SAÚDE PUBLICA: HIGIENE BUCAL COMO QUALIDADE DE VIDA NA ILHA DE SANTANA, NO MUNICÍPIO DE SANTANA NO ESTADO DO AMAPÁ


JÚBI MIRANDA DE SOUZA*.


RESUMO

O referente artigo enfatiza sobre a importância da saúde pública através da higiene bucal. Tendo a finalidade de levar conhecimentos diversos na política social de incentivo à prevenção de doenças bucais, como melhoria de vida das pessoas, que residem na localidade de Ilha de Santana. Respeitando, aspectos relacionados às questões sociais do local, como também físicas, hábito alimentar e psicológico. A dificuldade ao acesso das pessoas que residem na Ilha em irem, em uma unidade de saúde pública municipal ou estadual, prejudicando a sociedade por não ter recursos em sua comunidade. De acordo com métodos específicos para obtenção de resultados inerentes a qualidade de vida e da saúde bucal dos moradores da Ilha de Santana, para estudos posteriores.


Palavras-chaves: Saúde Pública. Higiene bucal. Qualidade de vida.



RESUMÉ

El referenti al artículo enfatiza sobre la importancia de la salud publíca, atraves de la higiene da boca. Tiendo cómo la finalidad en elevar conhecimiento diversos en el político social de incentivo la prevención enfermedad bucais, cómo mejoria de vida de las personas que residen en la localidad des Isla de Santana. Respectando los aspectos relacionados las cuestiónes económica y sociales, de la localización, cómo tambien físicos, constubre alimentar y sicológico. Las dificuldad em el aceso de las personas que residen en la comunidad, en hubieren en la unidad de salud publíca, municipal y estadual, perjudicando a la sociedad. De acuerdo con los métodos específico para obtención del resultado inherente la cualidad de vida y del salud da boca de las personas que vivem en la Isla de Santana para estudos posteriomiente.



Palabras Chaves: Salud Publíca. Higiene da Boca Cualidad de Vida.





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*Acadêmico do Curso de Odontologia pelo Instituto do Melhor Ensino Superior, sob orientação da Profª. Drª. Rosângela Lemos da Silva.
1 INTRODUÇÃO


O referente artigo vai trabalhar a cerca do tema: Saúde Pública: higiene bucal como qualidade de vida na ilha de Santana, no município de Santana no Estado do Amapá, mediante a problemática: As pessoas da Ilha de Santana possuem um índice muito grande de dentes cariados? Conforme a hipótese: a saúde bucal da comunidade da Ilha de Santana é precária devido à falta de acompanhamento odontológico e por falta de incentivo governamental. Através da pesquisa qualitativa, por meio do levantamento bibliográfico dos temas abordados, bem como estudo direto na localidade com aplicação de questionário, para entender um pouco mais sobre a qualidade de vida daquela comunidade e saber também, sobre como anda a saúde pública de modo geral no local. Procurando entender suas especificidades no âmbito da higienização bucal e na melhoria da qualidade de vida das pessoas que residem na ilha e principalmente à saúde bucal das crianças. Tendo como objetivos: Identificar o índice de pessoas com dentes cariados, moradoras da Ilha de Santana, Analisar a falta de prevenção odontológica destes e avaliar a qualidade de vida mediante a ausência do tratamento dentário, através da pesquisa laboral, escrita e a posteriori a publicação deste via internet e através da socialização mediante mesa-redonda, no rol do Instituto Macapaense do Melhor Ensino Superior ? IMMES, conforme as partes intituladas: Historicidade da Saúde Pública no Brasil; Políticas de Saúde Bucal e Qualidade de Vida. Com o intuito de levar conhecimentos diversificados sobre o assunto tratado para acadêmicos, professores e pesquisadores, haja vista, que estamos no patamar da ciência em prol do social.

2 HISTORICIDADE DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL


As políticas de saúde pública no Brasil passaram por momentos relevantes na sua história, desde o descobrimento até os nossos dias. Partindo do período imperialista que vai de 1500 a 1889, passando pela república velha 1889 a 1930, era Vargas 1930 a 1964, o Autoritarismo de 1964 a 1984, a Nova República 1985 a 1988 e Pós-Constituinte de 1989, em diante. Nesse sentido iremos verificar o perfil epidemiológico, o cenário político, bem como a organização dos setores de saúde, segundo Filho, (2008, p. 5) a forte tendência idealizadora que marcou a composição do Brasil das primeiras imagens durou pouco, uma vez que o país foi descrito como "paraíso" tropical.
No período do descobrimento, o Brasil como país agrário era desprovido de qualquer tipo de modelo de atenção a saúde e sua organização, ou seja, o que seria considerado como ponto de referencia para as compra de medicamentos e de atendimento a saúde era feita nos boticários, curandeiros e pela medicina liberal, no entanto naquele momento as doenças que prevaleciam eram as pestilenciais.
Com a chegada da família real portuguesa em 1808, de acordo com Filho (2008, p.8) determinou mudanças na administração pública colonial, inclusive na área de saúde, onde houve uma preocupação, mesmo que mínima, mas necessária para que a corte não passasse por dificuldades por conta de alguma doença, começou-se a se preocupar com o controle da chegada dos navios e um aumento maior na fiscalização dos portos em relação à saúde de passageiros e tripulantes, não que houvesse preocupação de se fazer a prevenção de doenças, mas pelo fato de estar instalada no Brasil a Corte Imperial. Com isso, começou também a política de melhorias na infra-estrutura da capital brasileira como o saneamento básico e a abertura novas estradas.

