1. 1.    TEORIA DE PIAGET E CONSTRUTIVISMO

A teoria de aprendizagem escolhida para este trabalho, é o construtivismo, do biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). É uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. O homem não nasce inteligente, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.

Todo o saber é uma construção que vai sendo elaborada desde a infância, ao longo da juventude e, por fim ficando adulto, interagindo tanto de modo físico como cultural com a sociedade. O conhecimento vai sendo construído pela criança a partir de suas descobertas, quando em contato com o mundo e com os objetos.

Piaget estabeleceu uma importante visão nas dimensões afetivas e cognitivas no campo da ação moral. Toda a ação remete a um "fazer", a um "saber fazer" e a dimensão afetiva que corresponde ao "querer fazer", sendo assim, as dimensões cognitiva e afetiva, aparecem em seus postulados teóricos como indissociáveis.

As relações entre afetividade e inteligência, integra os aspectos afetivos à formação e estruturação da inteligência na criança, revelando a dupla face, (cognitiva e afetiva) no desenvolvimento psicológico. Para compreender o papel das emoções na teoria psicogenética de Piaget, faz-se necessário considerar e refletir sobre a associação que Piaget estabelece entre gênese da moral na formação da personalidade. A afetividade, não se restringe somente às emoções aos conhecimentos, mas engloba também as tendências e a vontade.

Segundo Mario Carretero (CARRETERO, 1997), construtivismo "é a idéia que sustenta que o indivíduo - tanto nos aspectos cognitivos quanto sociais do comportamento como nos afetivos - não é um mero produto do ambiente nem um simples resultado de suas disposições internas, mas, sim, uma construção própria que vai se produzindo, dia a dia, como resultado da interação entre esses dois fatores. Em consequência, segundo a posição construtivista, o conhecimento não é uma cópia da realidade, mas, sim, uma construção do ser humano".

Dessa forma pode-se dizer que o conhecimento consiste numa reestruturação de saberes anteriores, mais que na substituição de conceitos por outros. A passagem de uma didática centrada na transmissão do conhecimento para outra baseada na sua construção não nasce de um dia para outro. Existe certo consenso de que a educação deve promover o desenvolvimento integral das pessoas e sobre a aprendizagem de determinados conteúdos da cultura necessários para que elas sejam membros da abordagem sócio-cultural de referência.

Piaget, quando descreve a aprendizagem, tem um enfoque diferente do que normalmente se atribui à esta palavra, separa o processo cognitivo inteligente em duas palavras: aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, segundo MACEDO (1994), a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos.

Cabe salientar que Piaget desenvolveu estágios para explicar a evolução da inteligência humana, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em 4 estágios, que ele próprio chama de fases de transição (Piaget, 1975): Sensório-motor (0 – 2 anos); Pré-operatório ( 2 – 7 anos); Operatório-concreto ( 7 – 12 anos); Operatório Lógico-Formal (12 – 16 anos).  Ao analisar o desenvolvimento desde a sua gênese, o define como uma equilibração progressiva, uma passagem de um estágio de menor equilíbrio para outro. Sob este ponto de vista, o desenvolvimento mental é uma construção contínua.

Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são mudanças qualitativas (em género) e não qualitativas (em quantidade).

 

Existem dois aspectos principais nesta teoria: O processo de conhecer e os estádios/ etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos essa habilidade. O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as ações.· Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses esquemas e o ambiente em que está. (equilibração). Assim, estabelecer um desiquilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo. Descreveu dois processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação: assimilação e acomodação.

A mudança no processo de assimilação (modo como o indivíduo é capaz de agir numa situação com os esquemas presentes) se dá pela ação dos objetos sobre o sujeito, exigindo-lhe a superação de esquemas já constituídos (acomodação). É importante ressaltar que, embora a assimilação e a acomodação sejam conceitualmente distintas, são indissolúveis, na realidade concreta, de qualquer ação adaptativa.

Conforme GAUY E COSTA JÚNIOR (2005), a assimilação refere-se ao fato de que todo encontro cognitivo com um objeto ambiental envolve necessariamente algum tipo de estruturação (ou reestruturação) cognitiva daquele objeto, de acordo com a natureza da organização intelectual existente no organismo. Segundo Piaget, a assimilação é, portanto, o próprio funcionamento do sistema do qual a organização é um aspecto estrutural.

 

            No construtivismo a busca pelas questões levantadas pelos alunos é altamente valorizada e os estudantes são vistos como pensadores com teorias emergentes sobre o mundo.  Os professores geralmente comportam-se de maneira interativa, mediante o ambiente para os estudantes e buscam os pontos de vista dos estudantes para entender seus conceitos presentes para uso nas lições. A avaliação da aprendizagem está interligada ao ensino e ocorre através da observação do professor sobre o trabalho dos estudantes. 

  1. 2.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

O presente trabalho foi elaborado com o intuito de explicar a escolha da Teoria Construtivista de Jean Piaget. No entanto, ressalta-se que o modelo apresentado é um esboço possível, e não possui a intenção de limitar as discussões sobre os fundamentos da teoria, pois é de grande abrangência e relevância esta teoria.  Cabe salientar, que o professor na teoria construtivista tem que ter a ciência da importância de que o processo de ensino-aprendizagem passa necessariamente por uma interação entre o indivíduo e objeto, somente através desta interação é que podemos afirmar que estamos construindo novos estágios de conhecimento. É importante gerar questionamentos, ampliar idéias e o foco principal é no aluno, e em suas operações mentais (provocar a atividade e estimular a procura do conhecimento). O professor cria situações para que o aluno chegue ao conhecimento experimentando e vivenciando. O docente deve respeitar as fases do aluno e corresponder aos seus interesses, esperando formar indivíduo com autonomia, que contam com sua capacidade de “construir saber”, pessoas que tenham idéias próprias e que interajam com o meio que vivem.  Com este trabalho apronfundei o meu conhecimento sobre o Construtivismo.

 

  1. 3.    REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

CARRETERO, Mario. Construir e Ensinar as Ciencias Socias/hist. São Paulo: Artmed, 1997.

GAUY, F.V; COSTA JÚNIOR, A. L. A natureza do desenvolvimento humano: contribuições das teorias biológicas. In: DESSEN, M.A.;COSTA JÚNIOR, AL. (orgs). A ciência do desenvolvimento humano: tendências atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre: Artmed, 2005.

MACEDO, Lino. Ensaios Construtivistas. 3. Ed. São Paulo : Casa do Psicólogo, 1994.