MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA - MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA ? UFRR
CENTRO DE EDUCAÇÃO - CEDUC














O JOGO E A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DE 04 E 05 ANOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


O processo de desenvolvimento do ensino aprendizagem de crianças de 04 e 05 anos


















BOA VISTA ? RORAIMA
VERANILDA NOGUEIRA BATISTA


















O JOGO E A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DE 04 E 05 ANOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL









Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista no Curso de Pós-Graduação em Educação Infantil da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Sob Orientação dos Professores Me. José Aírton da Silva Lima e Sebastião Monteiro de Oliveira.











2010
O JOGO E A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO-APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS DE 04 A 05 ANOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Veranilda Nogueira Batista1
Orientador: José Airton da Silva Lima2
Resumo
A presente pesquisa visa analisar a função do jogo e da brincadeira, sua mediação e utilização como recursos no processo ensino aprendizagem, capaz de viabilizar o avanço no desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social da criança de 04 e 05 anos, na escola de Educação Infantil. A pesquisa será de cunho bibliográfico e ocorrerá a partir da análise dos aspectos, Legais, do Referencial Curricular para Educação Infantil, nas proposições referendadas na prática, nos fatores interferentes no processo ensino aprendizagem e nas concepções teóricas de autores renomados. Para tanto, recorreu-se à leitura de artigos, livros, análise da legislação e de documentos educacionais, dissertações de mestrado, teses de doutorado, pesquisas em Sites, revistas de educação e aproveitamento de conteúdo das aulas presenciais do curso de especialização em Educação Infantil. Assim procedendo, espera-se demonstrar a importância do jogo e da brincadeira na construção integral do ser humano, em especial a criança, proporcionando-lhe base sólida as atividade, física, cognitiva, social e cultural.

Palavras Chaves: diretrizes, interferências, jogo, brincadeira.