2.1 REPÚBLICA VELHA (1989 A 1930)

Passa o período imperialista e na República Velha começa a desencadear uma nova política econômica e industrial. Com a instalação do Capitalismo, surgem às indústrias com abertura para investimentos estrangeiros, mesmo com a crescente industrialização as condições de trabalho e de vida dos operários e da população urbana que são precárias, com isso, surgem os movimentos operários que resultam em embriões de legislação trabalhista e previdenciária.
Diante destas condições e com a ideologia liberal, as ações do Estado estavam voltadas para atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não o pudesse fazê-lo, no que diz respeito à saúde do trabalhador. A população tinha acesso apenas à medicina liberal e de hospitais filantrópicos. Os serviços eram definidos pela necessidade econômica, gerando dessa forma, ameaças aos interesses do modelo agrário-exportador, com a intervenção do Estado, houve uma organização do serviço de saúde e campanhas sanitárias. Uma vez que o perfil epidemiológico era de predomínio das doenças transmissíveis como a febre amarela, varíola, tuberculose, sífilis e endemias rurais. Para Filho (2008, p.16) tratava-se, na verdade, de definir estratégias para melhorar as condições sanitárias das áreas vitais para a economia nacional.
O governo começa a dar prioridade a algumas ações que visem à organização do setor da saúde pública, criando a Lei Eloy Chaves em 1923, iniciando com isso, o marco da previdência social no Brasil, organizando as CAPs (Caixas de Aposentadorias e Pensões), primeiro em 1923, a CAP, dos Ferroviários e 1926, a CAP dos Portuários e Marítimos, as características da CAP, são as seguintes: se davam por instituição ou empresa, o financiamento e gestão eram através da condição patrão-empregado, bem como tratava das questões de aposentadoria, pensão e assistência médica. Dados pela dicotomia da saúde no país, como saúde pública: prevenção e controle das doenças coletivas, e previdência social: medicina individual, ou seja, assistência exclusiva.

2.2 ERAS VARGAS (1930 A 1964)

O fim da República Velha se instala o Governo Vargas, onde predomina as doenças da pobreza e o aparecimento das doenças da modernidade, e começa o início da transição demográfica com o envelhecimento da população, passa-se a trabalhar o financiamento da assistência, dotando ainda a medicina liberal e os hospitais filantrópicos e beneficentes, mas dando ênfase para os hospitais lucrativos, no caso as empresas médicas.
Nesse sentido, criam-se os IAP?s (Institutos de Aposentadorias e Pensões) por categorias de trabalhadores como: IAPM, que beneficiavam os comerciários, IAPB os bancários, IAPETEC, os trabalhadores de transportes e cargas e o IPASE para os servidores do Estado. Sendo que o financiamento se dava por meio dos três entes, o Estado, empregado e empregadores, a gestão ficava por conta do Estado que vai trabalhar as questões de aposentadoria, pensões e assistência médica, assim a política populista e autoritária do presidente Vargas voltou-se ainda mais para a população urbana, empregadas no setor industrial e comercial, diz Filho (2008, p.32).



2.3 AUTORITARISMO (1964 A 1984)

Passado a era Vargas, surge o golpe militar com regime autoritário que duram 21 anos, com característica centralizadora. O perfil epidemiológico no período era de doenças da modernidade, as condições de saúde continuam críticas, há aumento da mortalidade infantil, aumento também de pessoas com tuberculose, malária, doença de chagas e ainda os acidentes de trabalho.
Mesmo com esse perfil, o Brasil cresceu e continuou com a política de urbanização e industrialização, foi nesse período que ocorreu o "milagre brasileiro". Com o poder na mão do militarismo começo-se a enfatizar as políticas de criação e unificação de programas de assistência previdenciária e de saúde dos trabalhadores. Primeiro promoveu a unificação dos IAP?s, em 1966, passando a se chamar de Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
No período militar são criados alguns mecanismos e medidas que visam melhoras na assistência a saúde, principalmente dos trabalhadores, são elas: 1972 ? Previdência para autônomos e empregadas domésticas; 1973 ? Previdência para os trabalhadores rurais (FUNRURAL); 1974 ? criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); 1974 ? cria o Plano de Pronta Ação (PPA): ampliação do atendimento de emergência/urgência a toda a população nas clínicas e hospitais da previdência; 1977 ? criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social; Fortalecimento da relação Estado e seguimento privado que inclui a privatização das ações curativas com pagamento por quantidade de atos médicos; Quase inexistia controle ou regulação conhecido como "cheque em branco; Cria também, o FAS, (Fundo de Assistência Social) pela Caixa econômica, financiou a ampliação da rede privada com juros mínimos e prazos a perder de vista.
São criados também os modelos de atenção no Brasil: Modelos Médico Assistencial Privativista que preconiza atendimento ao doente com demanda espontânea, assistência ambulatorial e hospitalar, redes contratadas e conveniadas ao SUS, e a atenção comprometida pela efetividade, equidade e necessidade de saúde, o outro é o modelo sanitarista que está voltado para os problemas de saúde selecionados para atender as necessidades específicas de grupos de ação de caráter coletivo com campanhas sanitárias, programas especiais, ações de vigilância epidemiológicas e sanitárias, e limitações na atenção integral, com qualidade, efetividade e equidade.
No governo de José Figueredo ainda no regime militar é criado o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE) com iniciativa de reorganizar o sistema de saúde e maior integração dos dois ministérios e secretarias estaduais e municipais de saúde, ditando as diretrizes que reforçam a atenção primária de saúde aumentando a participação da comunidade, regionalização e hierarquização dos serviços, dá referência e contra-referencia a integração de ações curativas e preventivas.

