Os gêneros textuais são classificados quanto sua composição, conteúdo estilo intergenericidade e heterogenericidade, no livro LER E ESCREVER de Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias no capitulo sobre gêneros textuais do livro as autoras fazem uma explicação detalhada de cada um desses gêneros.
Para se fazer uma boa leitura de um texto ou até mesmo construí-lo devemos levar em consideração a forma como ele está sendo escrito, sua estrutura e em que situação ele está sendo usado, há vários tipos de textos, cartas, emails anúncios, artigos, poesias, piadas, contos, vários estudiosos da linguagem fizeram um levantamento dos gêneros com objetivo de poder classificá-los, mas não obtiveram sucesso, devido grande parte dos gêneros ser de origem sociocomunicativas e que estão constantemente sofrendo variações e também por na maioria dos casos estarem mesclados com outros gêneros, segundo as autoras todos os enunciados são compostos por uma forma padrão e estáveis a estrutura de um todo, isto é temos um grande repertório de gêneros tantos orais quantos escritos ou seja poderemos escrevê-lo seguindo a norma, ou poderemos mesclá-los com outras formas.
Elas citam a afirmação do autor BAKHTIN (1992:301-302) no qual ele diz que sempre que falamos utilizamos sempre o gênero do discurso ou a forma padrão relativas a um todo, e que possuímos um grande numero de gêneros do discurso tanto oral quanto escrito, que poderemos usá-los com segurança, mas que poderemos simplesmente ignorar sua existência
Baseadas na afirmação acima a KOCK defende a idéia de que os indivíduos desenvolvem uma competência metagenérica ou seja a competência para conhecer os gêneros textuais, e que é essa competência essencial para a produção e a compreensão dos gêneros textuais ou até mesmo dos gêneros que já temos definido.
Citam por meio de tirinhas exemplos do gênero currículo e gênero recado que observamos que a competência metagenérica e de fundamental importância para as praticas sociocomunicativas e que também orienta para uma melhor compreensão dos gêneros produzidos.
Exemplificam por meio da propaganda a competência metagenérica quanto sua composição, conteúdo, propósito, e modo de veiculação, exemplo de competência metagenérica na produção de uma charge que é constituída pelo gênero piada.
Voltam a fazer referencia a BAKHTIN (1992-301-302) quanto a importância da competência metagenérica, que segundo ele moldamos nossas falas nas mais diversas formas sejam elas padrão ou não padrão e que aprendemos a molda-lás a forma do gênero, e que só de ouvir a fala do outro interlocutor poderemos classificar ou pressentir o gênero a estrutura, a composição do discurso e ainda frisa que sem gênero do discurso não há comunicação verbal.
A partir dessa citação, as autoras reforçam a idéia que as práticas sócias comunicativas são constituídas por modo, função, e por outras áreas da atuação humana, e que isso nos possibilita reconhecê-las e produzi-las sempre que for necessário, e explicam que os gêneros são produzidos de uma determinada forma, isso não quer dizer que eles não possam sofrer variações e, quanto a forma em que são produzidos, porque essa forma não é bem definida quanto a sua função.
Elas ressaltam ainda que todo gênero possui uma forma, conteúdo e estilo o que para BACHTIN (1997) eram elementos indispensáveis para a produção de um texto ele afirma que, todo gênero possui forma, composição, e um plano composicional e estão sempre presentes em enunciados, se diferenciam pelo conteúdo temático e estilo, e todo gênero é marcado pela sua esfera de atuação que faz com que os modos se combinem ao conteúdo ao propósito estilo e composição do texto.
As autoras fazem referencias a composição de textos poéticos que são produzidos em estrofes e versos, artigos de opinião que são argumentações e tirinhas em quadrinhos que são enunciados curtos e bem humorados. A composição do gênero tem que ser levada em conta a forma que se organiza e distribui as informações e os elementos utilizados para ilustrar cada tipo de texto.
O conteúdo da poesia se dá da forma de expressão de sentimentos do poeta, já o artigo de opinião geralmente são criticas sobre acontecimentos políticos, econômicos, a tirinha de humor é uma critica sobre modos de comportamento, valores e sentidos.
Entre esses exemplos dados pelas autoras no livro Ler e escrever, há vários outros exemplos comentados de gêneros textuais e o quanto esses estilos, conteúdos são definidos e aplicados.
Todo gênero possui um estilo, que pode ser favorável como o gênero literário e não favorável como documentos oficiais e notas fiscais, um gênero pode assumir a forma de outro gênero como, por exemplo, um artigo de opinião ser formatado como uma receita culinária
Chama essa mesclagem de gêneros de hibridação, ou seja, um gênero pode se compor de vários gêneros, e essa mesclagem é importante para que o produtor de textos utilize esse recurso para que consiga atingir seu propósito comunicacional.
Quanto à heterogeneidade tipológica para classificar os gêneros em tipos textuais as autoras recorrem a o que ADAM (1993) afirma que as sequencias narrativas e descritivas se diferenciam, por exemplo, as descritivas são conjuntos de características, e o autor propõe uma estrutura sequencial com planos de organização textual.
Já MARCUSCHI(2002-2003) diz que os tipos textuais são sequencias de enunciados e designamos os tipos textuais como narrativo, descritivo, argumentativo,expositivo, injuntivo, o autor ainda ressalta a heterogeneidade tipológica que é a presença de vários tipos textuais em um gênero.
As autoras finalizam o capitulo sobre os gêneros textuais fazendo uma ressalva sobre sua importância dos estudos desses gêneros para o ensino da leitura e a composição de textos.