O Nascimento da Revolução Científica.


Como foi o inicio da revolução científica, o que determina o começo da modernidade movimenta se pelo interesse do  homem  que volta definitivamente  para a técnica e a ciência experimental,  superarando a visão metafísica do mundo por meio de uma metodologia que garanta  um conhecimento que tenha fundamento de natureza prática para a sociedade e para as relações sociais  produtivas, a superação do modo de produção feudal, a morte em definitivo do Antigo Regime.  

 A evolução da ciência para seus resultados se opõe absolutamente a uma ciência apenas para teoria da contemplação,  típica a anterior, a tentativa de superação da ideologia  aristotélica de formulação lógica de verdades universais e necessárias contrárias as experiências, como se tudo fosse apenas explicado pela lógica formal dedutiva. Aristóteles. De fato esse momento estava em crise já no começo do novo século.

Concepção epistemológica defendida pela escolástica a partir do XII, o que não admitia a experiência como perspectiva de campo. O que aconteceu mais tarde no período chamado de Revolução Científica é, em geral, delimitado até Newton, o limite metodológico da realização do cumprimento desse processo revolucionário que levou profundas transformações em todos os aspectos da evolução, da construção de um método diferenciado dentro do novo modelo econômico, o que se denomina de capitalismo.   

Duas concepções importantes, Renascimento e o Humanismo, que fizeram  em definitivo o caminho a uma relativa liberdade formulada pelo novo homem ante as verdades aceitas por autoridade e não pelo domínio da verificação.

   Como consequência dessa emancipação, uma nova forma de fazer ciências, através da necessidade do desenvolvimento técnico daquilo que é necessário entender para o desenvolvimento do fundamento filosófico, fundamental ao caminho da nova forma para consolidar-se o verdadeiro conhecimento reinado pelo campo empírico.

  O que é fundamental compreender em um primeiro momento, a revolução provocada pela nova ciência que está no livro a respeito da Revolução dos Orbes Celestes, de 1543, elaborada pelo Padre Nicolau Copérnico. Posteriormente todo trabalho desenvolvido por Galileu na defesa da teoria Heliocêntrica. Teoria de importância indispensável para nova mentalidade.  

 O mundo estava em mudança, a terra já não era mais o centro do universo. A velha teoria estava caindo em definitivo, o aristotelismo não caberia mais no mundo epistemológico.

 O velho modelo científico, tinha naturalmente suas bases fundamentadas a partir essencialmente com o trabalho desenvolvido  a partir da  reintrodução das obras de Aristóteles e seus intérpretes árabes na Europa. Ou seja, aqueles que reconstruíram Aristóteles.  Ele foi remodelado por Avicena e Averrois, esse novo Aristóteles chegou às mãos do clero.  A definição da velha ciência.

O novo espírito epistemológico traz dentro-se um método que procurava até contraditoriamente reconsiderar Platão e, sobretudo, de certa forma os pitagóricos, dava essencialmente entendimento  à explicação tendo como compreensão  metodológica  do mundo a matemática, o que contrariava os princípios ptolomaicos.

Antes de Copérnico mudar a visão do mundo, ele faz essa revolução até mesmo sem querer, quando o que estava preocupado mesmo, era com calendário a respeito das festas religiosas e não como desenvolver  uma nova revolução epistemológica.

 Com efeito, a localização da terra a visão do universo era herdada de uma grande obra, equivocada posteriormente, Tratado do Céu escrita por Aristóteles, a qual foi retrabalhada, mas não na sua totalidade, modificada parcialmente por Ptolomeu: o Universo sempre teve a Terra como centro, não poderia ser diferente para o desenvolvimento da física do tempo. O senso comum comprovava essa possibilidade.

Copérnico, procurou dar uma dimensão matemática do universo,   geometrizou  o espaço o  movimento e validando seus cálculos  na tentativa de entender os fenômenos a serem  observados,  revolucionou   a ordem da nossa galáxia, e revolucionou a visão de mundo sustentada  na escolástica, provou a quebra da   hierarquia do seu tempo.   Foi naturamente uma grande revolução, nem mesmo ele tinha noção da sua proporção.

Mesmo a concepção física sendo aristotélica  responsável pela mudança na investigação da natureza, a grande inspiração da Revolução Científica do século XVI foram Platão e o neoplatonismo, até mesmo Platão sendo um filósofo de certa forma metafísico, aquilo que Aristóteles tinha superado como conservador transformou-se num contra ponto.

 A rejeição a Aristóteles pela filosofia moderna se deu por um motivo muito simples, sobretudo em consideração ao modelo geocêntrico refutado por Copérnico e, por outro lado, sobretudo, pelo abuso da escolástica, no uso da lógica formal aristotélica na demonstração de verdades universais e necessárias que não tinham em sua base ou mesmo sua confirmação na observação rigorosa da natureza nenhum procedimento empírico.