2.4 NOVA REPÚBLICA (1985 A 1988)

O perfil epidemiológico consiste na queda da mortalidade infantil, que no período militar era bastante alta, e de doenças imunopreviníveis, manutenção das doenças da modernidade, em contra partida há o crescimento da AIDS, e epidemias da dengue em vários municípios e capitais. Também houve a difusão da proposta de reforma sanitária com novas idéias e conceitos visando à ampliação da saúde, o reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado, abre um ponto importante para a estratégia de criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e maior participação popular e controle social, constituição e ampliação do orçamento social.
Ainda na República velha foi criado o SUDS, em 1987, que passa tudo que era do antigo INAMPS, as secretarias estaduais de saúde, e os investimentos começaram a serem direcionados ao setor público e não mais ao privado, dando a possibilidade de melhoria tanto no atendimento, quanto na aquisição de novos equipamentos médicos e hospitalares, para garantir a saúde coletiva dos trabalhadores e da população de modo geral.

2.5 CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA (1988...)

A partir da constituinte a saúde passa a ser cidadã, com a criação do SUS, como novo sistema de saúde envolvendo todas as atividades de atenção a saúde, cujo objetivo é melhorar a qualidade de atenção a saúde, rompe com o passado de descompromisso e irracionalidade técnico-administrativo e serve de norte ao trabalho do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais de saúde.
Desde sua criação o SUS se fundamenta pela Lei Orgânica da Saúde 8080/90 que dispões sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Também pela Lei Complementar da Saúde 8142/90, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
O SUS, tem como princípios básicos e doutrinários da universalidade que dá garantias de atenção a saúde a todo e qualquer cidadão, tendo a saúde como direito de cidadania, pois para ter acesso, basta precisar. A equidade assegura ações e serviços de todos os níveis, de acordo com a complexidade do caso, por garantir que todo cidadão é igual perante o SUS, e será atendido conforme suas necessidades, ou seja, igualdade com justiça. E a integralidade que diz respeito à ação de promoção, proteção e recuperação também como um todo indivisível, disponibilizando as unidades de saúde com diversos níveis de complexidades e garante ao homem como um ser integral, biopsicossocial e será atendido em uma visão holística por um sistema também integral.
Suas diretrizes garantem a regionalização e hierarquização do sistema, os serviços organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, disposto numa área geográfica delimitada e com uma população definitiva. A resolutividade diz que o serviço deve apresentar resolutividade até o nível de sua competência.
Antes do SUS, os recursos eram centralizados na esfera federal com ações voltadas para atenção curativa e medicamentos, os serviços eram exclusivos para contribuintes e não havia a participação da comunidade. Hoje é diferente o sistema único de saúde é baseado no modelo cubano e canadense que envolve princípios e ações voltadas para prevenção, proteção e reabilitação da saúde.

3 POLÍTICAS DE SAÚDE BUCAL

Aliado a saúde pública, a promoção da saúde bucal, no seu sentido mais amplo, e talvez o mais apropriado. É uma ação global, objetivando a melhoria na qualidade de vida das pessoas com foco na odontologia. Saúde bucal é só uma pequena parte de todo. Da mesma forma, pode-se considerar que a prevenção específica ou o tratamento de qualquer doença constituem outras parcelas deste novo e amplo movimento.
Do ponto de vista epdemiológico, na área de saúde bucal no Brasil atravessa um período histórico de grande relevância, principalmente, em função das ativas mudanças nos padrões de ocorrência de cárie dental em crianças e das expectativas de que, a exemplo de que vem se passando em diversos países desenvolvidos, gradativamente as populações de jovens e de adultos, também se beneficiam.
De acordo com Pinto (2003, p.25,) o quadro epdemiológico brasileiro reflete com nitidez algumas das principais características da nossa sociedade. Desse modo, as caracteristicas são consideradas as seguintes: economia em crise prolongada; agudas desigualdades salariais e sociais; sistema educacional com ênfase na formação de nível superior; produção agrícola voltada para a exportação; grande número de pessoas de baixa renda e em estado de pobreza relativa ou absoluta.

