O Relacionamento Entre Professor E Aluno, No Processo De Ensino Aprendizagem

The Relationship Between Teacher And Student, Teaching Learning Process

Gedalva Batista*

RESUMO

O relacionamento entre professor e aluno deve ter afetividade, qualidade, ser algo prazeroso, assim, a sala de aula torna-se um espaço sociável, onde professor e alunos parecem sintonizar seus anseios pelo conhecimento. A aprendizagem se dá em interação com meio e que é de extrema importância os estímulos do mesmo. O professor deve despertar a curiosidade dos alunos, é preciso mudança para melhorar o relacionamento entre ambas as partes e para o desenvolvimento de uma educação que valorize o que é produzido pelo estudante. O diálogo deve ser valorizado como forma de estabelecer um relacionamento positivo, tornando a sala de aula um ambiente onde o aluno se sinta a vontade para se expressar e desenvolver suas habilidades e capacidades. Esta interação deveria ser a mais importante de todas as interações sociais que ocorrem no ambiente escolar, pois é o grande meio pelo qual se realiza o processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Professor e aluno, processo de ensino aprendizagem e educação.


ABSTRACT


The relationship between teacher and student must have warmth, quality, be pleasurable, so the classroom becomes a sociable space where teachers and students seem to tune their desires for knowledge. Learning takes place in interaction with middle and that is extremely important stimuli of the same. The teacher should arouse the curiosity of students, we must change to improve the relationship between both parties and to develop an education that values what is produced by the student. The dialogue should be valued as a means of establishing a positive relationship, making the classroom an environment where students feel free to express themselves and develop their skills and capabilities. This interaction should be the most important of all social interactions that occur within the school environment, it is the major means by which one performs the teaching-learning process.

Key-words: Teacher and student, teaching and learning process and education.






* Graduada em Turismo pela Associação Educacional do Litoral Santista ? AELIS/ Centro Universitário Monte Serrat ? Unimonte. Pós Graduada em Docência e Pesquisa Para o Ensino Superior pela Universidade Metropolitana de Santos - UNIMES. Pós Graduanda em Formação de Professores para o Ensino Superior pela Universidade Paulista ? UNIP.

E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO

A educação hoje ressurge como um novo significado no espaço de aprendizagem. A qualidade no ensino tem ocupado, nos últimos anos, um lugar de destaque seja na fala de agentes da educação, na agenda de políticos, o bom relacionamento professor/aluno é um dos principais elementos em pauta na garantia da qualidade, sobretudo, dos ensinos fundamental e médio, como também do superior.
No ambiente educacional, o professor sente dificuldades em estar se relacionando com os alunos de forma aberta e conveniente; alguns são autoritários e tradicionais, desejam que os alunos sejam disciplinados, seguindo um currículo pré-estabelecido, o que quase sempre não acontece.
Diante do problema abordado como resolvê-lo?
Como valorizar a participação do aluno e do professor no processo de ensino-aprendizagem?
O ideal é que se tenha um equilíbrio entre as duas partes: o aluno respeitando o professor como autoridade em sala de aula e, o professor respeitando o aluno como ser humano em processo de aprendizagem, formação de valores e construção de novos conhecimentos.
O que me levou a escolher este tema foi quando conversando com amigos, muitos relataram que o grande problema existente entre professores e alunos era o relacionamento, devido à indisciplina, falta de educação, como o uso de palavras de baixo calão, entre outras.
Este estudo tem como objetivo geral demonstrar por meio da literatura científica como é o relacionamento professor/aluno, em relação ao processo de ensino aprendizagem.
O estudo em questão trata do relacionamento entre professor e aluno, aborda os possíveis conflitos no processo de ensino-aprendizagem, e tem como temática um relato da pedagogia da autonomia de Paulo Freire, além disso, apresenta um pouco mais sobre competências e habilidades.

