Terapia Ocupacional na Reabilitação de Fraturas dos Ossos do Carpo
Publicado em 20 de novembro de 2008 por Evandro Caversan de Godoy
FRATURA DOS OSSOS DO CARPO
Sendo na sua maioria de natureza intra-articular podendo levar a rigidez devido à formação de aderências ou retrações capsololigamentares. A articulação do carpo é especialmente rica em tecidos conjuntivos em decorrência da grande presença de ligamentosa. Como exemplo a fratura do escafóide que é o segundo maior osso do carpo que ocupa espaço nas duas fileiras apresenta maior índice de fraturas, é o principal osso no bloqueio da extensão extrema do punho, tornando-o vulnerável às lesões, possui uma ampla curvatura proximal, uma delicada curvatura articular distal, e uma superfície articular plana no pólo proximal.
A fratura do escafóide é considerada de difícil diagnóstico. Quando não diagnosticada ou tratada inadequadamente tem alta probabilidade de evoluir para pseudo-artrose, sendo um osso de vascularização proximal pobre dificulta sua consolidação, aumentando o risco de necrose avascular e pseudo-artrose no caso de fraturas.
As fraturas do escafóide são classificadas conforme a estabilidade, o traço e a localização anatômica das fraturas. Podendo ser classificadas também pelo tempo de lesão, e são:
- Agudas – com menos de três meses de evolução;
- Com retardo da Consolidação: entre três e seis meses pós fratura; e
- Pseudo-artrose: a mais de seis meses.
Devido à pobre vascularização do osso, a reabilitação da mão nas fraturas do escafóide deve ser feita com muita cautela, até evidências radiográficas da consolidação óssea.
Como exemplo, temos as seguintes fraturas do carpo:
- FRATURAS DO SEMILUNAR: é o segundo osso na freqüência das fraturas do carpo, na maioria dos casos é por avulsão;
- FRATURAS DO PIRAMIDAL: é associada geralmente à outras lesões carpais, o mecanismo de fratura é por avulsão ou excessiva extensão do punho e desvio unas.
- FRATURAS DO TRAPÉZIO: o trapézio permite a rotação do metacarpo no movimento de oponência do polegar, mecanismo de fratura é a queda com o punho hiperextendido.
- FRATURAS DO AMATO: o amato articula-se com o quarto e quinto metacarpo, mecanismo de fratura a queda do punho estendido ou de golpe direto no lado unar do gancho do amato.
- FRATURAS DO PSIFORME: é o menor osso do carpo, possui múltiplas inserções, mecanismos de lesão é por trauma direto na região volar do punho, ou por avulsão devido à forte tração do flexor unar do carpo contra uma grande resistência.
- FRATURAS DO CAPTATO: é o maior osso do carpo, ocupa o centro do carpo, mecanismo de lesão pode ser direto no dorso do punho em extensão ou na cabeça do segundo e terceiro metacarpos, com o punho em flexão.
- FRATURAS DO TRAPEZÓIDE: se articula com o escafóide proximalmente, e capitato medialmente, o trapézio lateralmente e o segundo metacarpo distalmente é o menos lesado, mecanismo de lesão são fraturas estáveis e de deslocamento.
REABILITAÇÃO
São realizadas por intermédio de tratamento conservador, que são divididas em três partes que são:
- FASE PRECOCE – do diada lesão até a retirada da imobilização;
- FASE INTERMEDIÁRIA - após a retirada da imobilização; e
- FASE FINAL - recuperação da função, essa fase é caracterizada pela consolidação completa do osso fraturado. As técnicas de alongamento e o programa de fortalecimento são, portanto, iniciados; São utilizadas órteses dinâmicas para extensão e/ou flexão do punho, podem ser indicadas nos casos de rigidez articular persistente.
REABILITAÇÃO NO PRÉ-OPERATÓRIO DAS FRATURAS DO CARPO.
São realizados procedimentos para ganho A.D.M., articular com exercícios ativo assistidos.
REABILITAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO.
Nas primeiras seis semanas, o foco de fratura não pode ser sobrecarregado, são indicados assim como atividades funcionais leves, quando a fratura for estabilizada com fios de Kirschner ou outro tipo de estabilização sem compressão, a reabilitação irá iniciar-se somente após quatro semanas.
Após a retirada dos pontos o tratamento da cicatriz é iniciado através de massagens para minimizar a hipersensibilidade.
MOBILIZAÇÃO ARTICULAR DO CARPO
É fundamental no processo de reabilitação, pois a dor após as lesões carpais é um constate desafio na recuperação dos movimentos.
A mobilização articular é um recurso cinesioterápico aplicado diretamente na articulação rígida, e é caracterizada como um movimento passivo pelo terapeuta com velocidade suficientemente baixa para movimentação do paciente.
BIBLIOGRAFIA
FREITAS, Paula Pardini. Reabilitação da Mão. São Paulo: Editora Atheneu, 2005. 578p.