3.1 PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL

Nos últimos anos vem-se experimentando uma grande incidência de ganhos expressivos nos níveis de saúde bucal das pessoas na maioria dos países industrializados e mesmos entre alguns daqueles que ainda em processo de desenvolvimento. Assim, afirma Weyne (2003, p.1) o marcante declínio da prevalência e na severidade das doenças cárie e periodontal é responsável, em grande parte, por esta situação observada nas referidas populações.
Este marcante declínio de doenças dentária nas populações mostra uma mudança geral de atitude com relação à importância da manutenção de uma boa saúde bucal, materializada, até certo ponto, por uma maior demanda por assistência odontológica, diz (WEYNE, 2003, p. 3).
Dentro desse contexto positivo, vale assinalar que está ocorrendo uma relevante revolução na filosofia de educação e treinamento de recursos humanos, refletindo-se na clínica sob a forma de uma possível mudança no paradigma da prática da profissão dentista em vários países do mundo. Não é por outra razão que a forma tradicional de tratamento centrado na doença e até então hegemônica, está gradualmente cedendo espaço para outro tipo de atendimento profissional, cuja ideologia é a prevenção das doenças e a promoção de saúde.
Para Weyne (2003, p. 4), o impacto das expressivas reduções de doenças bucais na população, ainda não é suficientemente forte para conseguir excluir determinadas doenças da lista das condições mórbidas, estas por sua vez são as que mais refletem nos seres humanos e cujo tratamento mobiliza considerável volume de recursos financeiros.
Mas, as expectativas na mudança do quadro epidemiológico da saúde bucal vêm melhorando gradativamente. Uma das principais lições que se pode obter de mudanças recentes e de que a fase de pessimismo epidemiológico está passando no Brasil, demonstrando a viabilidade do controle tanto de cárie dental como outras doenças que afetam a população. Os desafios que ora em diante se apresentam para epidemiologistas, profissionais de saúde pública, cirurgiões-dentistas em geral e para a sociedade a expansão de benefícios da prevenção das doenças periodontais ao lado da viabilização de um maior acesso a serviço do diagnóstico e proteção contra doenças de risco para a vida das pessoas. Sendo, portanto, que a participação da população é fundamental no processo de reestruturação dos serviços odontológicos no país, afirma (PINTO, 2003, p.39).

3.2 SAÚDE BUCAL COLETIVA

No campo da Saúde Bucal, o processo de melhoramento da Saúde Bucal Coletiva, começou a ganhar forças quando a atenção nessa área foi institucionalizada dentro da proposta, já vigente, do Programa Saúde da Família (PSF), a partir do ano de 2000. Assim o PSF, já se apresentava como um projeto que caminhava bem, ao possibilitar uma organização mínima na Atenção Básica em Saúde. No tocante a Saúde Bucal, com baixas taxas de acesso da população aos serviços e com indicadores epidemiológicos pífios, com a necessidade premente de melhorar em ambos os aspectos é que vieram a necessidade e a possibilidade de incluir ações de saúde bucal no PSF. Dias (2006, p. 01) esclarece que o programa foi instalado numa versão reduzida de todo o processo, que por sua vez inclui também forças institucionais, como os conselhos de Odontologia e outros sindicatos.
Contudo, esclarece Pinto (2008, p. 01), que o sucesso pessoal ou coletivo no exercício da odontologia não é e não deve ser incompatível com o alcance desses ideais. A saúde individual e coletiva, portanto, é a essência de todo um trabalho, sendo vista como um elemento componente do nível da saúde na comunidade.
Determinados pelas mudanças nos quadros epidemiológicos e no próprio modelo de prestação de serviços fazem com que os profissionais de saúde bucal, incluído não só o Cirurgião-Dentista, mas, o Técnico de Saúde Bucal e o Auxiliar de Saúde Bucal, frente a novos desafios, tendo ainda de adaptar-se à nova onda de desenvolvimento tecnológico que imprime uma velocidade crescente ao próprio processo de transformação. Em face disto, é cada vez mais aparente que as doenças bucais, se tornem um fator a mais de desigualdade entre as pessoas, atingindo com particular severidade aos mais pobres e aos que são vítimas de desvantagens físicas, psíquicas, sociais ou mesmo as decorrentes da idade, impactando negativamente sua qualidade de vida.
Diante do exposto, Pinto (2008, p. 158) faz uma abordagem sucinta sobre o conhecimento da situação epidemiológica da população como sendo parte fundamental para o nível de planejamento e execução dos serviços odontológicos. Para tanto, é necessário saber que os problemas das bocas das pessoas, não ocorrem isolados no tempo e no espaço, mas apresentam uma determinação causal direta e implacável a depender das formas de inserção do homem na sociedade.
Ainda que a situação de saúde bucal no Brasil tenha passado por relativa melhora em alguns dos seus principais indicadores, o país necessita de grandes avanços no conhecimento da dimensão destes problemas para desenvolver políticas que reorganize a assistência e as ações preventivas do setor. O que a comunidade, de fato quer, é ter que não conviver com males de higiene bucal, mas sim, com a certeza de que a sua necessidade esteja assegurada por meio dos mecanismos existentes no poder público, seja para assistência a saúde bucal ou outros fins.