MATERIAL E MÉTODO

A metodologia utilizada constitui-se de pesquisa qualitativa, através do método da revisão bibliográfica. A pesquisa foi realizada nas Bibliotecas da Universidade Metropolitana de Santos ? Unimes e em sites de referência em educação, utilizando as seguintes revistas cientificas: Paidéia, Psicologia: Teoria e Pesquisa, Perspectivas em Ciência da Informação, Revista Brasileira de Educação, Cadernos de Pesquisa, entre outras. A pesquisa se deu no período de março a Junho de 2009, por meio das seguintes palavras-chave: professor e aluno, processo de ensino aprendizagem e educação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Relacionamento Professor / Aluno
A importância da relação docente e discente para o sucesso do aluno em sua vida escolar é fundamental, de forma que o gosto do estudante por algumas disciplinas, muitas vezes (passa) ocorre pelo fato dele gostar ou não de um determinado professor. A interação entre ambos é ainda importante para a adaptação do aluno ao processo escolar.
Segundo Zagury (1999 p.09), "num modelo tradicional de ensino, o professor na sala de aula ensina e dá ordens e os alunos aprendem e obedecem"
O aluno pode aprender de um modo cognitivo ou dentro de uma área de conhecimentos. Nós professores, lidamos com o aluno que aprende não só cognitivamente mas, também em termos de atitudes e habilidades.
Na visão de alguns alunos, os professores usam de autoridade para disciplinar a classe alegando que esta é a única forma de fazer com que os alunos fiquem quietos.
É possível obter uma forma harmônica de melhorar o relacionamento entre professor e aluno, atraindo a atenção do aluno para a matéria, num contexto mais próximo da realidade vivenciada no dia-a-dia.
O autêntico professor é aquele que faz uso da memória, recorda os mitos, os sonhos, as utopias e as tradições, as aprendizagens do passado, a cultura, ao mesmo tempo em que analisa o presente e projeta o futuro (VASCONCELLOS, 2001, p.57).
O professor deve buscar conversar e ouvir os alunos. Cabe ao professor desfazer o clima de conflito e solucionar os possíveis problemas que possam surgir durante o aprendizado.
Não se pode esquecer que é dever do professor ensinar, assim como é direito do aluno aprender. Isso nem sempre fica contextualizado para o aluno, principalmente os alunos do ensino fundamental.
Não cabe apenas à escola transmitir o conhecimento, aproveitando as palavras de Lévy (2000, p. 161), ela "deve orientar o caminho na busca pelo saber", um saber, segundo o autor, "intotalizável" e "indominável".
Os docentes devem ser preparados para a arte do ensinar. Não basta ser um bom pesquisador, necessário se faz que seja, também, um bom transmissor de conhecimentos. O professor deve ainda estar apto para as contínuas mudanças de nosso dia a dia.
As relações humanas são consideradas como fundamentais na vida comportamental e profissional dos indivíduos, assim o relacionamento entre professor/aluno envolve valores, interesses e intenções.
Desta maneira, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não é uma atividade que surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em alguns casos encarada como obrigação. Para que isto possa ser melhor cultivado, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades.
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE, 2005, p.96).
O papel do professor consiste em agir como intermediário entre os conteúdos da aprendizagem e a atividade construtiva para assimilação.
O trabalho do professor em sala de aula, seu relacionamento com os alunos é expresso pela relação que ele tem com a sociedade e com cultura.
A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer "dissociações de campo" e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo (WEISS, 2003 p.29).
De acordo com Silva (2006), a relação professor/aluno torna o aluno capaz ou incapaz. Se o professor tratá-lo como incapaz, não será bem sucedido, não permitirá a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento. Se o professor mostrar-se despreparado para lidar com o problema apresentado, mais chances terá de transferir suas dificuldades para o aluno. A relação professor-aluno, na educação, está sujeita a normas, escolhas pedagógicas, objetivos dos alunos, dos professores e do curso, critérios de avaliação, enfim, convenções que nem sempre são estabelecidas só pelos professores e alunos, mas também pela gestão na Educação Básica.

Ensinar e aprender
De acordo com Silva e Aranha (2005), durante muito tempo, acreditou-se que o professor era o único responsável pelos resultados alcançados no processo ensino-aprendizagem, porém, o aluno exerce influência sobre o professor, ou seja, a relação entre eles é marcada pela bi-direcionalidade.
Segundo Bordenave e Pereira (2002 p.12), "a aprendizagem gera mudanças cognitivas, mediatizadas por processos emocionais".
Os sentimentos de curiosidade, tensão, ansiedade, angústia, entusiasmo, frustração, alegria, impaciência, obstinação, surgidos no processo ensino-aprendizagem, são importantes e acompanham o ato de perceber, analisar, comparar, entender. Daí se deduz que o aumento de conhecimentos não é apenas quantitativo, baseado no volume de informações acumuladas no cérebro humano, mas a aprendizagem gera simultaneamente mudanças qualitativas que deverão ser trabalhadas integralmente pelo educando.
Segundo Mizukami (2007, p.31,32), "o professor é um planejador do ensino e da aprendizagem que trabalha no sentido de dar maior produtividade, eficiência e eficácia ao processo, maximizando o desempenho do aluno".
A sala de aula é o espaço privilegiado de negociações e de produção de novos sentidos e significados a respeito, principalmente, dos diferentes conceitos escolares. Isso acontece em uma rede interativa complexa em que se tornam presentes e se atualizam a história de vida, as experiências e vivências de professores e alunos, além do próprio conhecimento formal.
Os docentes, de maneira geral, não reconhecem a sua verdadeira função no processo ensino-aprendizagem, acreditando ser profissionais que, por meio de técnicas, devem transmitir um determinado conteúdo. Ainda não assimilaram, a despeito dos diversos estudos que apontam a importância das relações interpessoais no processo de ensino-aprendizagem, o quanto seus papéis de educadores ultrapassam o mero tecnicismo.
O educador deve respeitar a dignidade do aluno e tratá-lo com compreensão e ajuda construtiva, desenvolvendo-lhe a capacidade (do aluno) de procurar em si mesmo as respostas para seus problemas, tornando-o responsável e, sendo o agente de seu próprio processo de aprendizagem.




