SUMÁRIO

 1 INTRODUÇÃO.. 04

2.PROBLEMÁTICA.. 05

ESTABELECIMENTO DO PROBLEMA.. 05

HIPÓTESES. 05

OBJETIVOS. 05

OBJETIVOS GERAIS. 05

OBJETIVOS ESPECÍFICOS. 05

JUSTIFICATIVA.. 06

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.. 08

4.METODOLOGIA.. 11

5.REFERÊNCIAS. 14

 

1  INTRODUÇÃO

 Ao longo da história, podemos perceber que a escolha de uma língua estrangeira na educação brasileira sempre esteve atrelada a fatores políticos, econômicos e culturais. As discussões sobre a importância de se aprender uma língua estrangeira já perdura há várias décadas, no entanto, elas foram consideradas durante muito tempo, como disciplina sem relevância dentro do cenário educativo brasileiro e só agora assume a configuração de disciplina de extrema importância para a formação do cidadão.

No cenário atual, em que os tratados são assinados  entre o Brasil e outros países da América Latina, a necessidade de saber outros idiomas, configura-se como parte imprescindível do conjunto de conhecimentos essenciais para garantir ao educando o acesso a outras culturas e maior interação com o mundo globalizado. Sejam quais forem as razões - econômicas, políticas,  comerciais ou sociais, saber outro idioma é uma necessidade dentro do contexto contemporâneo.As línguas estrangeiras recuperam, de alguma forma, a importância que durante muito tempo lhes foi contestada.

 Vivencia-se um período de muitas transformações na educação e todas explicadas pelas mudanças que aconteceram na sociedade, em função das inovações tecnológicas e da agilidade com que as informações são processadas. Em meio a esse cenário de mudanças a língua espanhola, doravante E/LE, assume um espaço de destaque dentre as demais línguas no Brasil.

Atualmente a formação dos professores de E/LE vem ocorrendo num contexto marcado por profundas modificações na sociedade brasileira e exige do professor novas competências capazes de satisfazer aos desafios impostos pelo mundo moderno.

Por estas razões, este projeto tem como proposta analisar os desafios que envolvem a formação de professores de Espanhol como Língua Estrangeira na Universidade do Estado da Bahia- Campus V, e ao mesmo tempo descobrir as dificuldades que os alunos em formação encontram na sua prática docente, durante o período de estágio. Embora a temática exposta seja muito discutida, ainda a muito a pesquisar, visto que, a atual legislação brasileira determina obrigatória a oferta do idioma espanhol nas escolas do nosso país.

 

2. PROBLEMÁTICA

No mundo contemporâneo, onde o Brasil amplia cada vez mais suas relações democráticas com outros países membros do Mercado Comum do sul, saber lidar com as competências linguísticas e culturais tornou-se imprescindível para nossas vidas profissionais, privada e civil. Devido a essa abertura econômica criada em nosso país, percebe-se, hoje no Brasil uma necessidade e grande interesse pelo idioma espanhol.

Frente a esse contexto, o problema que direciona este projeto está respaldado na seguinte questão: A universidade está preparando professores de Espanhol como Língua Estrangeira, para responder às demandas educacionais contemporâneas?

 

2.2 HIPÓTESES

 A partir dessa necessidade as possíveis hipóteses são:

 Os alunos passam a maior parte do curso procurando assimilar ideias prontas e não apresentando e desenvolvendo suas próprias ideias.

  • O aluno em formação enfrenta dificuldades em articular teoria e prática.
  • Muitos professores que fazem parte do corpo docente da instituição atuam em áreas diferentes da sua formação.

2.3 OBJETIVOS

 2.3.1Geral

 Identificar através da análise de memoriais, as dificuldades que os alunos em formação enfrentam, ao entrar na sala de aula na condição de professor e não mais de aluno.

 

2.3.2 Específicos

  • Contribuir para a reflexão sobre os desafios que envolvem a formação do professor de E/LE na UNEB - Campus V.
  • Descobrir se os alunos em formação se sentem preparados para atuar como profissionais da área.