Abstract

This research aims to analyze the function of the game and play, its mediation and use as resources in the teaching-learning process that can permit the advancement in physical, intellectual, emotional and social development of children 04-05 years old in kindergarten. The research will be based on bibliography and will occur from the analysis of the legal aspects of Early Childhood Education Curriculum Reference, countersigned the propositions in practice and influencing factors in the teaching-learning and the theoretical concepts of renowned authors. To this end, we resorted to reading articles, books, analysis of legislation and educational documents, dissertations, doctoral theses, research in sites, magazines and educational use of the content of the classroom course on Early Childhood Education. In doing so, hopes to demonstrate the importance of play and the act of playing in the construction of the human being, especially children, providing them with solid base their physical activity, cognitive, social and cultural rights.
Keywords: guidelines, interference, play, play.
Introdução
As teorias trazem em si, críticas, dúvidas, certezas e reflexões quanto à análise e o uso de suas contribuições para vivências do cotidiano social. Teoria, é um conjunto de conceitos e proposições que permitem ao pesquisador, em sua época, pormenorizar experimentos referentes a um objeto, fato ou fenômeno a ser conhecido cientificamente e, além de apropriá-lo ao momento histórico de sua descoberta, permitir que a mesma possa contribuir para o aprimoramento da racionalidade humana e para o avanço da Ciência.
As teorias e a prática embutida nas disciplinas do curso de Pós-Graduação em Educação Infantil demonstraram por meio de inúmeros temas e no discurso dos professores, que o uso do movimento (dança, música, jogo e etc.) são fortes aliados à práxis pedagógica para aguçar o interesse e motivação da criança pequena para o ensino aprendizagem.
Diante disso buscou-se respaldo mais aprofundado nas teorias sobre o desenvolvimento infantil, direcionando objeto da pesquisa para o uso do jogo e da brincadeira como recursos pedagógicos capazes de elevar o desempenho da criança de 04 e 05 anos no processo ensino aprendizagem na escola de Educação Infantil.
A necessidade de abordar o tema na faixa etária de 04 e 05 anos, deu-se em virtude de outra necessidade, que é levar o professor à observância das possibilidades que existem na criança para levá-la além dela mesma, pois segundo nos relata o estágio pré-operatório, a criança tem uma forte tendência a concentrar tudo em si.
O jogo e a brincadeira, presentes movimento cotidiano, são metodologias que auxiliam no desenvolvimento da aprendizagem espontânea da criança podendo levá-las além, na produção e reprodução do conhecimento e assim avançar no desempenho de suas habilidades e competências.
Tudo que exite no movimento é parte intrínseca da dimensão humana, presente no cotidiano desde a mais tenra infância. O movimento proporciona jogar, brincar, criar o som, a música, a dança e a propagação da cultura, entre outros fatores que irão aos pouco sendo desvelados diante das vivências e experiências na vida.
Grande parte dos professores desconhece os benefícios e o valor do movimento para construção do conhecimento da criança e menosprezam essas metodologias em sala de aula.
A escolha do tema O jogo e a brincadeira no processo de desenvolvimento do ensino aprendizagem das crianças de 04 e 05 anos na Educação Infantil tem ainda o propósito de identificar o que a intervenção do professor no momento do jogo e da brincadeira espontânea da criança, pode causar ao direcionar essa aprendizagem da criança para algo mais significativo (na concepção do adulto) sem quebrar a autonomia e a subjetividade de sua intenção e interação espontânea com o objeto.
O tema proposto busca, também, ampliar a visão do professor quanto à prática pedagógica que se dá em sala de aula, enfocando a consciência do ato de ensinar e aprender na educação infantil, pois essa etapa se constitui em alicerce ao avanço das demais etapas presentes na educação.
É necessário entender que a escola precisa motivar a criança a partir de situações presentes no seu universo, jogos, brincadeira, música, dança teatro e tantas outras formas prazerosas de conhecer apropriada ao universo infantil tão rico de possibilidades de ensinar e aprender ao mesmo tempo.
Em relação aos objetivos propostos quanto às contribuições das diretrizes e bases e do referencial curricular para a Educação infantil, primeiramente está em conhecer como as políticas públicas interferem no processo ensino-aprendizagem da criança na escola, e depois, demonstrar como o referencial curricular possui metodologias que contribuem para desenvolver o ensino-aprendizagem da criança de 04 e 05 anos com sucesso.
A pesquisa foi realizada dentro de uma perspectiva sociológica para compreender a importância das relações de convivência social para o avanço do conhecimento da criança e seu posicionamento no coletivo. Na perspectiva pedagógico didática para verificar qual a melhor forma de utilizar o jogo no desenvolvimento do ensino aprendizagem. E na perspectiva psicológica, para entender a subjetividade expressa por meio das emoções respostadas pela criança no momento que expõe sua interação.
A pesquisa foi empreendida em acervo bibliográfico de livros, Revistas, Internet, teorias de grandes pesquisadores, Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Foi aproveitado conteúdo da grade curricular do curso de Especialização em Educação Infantil, das disciplinas estudadas e as observações presente nas falas dos professores.
Com o resultado da pesquisa, espera-se contribuir significativamente para uma concepção de prática no ensino-aprendizagem que respeite e acate as formas pertinentes de aprender e ensinar da criança principalmente de 04 e 05 anos.
As políticas públicas frente ao ensino-aprendizagem no contexto escolar da educação infantil
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasileira n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, estabelece especificamente no artigo 29 que a Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, cuja finalidade é desenvolver a criança de até seis anos de idade de forma integral, aos aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Por determinação da Lei 11.274/06, o art. 30 estatui que as crianças da faixa etária de 04 e 05 anos devem ser atendidas em estabelecimentos de ensino denominados Pré-Escolar, que deverá adotar objetivos educacionais, seguindo as Diretrizes Curriculares, emanada do Conselho Nacional de Educação.
Essa determinação segue a melhor pedagogia, porque é nessa idade, precisamente, que os estímulos educativos têm maior poder de influência sobre a formação da personalidade e o desenvolvimento da criança. Trata-se de um tempo que não pode ser negligenciado ou mal orientado.
Em vista disso, o atendimento frente ao processo educativo na educação infantil, deve assegurar aos seus educandos uma política capaz de atender a toda população nacional, com conhecimentos básicos para exercício da cidadania, recursos e serviços necessários, prática pedagógica adequando-se ao pleno desenvolvimento e aprendizagem das crianças tendo em vista a continuidade de seus estudos.
Como parte dessa estratégia está presente o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RECNEI), que enfoca em seus três volumes um modelo que contribui à práxis pedagógicas orientando o professor a mediar o ensino, proporcionando aos educandos a construção e autoconstrução de conhecimentos.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil traz em si objetivos abrangentes para serem empregados na aprendizagem infantil - a formação social e pessoal, a identidade e autonomia, o conhecimento de mundo - nos quais estão implícitas situações presentes na dimensão humana que podem se desdobrar em muitos outros objetivos de forma mais específica como forma de mediar o ensino aprendizagem.
Especificamente o volume 03 do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil coloca a disposição do professor, os eixos norteadores do processo de conhecimento da criança consubstanciado no movimento, na música, nas artes visuais, na linguagem oral e escrita, no estudo da natureza e sociedade e na matemática, a serem utilizados como instrumento de trabalho constante.
Ao analisar o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil pode-se observar que há uma preocupação em se trabalhar as crianças de forma integral e dinâmica, destacando as necessidades básicas da criança como brincar, jogar, sorrir, dançar, cantar e assim tornar sua aprendizagem prazerosa.
Fatores interferentes no processo ensino-aprendizagem na escola
Anotações extraídas nas leituras e pesquisas empreendidas demonstram que existem fatores internos e externos presentes no universo que influenciam diretamente e indiretamente para que a inteligência humana se desenvolva com maior sucesso, avançando gradativamente as habilidades físicas mentais e sociais de uma criança.
No caso específico da criança pequena, quando age sozinha, suas habilidades básicas, são organizadas a partir de sua ação sobre o objeto, isto é, a criança agindo dessa forma está aprendendo sozinha, por seu próprio esforço, sem a interferência de terceiros, é a chamada, aprendizagem espontânea.
Entretanto quando o adulto passa a intervir intencionalmente no processo de aprendizagem da criança, uma mensagem é veiculada por ele (adulto) à criança, evocando uma resposta, que o adulto tem pronta esperando que a criança responda aquilo que ele elaborou e deseja ouvir.
O adulto deve ter em mente que no primeiro momento a resposta que ele deseja não é a que a criança vai lhe dar. Cada um aprende na medida em que possui experiências e maturidade. A maturidade ocorre através do amadurecimento biológico e junto com ele, o amadurecimento cognitivo.
Todos os fatores presentes na contextualidade influenciam no desenvolvimento da criança de forma integral e podem refletir de forma negativa ou positiva para o sucesso tanto de sua aprendizagem espontânea como no sucesso do processo de ensino que ocorre na escola.
Fatores influentes são aqueles que aparecem de forma intensa na vida de cada criança a partir de seu nascimento, eles vêm contemplados desde a família, depois nos amigos da família, na escola, na igreja, nos amigos e colegas de recreio, na figura do professor e outros atores com quem a criança convive, esses fatores jamais devem ser vistos de forma isolada. Kishimoto afirma:
A causa do processo de aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo. (KISHIMOTO, 2003, p. 110).