O professor e a didática
Vários são os fatores que afetam o processo de ensino-aprendizagem, e a formação dos educadores é um deles e que tem papel fundamental no que se refere a este processo (VEIGA, 2005).
A relação entre professor e aluno deve acontecer num clima que facilite ao aluno aprender. Para facilitar o aprendizado do aluno, os professores, segundo Abreu; Masetto (1990 p.09) "devem ter algumas qualidades bem desenvolvidas, que são: a autenticidade, o apreço ao docente e a compreensão empática"
Segue abaixo segundo Abreu e Masetto (ibid) alguns comportamentos para o estabelecimento de um clima facilitador de aprendizagem para o aluno, assim, o professor:
1. Favorece situações em classe nas quais o aluno se sente à vontade para expressar seus sentimentos;
2. Faz com que a composição dos grupos de estudo varie no decorrer do curso;
3. Tenta evitar que poucos alunos monopolizem a discussão;
4. Compartilha com a classe na busca de soluções para problemas surgidos com o próprio professor, como o curso ou entre alunos;
5. Expressa aprovação pelo aluno que ajuda colegas a atingirem os objetivos do curso;
6. Respeita e faz respeitar diferenças de opinião, desde que sejam opiniões bem fundamentadas;
7. Expressa aprovação pelo aluno que toma iniciativa, desde que estas contribuam para o crescimento da classe;
8. Usa vocabulário que é claramente compreendido pelo aluno.
Na interação Professor-Aluno, a escola enquanto instituição educativa desempenha um papel fundamental, sendo palco das diversas situações que propiciam esta interação principalmente no que tange sua dimensão socializante, a qual prepara o indivíduo para a convivência em grupo e em sociedade.
Segundo Freire (2005, p. 66) "o diálogo é uma relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança".
Na fala de Freire, percebe-se o vínculo entre o diálogo e o fator afetivo que norteará a virtude primordial do diálogo, o respeito aos educandos não somente como receptores, mas enquanto indivíduos. As relações afetivas que o aluno estabelece com os colegas e professores são de grande valor na educação, pois a afetividade constitui a base de todas as reações da pessoa diante da vida.
Sabendo que as dificuldades afetivas provocam desadaptações sociais e escolares, bem como perturbações no comportamento, o cuidado com a educação afetiva deve caminhar lado a lado com a educação intelectual.
Assim, como o diálogo, o fator afetivo tem sua relevância na interação professor-aluno, o que é enfatizado por Aquino (1996, p. 50):
Os laços efetivos que constituem a interação Professor-Aluno são necessários à aprendizagem e independem da definição social do papel escolar, ou mesmo um maior abrigo das teorias pedagógicas, tendo como base o coração da interação Professor-Aluno, isto é, os vínculos cotidianos.
O professor hoje é aquele que ensina o aluno a aprender e a ensinar a outra pessoa o que aprendeu. Porém, não se trata aqui daquele ensinar passivo, mas do ensinar ativo no qual o aluno é sujeito da ação, e não sujeito-paciente. Em última instância, é preciso ficar evidente que o professor agora é o formador e como tal precisa ser integrador, comunicador, questionador, criativo, colaborador, e comprometido com as mudanças que possam surgir.
Tardif (2002, p. 128) prioriza a "tecnologia da interação humana, colocando em evidência, ao mesmo tempo, a questão das dimensões epistemológicas e éticas", apoiada necessariamente em uma visão de mundo, de homem e sociedade"