 

2.4. JUSTIFICATIVA

Em agosto de2005, aPresidência da República sancionou a lei 11.161/05 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre o ensino da língua espanhola no Brasil. Esta legislação determina que seja obrigatória a oferta do idioma em todo território nacional, para os cursos do Ensino Médio e facultativa entre a 5.ª e 8.ª séries do Ensino Fundamental a partir de 2010.

A língua espanhola hoje é considerada uma necessidade dentro do contexto educacional brasileiro. Isso nos leva a refletir sobre a importância da aprendizagem do idioma espanhol em nosso país, já que atualmente, com a criação do MERCOSUL o Brasil tem estreitado cada vez mais seus laços com os países hispano-americanos. Diante desta realidade, os profissionais que vão atuar como professores de espanhol como língua estrangeira no Brasil se vêem diante de uma tarefa incomensurável e urgente. Formar alunos mais humanos e conscientes do seu papel como agente transformador da realidade global.

 O espanhol já ocupa a quarta posição entre as línguas mais faladas do mundo e é hoje a segunda língua mundial mais utilizada como veículo na comunicação internacional, sendo a língua materna de aproximadamente 330 milhões de pessoas no mundo. Esse crescimento crescente (e mundial) do interesse pelo idioma é motivado pelo fato de essa língua ter se tornado, principalmente a partir da última década do século XX, em uma das línguas mais importantes da atualidade.

O contexto contemporâneo no qual se insere a preparação de professores, nas diversas áreas de atuação e principalmente na área de língua estrangeira tem exigido a preparação de um profissional com diversas habilidades e competências que o capacite para atuar num mundo globalizado e cheio de incertezas.

 As transformações econômicas, sócio-políticas e culturais do mundo atual, estão exigindo um compromisso renovado e crítico com a formação dos profissionais da educação. Ultimamente a educação brasileira passa por uma fase de intensas transformações e um dos seus requisitos principais é a qualificação daquele que é responsável direto pelo processo educativo: o professor.

Profissionais críticos, reflexivos, éticos, autônomos, que possam, além de refletir sobre a sua função na sociedade e compreender as mudanças sociais que o rodeiam, também possam atuar como agente transformador dos problemas atuais.

Nesse contexto, pensar e repensar a formação dos professores no seu estágio inicial constitui para todos os educadores, graduandos e alunos, um amplo desafio. Encontramos atualmente uma vasta literatura sobre essa temática apontando os problemas e perspectivas sobre essa formação. Essa questão vem sendo discutida em inúmeros encontros, congressos, pesquisas e seminários, tanto em nível nacional quanto internacional.

É o ativo contexto atual do ensino de espanhol no Brasil que me motivou a desenvolver essa pesquisa, voltada para os novos caminhos que se vêm abrindo ao idioma. Face ao exposto até o momento, o tema proposto para esta pesquisa justifica-se pelo contexto atual onde as línguas estrangeiras tornam-se indispensáveis para a formação do cidadão brasileiro, oferecendo- lhe novas perspectivas de trabalho e lazer. Além disso, a aprendizagem de línguas pode e deve contribuir para a conscientização do aluno, o futuro cidadão, quanto a sua identidade tanto pessoal como nacional.

Frente a esse contexto precisamos fazer uma reflexão para saber quais os desafios enfrentados pela universidade na formação de um profissional que saiba articular a teoria e prática ,que tenha uma visão globalizada dos problemas e que atue na resolução dos mesmos através da pesquisa.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 O cenário do ensino de línguas estrangeiras no Brasil, sempre esteve vinculado à organização social e histórica do país sofrendo mudanças em decorrência desse contexto. Segundo Márcia Paraquett (2009), foi no ano de 1919 que se iniciou a história do ensino do espanhol no Brasil, quando ocorreu a institucionalização desta disciplina no colégio Pedro II. A partir de então, uma serie de acordos e leis vêm traçando a trajetória do espanhol dentro do cenário educativo brasileiro.