A família, é o primeiro contato da criança com o mundo, é quem está mais próxima da criança, então a participação da família na estruturação e aprendizagem da criança é um fator considerado decisivo para o seu desenvolvimento saudável.
Se a família, é o primeiro contato da criança com o mundo, então o elo dela com o mundo são seus pais. Os pais permanecerão por longo tempo como referencial de extrema importância e significação na construção e consolidação da maioria das ações e atitudes que vão perdurar ao longo da vida da criança. Por isso se diz "a criança reflete (em parte), o que aprende na família e com o adulto que a instrui", porém, suas primeiras lições de vida estão presentes no meio familiar.
Outro fator influente a ser considerado no desenvolvimento da criança é a escola. Essa complementa a ação da família e tem um papel muito forte na formação integral da pessoa, no desenvolvimento de sua capacidade de aprender, na elevação do nível de inteligência, mesmo porque inteligência não é herdada geneticamente nem transmitida pelo ensino, mas construída aos pouco pela própria pessoa nas intervenções que faz quando ao longo de sua vida.
Na escola, dos fatores influentes que acarretam dificuldade para a aprendizagem da criança, primeiramente está à falta de reconhecimento do conhecimento prévio que ela trás, seguido da relação professor-aluno, a relação aluno-aluno, os métodos de ensino, o ambiente escolar, a falta de materiais didáticos, a falta de preparo acadêmico e interesse do professor na qualidade das aulas oferecidas.
Conforme se lê em Gislene Oliveira (2005, p.15). A escola precisa sofrer muitas modificações no sentido de melhoria na qualidade do ensino, para poder promover uma aprendizagem mais significativa. Em sua obra sobre Psicomotricidade (2008), Ela deixa claro que nem todos os problemas apresentados pelos alunos são de inteira responsabilidade da escola, existem problemas que já estão instalados e tem efeito a partir do âmbito escolar.
Um elemento presente dentro do fator influente escolar é o professor, esse influencia fortemente no comportamento do aluno, no relacionamento, na atenção, no estímulo e principalmente no ritmo que o aluno aprende.
A formação dos profissionais da educação infantil merece atenção especial, dada a relevância de sua atuação na mediação do processo de ensino- aprendizagem. Além da formação acadêmica, requer-se a formação permanente, inserida no trabalho pedagógico, nutrindo-se dele e renovando-o constantemente
A qualificação do professor da Educação Infantil é um dos fatores influentes que mais pesam no desenvolvimento bio-psico-social da criança. Por isso requer conhecimento alicerçado em bases científicas sobre o desenvolvimento da criança, das habilidades de reflexão sobre a prática, de sorte que esta, se torne cada vez mais fonte de novos conhecimentos a ser aplicado a educabilidade da criança.
Entender o aluno é uma tarefa que o professor deve praticar, considerando que ele é o professor. É, ele, quem deve está preparado cientificamente para trabalhar os conteúdos curriculares com o aluno, através de metodologias inovadoras e eficazes.
O professor necessita entender que a criança aprende brincando, que a brincadeira para a criança tem o significado continuo de construção e desconstrução e reconstrução. Ter em vista que por meio da brincadeira, ele irá encontrar variadas formas de trabalhar o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e motor da criança, seja na brincadeira ou no jogo, com regras, ou sem regras, cabe a ele mediar à intenção para que ele objetive para alcançar determinada aprendizagem, naquele dia.
Outro elemento do fator influente escolar, que também é decisivo para o progresso do aluno, são os de origem bio-psicológios assim como a surdez, a cegueira, determinadas síndromes e outras, pois algumas prejudicam no processo de maturação cognitiva das crianças, influenciando no desenvolvimento de sua aprendizagem, porém isso não significa dizer que a criança não aprende.
Essas observações são importantes para se considerar as dificuldades apresentadas pelas crianças em relação à aprendizagem e se busque formular metodologias para que todas possam alcançar o sucesso desejado pela família, a escola e principalmente o professor.
Ensinar para aprendizagem é um processo importante e deve ser observado como tal, considerando que todo ensino possui uma ação intencional, uma forte causa de cunho ideológico, quem ensina surte um efeito em quem aprende, de forma que essa aprendizagem modifica pensamento, reforça estruturas internas positivas e/ou negativas do indivíduo.
Para que o ato de aprender ocorra num processo global do indivíduo é necessário que suas necessidades sejam conhecidas, reconhecidas e levadas em consideração. Ninguém pode aprender pelo outro, a aprendizagem é intransferível, ela ocorre através de operações crescentes e envolve um grande número de elementos que vão se acumulando e sendo empregados em novas situações que aos pouco modificam o ser aprendente.
Outro elemento presente no fator influente escolar são as condições do ambiente. Constam-se que a motivação está intimamente ligada com as condições do ambiente em que o aluno vai aprender. É necessário um ambiente acolhedor, motivador, afetivo, de respeito a diversidade proporcionando segurança e tranquilidade à criança.
