SUICÍDIO INFANTIL

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo olhar de uma forma mais ampla para um assunto muito pouco comentado entre a sociedade, o suicídio infantil, seja por suas crenças ou por seus medos ou então pelo fato de que os pais e familiares nunca imaginem que uma criança possa cometer o ato do suicídio. O estudo foi realizado através de coleta de dados e intervenções de Enfermagem. Os dados foram analisados através de pesquisas bibliográficas, Internet e orientações fornecidas por orientadores de outras áreas da saúde mental, além da enfermagem.

Palavras- chaves: suicídio, razões para o suicídio, suicídio coletivo, papel do enfermeiro.

Suicídio

Suicídio é o ato de matar a si mesmo, esta é a melhor definição para essa palavra.
O suicídio e a tentativa de suicídio não são infreqüentes na adolescência. Em crianças menores de 10 anos o suicídio é raro, no entanto, entre 15 e 19 anos ele é frenquente.
Para fins estatísticos, somente o suicídio-óbito tem valor, mesmo assim relativo.Os suicídios-óbitos, e as tentativas, são camufladas voluntariamente pela família ou pela sociedade; e nas tentativas, pelo próprio adolescente.
As mulheres usam mais métodos passivos de suicídio, como a ingestão de veneno, drogas, cortes nos pulsos e envenenamento por gases (exemplo, dióxido de carbono), e os homens usam mais os métodos mais ativos, como o enforcamento e o uso de armas. Em ambos os sexos, armas de fogo ou explosivos respondem pelo maior número de suicídios efetivados, enquanto drogas e envenenamentos respondem pelo maior número de tentativas de suicídio. Embora os homens superem o número de mulheres em suicídios efetivados as tentativas de suicídio são muito mais comuns entre as mulheres (Curran, 1987; Holinger, 1987; Shaffer, 1986).
Estatisticamente falando, o suicídio é a quinta causa de morte entre crianças de 5 á 14 anos, perdendo para, em primeiro, acidentes, segundo, câncer, terceiro, anomalias congênitas, quarto, homicídios e por fim o suicídio. Porém, ele pode cair de posição, pois mais um mal vem roubando vidas, não só de crianças, mas também de adultos, que são as drogas, principalmente o crack.
Há um consenso muito perigoso, não só entre leigos, mas também entre alguns clínicos, de que uma pessoa que fale que vai suicidar, não fará isso, mas o trágico é que muitos adolescentes que ameaçaram se matar e foram ignorados ou considerados como pessoas que queriam somente chamar a atenção, acabaram cometendo o ato de suicídio. Ao falarem que querem morrer, eles estão transmitindo uma mensagem de que alguma








coisa está errada e que eles precisam de ajuda, ainda que não tenham seriamente a intenção de se matar,considerada a única forma de solução para todos os seus problemas. Temos que observar alguns fatores em uma pessoa potencialmente suicida, e com isso fazer a prevenção do suicídio, são eles: depressão constante ou desespero; choros sem motivo; distúrbios no sono (dorme demais ou de menos) e na alimentação; baixa no desempenho escolar; isolamento social; rompimento da comunicação com os pais ou outras pessoas importantes para ela; um histórico de tentativas anteriores de suicídio ou envolvimento em acidentes; comportamento descuidado, autodestrutivo e atípico, como o uso permanente de álcool ou drogas, delinqüência ou fuga; comentários como "quero morrer" ou "viver para quê¿"; procura sobre informações correspondentes á produtos letais.
Vale frisar a diferença entre um suicida e um simulador de suicídio. O suicida foi descrito acima, ele pensa,pensa e pensa numa forma de acabar com o sofrimento de forma definitiva, ou seja, a única solução para isso vem a ser a morte. Já o simulador de suicídio quer é chamar a atenção, pode até parece tentativa de suicídio, ele pode até tentar varias vezes, mas nenhuma será letal, ele sabe a dosagem certa para ingerir alguma droga que não o mate, apenas o leve para um hospital e ele nunca tentará o suicídio com armas de fogo ou o enforcamento.


Suicídio na infância

Muitos psicólogos acham que a criança com menos de 5 anos não comete suicídio, pois para eles a criança ainda não tem noção do que é a morte. Até 5 anos, não há noção de morte definitiva, a criança não reconhece que a morte envolve total cessação da vida e não compreende a não reversibilidade da morte. A segunda (entre 5 e 9 anos), caracteriza-se por uma forte tendência a personificar a morte. É compreendida como irreversível, porém não como Inevitável. Somente na terceira etapa (9 e 10 anos), a criança reconhece a morte como cessação elas atividades do corpo e como inevitável. E, somente na adolescência, estes são verdadeiramente capazes de apreenderem o conceito de morte bem como o significado da vida, entre 6 e 12 anos, a morte é definitiva e implica a cessação de todas as funções biológicas; as crianças classificadas nesta categoria expressam conceitos realistas sobre a morte. Assim, é possível entre 5 e 12 anos perceber a morte como final e irreversível.
Segundo Jean Piaget, no livro o juízo moral na criança, considera que a partir do momento em que a criança se torna consciente da diferença entre vida e morte, a idéia de morte incentiva a curiosidade da criança, pois, se tudo é acasalado a um motivo, a morte exige uma explicação especial. Então, como a mudança de geração anda