Aristóteles não servia mais ao novo tempo histórico, seu sistema de analise estava superado, os interesses da ciência e da política eram outros.  O Antigo Regime estava com seus dias contados, um modelo morre quando não atende mais as novas exigências políticas.

Até o século XVI, toda influência da filosofia, antes da revolução científica, a consideração teórica da natureza tinha como fundamento a razão como princípio Logos, explicação em resultado  de pressupostos teleológicos ou metafísicos, isso não servia mais a nova formulação de desenvolvimento da sociedade.

 O modelo cosmológico aristotélico se encaixava totalmente em suas pressuposições metafísicas, mas não salvavam os fenômenos, referentes às observações astronômicas e os cálculos matemáticos revelavam sobre o céu; demonstrado pelos trabalhos de Ptolomeu e os astrônomos de Alexandria, o campo das deduções abriam espaços a natureza da pesquisa empírica, o mundo estava sofrendo uma revolução.

O espírito da renascença na modernidade voltara à postura para uma atitude de valorização do humano; no discernimento crítico, capaz, por si só, de chegar à verdade através da razão aplicada a observação e a experiência, o modelo dedutivo dava lugar definitivamente ao modo indutivo de fazer ciência.

 Fora do campo das autoridades ou de revelações místicas, a única forma de se chegar a esse discernimento seria através de um método estabelecido na dúvida e na experimentação, e não na sedução de uma verdade que se revela sozinha e que independa do que possa ser demonstrado. Era nesse momento a introdução da empiria como metodologia. Aristóteles não tinha mais finalidade para o desenvolvimento das ciências. 

 

Uma das razões de ruptura em favor da ciência moderna foi  como compreender  os fenômenos. As modificações resultadas pelo modelo ptolomaico e alexandrino, alternativos ao de Aristóteles, não era satisfatório, defendia ainda o ideal de perfeição do Universo, e não assegurava que os resultados pudessem ser observados, garantindo, assim, ampla aceitação do campo observacional.

No entanto São Tomas de Aquino em sua Suma Teológica em defesa de Aristóteles, fundamentava defendendo o oposto, isto é, que quem deve ser salvo é o modelo aristotélico, pois ele é deduzido pelos primeiros princípios da Metafísica, portanto, mais verdadeiro, ele atendia que o fundamento do desenvolvimento do mundo poderia ser explicado apenas com bases teológicas.   

São Tomas rejeita uma hipótese verificada como critério de aceitação, a observação fundamentada na empiria, que no seu modo de entender, por definição, é limitada e imperfeita e não podem superar princípios metafísicos estabelecidos racionalmente, nem tampouco verdades universais e necessárias logicamente aceitas como lógicas.

Para a nova teoria, aquele que contrariava Aristóteles, a sabedoria é filha da experiência. A mesma jamais engana; apenas ela poderá chegar a realidade dos fatos, e os que  lamentam dos equívocos,  deveriam antes reclamar-se da sua ignorância porque  apenas à experiência  dá fundamento ao campo do conhecimento.

Apenas   o juízo pode  equivocar-se sobre a experiência; e para evitar o erro não há outra via senão reduzir todos os juízos a cálculos matemáticos,  servir-se exclusivamente da matemática para entender e demonstrar as razões das coisas que a experiência manifesta.  Apenas a matemática poderá atingir a verificação como verdade.

Duas revoluções ao mesmo tempo possibilitaram a revolução cientifica, a primeira o fundamento  do modelo heliocêntrico elaborado  por Galileu a partir dos cálculos de Copérnico.  A  segunda a valorização do método experimental, transformando a ciência numa atividade empírica ativa e não mais contemplativa, eliminação dos preceitos da dedução e a introdução da epistemologia indutiva.

A seguir, tentaremos estabelecer em que medida as ideias de Descartes e Bacon fundamentaram a nova ciência,  o novo espírito científico da modernidade e como foram  importantes  filosoficamente para determinar o novo  movimento da Revolução Científica.

Cartesianismo.

O trabalho  de Descartes, mais fundamentalmente,   o seu Discurso a respeito ao método, entendido como  sistemática análise  do seu tempo por meio de uma tomada de consciência  específica diante de  a uma crise que, a partir de seu entendimento iniciou  uma nova epistemologia como fundamento para o fundamento  da  realidade. Sendo dessa forma o fundador da filosofia moderna.

Descarte preocupou-se fundamentalmente em desenvolver um modo para que pudéssemos chegar a um conhecimento seguro, sem erro o procedimento usado foi através da utilização de uma filosofia cuja naturalidade utilizava o cogito.

 
Esse método  irá centrar-se no questionamento a respeito do  Objeto que se desenvolveu a lógica racional capaz de captar a ordem efetiva das coisas para o Sujeito que intencionalmente se caminha  para o Objeto com a finalidade  de captar essa ordem.

 A vontade moderna, formulada por Descartes é como esse Sujeito pode garantir um conhecimento verdadeiro e seguro do Objeto em processo de conhecimento, no uso adequado do mecanismo racional. 