Há ainda o ambiente da sala de aula, no qual a criança passa maior parte de seu tempo, esse ambiente existe de várias formas, carregados de símbolos, enfeitados por abecedários, cartazes, conteúdos pedagógicos, figuras diversas, produções das crianças todos como utilizados como recurso ao desenvolvimento do ensino aprendizagem da criança.
Entretanto, os fatores interferentes não são apenas os que dificultam a aprendizagem da criança eles também facilitam a sua aprendizagem, basta o professor identificá-los e utilizá-los em seu favor, os jogos, as brincadeiras, a música e etc., são fatores influentes que agem positivamente sobre a aprendizagem da criança.
O aluno pode ainda apresentar dificuldade de aprender por motivos como, nível de maturidade, ritmo pessoal, interesse, aptidões, problemas de origem nervosa, hiperatividade, cacoetes, insônia, falta de apetite, problemas orgânicos, deficiência mental e física, e até no saber para que, e como irá utilizar o conhecimento dado e as razões para aprendê-los.
Outro elemento do fator influente escolar é a organização da sala de aula, os cantinhos diversificados, as possibilidades das várias opções oferecidas são oportunidades contribuem para a autonomia da criança ? já que sua escolha não depende da intervenção direta do professor ? e permite a ela observar as próprias dificuldades, gostos e interesses.
E finalmente configuram-se como fator interferente, os objetivos propostos na atividade curricular, a forma de mediação do professor quando da execução de uma determinada tarefa a ser executado pela criança e a atividade proposta para essa execução.
A criança de 04 e 05 anos ainda representa o mundo intuitiva e simbolicamente, por isso, é preciso propor atividades que estimulem a criação coletiva, pois nessa fase, ela precisa sair de si identificar a partir da análise direcionada que não está só. Um bom lugar para isso é a hora do recreio, nas brincadeiras, no choro, nas brigas, na alegria na modificabilidade que cada criança apresenta a cada nova situação.
Por volta dos 04 e 05 anos, as crianças começam com os mais variados tipos de questionamento sobre o mundo à sua volta. A escola precisa responder a essas inquietações colaborando para que a curiosidade se torne ainda mais aguçada. E nada melhor do que dispor de recursos existentes na forma de aprender espontânea da criança que são as brincadeiras e o jogo.
Diante da análise empreendida na pesquisa, foi possível constatar que entre outros, os jogos e as brincadeiras são excelentes recursos que o professor dispõe - estão presentes no dia-a-dia da criança - para colaborar de forma significativa no desenvolvimento de suas habilidades e competências quando mediadas a partir de elementos presentes no movimento cotidiano.
O jogo e a brincadeira no desenvolvimento da criança
A escola não pode deixar de observar a relevância das teorias na fundamentação de suas práticas educacionais, pois elas estão ricamente baseadas em estudos e pesquisas científicas que expressam descobertas que ajudam a facilitar o entendimento e o aprimoramento para uma educação de qualidade.
Nas pesquisas de Jean Piaget (1896-1980), a inteligência foi definida como "um processo básico da vida que ajuda um organismo a se adaptar ao seu ambiente". Aos poucos, a criança vai adquirindo, estrutura cognitiva que a levará a adaptar-se com desenvoltura nos vários ambientes existentes.
Ao testar a habilidade mental sobre o desenvolvimento cognitivo da pessoa, descobriu-se que as crianças possuem uma lógica de pensamento diferente da lógica dos adultos. Assim, as crianças desenvolvem suas experiências e aprendizagens passando por um processo de várias etapas.
Elas iniciam suas operações com base em um esquema cognitivo simples, sendo que este primeiro esquema formado na infância são hábitos motores como: agarrar, alcançar e etc.
Um pouco mais tarde, ainda na infância, os esquemas cognitivos vão amadurecendo, tornando-se ações na cabeça, levando-as a aquisição de informações e domínio do pensamento lógico sobre assuntos e problemas do dia-a-dia. Primeiramente a criança passa por um processo de assimilação, o qual está relacionado à interpretação de novas experiências, sua incorporação e seus esquemas existentes.
Após, entra numa fase de dúvidas e confusão de ideias ou como foi chamado por Piaget de desequilíbrio, que seria mais precisamente o contraste entre os processos do pensamento e os fatos, por não se conformar com certas explicações que pareciam ser exatas surge a não acomodação, daí a procura de novas respostas para seus problemas e dúvidas.
A maturidade biológica também influencia, na medida em que o cérebro e o sistema nervoso amadurecem, a criança se torna capaz de aumentar a complexidade das atividades cognitivas que as auxiliam na construção de melhores explicações para suas experimentações.
Crianças curiosas e ativas tendem a desenvolver mais rápido, novos conhecimentos, pois estão sempre formando novos esquemas, passando a estágios de desenvolvimento mais complexo.
Os estágios do desenvolvimento descritos por Piaget são seis. Entretanto, essa pesquisa irá destacar o quarto estágio, considerado como da inteligência intuitiva, dos sentimentos interindividuais espontâneos e das relações sociais de submissão ao adulto de 02 e 07 anos segunda parte da primeira infância Piaget (1964:15).
O jogo é, a construção do conhecimento, principalmente no período sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e o tempo, desenvolvendo a noção de causalidade, chegando à representação e, finalmente, á lógica. (KISHIMOTO, 2003, p. 95-96.)

