1.INTRODUÇÃO
Neste trabalho procuramos discutir e apresentar algumas questões referentes ao trabalho docente. Não simplesmente o ministrar ou dar aulas, mas também a questão da profissionalização. Iniciamos por uma digressão sobre o professor e a profissão e tentaremos alinhavar algumas competências, no qual quem se dedica à docência deve desenvolver para se constituir num docente profissional, um professor que, além de ser competente nos conteúdos de suas disciplinas, domina e exercita em sala de aula, competências e saberes pedagógicos necessários à aprendizagem no qual é o objeto desta profissão, tudo isso alinhado com a tecnologia que pode ser utilizada pelos professores como meio de incentivar o aluno e criar novos mecanismos de avaliação e aprendizagem.
2.QUAL O ATUAL PAPEL DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO?
Segundo Fontana (2005), experientes educadores, não chegaram a um acordo entre si no que diz respeito às respostas para essa pergunta, sendo assim, um bom professor é aquela pessoa que ajuda no desenvolvimento socioemocional dos alunos, ou seu desenvolvimento cognitivo, ou que lhes transmitam informações a fim de buscar conhecimento. Assim como não podemos compreender por inteiro o comportamento dos alunos sem levar em conta o comportamento do professor, também não podemos compreender o comportamento do professor sem levar em conta o do aluno. Alguns professores podem ser muito bem-sucedidos, por exemplo, ao estimular o desenvolvimento socioemocional em determinado grupo de alunos, mas pode ter menos êxito com outro grupo em que os problemas, embora não mais extremos, são de um tipo diferente. E a simples presença de um único aluno, muito perturbador na classe pode afetar de forma substancial o desempenho do professor com os demais alunos. Portanto, como e com que grupo específico de alunos devemos tentar avaliar a competência do professor.
O professor universitário é o autor intelectual e ao mesmo tempo o ator das ações que fundamentam o papel da universidade para a formação dos alunos. Dissemina o conhecimento difundindo a sociedade, a ciência e o saber, estimulando outros pensadores a atuarem pelo desenvolvimento social, como autor do processo do saber idealiza pela pesquisa dos diferentes temas, das diferentes áreas de atuação e de interesse da universidade com a criatividade para construir o conhecimento de cada área de atuação. O professor é também o ator na medida em que além do pensar e do idealizar, atua na transmissão do conhecimento para difundir idéias e formar novos pensadores capazes de dar continuidade à arte da criação e assim dinamizar o processo educacional, o processo de transformação social com vistas ao progresso e ao desenvolvimento da sociedade.
Assim, o professor universitário tem no seu papel social, a necessidade de reunir pesquisa e transmitir de maneira sistematizada informações a fim de devolver e beneficiar à sociedade. Algumas civilizações tiveram o professor, o cientista, como consultores de governantes para ações políticas e ações ligadas a estratégias.
2.1.Características do professor universitário
Provavelmente, muitos dos que se dispusera a serem professores, não se deram conta de que esta uma profissão que se diferencia das demais. As situações enfrentadas no dia-a-dia têm características diferentes, o resultado final do trabalho talvez nem venha a ser conhecido, principalmente em função dos sistemas de avaliação ou dos processos que examinam os alunos e culminam com os processos seletivos das universidades. Nos próximo sub-tópicos colocamos algumas características que devem estar presentes na profissão "professor".
Aprender Permanentemente
De acordo com Silva (2004), o ambiente em que estamos inseridos, como a nova economia, altamente marcada pela evolução da tecnologia da informação, o que acontece em qualquer parte do mundo é transmitido quase que instantaneamente as informações para todo restante. As possibilidades oferecidas pela tecnologia criam novos meios de aprendizagem, não aprendemos somente na escola, mas também ao assistirmos um noticiário na TV, ao acessar a Internet, ao ler um jornal, ao conversar com outras pessoas no MSN. A TV oferece programas culturais que distribuem o saber de modo mais eficaz que os livros escolares e que muitas escolas. A todo o momento estamos em condições de aprender. Em virtude disto, o professor universitário deve caminhar junto ao desenvolvimento tecnológico, cultural, econômico e social, para criar competências em que ele possa ensinar a desenvolver e aprender de forma contínua.