Em (1941), foi criado o curso de Letras Neolatinas na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o espanhol pela primeira vez era estudado num curso de formação de professores, no ano seguinte é assinado o decreto de lei (N.4.244) que reconhece o espanhol como uma das línguas do ensino médio. Alguns anos mais tarde são assinadas as Leis de Diretrizes e Bases (LDB), deixando livre a escolha de uma língua estrangeira moderna pelas instituições. Já em 1991 é assinado o Tratado de Assunção, que resultou no Acordo do MERCOSUL e  anos depois culminaria na Lei 11.1614 (2005) que determina a oferta obrigatória do espanhol nas escolas brasileiras.

 Mesmo passando por várias transformações, a  implementação do Espanhol, como Língua Estrangeira dentro do cenário educativo brasileiro, ainda encontra inúmeras dificuldades, principalmente no que se refere, a formação dos profissionais que vão atuar como professores dessa disciplina.

No mundo contemporâneo, onde a velocidade das mudanças impactam diretamente na vida humana, ser professor de uma língua estrangeira não é uma tarefa fácil e demanda que o  docente tenha uma atitude crítica frente ao desafio que é  assumir novas responsabilidades no âmbito educacional. Pedro Demo (2004) considera que “ser professor hoje é saber renovar, reconstruir, refazer o conhecimento”, visto que, a sua finalidade é que colabore na formação do educando em sua globalidade e que possibilite o compreender, o desfrutar, o transformar dos problemas globais. Recorrendo a Celso Vasconcelos (2002) quando assinala que:

 Se compreende que o conhecimento não é “transferido” ou “depositado” pelo outro (conforme a concepção tradicional) nem “inventado”[...]mais sim construído pelo sujeito na sua relação com outros e com o mundo[...]ao contrário o educando não aprende.(VASCONCELOS,2002,p.55)

Percebemos que diferentemente do que era preconizado décadas atrás, o mundo globalizado exige uma atitude diferenciada do professor, assumindo que não compete mais ao docente ser apenas um mero reprodutor de conteúdos, e sim assumir o papel de orientador, mediador do processo educacional.

Almeida Filho (1999, p.18) acrescenta que ser professor de línguas no contexto atual “é crescer na consciência crítica de como se tem ensinado, de que tipo de ensino se produz e que justificativas há para se ensinar...”, ou seja, o professor deve refletir sobre sua prática, sobre esse novo aluno e dirigir suas classes para situações reais de comunicação, para que o aluno recrie sua própria capacidade de expressão e compreensão dessa nova língua.

A necessidade de repensar e refletir sobre a formação do futuro professor de línguas no âmbito brasileiro é uma questão que tem sido apontada e discutida na literatura que versa sobre essa temática há longo  tempo, como aponta Moita Lopes (1996):

É necessário que o professor ainda em formação envolva-se na reflexão critica sobre seu próprio trabalho [...] esta visão do processo de formação de professores é totalmente diferente de programas tradicionais, que, basicamente, requerem que os professores participem de cursos sobre áreas relevantes no currículo: língua (uso e descrição), literatura, psicologia, sociologia etc.(LOPES, 1996, p.184)

 É crucial que todo professor e todo cidadão reflita sobre sua função na sociedade, para compreender o mundo em que vive e, deste modo, as mudanças políticas, tecnológicas, econômicas e culturais que estamos presenciando.

É fundamental evitar o fracasso na aprendizagem de línguas [...] é preciso, ainda, não esquecer a situação de isolamento lingüístico em que a aprendizagem de línguas estrangeiras se dá no Brasil e a inevitável falta de percepção da necessidade de sua aprendizagem. (CELANI, 1997, p.159)

 De acordo com a autora é importante ressaltar a função social da língua estrangeira como parte relevante da formação global do individuo. Cabe- nos como professores de espanhol no Brasil reconhecer que o professor não existe somente para explicar conteúdo, mas para mostrar caminhos de como se podem dominar temas com autonomia. Além de ensinar, o professor de ELE no contexto contemporâneo esta sendo desafiado a assumir novas responsabilidades de natureza educacional, humizadora, intercultural, tecnológica... Pedro Demo (2002) sustenta que:

“Ensinar”  já  não  significa transferir  pacotes  sucateados,  nem  mesmo significa  meramente   repassar   saber.   Seu   conteúdo   correto  é    motivar processo   emancipatório   com base  em   saber   crítico,   criativo, atualizado, competente. (DEMO, 2002, p.153)

 A escola de hoje é diferente da escola de algumas décadas atrás em vários aspectos. Mudaram os valores, os alunos, as intenções, os objetivos e todos esses elementos foram impactados pelo contexto social. As diferenças geradas pelo processo histórico/social  trás uma nova maneira de ver e perceber o papel do professor de LE na atualidade. É preciso redefinir o papel do educador, assumindo que o atual sistema de ensino persegue outros objetivos que são diferentes dos que vigoravam há 20,30 anos atrás, onde os alunos eram considerados como receptores passivos de conteúdos.