O estágio da inteligência intuitiva dura de 02 aos 07 anos de vida. Nesse estágio, a partir dos 02 (dois) anos de vida, a linguagem oral vai amadurecendo, a criança consegue nomear objetos e raciocinar intuitivamente, sua inteligência é de ações interiorizadas, ação apenas mental não reflete sobre si e o outro. É o momento do pensamento centrado em si, egocêntrico, rígido que tem como ponto de referência a própria criança.
Fica claro que no estágio da inteligência intuitiva a criança pode perceber a existência de outros, pessoas, objetos e etc., porém por não possuir um pensamento refletido, seu ponto de referencia é ela mesma.
Outras características do pensamento na fase dos dois aos sete anos identificados por Piaget são o animismo, na qual a criança, dá vida ás coisas e animais, ou seja, atribuem-lhe sentimento e intenções que são próprias do ser humano. O antropomorfismo, aqui ela atribui forma humana a objetos e animais, e ao expressar seu pensamento parte sempre do particular para o particular, isso demonstra a dificuldade que as crianças possuem para elaborar leis, princípios e normas de forma geral.
O pensamento da inteligência intuitiva é representado pela percepção imediatista, sem muitas explicações, deixando claro que nesse período a noção de conservação e mudança ocorre no campo de sua percepção visual mais não da assimilativa. O novo, não é logo acomodado e transformado em conhecimento, aos pouco é que será internalizado conforme sua atuação, manipulação sobre o objeto e sua maturação biológica.
No campo da inteligência intuitiva, a criança faz uso da imaginação e de si para explicar as coisas e os acontecimentos. Conforme afirmou Piaget, as crianças não raciocinam como os adultos, elas necessitam de abordagens diferenciadas ao serem trabalhadas no desenvolvimento de sua aprendizagem educacional.
Nessa lógica, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, as crianças quando jogam assimilam regras e podem transformar a realidade.
Ao desvalorizar o movimento natural e espontâneo da criança, o conhecimento estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança.
As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivada durante o jogo, ficam mais ativas mentalmente. (KISHIMOTO, 2003, p. 96.)