Gestão da Sala de Aula
As mudanças tecnológicas, as mudanças econômicas, as de costumes e muitas outras impuseram o desemprego estrutural, no sentido de enfrentar tal situação, o professor precisa desenvolver competências específicas relacionadas com a estruturação das tarefas acadêmicas, preparação da aula, gestão da aula e avaliação do rendimento do estudante, a gestão das relações e do poder na aula, o clima na aula, a atuação face aos problemas disciplinares e a ética da atuação pedagógica, o entendimento das particularidades e diversidades de alunos e de turmas, representações, perspectivas e expectativas que os professores elaboram sobre seus alunos e turmas, compreensão de seus problemas, valorização das histórias de vida, o reconhecimento do aluno como pessoa auto-conscientização, solidariedade e respeito pelos projetos, saberes, aptidões, direitos dos alunos e os processos particulares de aprendizagem de cada um.
Suscitar o desejo de aprender
Frequentemente, os estudantes se mostram indiferentes em relação aos ensinamentos que o professor pretende proporcionar, resistem a se dedicarem e não se esforçam para aprender e não se comprometem com as atividades extraclasses. O professor precisa então de competência para incentivar os alunos, mobiliza-los e acender neles o desejo de aprender, cabe ao professor dar significado aos conhecimentos e outros temas do aprendizado, isto é contextualizar o ensinamento considerando as necessidades dos alunos, suas origens, condições sociais e seus projetos pessoais. O professor precisa ajudar os alunos a darem sentido aos saberes e aos trabalhos escolares, o aluno necessita saber onde ele usará o conhecimento que o professor está passando, ou seja, dar sentido, foco, onde ele usará e para que utilizará o conteúdo abordado.
Entender e agir em conformidade com a vida do aluno
Em certos casos em função do ciclo de escolaridade, podemos encontrar alunos que apresentam vida dupla, ou seja, são alunos na escola e trabalhadores adultos, com vidaprofissional e responsabilidades. Frente a esse cenário a situação exigirá do professor competência específica para lidar com o estresse que acompanha tal situação, com a escassez de tempo para estudar e para as tarefas escolares, caberá ao professor criar meios de avaliação diferenciada para esses alunos, considerando o empenho desses alunos mediante a dificuldade em que encontrarem em virtude do tempo para se dedicarem aos estudos.
Adaptação curricular
Em uma sala de aula, alguns alunos não se apresentam plenamente desenvolvidos em certas competências básicas, tidas como pré-requisitos para acompanhar um programa preparado em função de padrões ou de considerações apenas teóricas, sendo assim, cabem aos professores adaptar os programas criando condições de aprendizado e evitar o desânimo dos alunos, que de certa forma não conseguem acompanhar o restante da classe. O professor deve ser dinâmico e estimular o aprendizado dos alunos, deve ter a capacidade de regular suas ações em função da situação em que se apresenta.
3.TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
As TIC?s são conjuntos de recursos tecnológicos que, se estiverem integrados entre si, podem proporcionar a automação e a comunicação de vários tipos de processos existentes nas atividades profissionais, no ensino e na pesquisa científica, na área bancária e financeira, religiosa, entre outras, ou seja, são tecnologias usadas para reunir, distribuir e compartilhar informações. Como exemplo pode-se citar recursos como: MSN, Blogs, Portais Educacionais, Web sites entre diversos softwares e equipamentos de comunicação. (MICHEL, 2009).
As Tecnologias de Informação e Comunicação, conhecidas como TIC?s passaram a ser mais do que um luxo, e sim encaradas como uma necessidade, um pressuposto essencial para a realização de qualquer atividade profissional, embora as vantagens que as TIC?s ofereçam, tem-se comentado também sobre o seu efeito negativo da internet, ou seja, a proliferação de conteúdo malicioso, que afeta a sociedade, economia, pesquisa entre outros casos que possam dificultar a busca pela informação. (CANJUNDO, 2008).
Segundo Canjundo (2008), nós presenciamos, há alguns anos o uso intenso da Internet por todos os segmentos da sociedade, e isto faz com que inúmeras áreas sofram mudanças em termos de inovação, criatividade, produtividade e conhecimento, criando a busca por novas formas na quebra de paradigmas tradicionais nas áreas de finanças, educação, segurança, transportes, etc.
4.BENEFÍCIOS DAS TIC?S NA EDUCAÇÃO
A área educacional pode usufruir das TIC?s agregando qualidade e criatividade, tudo em pro de "ganhar" o aluno, ou seja, despertar dentro dele a curiosidade pelo assunto abordado, fazendo com que isto se fortaleça desde a educação básica até às pesquisas científicas, passando pelo ensino à distância (EAD).
