autor e profissional do mercado imobiliário. .