É sempre bom que se procure ampliar, as vivências da criança no ambiente físico, individualmente e com outras crianças e o jogo ativa a criança.
É relevante demonstrar que o jogo além de desenvolver as habilidades básicas da criança, pode ainda desenvolver outras características no trabalho educacional, assim como a ansiedade, os limites, possibilita a autonomia, desenvolve percepção de ritmo, aumenta a atenção e a concentração, desenvolve antecipação e estratégia, amplia o raciocínio lógico, desenvolver a criatividade, socializa para a coletividade.
O jogo e brincadeira como metodologias ao ensino-aprendizagem da criança de 04 e 05 anos na educação infantil

A escola é considerada como um local de aprender e ensinar, mais também é lugar de brincar, jogar, dançar, cantar e etc. Autores consagrados afirmam que para se trabalhar a educação inserindo o sujeito no contexto torna-se necessário partir daquilo que ele conhece e assim estimular o interesse e o avanço no desempenho da aprendizagem.
Para a criança de 04 e 05 anos na Educação Infantil, os jogos, as brincadeiras, músicas, danças, atividades culturais são metodologias que constroem e aprimoram o desenvolvimento e a maturação das habilidades e potencialidades infantis. Dessa maneira pode-se perceber o valor que está contido no conteúdo de um jogo em relação ao estágio de desenvolvimento em que a criança se encontra, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina.
Os jogos3 e as brincadeiras4 são metodologias eficientes para o desenvolvimento do raciocínio lógico da criança e aparecem em diversificados formatos e podem ser utilizados em mais de um conteúdo, despertando diferentes habilidades cognitivas, a atenção, a iniciativa, a memória, a percepção visual, a socialização, a prontidão e etc.
A partir do jogo e da brincadeira a criança transforma o real. Ao brincar, ela vive situações e modelos de como dominar a realidade, revelando situações carregadas de emoções e afetos e assim vai organizando lógicas e contradições presentes na sociedade. Mais do que aceitar regras, a criança as reelabora em um processo criativo, combinando-as entre si e construindo a partir delas novas possibilidades de interpretação e representação do real.
Dessa forma, jogar e brincar se constitui em formas importantíssimas para o desenvolvimento das crianças, ajudando-as a compreender melhor o mundo em que vivem. É através das brincadeiras que a criança começa a separar a fantasia da realidade e desenvolve importantes habilidades motoras e intelectuais com mais facilidade, extravasa suas emoções nos mais diversos sentimentos.
Conforme já tem se verificado, a infância não deve ser mais vista como um tempo de preparação, mais como um tempo presente em si, no qual a criança, brinca joga, sorri, sonha, desenha colori... Ou seja, um tempo que incorpora tudo o que a criança é e vive como sujeito de direito. (ALVES, 2007)
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma a desenvolver conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural e assim auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.















