O SUPER DOTADO E A EDUCAÇÃO


A dificuldade muitas vezes enfrentada por professores para lidar com alunos com Altas Habilidades/Superdotação, prejudica o aprendizado destes, e muitas vezes o de quem está ao seu redor, pois estes alunos apresentam grande facilidade de entendimento e realização de tarefas em uma ou mais disciplinas. Atividades muito fáceis, que não requerem desafios podem levá-los ao desinteresse, apatia e problemas de comportamento.
Este é um sério problema, que deve ser analisado pelas escolas. Será que a escola está preocupada realmente em produzir um currículo condizente com a realidade da clientela escolar que possui? Ou somente interpretar as leis da sua maneira para não ter mais trabalho, encaminhando um processo aos órgãos competentes pedindo o avanço do aluno? Como deve ser definido este aluno? Será considerado Portador de Altas Habilidades/ Superdotado ou um problema para a escola?

Conforme a Declaração de Salamanca ( UNESCO & Ministério da Educação e Ciência da Espanha, 1994):
"...cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios";
"os sistemas educativos devem ser projetados e os programas ampliados de modo que tenham em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades";
"os programas de estudo devem ser adaptados às necessidades das crianças e não o contrário, sendo que as que apresentam necessidades educativas especiais devem receber apoio adicional no programa regular de estudos, ao invés de seguir um programa de estudo diferente";
"os administradores e os orientadores de estabelecimentos escolares devem ser convidados a criar procedimentos mais flexíveis de gestão, a remanejar recursos pedagógicos, diversificar as ações educativas, estabelecer relações com pais e a
comunidade";
"o corpo docente, e não cada professor deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado à criança com necessidades especiais".
A Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1995, p. 17) define como portadores de Altas Habilidades/Superdotados os educandos que:

[...] apresentarem notável desempenho e elevada
potencialidade em qualquer dos seguintes
aspectos, isolados ou combinados:
capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica
específica, pensamento criativo ou
produtivo; capacidade de liderança; talento
especial para as artes e capacidade psicomotora.

 O superdotado é, em poucas palavras, uma pessoa que se destaca em alguma área de conhecimento. Como sabe mais e aprende mais rapidamente que os colegas, esse aluno muitas vezes se desinteressa da escola. Professores e pais normalmente confundem com déficit de atenção e hiperatividade. O rótulo de gênio nem sempre serve porque ele pode ser brilhante numa única área e não ir tão bem nas outras. "É comum que ele mude de escola sem nem saber o motivo", explica a professora Valéria Sperandio Rangel, uma das coordenadoras do programa do MEC.
Mas o que os especialistas recomendam para que o talento das crianças não seja desperdiçado ou ainda que venha até a atrapalhar o desenvolvimento? A psicologia não chega a fornecer uma receita unânime.
  Para o psicólogo Schruber, o melhor é estudar caso a caso. "Mas o principal de tudo é os pais não se transformarem em fãs das crianças. Elas precisam de referencial e os pais são os melhores modelos", adverte, indignado com os pais que se encantam com a inteligência acima da média dos filhos. "Insisto: é a pressão sobre filhos superdotados que acaba deixando-os com dificuldade de convivência social", complementa.  

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://portal.mec.gov.br/seesp/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=130
Marsyl Bulkool Mettrau* e Haydéa Maria Marino de Sant?Anna Reis* Políticas públicas: altas habilidades/superdotação e a literatura especializada
no contexto da educação especial/inclusiva