Menos      que      dominar   conteúdos  que  envelhecem  e  desaparecem   com o tempo, é importante        que       o    professor      consiga       que  o  aluno   saiba   pensar,    pois   esta      habilidade      representa a  aprendizagem         que se         confunde com a  vida.  (DEMO, 2004, p.31)

 O professor de ELE deve promover mudanças, estimulando os alunos a descobrirem suas próprias soluções, a levantarem suas próprias perguntas, respeitando as possibilidades de aprendizagem de cada um. Não compete mais ao professor, apresentar conceitos prontos, explicar conteúdos, corrigir ou fazer outras atividades relativas ao ensino. É função de o professor orientar para que o aluno saiba pensar, saiba “aprender a aprender” para sair da sala de aula não somente preparado para o mercado de trabalho, mas para a vida.

A docência atual requer um professor que não apenas ensina, mas que reflita acerca de suas ações, pois o aluno que queremos formar não é apenas um técnico, mas um cidadão consciente de suas responsabilidades para a transformação da sociedade a qual esta  inserido.

 

 4 METODOLOGIA

 O idioma espanhol vem conquistando um espaço cada vez maior no ensino de língua estrangeira no Brasil. Conhecer e usar as línguas estrangeiras contemporâneas como instrumento de acesso a informações e a outras culturas é essencial nos dias de hoje.

Considerando que busco nesse trabalho refletir sobre os desafios atuais da formação de professores de Espanhol como Língua Estrangeira, iniciarei a investigação com a intenção de realizar um estudo de natureza qualitativa.

Os sujeitos dessa pesquisa serão alunos em formação da Universidade do Estado da Bahia - Campus V, que estarão cursando o oitavo semestre. A fim de identificar e analisar as dificuldades encontradas por esses alunos na sua prática como professores em exercício, durante o período de estágio, onde atuarão como regentes, optarei por dar importância à memória desses alunos fazendo uma análise dos memoriais escritos pelos mesmos.

Esta pesquisa será dividida em duas etapas: a primeira configura-se como uma pesquisa bibliográfica onde serão reunidos todos os materiais: livros, artigos, teses... que tratam sobre essa temática. Na segunda, será realizada a análise das memórias escritas pelos alunos em formação.

Para esse estudo serão analisados dez memoriais que serão solicitados aos estudantes, com o cuidado de ter representatividade das diferentes especificidades encontradas. Para tanto, serão selecionados os memorais dos graduandos levando em conta as variáveis: gênero, rede estadual, rede municipal. A interpretação desses dados será feita com base na relação entre os dados obtidos com essa análise e o referencial teórico utilizado para essa pesquisa.

 

 REFERÊNCIAS

 

CELANI, Maria Antonieta Alba. Ensino de segunda língua: redescobrindo as origens. São Paulo: EDUC, 1997.

 

DEMO, Pedro. Professor do Futuro e Reconstrução do Conhecimento. Petrópolis: 4ª edição. ED. Vozes, 2004.

 

––––. Desafios Modernos da Educação. Petrópolis, 12ª edição. Ed. Vozes, 2002.

 

FILHO, Almeida. O professor de Língua Estrangeira em Formação, São Paulo, ed. Pontes, 1999.

 

MOITA LOPES, Luis Paulo da. Oficina de lingüística aplicada: A natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, SP: mercado de letras (coleção Letramento, educação e sociedade), 1996.

 

PARAQUETT, Márcia. O papel que cumprimos os professores de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) no Brasil. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Diálogos Interamericanos, 2009.

 

VASCONCELOS, Celso. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo, 12ª edição, ed. Libertad ,2002.