A interação entre alunos e professores
O relacionamento professor-aluno, no que se refere à troca de experiências profissionais, e a existência do amplo campo de possibilidades ensejadas na definição de comunicação acima, possibilita uma enorme quantidade de combinações de tipos de interação.
O desafio para o professor consiste em saber para que tipo de platéia irá ministrar sua aula; planejar o conteúdo de sua disciplina a partir do nível de conhecimento dos seus alunos; trabalhar o conteúdo, despertando o interesse da platéia, respeitando os diferentes níveis de interesse e pontos de vista de seus integrantes e assumir uma atitude confiante e entusiasta no sentido de ser a pessoa interessada, em transmitir informações úteis, que vão influenciar o bom andamento das atividades em sala de aula.
É necessário um vínculo afetivo para que se possa compreender as necessidades e o comportamento dos alunos, bem como suas limitações. Se há a valorização dos alunos, das idéias divergentes e soluções criativas para diversos problemas, e se é incentivado o surgimento de liderança entre os alunos, há um ambiente favorável ao aprendizado.
A interação professor-aluno só é positiva quando a necessidade de ambos é atendida, quando há uma cumplicidade, quando os interlocutores são parceiros de um jogo; o jogo da linguagem, do diálogo, que é algo fundamental. É casar interação com conversação. (CHALITA, 2003, p.40).
Assim, podemos concluir segundo Chalita (ibid) que a interação entre o professor-aluno só ocorre de forma positiva quando há uma relação de confiança e comunicação entre ambos.
O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca (FREIRE, 2005, p.73).
O professor tem uma influência direta sobre a situação em sala de aula, no seu relacionamento com o aluno, no planejamento e adaptação das condições de aprendizagem, no seu relacionamento com colegas que lecionam a mesma disciplina, ou fazem parte do mesmo departamento.

POSSÍVEIS CONFLITOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
As práticas pedagógicas que resultam de orientação da teoria construtivista são ações intencionais que se inquietam em oferecer situações que causem conflitos cognitivos.
O aluno é um ser ativo, que necessita exercer uma ação sobre o objeto de aprendizagem. O professor é o elemento mediador, no sentido de proporcionar situações que possam se tornar perturbadoras e assim provocar a busca pelo conhecimento.
"O conhecimento resulta das ações humanas e a educação é o veículo que o conduz ao longo da existência das sociedades" (MORIN, 2001, 14).
Os seres humanos criaram condições que tornaram possível a aprendizagem dos conhecimentos acumulados por seus antepassados, não sendo necessário que sejam produzidos novamente, mas, sim, reconstruídos, reelaborados, repensados, por meio do processo ensino-aprendizagem.
Os conflitos cognitivos podem surgir em diferentes situações, sendo necessário que o aluno tome consciência do equivoco de seus planos em solucionar a situação existente.
É justamente aí que o professor atua, pois a importância do professor reside no fato dele ser o responsável pela elaboração, construção e utilização de situações (em sua aula), que podem tornar-se provocadoras, gerando assim conflitos cognitivos nos discentes.
Cabe ao professor analisar o seu conteúdo e, mediante as possibilidades de que dispõe, estruturar e organizar situações em que seja possível a ocorrência de conflitos cognitivos.
Porém, a atuação do docente não acaba com a simples ação de criar e apresentar situações problema aos seus alunos. O seu desempenho vai muito, além disso.
O docente precisa estar sempre interferindo nas situações, perguntando os seus alunos, questionando sobre as suas soluções, buscando explicações sobre suas teorias e seus pareceres, tendo sempre, como meta os objetivos que por ele foram elaborados.
Enfim, os conflitos cognitivos mostram-se como elementos de grande importância no processo ensino-aprendizagem e é necessário que sejam confeccionados durante as aulas. Assim, cabe ao professor (a) contribuir para uma aprendizagem de qualidade.

A aprendizagem
Qualquer que seja, porém, a tendência que se privilegie, existem alguns pontos ou princípios que, ousamos afirmar, são comuns a todos os que se preocupam com a aprendizagem do aluno.
Toda a aprendizagem, para que realmente aconteça, precisa ser significativa para o aprendiz, de acordo com Abreu e Masseto (1990 p.09) "precisa envolvê-lo como pessoa, como um todo (idéias sentimentos, cultura, sociedade)."

A pedagogia com enfoque construtivista com base no Construcionismo social sustenta três pilares básicos do processo educacional: a interdisciplinaridade, interacionalidade e o pensamento complexo conduzindo o educando para a prática da transformação social. (POLITY 2002, p.23)