3.3 SAÚDE BUCAL DAS FAMÍLIAS

De acordo com Souza (2008, p. 21), nos últimos tempos a Atenção Primária a Saúde (APS), ocupa um espaço de reflexão como nunca se verificou na história da saúde no Brasil. Várias são as instituições e intelectuais do setor estão fazendo um esforço para situar na arena política como uma estratégia fundamental para ampliar o acesso da população às ações de saúde e reduzir desigualdades sociais. Isto é, contribuir para a justiça social e a construção da cidadania em um contexto histórico de democracia brasileira incompleta.
Neste contexto, há 11 anos, o Programa Saúde da Família (PSF) (atualmente designado como estratégia da família), se constitui na principal operação visando atingir o objetivo preventivo de saúde no país, tanto pelas dimensões que adquiriu, quanto pelos resultados positivos que apresenta.
Em 2000, com a inserção da Equipe de Saúde Bucal (ESB), no PSF, esse aspecto melhorou consideravelmente, diante dos grandes problemas de doenças periodontais e de cárie que assombrava grande parte, principalmente, daqueles menos desfavorecidos socialmente.
A questão da desigualdade em saúde tem sido objeto de constante debate ultimamente. O último Congresso Brasileiro e Mundial de Saúde Pública, em agosto de 2006 no Rio de Janeiro, teve como tema central "Saúde Coletiva em um Mundo Globalizado: rompendo as barreiras sociais, econômicas e políticas". Essa é a tônica de boa parte dos debates, trabalhos apresentados e conferencias que marcam a preocupação em torno da saúde das pessoas.
Porém, as discussões em torno da saúde da família, nesse caso mais específico, a saúde bucal da família, deve começar dentro da própria rotina familiar. Com apoio da escola, entidades públicas e privadas, principalmente a atenção básica de prevenção dos órgãos competentes de promoção de saúde pública de cada região, Estado ou Município, este último é que é o responsável pela manutenção da prevenção da saúde coletiva, da família ou individual.
A necessidade de promover a saúde bucal das pessoas e consequentemente das famílias é de primordial importância para garantir no futuro uma sociedade que tenha uma qualidade de vida digna, sem preocupação com determinadas doenças que atingem grande parte da população mundial que é a cárie dental.

4 QUALIDADE DE VIDA

A expressão qualidade de vida tem seu siginificado complexo, subjetivo, muito abrangente e varia em função da época, das crenças e das pessoas, pelo que a qualidade de vida tem a ver com a forma como cada um vê o mundo e a avaliação dessa qualidade que é feita de acordo com diversos critérios, tais como a educação, a profissão, a escolaridade, as necesidades de cada indivíduo ou grupo de pessoas, a saúde que são diferentes para cada pessoa e para cada situação, pois há grande diversidade de condições sociais, de níveis de vida, de estados psiquicos e físicos e de crenças.
Por ser uma expressão tão subjetiva, as definições de qualidade de vida também têm sida diversas. Giovanni Pires, por exemplo, afirmou em 1988 que Qualidade de Vida tem a ver com a forma como as pessoas vivem, sente e compreendem o seu cotidiano. Compreender aspectos como a saúde, a educação, o transporte, a moradia, o trabalho e as participações nas deciões, em situações muito variadas como o atendimento digno em caso de doença e de acidente, o nível de escolaridade, o conforto e a pontualidade nas deslocações, a alimentação em quantidade suficiente e em qualidade e até a posse de determinados bens.
Contudo, a expressão qualidade de vida foi utilizada pela primeira vez associada a economia por Lyndon Johnson, em 1964, data em que começou o seu mandato de presidente dos EUA, ao afirmar que os objetivos da economia não podia ser medido através dos balanços dos bancos, mas através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas. Mais tarde, em 1976, Augus Campbell considerava qua a qualidade de vida é "...uma vaga e etérea entidae, algo sobre a qual muita gente fala, mas que ninguém sabe claramente o que é.".
Com o tempo o termo qualidade de vida passou por diversas definições, que a apartir da década de 80 começou a ser observada em uma perpectiva multidimencional envolvendo os seguintes fatores: fatores bilógicos, psicológicos, econômicos e cuturais, já que a qualidade de vida depende destes fatores. Em outros termos está ligada ao modo de vida das pessoas, ou seja, o bem-estar de cada indivíduo. Por outro lado tem-se como qualidade de vida aspectos relacionados a saúde das pessoas.
Tal como existem diversas formas de definir a qualidade de vida, a Organização Mundial de Saúde (OMS), que em 1947 definiu saúde como um "estado completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste numa ausência de doença ou de enfermidade". Definição que não é aceita por auguns autores devido à impossibilidade de ser atingida e também por ser uma perpectiva desatualizada.
Diante de tantas definições a respeito do que realmente é qualidade de vida, podemos então dizer que além de ser a percepção individual sobre a vida de cada cidadão, é o sistema de valores empregados ao meio social pelo qual rege o indivíduo, mas também devemos notar o desenvolvimento social, no trabalho, com a família, bem como o desenvolvimento econômico e humano, sendo então dessa forma um processo que está em constante mudança e sua evolução tecnico-científica que acompanha as necessidades individuais e coletivas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ASPECTOS GERAIS DA ILHA DE SANTANA