As TIC?s aumentam o tamanho da sala de aula, a autonomia do professor na disponibilização de arquivos e na criação de ambientes que propiciem a interação entre alunos, professores e até mesmo outros interessados no assunto, através da utilização de meios eletrônicos para transmissão e gravação de conteúdos educacionais, quebrando barreiras entre os mais variados idiomas e culturas, independente do local e horário, criando meios para o indivíduo construir seu conhecimento. (CANJUNDO, 2008).
Segundo Porto (2006), em uma reflexão entre a escola e as tecnologias, observa o potencial educativo da mesma, remetendo a rapidez, recepção individualizada, interatividade e participação, hipertextualidade, realidade virtual e digitalização/ideologia na construção do conhecimento.
O conjunto de mecanismos (estruturas, processo e relacionamento) gerido pela tecnologia da informação, auxilia na análise e tomada de decisão, garantindo que a área de TI suporte as estratégias globais da instituição. Desta forma, as áreas de tecnologia da informação deixam de ter um enfoque apenas tecnológico, e passam a ter um papel estratégico e facilitador na transição para a busca de diferenciais competitivos pelas instituições de ensino. (PORTO, 2006).
O trabalho com projetos, estudos de caso, fóruns de discussão, bate-papo, pesquisas em grupo, publicação em wikis, construção de weblogs, videologs, fotologs, são estratégias que viabilizam a cooperação nos portais educacionais existentes em várias instituições de ensino.
5.O EDUCADOR DO FUTURO E SUA ADAPTAÇÃO AS NOVAS TECNOLOGIAS
A educação tende a se adaptar às necessidades das sociedades. O grande desafio atual é como se adaptar às grandes mutações sociais, culturais e econômicas criadas pela inclusão das novas tecnologias no meio acadêmico, sendo assim, as adaptações são indispensáveis e urgentes, mas não se trata de adaptar a educação às tecnologias, mas sim os educadores as tecnologias existentes, para que possam ser uteis no processo de ensino, provendo o despertar no interesse por assuntos novos. Os maiores desafios não são de natureza tecnológica, mas sim de natureza social, cultural e econômica.
A grande quebra de paradigma está na transição do chamado ensino tradicional baseado em aulas expositivas, conteúdos exemplos, lista de exercícios e apostilas e na utilização de recursos tecnológicos que ofereçam ferramentas úteis a uma prática pedagógica consciente e concisa em seus objetivos, onde respeite a individualidade do aluno e suas raízes culturais.
O professor se torna "Arquiteto Cognitivo", traçando estratégias e mapas de navegação para que o aluno, de forma autônoma possa construir seus próprios caminhos na busca pelo conhecimento. Torna-se um "Dinamizador da Inteligência Coletiva", onde gerencia os processos para construção do conhecimento, integra as múltiplas competências dos alunos e promove a troca de informações.
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como no passado, esse momento em que vivemos, há uma expectativa muito grande de que as TIC?s (Tecnologias da Informação e Comunicação) irão oferecer soluções rápidas para melhoria na qualidade da educação. Contudo, a educação não depende somente da tecnologia, do contrário as soluções já estariam em ação há muito tempo. Acreditamos que a instituição de ensino, em relação às TIC?s, necessita estar inserida num projeto de reflexão e ação, utilizando-as de forma significativa, tendo uma visão aberta do mundo contemporâneo, bem como realizando um trabalho de incentivo às mais diversas experiências, pois as diversidades de situações pedagógicas permitem e reelaboração e a reconstrução do processo ensino-aprendizagem.
Temos que utilizar sim, cada vez mais as TIC?s em nossa sociedade, mais também redimensionar o papel da escola e nosso, como professor. Vivemos em uma sociedade tecnológica na qual as informações estão cada vez mais acessíveis. Nosso único é principal medo talvez fosse à de não conseguirmos nos adaptar, contudo esse mede torna-se também o diferencial em nossa vida como docente.
REFERÊNCIAS
CANJUNDO, G. Sabe o que são TIC?s? Disponível em: <http://www.bungonline.org/imagens/buginform/Tics.pdf>. Acesso em: 04 set. 2010.
PORTO, T. M. E. As tecnologias de comunicação e informação na escola; relações possíveis... relações construídas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n31/a05v11n31.pdf>. Acesso em: 04 set. 2010.
MASSI, Luciana. O papel social dos professores universitários. Disponível em:
< http://www.unesp.br/proex/informativo/edicao22dez2002/materias/professorsocial.htm> Acessado em 26/09/2010.
SILVA, Luís A. Formação docente e profissional do professor universitário. Disponível em: <http://www.tpes.com.br/imagens/artigos/.pdf> Acessado em: 26 set. 2010.