Polity (2002 p.12) "faz a relação entre as dificuldades do aluno a as dificuldades do professor no processo ensino-aprendizagem, interelacionando-os, até mesmo, nos fracassos."
Dificuldade(s) de aprendizagem é diferente de fracasso escolar embora quase sempre ambos sejam confundidos. O fracasso escolar está relacionado ao sistema educativo, pois mostra as possíveis inadequações das instituições de ensino.
As dificuldades de aprendizagem nem sempre geram fracasso escolar, elas dizem respeito ao sujeito aprendente, mas, se bem conduzidas, podem levar o aluno a ter êxito em seus estudos. "A dificuldade de ensinagem não diz respeito à competência técnica e sim ao despreparo pessoal." (POLITY, 2002, p. 37).
A aprendizagem exige que o aluno se relacione com o universo de conhecimentos, experiências e vivências, que lhe permita formular problemas e questões que de algum modo o interessem, o envolvam ou que lhe digam respeito, permitindo o aluno entrar em confronto experencial com problemas práticos de natureza social, ética, profissional, que lhe sejam relevantes.
Segundo o humanista Carl Rogers, o professor deve ser autêntico, paciente, compreensivo e empático. Rogers preocupa-se com o aspecto humano na relação professor-aprendente, sendo o afeto do professor a base que sustenta a aprendizagem.
Aprendizagem ocorre "dentro" do "eu", do próprio "ser". É necessário que os conteúdos que o professor ensina, provoque mudanças. Por isso, aprender não é simplesmente "repetir" uma leitura feita, responder textualmente a algumas questões na prova, "decorebar" regras. É "saber", "dirigir", "estudar", "avaliar".
Giussani (2000, p.29) "considera a vivência daquilo que o meio pode oferecer como uma interação com o sujeito, a fim de que este possa ?construir o seu conhecimento?, o que realmente dá sentido ao aprendido."
Na sala de aula, quem melhor representa esse meio de forma sistematizada nos programas, nas estratégias, é, sem dúvida alguma, o professor. E então, surge o papel do "profissional do ensino" que deve sistematizar para o estudante os conteúdos, preparar as vivências, comunicar, ouvir, interagir, proporcionando, enfim, o apregoado desenvolvimento, ou seja, a aprendizagem do aprendente.
Para atuar corretamente este importante papel, o professor, não pode ser acomodar, pensar que sabe tudo. Ao contrário, deve estar sempre "descontente" com o seu trabalho no sentido de estar sempre buscando algo mais.
Temos muito que aprender, realizar opções, experiências novas em procedimentos, estar sempre procurando aperfeiçoar o seu trabalho, com novos livros, revistas especializadas, artigos científicos fazendo da sala de aula aquisições e pesquisas.
Ser professor hoje segundo Gadotti, (2003, p.21) "é viver intensamente o seu tempo, com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem professor".
Eles não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Eles fazem deslizar o saber, porque dão sentido para a vida dos seres humanos e para a humanidade, e buscam, numa visão emancipadora, um mundo mais humanizado, mais produtivo e mais saudável para a coletividade. Por isso eles são imprescindíveis. Nesta descrição do que deva ser o professor deste tempo, não há mais espaço para docentes donos de um conhecimento mas só aqueles que tenham a humildade de ser também discentes e a única diferença que os separa de seus alunos é que eles professores são profissionais do ensino e por isso comprometidos com o aprender e o ensinar.
É um ser que busca exercer seu trabalho também como aprendente, visando sempre o aprendizado, buscando novas soluções para o mundo em que vive.

As relações humanas na educação
"As relações humanas, embora complexas, são partes essenciais nas realizações comportamentais e profissionais dos indivíduos, assim, o relacionamento entre professor/aluno é peça fundamental para a educação" (SABBI, 1999 p.14).
Neste sentido, o envolvimento estabelecido inicia-se pela coleta de conteúdos, organização, sistematização didática visando facilitar o aprendizado dos alunos onde o professor poderá demonstrará seus conteúdos.

O educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida (GADOTTI, 1999 p. 02).

Desta maneira, o aprender fica mais interessante quando o aluno sente-se apto com os modos e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelos ensinamentos não é um exercício que começa de imediato nos alunos, pois, não é uma lição que se faz com gosto, sendo em alguns momentos entendida como uma obrigação. Para que este entendimento dê bons frutos, o professor precisa motivar seus alunos, acompanhando o seu desenvolvimento no andamento de suas atividades, não se preocupando somente com as informações a serem dadas, mas, também com a cidadania do educando.

Resolução de conflitos
O processo de aprendizagem da resolução de conflitos requer práticas sistemáticas e análise dos problemas, conseqüências, estados emocionais, transformações, que podem ser colocadas no início da escolaridade, com a finalidade de aprender a solucionar conflitos, desenvolvendo a inteligência social e emocional, aprendendo a pensar nas pessoas e ensinando os discentes a pensar também.
Sastre; Moreno, (2002 p.40), "algumas técnicas para minimizar os conflitos são":
?Analisar o que aconteceu e questionem suas possíveis causas, reconstruindo sua história;
? Verificar os sentimentos e os pensamentos de todas as partes envolvidas;
? Tomar consciência de seus próprios sentimentos e valores;
? Aprender a discernir aquelas soluções que não são adequadas (que recorrem à violência, que não são autônomas, que não são justas, que não incidem sobre as causas, que são "mágicas" no sentido de não serem reais, etc.) daquelas que o são;
? Criem coletivamente normas e regras que favoreçam a convivência do grupo;
? Aprendam a buscar soluções próprias, sem recorrer a adultos ou a pessoas externas;
? Percebam que um mesmo conflito pode ter diferentes formas de resolução e que elas dependem do contexto e das pessoas envolvidas;
? Analisem cada uma das soluções apresentadas, para antecipar suas conseqüências;
? Analisem a existência ou não de relações entre as causas da problemática e as soluções propostas.