A pesquisa intitulada Saúde Pública: Higiene Bucal como Qualidade de Vida, foi realizada na localidade de Ilha de Santana, Município de Santana, Estado do Amapá. A Ilha de Santana possui uma beleza exuberante de matas e pássaros, pequenos grupamentos de praia e é cercada pelo Rio Amazonas, fica aproximadamente 05 (cinco) minutos da sede do Município de Santana e o acesso é feito via fluvial, por meio da utilização de pequenas embarcações que são denominadas pela população local de "catraias", estas ficam ancoradas em um porto criado especificamente para o embarque e desembarque de pessoas e alguns tipos de gêneros alimentícios, como: banana, goiaba, legumes, verduras, polpa de frutas e açaí, fruta típica da região, muito apreciada pela população local. Vivem na região aproximadamente 900 (novecentas) famílias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE 2009). Funciona no local a Escola Estadual Osvaldina Ferreira da Silva que atende a média escolar da 1ª série do ensino fundamental até o ensino médio, possui também uma Unidade Básica de Saúde, onde são realizados atendimentos médico e outros serviços oriundos da saúde pública e um posto policial. Na região está localizada a 1ª Escola Bosque do Estado encontrando-se desativada há mais de 10 anos. As condições do local em relação ao saneamento básico são precárias, pois não existe água encanada, as casas possuem poços artesianos, nem esgoto sanitário, as fóças sépticas se encontram no próprio terreno das residências, as ruas não são asfaltadas e a coleta de lixo é feita duas vezes na semana por meio de um pequeno trator com caçamba (a reboque) que passa nas casas recolhendo o mesmo. De acordo com relatos de alguns moradores a Ilha de Santana é considerada pelas autoridades do Município de Santana, como sendo um bairro. Isso ocasiona a falta de infra-estrutura e até mesmo, impede o desenvolvimento do local.

5.2 MÉTODOS DE PESQUISA

A pesquisa foi feita através da verificação de referencial bibliográfico, com estudos direcionados ao tema, bem como, aplicação de questionário nos dias 28 e 29 de abril de 2011, onde foi entrevistado 1 pessoa por família, num universo 50. Dos 50 entrevistados, 40 pessoas do sexo feminino e 10 do sexo masculino. É importante salientar que as famílias entrevistadas compreendem famílias de 04 a seis membros morando na mesma residência. A aplicação do questionário foi feita pela manhã, no intervalo de 8 às 12 horas. Ressaltando ainda que o número de famílias entrevistadas representam 100% para questão de análise dos dados. Sendo que a contagem será de forma universalizada, excluindo a divisão entre sexo, essa a questão do sexo só vai valer para divisão da faixa etária primeiramente. A idade das pessoas entrevistadas variam de 10 a 78 anos. Os métodos para análise dos resultados serão feitas por meio de texto explicativo e de tabelas, identificando os números percentuais dos resultados obtidos.

5.3 RESULTADOS OBTIDOS

Por se tratar de um local isolado pelo Rio Amazonas, da sede do Município de Santana, e ainda ser tratada como um dos bairros do município, a Ilha de Santana, sofre pela ausência de políticas públicas, principalmente, políticas de Saúde Bucal. Uma vez que a Unidade Básica de Saúde, que deveria contar com um consultório para tratamento da Saúde Bucal dos moradores, não o tem, e também pela ausência de profissionais que atuem na prevenção das doenças bucais, fica difícil manter a saúde dos dentes daquelas pessoas. Levando em consideração apouca orientação de Saúde Bucal existente, a mesma é feita pelos Agentes Comunitários de Saúde, que ainda são os únicos responsáveis em levar as devidas orientações de Saúde, as pessoas da Ilha de Santana.

Idade dos entrevistados

A idade das pessoas que foram entrevistadas varia bastante, considerando que as doenças bucais, nesse sentido, não escolhem tempo e nem determina a idade para que os indivíduos sejam acometidos por qualquer enfermidade referente a doenças da boca, ver tabela 1.

Tabela 1.
(referente à idade e sexo).
Sexo Feminino
Idade Total Mulheres Sexo Masculino
Idade Total
Homens Total
Homem
+
Mulher Percentual
(geral) %
10 a 19 anos 9 10 a 19 anos 2 11 22%
20 a 29 anos 9 20 a 29 anos 1 10 20%
30 a 39 anos 8 30 a 39 anos 4 12 24%
40 a 49 anos 6 40 a 49 anos 1 7 14%
50 a 59 anos 5 50 a 59 anos 2 7 14%
60 a 69 anos 2 _______ _________ 2 4%
78 anos 1 _______ _________ 1 2%

Na maioria dos entrevistados a limpeza regularmente dos dentes é feita de maneira constante, com utilização de escova e pasta de dente, a maior incidência de escovação é de três vezes por dia, isso significa que a escovação é feita da seguinte forma: antes do café da manhã, após o almoço e antes de dormir, porém há um percentual pequeno de pessoas que não escovam os dentes, apenas fazem a limpeza com enxágüe bucal, ver tabela 2.

