INTRODUÇÃO

A conscientização nacional e internacional sobre os problemas ambientais vem sendo discutida a nível mundial, através de debates, seminários, congressos, simpósios entre outros, envolvendo as diversas áreas do conhecimento, como também todos os níveis de educação. Na Escola Estadual de Educação Profissional Professor Moreira de Sousa em Juazeiro do Norte/CE, onde funciona o ensino médio articulado ao profissionalizante em período integral (7h10min às 16h40min), essa discussão vem sendo praticada pelos que a compõem, visando uma melhor conscientização dos problemas ambientais que estão ocorrem atualmente em escala mundial, regional e local. Apesar destas discussões, a prática da conscientização ambiental não está presente no dia a dia dos alunos, o que gera problemas no ambiente escolar, já que eles se utilizam de diversos espaços para a sua aprendizagem. Partindo dessa perspectiva nossa pesquisa tem por objetivo questionar as contradições entre a teoria e a prática da educação ambiental e propor soluções que envolvam os próprios alunos, integrando-os ao seu ambiente escolar, já que uma das premissas das escolas profissionalizantes é o protagonismo juvenil, onde o aluno é o autor de sua própria história, modificando o ambiente escolar de acordo com as suas necessidades.

METODOLOGIA

O interesse em realizar esse projeto teve início a partir das aulas de biologia e geografia no ano de 2010 com os alunos do 1º ano, no segundo semestre, quando foram abordados os assuntos: aquecimento global, desmatamento, queimadas, diferentes tipos de lixos, erosão e contaminação dos solos, entre outros, onde trabalhamos com pesquisas bibliográficas, apresentações de seminários, produção de jornais e documentários e também elaboração de projetos voltados para a temática ambiental. Após as apresentações dos trabalhos alguns alunos passaram a questionar as contradições praticadas dentro do ambiente escolar. Iniciaram assim uma pesquisa orientada, voltada à observação nos espaços utilizados, como banheiros, refeitório, salas de aula, sala de vídeo, biblioteca, pátios, vestiários, onde é possível identificar os problemas ambientais que acontecem no dia a dia da escola. Além da observação foram feitos registros fotográficos e entrevistas com os alunos e funcionários responsáveis pela limpeza, visando analisar suas percepções acerca dos problemas ambientais e propor projetos para serem desenvolvidos pelos próprios alunos, tornando-os responsáveis e fazedores de sua própria educação ambiental.

RESULTADOS

Através das observações e registros fotográficos realizados pelos alunos, alguns problemas foram identificados: banheiros mal utilizados, salas de aula, laboratórios e pátios sujos, paredes e mesas riscadas, desperdício de alimentos e de água, poluição sonora e visual. Constatou-se que as salas de aula, local onde os alunos passam em média sete horas por dia, é um dos lugares onde acontecem mais problemas, como sujeiras, poluição sonora e visual. Já nos banheiros e vestiários, a situação se torna preocupante, pois não é feita a utilização correta dos equipamentos que lá existem, dificultando assim o trabalho dos funcionários que são responsáveis pela limpeza. No refeitório também foram constatados alguns problemas como sujeira (restos de comidas, guardanapos espalhados pelas mesas e pelo chão), desperdício de alimentos, pratos, talheres e copos depositados em locais indevidos, gerando a poluição visual, assim como também poluição sonora (utilização de aparelhos eletrônicos). Nas entrevistas realizadas com os funcionários e alunos pudemos constatar que a prática da consciência ambiental por parte de alguns alunos é o maior problema, pois eles não percebem a ligação entre o que se estuda e o que se deve praticar no dia a dia, gerando assim os problemas no ambiente escolar.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisas qualitativas e empíricas sobre como os alunos e funcionários percebem os problemas ambientais existentes na escola não permitem conclusões definitivas, pois eles percebem um mesmo problema de forma diferente. A grande maioria dos alunos não se preocupa em utilizar os espaços sujos ou pelo menos não reclamam das condições que os mesmos oferecem, uma conversa sobre educação e prática ambiental se torna desagradável, pois a grande maioria não faz uma ligação entre a educação ambiental e o seu dia a dia. Diante desses problemas é necessário que se pense em projetos que sejam desenvolvidos pelos próprios alunos, apoiados pelos professores, que levem a uma reflexão-ação, uma vez que os professores fazem um trabalho direcionado a prática do protagonismo juvenil e incentiva-os a levantar questionamentos e contradições da temática ambiental dentro da escola. Pensando em pequenas ações dentro do ambiente escolar estaremos agindo localmente e pensando globalmente, diminuindo a distância entre a teoria e a prática das ciências trabalhadas