A resolução de conflitos parece-nos um espaço promissor na busca de uma convivência efetivamente democrática.

RELATO DA PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE

A questão da formação docente e a prática educativa-progressiva em favor da autonomia dos educandos é tema central deste capítulo, que baseia-se na obra de Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia ? Saberes necessários à prática educativa.
Segundo Paulo Freire, para se conseguir formar os educandos adequadamente, se faz necessário que o professor tenha um posicionamento ético que o impossibilite fazer qualquer tipo de discriminação, seja de raça, de gênero, de classe.
Freire ressalta que o ato de ensinar vai muito mais além do que simplesmente treinar o aluno para desenvolver certas habilidades. É por isso que o professor precisa exercer seu ofício com ética, a ética universal do ser humano, que condena as injustiças sociais, as manifestações discriminatórias, que combate os comportamentos imorais. Freire diz ainda que essa ética é inseparável da prática educativa, que o professor deve sempre lutar por ela e testemunha-lá aos alunos em suas relações com eles.
O autor em sua trajetória constrói e reconstrói seus conhecimentos conforme a necessidade de sua utilização, suas experiências, seus percursos formativos e profissionais.
Refletindo sobre o texto de Paulo Freire, podemos aprofundar nossos conhecimentos acerca da maneira de formar para vida, uma formação que é autônoma, pois a vida requer autonomia para o crescimento ético universal.
O autor afirma que não há docência sem discência deixando claro que, embora seja o interesse central considerar neste texto saberes que lhe parecem indispensáveis à prática docente de educadoras e educadores críticos, progressistas, alguns deles são igualmente necessários a educadores conservadores. São saberes demandados pela prática educativa em si mesma, qualquer que seja a opção política do educador ou educadora.
Na continuidade da leitura vai cabendo ao leitor ou leitora verificar se este ou aquele saber referido corresponde à natureza da prática progressiva ou conservadora ou se, pelo contrário, é exigência da prática educativa mesma independentemente de sua cor política ou ideológica.
Por outro lado o autor destaca que de forma não-sistemática, ele refere a alguns desses saberes em trabalhos anteriores. O autor acrescenta a importância de uma reflexão como esta quando pensa na formação docente e a prática educativa-crítica.
A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo. Alguns saberes são fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista e que por isso mesmo, devem ser conteúdos obrigatórios à organização programática da formação docente, conteúdos cujo a compreensão, tão clara e tão lúcida quanto possível deve ser elaborada na prática formadora.
É preciso, sobretudo, um desses saberes indispensáveis que o formando desde o princípio mesmo de sua experiência formadora assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar da diferença que os conotam não se reduzem a condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende a ensinar e quem aprende a ensinar ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém. Por isso, é que, do ponto de vista gramatical o verbo ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto direto, alguma coisa, e um objeto direto, a alguém.
Segundo Freire (ibid) "ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção" É preciso insistir este saber ao professor, não apenas precisa ser apreendido pelos educandos, mas por ele também, nas razões ontológica, ética, política, epistemológica, pedagógica, mas também precisa ser constantemente testemunhado, vivido.
Freire como professor em um curso de formação docente não esgotou sua prática discursando sobre a teoria da não extensão do conhecimento. Não falando apenas bonito, sobre as razões ontológicas, epistemológicas e políticas da teoria.
Pensar certo e saber que ensinar não é transferir conhecimento, pensar certo, é uma postura exigente, difícil, às vezes penosa, que os professores devem assumir diante dos outros (FREIRE, 2005 p.49).
Ensinar exige consciência do inacabado. Onde há vida, há inacabamento, mas só o ser humano tomou consciência disso.
Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado, Freire (2005 p.53) afirma que: "sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado."
Freire (Ibid p.59), "diz que ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando, este é outro saber necessário à prática educativa, e que se funda na mesma raiz que ele discute, o da inconclusão do ser que se sabe inconcluso. É o que fala do respeito devido à autonomia do ser do educando, seja ele adulto, jovem ou criança.
Ensinar exige bom senso, e tem uma importância enorme na avaliação que a todo instante se deve fazer durante a prática educativa. O bom senso do professor, diz Freire, "para sermos coerentes, diminuindo a distância entre o discurso e a prática" (FREIRE, 2005, p.61). Ele é quem pautará se a sua autoridade na sala de aula não é autoritarismo e também deixa claro a ele que há algo que precisa ser sabido frente a algum problema.
"Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa aos direitos dos educadores e exige também, a apreensão da realidade" (Ibid p.66).
Ensinar exige apreensão da realidade, este é outro saber fundamental à experiência educativa é o que diz respeito à sua natureza. A nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar, sugere ou, mais do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto aprendido.
Ensinar exige alegria e esperança, há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança de que professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria.
O autor afirma que ensinar exige a convicção de que a mudança é possível, um dos saberes primeiros, indispensáveis a quem chegando a favelas ou a realidades marcadas pela traição a nosso direito de ser, pretende que sua presença se vá tornando convivência, que seu estar no contexto vá virando estar com ele, é o saber do futuro como problema e não como inexorabilidade.
Freire alega que "ensinar exige curiosidade, pois nenhuma curiosidade se sustenta eticamente no exercício da negação da outra curiosidade."
O que importa é que tanto alunos como professores sejam curiosos. Ensinar segundo Paulo Freire também é especificidade humana, onde diz que a segurança com que expressa na firmeza com que atua, com que decide, com que respeita as liberdades, com que discute suas próprias posições, com que aceita rever-se.
Freire (ibid) ensinar exige segurança competência profissional e generosidade. A segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência.
O professor que não leve a sério sua formação que não estude, não se esforce para estar a altura de sua tarefa não tem força moral para se coordenar as atividades de sua classe.
O professor deve ter liberdade e autoridade em que a liberdade deve ser vivida em plenitude com a autoridade.
É na educação, aquilo que o autor chama de "politicidade da educação " que se encontra a política como algo inerente à própria natureza pedagógica, como algo oposto à neutralidade frente aos acontecimentos da escola, da sociedade, da vida. O desejo do autor é que a educação possa libertar o educando do "fatalismo" do destino. Paulo Freire se assume progressista e aponta à necessidade de respeito e elevação dos professores à sua própria dignidade, a subida do poder está hoje em poder transformar o que aí está colocado, como ideologia neoliberal.