Tabela 2.
(limpeza regular dos dentes)
Fazem a utilização ou não de pasta e escova dental
Uso de escova e pasta dental 96%
Não utiliza escova nem pasta 4%

Fazem ou não a escovação regular dos dentes
Escova regularmente 96%
Não escova os dentes 4%

Nº de vezes por dia
2 vez por dia 3 vezes por dia 6 vezes por dia
18% 74% 4%

Das pessoas que utilizam outros artifícios para realizarem a limpeza dos dentes, além da pasta dental e da escova, a maioria dos entrevistados se utilizam de palito de dente, fio dental em segundo lugar, e até mesmo linha de costura como mostra a tabela a seguir.
Tabela 3
(utilização de artifícios para limpeza dos dentes)
Não utilizam nem fio dental ou palito 10%
Utilizam fio dental 26%
Utilizam palito 62%
Utilizam linha de costura 2%

Em relação ao índice de pessoas que receberam qualquer tipo de orientação sobre saúde bucal é bastante baixa, uma vez que quem faz essa orientação é o Agente Comunitário de Saúde, mas isso é precariamente. Os órgãos responsáveis de repassar tais orientações se restringem a uma Unidade Básica de Saúde, que possui apenas o atendimento básico de marcação de consultas e de encaminhamentos a áreas de especialidades do município de Santana. As orientações que receberam, foi dada por meio de ações coletivas oriundas da capital Macapá. Bem com, quem recebeu as orientações a respeito de Saúde Bucal estão os seguintes agentes: Dentista da UBS, Agente Comunitário de Saúde, Escola, programas de TV e outros profissionais UBS, as informações estão disposta da seguinte forma, conforme a tabela 4.

Tabela 4
(representação de orientação de saúde bucal)
Sim Não
Recebeu ou não orientação 42% 58%


Responsáveis por dar a orientação
Familiar 14,28%
Dentista da UBS 14,28%
Outro profissional da UBS 9,52%
ACS 19,04%
Escola 28,57%
Programa de rádio/TV 4,76
Outro 9,52%

Além da escovação dos dentes com pasta e escova dental e limpeza com palitos e fio dental, a procura pelo profissional responsável para cuidar da saúde dos dentes é relativamente baixa, primeiro pela falta de poder aquisitivo, segundo pela ausência dos órgãos responsáveis pela saúde bucal dos moradores da na Ilha. O fato mais curioso é que os problemas que ocasionam as doenças bucais estão em maior incidência é a quebra dos dentes por ocasião de batidas, ou seja, o trauma, em consequência disso 58% dos entrevistados sofre ou já sofreram de dor de dente, seguido de índice razoavelmente elevado de cárie, problemas de gengiva entre outros, por conta disso muitos tiveram que faltar ao trabalho, a escola, e até mesmo a atividades sociais ou de lazer por conta de problemas nos dentes, de acordo com a tabela 5 a seguir, lembrando que a totalidade dos resultados representa 100%dos entrevistados.

Tabela 5
(demonstração de cuidados e deficiências nos dentes)
Sim Não
Fez revisão dos dentes 26% 74%
Teve dor de dente 58% 42%
Fez tratamento para cárie 30% 70%
Teve problema de gengiva 28% 72%
Teve alguma batida ou quebra de dente 44% 66%
Faltou ao trabalho por problema de dente 12% 88%
Faltou à escola por problema de dente 22% 78%
Faltou a alguma festa, atividade social ou de lazer por problema de dente 16% 84%

Quando a pesquisa se referiu sobre a procura pelo atendimento de um dentista, a maioria respondeu que já foram atendidas por um profissional e dentre os atendidos, na Unidade de Saúde e consultório particular o índice é de igualdade, o percentual dos que foram atendidos no pronto socorro público o número é mais baixo. Porém a nota atribuída para os atendimentos, tanto na rede pública quanto privada, é satisfatório, sendo que a maioria tiveram seu atendimento feito acontento, sem que precisasse ser encaminhados a um atendimento especializado, é o que mostra a tabela 6.


Tabela 6
(grau de satisfação de atendimento)
Sim Não
Já foram atendidos pelo dentista 54% 46%


Dos 54% que já foram atendidos

Unidade Básica de Saúde 26%
Consultório particular 26%
Pronto Socorro 2%


Grau de satisfação do atendimento

Ótimo Ruim
Unidade Básica de Saúde 14% 8%
Consultório particular 18% 8%
Pronto Socorro -------------- 6%


Resolução do problema

Sim Não
Tiveram seu problema resolvido 36% 18%
Unidade Básica de Saúde ---------------- 8%
Consultório particular ---------------- 10%


Precisou ser encaminhado a um centro de especialidade

Sim Não
Encaminhados 12% 42%
Consegui atendimento 8% 4%

O índice de pessoas que já extraíram algum dente é 48%, proporção é alta, considerando a faixa etária dos entrevistados é de 10 a 78 anos, foi observado que mesmo aqueles entre 12 à 40 anos de idade, que deveriam ter a dentição completa se fossem regularmente tratados pelo dentista, ou mesmo se houvesse a prevenção dos mesmos, não seria tão alta. Já os que perderam ou extraíram os dentes e que necessitam de uso de algum tipo de prótese é considerado baixa, e o uso de prótese ou ausência dos dentes por essas pessoas acabam por ocasionar incomodo durante a alimentação, seja pela falta de ajuste da prótese, seja inadequação do seu uso ou pelo desgaste do material devido ao tempo de uso. É o que podemos observar na tabela 7.

