SER ÉTICO " ENQUANTO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO "


ESTER OZANA DE ALMEIDA LIMA *



A Ética é a ciência que dá sentido à vida humana, pois os valores que a embasam sintetizam o que representa ao bem em em um contexto sócio-cultural e para cada homem em particular.
Segundo Francisco de Paula: " O homem no exercício de uma profissão está ligado à ordem social e ao bem comum".
A Ética é ainda indispensável ao estudante e futuro profissional, porque na ação humana o "fazer" e o "agir" são indissociável. O " fazer" diz respeito à competência, à eficiência que todo estudante/profissional devem possuir para exercer bem a sua profissão.
Os docentes da área de saúde têm conhecimento de fato, que a preparação dos estudantes em sala de aula hoje, influenciará na prática dos discentes amanhã, formando um elo através do diálogo interativo entre os pacientes e alunos, em particular os de enfermagem
A conduta dos estudantes no que se refere ao cuidado da pessoa enferma e sua reabilitação, só poderá ser definitivamente íntegra, quando os mesmos se colocarem no lugar do paciente. Na verdade, nós muitas vezes temos dificuldades em traduzir, as queixas ou expressões emitidas pelo cliente, inclusive certas palavras utilizadas para descrever um sintoma: ex. " tô com a mãe do corpo caído!" (prolapso uterino), "Doutor! A minha dor é nas cruzes", (dor nas costas). É conveniente, observar e ouvi-lo, com atenção para que possamos, identificar as queixas e aflições procurando minimizá-las.
Na maioria das vezes, invadimos a privacidade corporal do enfermo, quando vamos realizar algum procedimento ou mesmo ao examiná-lo, não lembrando de que antes de qualquer atitude a ser tomada, devemos pedir a permissão, explicando a finalidade, tendo a discrição e agir eticamente, quando nos deparamos com situações de riscos e morte, em que o sigilo tornar-se-á necessário, não deixando transparecer a nossa tristeza, diante do real quadro clínico do enfermo.
Portanto, é necessário, simular, situações vivenciadas no dia-a-dia do paciente num ambiente hospitalar, usando a problematização de discussões de casos, em sala de aula, como metodologia de ensino prático, buscando soluções pertinentes, evitando transtornos e constrangimentos, conforme os fatos, acima descritos.
Diante do pressuposto, é natural espelharmos nos professores que irão influenciar ou não no insucesso ou sucesso da nossa comunicação com os pacientes e os colegas, quando formos profissionais.
É imperativo, o uso da ética pelos discentes, docentes e profissionais, é uma obrigação nossa o uso dessa prática e que esteja sempre em evidência, na interação com o paciente, seja ele, criança, adolescente, adulto ou idoso. Portanto, a tarefa de ouvir o relato de um paciente, é primordial em uma entrevista, não esquecendo seus valores e sua dignidade como ser humano, respeitando-o integralmente.
Em relação ao contato estudante-paciente, os discentes de enfermagem tem mais facilidades de comunicação, por estarem mais tempo ao lado do paciente, porém, alguns alunos da mesma área, ainda trazem uma visão mecanicista do ser humano, não levando em consideração suas emoções, valores, crenças e a vida pessoal do enfermo, ou seja, vê-lo por inteiro, onde o mesmo preocupa-se apenas com a patologia.
Havendo ainda, esse tipo de comportamento em alguns alunos, faz-se necessário, introduzir mudanças exigidas pela sociedade. As instituições de ensino vêm se preocupando em reestruturar a metodologia de ensino, evidenciando o respeito ao ser humano enfermo, sua autonomia, bem como sua complexidade biopsicossocial e espiritual.
Partindo desse princípio temos certeza de que nossos colegas tomarão decisões coerentes, na melhoria do atendimento ao paciente, ouvindo-o e procurando entender o que ele está sentindo, através do diálogo, conseguiremos então uma confiança mútua. Assuntos polêmicos, tais como: transplantes, eutanásia, células-tronco, a luz da discussão, as opiniões quer sejam a favor ou contra, deverão ser ponderadas, mesmo porque essas novas descobertas e suas conseqüências são desconhecidas para a maioria dos pacientes.
Em contrapartida, os formandos de enfermagem estão cada vez mais se qualificando na essência do cuidar, enfocando em suas monografias, temas voltados à preservação dos direitos e autonomia do paciente sobre o seu corpo e também na assistência globalizada.
A maioria dos profissionais de enfermagem, especialmente nossos professores e futuros colegas, já estão com seus títulos de Especialistas, Mestres e Doutores, exercendo suas atividades com Responsabilidade, Competência e Justiça. Seguiremos esses mesmos caminhos, para galgarmos um lugar digno, dos nossos ensinamentos, onde " O SER " seja prioridade.


REFERÊNCIAS.


CORPORALI, Renato. Ética e Educação. Rio de Janeiro. GRYPHUS, 1999/COL. Educação em diálogo.
Saber viver profissional de saúde. 1ª edição, julho,2005.