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

Competências e Habilidades são discutidas em quais contextos? Como o cidadão e, especificamente, o educador pensam em desenvolver competências pessoais? Onde são desenvolvidas as competências? Qual a relação entre competências e habilidades?
Essas questões nos levam a refletir sobre competências e habilidades, baseando-se nos estudos de Perrenoud (2001) que apontam competências e habilidades como sendo, sem dúvida, um dos mais importantes conceitos com os quais o professor, vem convivendo e buscando desenvolver em sua prática.

A competência não é um estado, mas um processo. Se a competência é uma forma de saber agir, como é que ela funciona? O operador competente aquele capaz de mobilizar, de aplicar de forma eficaz as diferentes funções de um sistema no qual intervêm recursos tão diversos quanto operações de raciocínio, conhecimento, ativações da memória, avaliações, capacidades relacionais ou esquemas comportamentais. Em grande parte, essa alquimia continua sendo uma terra incógnita. (LE BOTERF 1994, p .43).

A competência é como uma terra incógnita, talvez seja como uma terra desconhecida ou com muito a ser explorado, então, partiremos para uma aventura ao fenômeno desconhecido, ao fenômeno a ser explorado.
Partindo para a proeza da descoberta, logo nos deparamos com a necessidade de discutir habilidades e competências no nível superior. Para tal discussão, é necessário definir competência diferenciando-a e relacionando-a com as atitudes dos profissionais da educação, com suas habilidades, com os seus saberes e com os seus hábitos.
Mas para descrevermos habilidades e competências é necessário defini-las. Sendo assim, o conceito de competência, atualmente tem sido muito difundido no Brasil e, especificamente quando se refere ao contexto educacional, passa por duas concepções: a primeira seria a visão de levar o educador e educando a mobilizarem seus recursos, conhecimentos e valores de modo a propiciar e desenvolver suas habilidades cognitivas, afetivas e emocionais e a segunda seria a busca de favorecer que educadores e educandos façam escolhas, tomem decisões e ajam de modo pertinente em determinadas situações.
Pensemos no educador que utiliza suas competências objetivando propiciar aos alunos condições necessárias para que esses venham "aprender a aprender", a aplicar o que aprendem no contexto acadêmico em sua prática no cotidiano e a saber o que fazer com que aprende. Esse educador vive constantemente num mar de desafios, com a necessidade de agir na urgência, de modo que o seu cotidiano lhe solicite tomadas de decisão emergenciais baseadas em sua prática e em sua competência que aqui define-se como conhecimentos, valores e recursos disponíveis.
Somente o planejamento para ser ministrado o conteúdo do dia não basta. O que é preciso então? É preciso algo mais, algo que parece não ser dado de forma fácil e objetiva, algo que não se aprende somente com a memorização de grande quantidade de conteúdos.
Por isso, pensando em competências, utilizaremos a definição de Perrenoud (ibid) que discute a prática do docente, quando afirma que o professor, em sala de aula, precisa agir com competência. Nesse sentido, o autor está definindo competência como a necessidade de não se perder as coisas da nossa realidade, a necessidade de agregar o que temos para que haja realizações no cotidiano, em sala de aula, ou seja, a competência nesse contexto está relacionada ao domínio do professor, a sua capacidade de mobilizar meios para enfrentar e vencer uma dificuldade, ver ou analisar com cuidado e atenção seus hábitos, renovar e criar condutas que favoreçam a realização de algo significativo e à utilização das habilidades que se dispõe.