Descartes então defende a premissa primordial que, antes de voltar-se ao Objeto, o  Sujeito precisa voltar-se para si mesmo e fundamentar nele a possibilidade desse conhecimento. Quem é esse sujeito que conhece? Quais suas capacidades?  É possível sair do ceticismo e alcançar a verdade sobre algo? A construção do seu método racional.  

A perspectiva ontológica desenvolvida por Descartes tematiza o Sujeito do mecanismo do conhecimento só seria abandonada pelo empirismo e muito posterior a Kant.

Descartes defende a capacidade de fundamento  da Razão como formulação  do conhecimento e foge a qualquer a possibilidade do saber  seguro a partir do método  sensível, busca  a tradição que teve começo  em Platão. Motivo da recusa em Aristóteles, mas essa perspectiva foi um dos equívocos de Descartes, naturalmente que ele nunca chegou de fato defender procedimentos empíricos.

Descartes liberta a epistemologia da fundamentação teológica e centraliza no racionalismo toda a nossa possibilidade de conhecimento, inclusive o teológico. Porém postula uma participação divina em nós, e a exemplo de Platão, separa o Sujeito em duas instâncias substanciais que forma o Ser Humano: a res cogitans e a res extensa. Sendo o cogitans a metodologia epistemologia do seu fundamento científico.

 A fundamentação racional desse dualismo  quase que metafísico ajudou em avanços relativos para formulação  científica, onde a ideia de corpo como uma máquina a serviço da alma racional irá proporcionar outros entendimentos em diversos campos inclusive na medicina.  
 Descarte chega a seu método assumindo  propositadamente uma postura cética,  postula um ceticismo que não duvida para negar, e não é essa a sua finalidade,  mas para chegar através da dúvida metódica ao verdadeiro conhecimento. Seu caminho  estabelece que tanto os sentidos quanto a percepção não se configuram como um conhecimento seguro, e estabelece outra perspectiva,  para possibilitar a segurança.  

Caminho cético defendido por Descartes procura desestruturar a sua  postura cética ao usar o ceticismo para buscar algo que fundamente a  certeza  do conhecimento seguro, sua duvida não é real, apenas estratégica para chegar a certeza. 

Procura  esvaziar-se de todas as crenças e formas de  conhecimento adquiridos, encontra naturalmente  a questão que garante a certeza segura de algo: Penso, logo existo. Então o pensamento é a segurança da existência porque apenas o homem tem o direito de pensar.

A existência, a partir dessa verificação  se torna o centro  da certeza de  tudo que é proposto a conhecer,  sem qualquer tipo de questionamento que possa negá-lo. Se pensarmos, é por que necessariamente existimos obviamente que isso é uma questão ontológica, outros animas existem e não precisam pensar.

.O Cogito, portanto, a partir da descoberta de uma realidade primária, necessária e indubitável, nos dará a base para a construção do conhecimento possível fundamentado no  racionalismo moderno aquele desenvolvido essencialmente por Descartes.

O Empirismo.

Com Descartes, Francis Bacon é considerado o formulador  do pensamento moderno um grande filosofo sem duvida, defende com sapiência  o método experimental como fundamento da ciência contrário  a ciência teórica, como a especulação  contemplativa e especulativa de Aristóteles,  sem duvida podemos dizer que Bacon se constituiu na  grande expressão do empirismo e do método experimental no indutivismo.

Embora possamos entende-lo  como  opositor do método dedutivo cartesiano, precário  pelo  excesso de racionalismo, mas na verdade  ambos constituem em seus pensamentos os fundamentos  do método científico moderno, o que é interessante que desencadearam uma ruptura explícita e permanente  contrario  à escolástica aristotélica. `

 Na verdade  Descartes, do mesmo modo Bacon desejam construir   um método correto sem  erros e que leve ao  homem a construção da verdade.

Outro aspecto a considerar a  diferença entre indutivismo e o dedutivismo  entre experimentalismo e racionalismo, o que afasta Bacon de Descartes é o afastamento que ele promove da ideia humanista do homem em relação ao micro com o homem, a função da natureza no papel do desenvolvimento cientifico.

A  razão não é mais apenas o centro  neutro que desenvolveria  todo o conhecimento do  homem; a ótica de tudo é a experiência e a técnica, desenvolvendo  o conhecimento científico  progressivo em suas perspectivas históricas.

A ideia no desenvolvimento  progresso, o uso constante do  método indutivo, a experiência como mecanismo fundamental a ciência aplicada  analiticamente fundamentada  na técnica e o controle evidente  da natureza,          benefícios à humanidade e, segundo Bacon, não teria outra função para a ciência que não essa.

 A ciência, a partir de Bacon, balizaria toda sua metodologia nos fundamentos que mais caracterizam seu pensamento, a experiência e a técnica, juntas ao racionalismo moderno, típico ao fundamento.  Nasceu dessa forma  a modernidade.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.