Os estereótipos que delimitam o negro dentro da sociedade Brasileira são heranças históricas, justificativas cínicas, frutos teorias embasadas em interesses particulares, teses conveniente a condição do homem daquele tempo, covardia da igreja, presunção cultural cristão, crueldade indizível etc.                                              
A destruição cultural e a invasão no homem cristão no sistema tribal da áfrica deixaram seqüelas e desestruturação que continuam até o momento, e não se vê possibilidade de reestruturação desse sistema com herança e organização tribal e sem uma unidade cultural e lingüística. Mesmo nos outros países para onde o negro foi levado como escravo, ainda persiste em sua alma uma áfrica, a herança cultural e ainda a sua consciência tribal. Certamente essa saudade de outras terras não é exclusividade dos descendentes de africanos, essa é uma das características dessa nação formada por portugueses e cristãos novos expulsos de Portugal, de outros europeus imigrantes e de asiáticos buscando melhores condições de vida. Essa saudade de casa não nos permite deixar esse olhar de colonizador e colonizado, de repressor e reprimido, de eterno imigrante longe de casa, de eterno explorador de terras estranhas. Essa saudade não nos permite assumir nosso país como uma nação com uma unidade cultural dentro dessa multiculturalidade brasileira. Falta em uma nós natividade brasileira. Os europeus e asiáticos que vieram para nosso país, quando seus países de origem estavam bem adiantados industrialmente se comparado ao Brasil daquele tempo, esses povos trouxeram os conhecimentos tecnológicos e científicos que levaram nosso país ao desenvolvimento industrial. Nesse processo de transformação o negro foi excluído porque não trazia essa bagagem de conhecimentos necessários a um novo tempo, e ainda foi considerado e é considerada nossa vergonha histórica, devido o fato concreto de que esse país foi sustentado por décadas pelo trabalho escravo. Essa sociedade pós escravidão, industrializada e de avanços científicos e tecnológicos, não inseriu o negro no processo de transformação para que esse negro não tivesse a oportunidade de chegar ao poder, ao desfrute dos bens de consumo, aos direitos e benefícios produzidos por essa sociedade. O fato de o negro não ter sido inserido nesse processo de transformação é muito mais grave se observarmos que o negro não foi inserido em lugar nem um, ele foi simplesmente abandonado nem si quer própria sorte, porque o ex-escravo foi impedido e barrado de todas as possibilidades de progresso. Nesse processo de exclusão estão todos os estereótipos pelo qual a sociedade delimitou esse negro. 
O caminho para o negro se auto-inserir na sociedade está diretamente relacionada à sua intelectualização. Essa intelectualização trará inevitavelmente oportunidades e munição para que o negro seja inserido de uma vez por toda no poder e no acesso aos benefícios produzidos pela sociedade. Com conseqüência desse progresso será eliminado todos os estereótipos que delimitaram o negro brasileiro. Essa face afrodescendente da sociedade brasileira teve tomar consciência de que o poder está e sempre estará nas mãos naquela pequena parcela da sociedade intelectualizada, essa intelectualização será uma espécie de segunda libertação da escravidão do negro.  

 J.Nunez

MOVIMENTO LITERÁRIO  IMPARCIALISMO

 

  

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