RESUMO

O presente trabalho caracteriza-se por ser um estudo bibliográfico, que tem por objetivos mapear os estudos acerca dos tratamentos e terapêuticas do Transtorno de Personalidade Borderline no período de 1997-2016, analisar os tipos de tratamentos utilizados como recurso para melhoria da qualidade de vida de pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline e analisar a adesão, os benefícios e as dificuldades dos diversos tratamentos utilizados para o Transtono de Personalidade Borderline. Devido o importante reconhecimento da base de dados Scielo (Scientific Eletronic Library), optou-se pela mesma como fonte de coleta de dados. Em seguida identificaram-se os textos e foi feita a análise destes a partir dos seguintes descritores: Transtorno de Personalidade x Psicoterapia, Transtorno de Personalidade Borderline x Tratamento, Transtorno de Personalidade x Saúde Mental e Transtorno de Personalidade Borderline x Terapias Complementares. O método de tratamento do material articulou as abordagens quantitativa e qualitativa. Os dados quantitativos tiveram como base de análise o método descritivo e os dados qualitativos foram norteados pela análise de conteúdo proposta por Lawrence Bardin. Os dados mostram que a base de dados Scielo teve publicado 04 artigos científicos, sendo excluído apenas 01 artigo da análise de dados por não atender ao objetivo da pesquisa. A análise qualitativa permitiu a extração das principais idéias sobre Transtorno de Personalidade Borderline divulgada no período estudado. Para melhor compreensão da análise foram criadas categorias e unidades temáticas, a partir das idéias centrais extraídas das produções. Os resultados sugerem que apesar dos avanços alcançados pelos recursos terapêuticos disponíveis ao “tratamento” e enfrentamento do transtorno, há uma carência de pesquisas na área a fim de constatar a eficácia destes recursos, sobretudo, em longo prazo e possibilitando a ampliação de recursos e possibilidades para os sujeitos acometidos.

Palavras-chave: Transtorno de Personalidade Borderline. Tratamento. Psicoterapia.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa apresenta um estudo acerca dos recursos terapêuticos utilizados no tratamento de pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e como esses recursos beneficiam o enfrentamento do transtorno.

No meu curso de Psicologia – e também no cotidiano - pouco ouvi falar sobre esse transtorno, principalmente quando se compara a abordagem de outros, como a depressão. Pela complexidade e nuances do TPB surgiu meu interesse e essa lacuna de estudos motiva- me a pesquisar e compreendê-lo de forma mais aprofundada assim como apresentar os possíveis tratamentos.

No decorrer do trabalho, serão apresentados como se dá o processo diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline, sua sintomatologia e tratamento a fim de possibilitar conhecimento prévio ao leitor.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV - 2002), o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) caracteriza-se principalmente pela presença de instabilidade tanto nos relacionamentos interpessoais como na auto-imagem e nos afetos, além de acentuada impulsividade. Tal transtorno manifesta-se, de forma geral, no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, que se distribuem em nove critérios, onde a presença de pelo menos cinco destes aponta para o diagnóstico. Dentre os quais pode-se citar: esforço frenético para evitar abandono, sendo este real ou imaginário; raiva inapropriada; atos impulsivos como automutilação e comportamentos suicidas; padrão de relacionamento intenso e instável; perturbação da identidade caracterizada por uma marcada e persistente instabilidade da imagem ou sentido de si próprio; impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente destrutivas; sentimentos crônicos de vazio. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002).

Segundo Conte e Brandão (2011 apud SOUSA, 2003) clientes diagnosticados com TPB apresentam durante a terapia sentimento de impotência, crises de identidade, sentimento de estar perdido na vida, comportando-se público e privadamente de forma contraditória e instável, apresentando ainda dificuldade de adesão ao tratamento.

Tanesi et. al. (2007) define adesão como um comportamento complexo, que envolve desde pequenas recusas ao tratamento até o uso inadequado dos serviços de saúde e abandono do tratamento. No caso de pacientes com TPB a adesão é dificultada pelas constantes oscilações nos sentimentos e comportamentos. 

É importante refletir sobre que estratégias podem ser utilizadas de forma a favorecer a vinculação desses pacientes às terapêuticas e que modelos de tratamentos vêm causando impacto positivo e consequente melhoria na qualidade de vida da pessoa com TPB.

Desta forma faz-se necessário um aumento no número de pesquisas acerca deste tema no Brasil, inclusive pelas controvérsias existentes em algumas publicações. Este estudo procura ampliar o conhecimento sobre a temática e favorecer o interesse e a concretização de mais pesquisas. Viso expor a respeito do TPB a fim de que a partir do momento que venham a ler meu estudo tenham um melhor conhecimento sobre o tema ou, se for caso, ter o primeiro contato com este, na esperança que o utilizem no apoio aos pacientes com TPB. [...]