A obra relata um estudo realizado pela autora, junto a docentes do ensino médio e superior, com a finalidade de definir o conceito do “Bom Professor”, bem como suas origens e métodos.

Há muito tempo tem-se procurado essa definição, utilizando diversos métodos de ensino na tentativa de solucionar um problema, que na verdade, não se resolveria com essas investidas. Com o tempo, surgiu uma nova hipótese, agora confirmada, de que o professor em sala de aula, é o principal agente da localização, instrução e transmissão do conhecimento, seja qual for o currículo a ser seguido.

Fatores como regionalismo, cultura, experiência de vida, formação didática dentre outros menos relevantes, são primordiais para a formação do professor e definem a forma como esse professor atuará em sala de aula e se essa mesma atuação será ou não satisfatória, chegando ao ponto de atingir seu aproveitamento pleno sem que haja perda de qualidade de ensino.

Segundo a autora o ambiente de onde se originou a pessoa do professor, tem influência direta em seu comportamento e tolerância em sala de aula, bem como o interesse não-financeiro do docente. Entende-se como não-financeiro, o interesse em transmitir o conhecimento ao aluno, ainda que o retorno financeiro não seja pertinente à função ou, até mesmo, insuficiente de acordo com sua formação. Esse ponto deve ser observado com muito cuidado, pra que o docente não acabe por ser condenado sem que todos os fatores sejam incisivamente analisados.

O bom professor não nasce assim. Ele é formado conforme a necessidade, interesse, ou até mesmo vocação, sendo que essa última, atualmente quase está em desuso.

Ao analisar os docentes em seus diversos níveis, a autora relata que em determinados momentos, a individualidade do profissional chega a pontos que culminam em total perda do coletivismo, levando o docente a falhar em sua didática, não por vontade própria, mas, por experiência de vida que fica latente dentro de si. Isso ocorre principalmente em pessoas que tem um histórico de dificuldades em adquirir certos valores que o tornem membro importante de um todo, e não um ser automatizado e comandado.

Outro fator interessante visa o ganho financeiro mais que o de conhecimento. Dessa forma o docente se vê “obrigado” a levar o conhecimento dentro de um ritmo imposto ou até mesmo pouco didático, pelo simples fato de que, se estiver atuando da forma como lhe foi previamente definido, terá seu ganho garantido.

O aspecto humano, principal influência da formação pessoal, também conta como ponto primordial na formação docente. A forma como o docente de hoje recebeu influências de seus professores e o interesse em poder contribuir com o conhecimento, leva o aluno a querer se espelhar no mestre e ser tal como. Esse aspecto é, em muitos casos, determinante para a formação do futuro “bom professor”. Despertar o interesse nos alunos, utilizando a participação e incitando-os para que o façam da mesma forma entre eles mesmos, faz com que o conhecimento seja assimilado de forma mais clara e efetiva, tornando-o apto a realizar essa mesma tarefa com habilidade e eficácia.

Conforme nos diz a autora, não há receita específica para o bom professor, no entanto, os aspectos e pontos de vista explanados, esclarecem detalhes importantes que devem ser observados, para que se defina a forma de atuação do docente em sala de aula.

Finalmente, o currículo pedagógico, deve obedecer ao regionalismo e cultura, tanto dos alunos quanto dos docentes para que se torne eficaz e não flua para a dispersão do conhecimento, ao invés de acumulá-lo. A proposta não é inalcançável, mas, está e sempre esteve frente aos órgãos responsáveis, que talvez por comodidade em sobreposição à prática, ficou recessiva em meio a currículos antigos e ultrapassados, sempre utilizando de atualizações em ferramentas que não possuem utilidade prática no contexto geral.