Habilidade não é difícil de definir, qualquer dicionário a apresenta como capacidade. Então, pensar em habilidade é pensar em capacidade. A capacidade de utilizar recursos, saberes, conhecimentos aprendidos que habilitam a pessoa a ser um profissional, a agir em determinado contexto, a utilizar determinados recursos. Já as competências serão uma extensão das habilidades, pois, para sermos competentes precisamos utilizar as habilidades com precisão, na hora exata de que se necessita, dentre as habilidades que possuímos.
Parando para refletir sobre a nossa vivência, concluímos que em uma situação, na qual dois professores são apresentados, com a mesma formação, mesmo conhecimento acadêmico e mesmo recurso material, ambos são hábeis para ensinar (mesmas habilidades), mas, quando são colocados em uma situação problema, que devem escolher como agir, tomar decisões utilizando-se dos saberes de que dispõem, é que se torna possível perceber ou evidenciar suas competências e não somente as habilidades. Sendo assim, as habilidades em determinados contextos tornam-se competências.
E os desafios de ensinar exigem a necessidade de tomar decisões competentes baseando-se em referenciais e na competência de identificar os saberes e as capacidades necessárias em todo e qualquer contexto profissional o que abrange o contexto do Ensino fundamental, médio e superior.
Buscando pesquisar diferentes práticas, textos e diferentes recursos, apresento a posição de Perrenoud (Ibid) que diz: quando há a tentativa de se descrever as competências do professor, corre-se o risco de se construir uma listagem, normalmente muito abstrata e geral, que não esclarece, satisfatoriamente, o comportamento competente e/ou a realidade de cada dia do profissional. Então, para descrição mais satisfatória, das competências do profissional da educação, sugere-se a análise das práticas, que demonstram como os docentes têm enfrentado as complexidades do mundo e suas próprias contradições no contexto de sala de aula, utilizando-se de seus saberes, esquemas de ação e repertórios de conduta ou rotina disponível.

Saberes e conhecimentos são representações organizadas do real, que utilizam conceitos ou imagens mentais para descrever e eventualmente, explicar, às vezes antecipar ou controlar, de maneira mais ou menos formalizada e estruturada, fenômenos, estados, processos, mecanismos observados na realidade ou inferidos a partir da observação. (PERRENOUD 2001, p.18-19)

Perrenoud, Paquay, Altetr e Charlier (2001) ainda explicam que, de modo geral, os saberes são as combinações de representações e teorias reorganizados pelo indivíduo e aplicados pela pessoa em sua ação. Tais representações são significativas para as pessoas ou seus grupos, pois são carregadas de afetividade, características, classes e relações que foram estruturadas em determinada situação.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola continua sendo o caminho para a igualdade e a inclusão social, é esperança da formação cultural, do progresso, da conquista da dignidade, da emancipação.
O relacionamento entre professor e aluno deve ser de respeito um ao outro. O trabalho do professor precisa cada vez mais ser interativo, educando o aluno para o diálogo e para as relações democráticas, aprender a gerir, administrar uma sala de aula, interativamente, desenvolvendo a capacidade de diálogo e comunicação com os outros, aprender a ouvir o outro e ajudá-lo; aprender a pedir ajuda, resolver mal-entendidos, respeitar as diferenças,
Desenvolvendo a capacidade de diálogo e comunicação com os outros, aprendendo a ouvir o outro e ajudá-lo; instruir-se, a pedir ajuda, resolver mal-entendidos, respeitar as diferenças, domínio de valores, procedimentos, normas, atitudes, proporcionando assim uma melhor qualidade no processo de ensino- aprendizagem.
Acrescer habilidades comunicativas, aprimorar as técnicas de comunicação, com formas mais eficientes de expor e explicar conceitos e de organizar a informação, de mostrar objetos ou demonstrar processos, ter domínio da linguagem informacional, postura corporal, controle da voz, conhecimento e uso dos meios de comunicação na sala de aula, favorece em muito a interação entre ambos.

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