ocorrendo de 3 em 3 anos, como se pode afirmar que uma criança de 4 anos, que já conviveu com a morte não sabe o que ela é, ou seja, a cessação da vida, que aquele ente querido não irá mais voltar¿ E mais, como que uma criança com quatro anos, que já sabe que não pode beber materiais de limpeza, como alvejantes por exemplo, que a mãe ou o pai já falou que é muito perigoso acaba bebendo, mesmo o gosto sendo horrível, um litro disso¿ Acidente, teimosia, ou seria para chamar a atenção dos pais para suas dores internas, que talvez eles nem tenham se preocupado em observar o comportamento mudado do seu filho de apenas 4 anos.
Razões para as tentativas de suicídio no adolescente e na criança
Considerando as tentativas de suicídio, é importante saber distinguir os fatores desencadeantes, se eles são imediatos ou de longo prazo, que as predispõem.
Os eventos desencadeantes podem incluir o rompimento ou ameaça de termino de um romance, uma gravidez (real ou imaginária), fracasso escolar, conflitos com os pais, separação dos pais, rejeição por parte de um amigo, ser apreendido num ato delinqüente, perda de uma pessoa querida ou de um dos pais ,medo de doença grave ou colapso mental iminente, problemas financeiros, drogas, fatores genéticos (ou seja, se um dos pais já teve depressão, é provável q algum dos filhos venha a ter depressão também), fatores endógeno (alguma disfunção na recapitação de alguns hormônios, como a serotonina, por exemplo) e o modismo,que irei relatar mais detalhadamente a frente. Examinando mais á fundo, torna-se claro que a reação do adolescente a tais eventos geralmente é o auge de uma série de dificuldades. Os adolescentes e as crianças que tentam o suicídio, quase sempre têm uma longa história de instabilidade familiar progressiva e discórdia, atingindo um ponto em que se sentem incapazes de se comunicar com os pais ou de pedir apoio a eles. A perda de um dos pais muito cedo também é comum nos adolescente suicidas. Tipicamente, eles tem menos amigos íntimos, mas seus relacionamentos com eles são muito mais intensos: "Seus relacionamentos se tornam sobrecarregados com um grau de desespero e necessidade que frequentemente não são compartilhados entre seus amigos e namorados" (Curran, 1987, p.30).
Há de se ver que crianças de classe menos favorecida cometem mais suicídios que as de classe mais abastada. Porém um fato da sociedade contemporânea vem nos chamando muito a atenção, são os suicídios coletivos, onde crianças de 9 até 18 anos se relacionam em sites na internet com a intenção de cometer um suicídio coletivo. Eles conversão muito,falam dos seus sofrimentos, pesquisam qual é a melhor forma de morrer, ou seja, sem sentir muita dor, como por exemplo acendem carvão no quarto e morrem asfixiados com o dióxido de carbono, ou fazem uma ligação escapamento do carro para dentro do




carro, com uma mangueira e morrem também envenenados com o dióxido de carbono, esses dois são os mais usuais, então depois de muito conversarem eles marcam a data e o horário de suas mortes, uns vendo aos outros através da web cam e cometem o suicídio. É chocante mas isso já virou uma espécie de moda no Japão, onde há um dos maiores índices de suicídio infantil, pode ser devido a cobrança dos pais, pois os filhos não podem falhar na sua vida sobrecarregada de atividades, sendo sempre esperado o melhor para os seus pais.
Mas como a enfermagem pode ajudar esse tipo de criança, como aquela de 4 anos que ingeriu 1 litro de água sanitária¿
Logo após o atendimento de suporte a vida da criança é tentar diagnosticar se aquilo foi um acidente ou uma tentativa de suicídio¿ Observar a feição da criança, se ela está com medo de voltar para casa, se está reprimida, com tristeza no olhar, dar papel e lápis para ela desenhar, para tentar entender o que aconteceu, ter uma conversa com ela, tentando entender se ela fez aquilo para chamar a atenção ou se ela desistiu de viver, devido a algum abuso ou trauma que ela tenha sofrido. Antes do conhecimento da profundidade do problema, não se deve fazer afirmações de segurança de que "não é nada", "tudo vai dar certo", especialmente com adolescentes para os quais o ato tem significado complexo e necessita de profunda ajuda e não de palavras vazias de significado. O enfermeiro é o profissional de saúde que mais tem contato com o paciente, então esse tipo de conversa fica mais fácil de ter. Deve-se evitar críticas abertas ao paciente e a família.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acidentes com crianças é a principal causa de morte, mas muitos desses acidentes podem ter sido infligidos pela própria criança, sendo considerado assim, uma tentativa de suicídio ou não, camuflados pelos pais ou pela sociedade. Devemos ter um olhar mais holístico para com nossos de menores e tentar entender e compreender o que está acontecendo com eles. Caso necessário, encaminhar para um psicólogo primeiro e caso necessite, á um psiquiatra, ajudando assim na sua reabilitação e reintegração a sociedade, proporcionando a ele uma vida com mais qualidade e tentar convence- lo de que a morte não é a única solução para seus problemas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRUNSPUN, Haim. Distúrbios Psiquiátricos da Criança. São Paulo: Livraria Ateneu, 3.ª Ed., 1978.
MUSSEN, Paul Henry. CONGER, John Janeway. KAGAN, Jerome. HUSTON, Aletha Carol. Desenvolvimento e Personalidade da Criança. São Paulo: Harbra, 3ª Ed, 1995.
PIAGET, Jean. O Juízo Moral na Criança. Trad.LENARDON Elzon. São Paulo: Summus, 1994.