Tabela 7
(índice de extração de dentes e uso de prótese)
Não Um Mais de Um Todos
Já extraiu algum dente 22% 20% 48% 10%


Não Prótese parcial Prótese completa
Uso de prótese 78% 20% 2%

De um a cinco anos Mais de cinco anos
Tempo de uso de prótese 10% 12%

Sim Não
Dificuldades na mastigação 70% 30%

Ao fazer a análise das doenças que acometem a cavidade bucal dos moradores da Ilha de Santana, observou-se que, mesmo tendo dificuldades em ter acesso aos mecanismos de saúde bucal pública o índice de algum tipo de doença bucal, tirando desse contexto a doença cárie, é baixo, pois 90% dos entrevistados não tiveram qualquer tipo de inflamação na boca, e os outros 10% já tiveram, mas, não o tem mais. No que diz respeito à prevenção das doenças bucais, as mulheres que tiveram filhos nos dois últimos anos, não tiveram nenhuma orientação sobre a higiene bucal de seus filhos, e nem durante a gestação, ver tabela 8.
Tabela 8.
(índice de pessoas com algum tipo de ferimento na boca e de orientação das mulheres durante a gravidez).
Sim Não
Teve ferimento na boca 10% 90%

Menos de um mês Mais de cinco meses
Tempo do ferimento 8% 2%

Não Sim
A ferida continua 10% -----------------------

Mulheres que tiveram filhos nos dois últimos anos

Sim Não
Tiveram filho 10% 90%
Receberam orientação --------------------------- 10%

Os resultados apresentados mostram uma porcentagem relativa da realidade dos moradores da Ilha de Santana em função da saúde bucal, e da falta de políticas de prevenção da saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Ao considerarmos os diversos aspectos relevantes para o baixo índice de saúde bucal, ficou evidente que pouco se têm feito em relação à saúde de modo geral das pessoas que residem na Ilha de Santana, a falta de atendimento especializado não é uma realidade específica dessa localidade. Porém, a realidade da localização da Ilha de Santana é também um dos fatores que contribuí para falta de desenvolvimento, pois quem necessita de qualquer tipo de atendimento fora do local, precisa pagar uma "catraia" para poder ser atendido nas unidades hospitalares mais especializadas que se encontram no centro de Santana ou em Macapá. A renda familiar deve ser levada em consideração também, as famílias sobrevivem na sua maioria dos trabalhos informais e do extrativismo animal e vegetal. Fatores como os citados são relevantes, mas a falta de uma política de saúde bucal que realmente prima pela qualidade do atendimento ao paciente e uma inserção mais intensa do município por meio da Equipe de saúde Bucal e do Programa de Saúde da Família na orientação e prevenção de doenças que afetam a comunidade em especial, doenças bucais, pode melhorar consideravelmente a saúde dos dentes das famílias da Ilha de Santana. Dessa forma, teríamos menos pessoas procurando tratamento para sua saúde, acabaria com determinadas filas em hospitais e Unidades de Saúde, a comunidade teria uma melhor qualidade de vida e pessoas mais satisfeitas com seu aspecto bucal. As políticas existem, mas a aplicabilidade destas é que não estão acontecendo de fato, ainda deixa muito a desejar, é preciso que seja em conformidade com as diretrizes do SUS, dando direito de universalidade, igualdade e equidade no atendimento e na aplicabilidade da saúde como um bem comum a todos os cidadãos da Ilha de Santana.

REFERÊNCIAS


BERTOLLI FILHO. Claudio, História em Movimento. Historia da saúde pública no Brasil. 4ª ed. Ática. SP, 2008.

COHN. Amélia; ELIAS. Paulo E, Saúde no Brasil: Políticas e Organizações de serviços. 6ª ed. Cortez. SP, 2005.

DIAS. Carlos Renato, Programa de Saúde da Família: Promoção da saúde bucal na família, cotidiano da prevenção. Santos. SP, 2007.
DIAS, Aldo Angelim, e Colaboradores. Saúde Bucal Coletiva: Metodologia de trabalhos e práticas. Santos. SP, 2006.
KRIGER. Léo, ABOPREV: Promoção de saúde bucal. 3ª ed. Artes Médicas. SP, 2003.

MOYSÉS, Simone Tetu; KRIGER. Léo e MOYSÉS, Samuel Jorge, Saúde Bucal das Famílias: Trabalhando com evidências. Artes Médicas. SP, 2008.

PINTO. Vitor Gomes, Saúde Bucal Coletiva. 5ª ed. Santos, SP, 2008.
PEREIRA, Antônio Carlos, e Colaboradores. Odontologia em Saúde Coletiva: Planejando ações e promovendo saúde. Artmed, Porto alegre, 2008.
WEYNE. Sérgio de Carvalho, Professor adjunto IV do departamento de micro biologia e parasitologia do Instituto Biomédico da Universidade Federal de Fluminense; professor titular de odontologia coletiva da Faculdade de Odontologia da universidade Estácio de Sá ? RJ.