Considerações Finais:
No campo da educação são encontradas muitas teorias que demonstram a relevância do jogo no contexto social, como aperfeiçoador gradativo do desenvolvimento da criança, necessário para as atividades de estudo e aprendizagem de forma prazerosa na escola.
Quando se começa a analisar o conhecimento adquirido pela criança a partir de situações espontâneas, ou seja, a partir dos caminhos da própria criança, percebe-se que a brincadeira não é puramente "brincadeira", ela vai muito mais além, ela é a forma que a criança possui de apropriar-se do conhecimento e amadurecimento das suas funções bio-psico-social. Por meio da brincadeira, a criança desenvolve sua coordenação motora fina e ampla, socializa-se, percebe o mundo a sua volta e ainda é feliz.

O brincar é o mundo da criança, é através dele que ela se manifesta. A criança pequena usa da brincadeira para imitar, e assim, experimentar, suas relações com o mundo e com as outras pessoas. Quando maiores os jogos vão requisitar o raciocínio, a inteligência, as relações sociais e de afetividade, o desenvolvimento físico, a acuidade dos sentidos e as questões éticas. (DOHME. Ludoeducadora em São Paulo. 2003)

O Jogo "é uma atividade que por vezes é entendida como brincadeira segundo Kishimoto (2003), isso dificulta a definição de seu significado, o que para uns pode ser apenas uma diversão, para outros é uma atividade vital.
O jogo é uma das brincadeiras, cuja importância vem sendo destacada desde os tempos de Filósofos como, Platão, Aristóteles, Rousseau e outros que destacaram seu importante papel na educação, mas é com Froebel, que o jogo passa a fazer parte do currículo de educação infantil. Aliando-se ao processo ensino-aprendizagem desperta o lado lúdico da criança desenvolvendo habilidades básicas como falar e escrever indo além das percepções naturais que ocorrem no simples ato de brincar.
É importante frisar que, brincando a criança organiza e adquiri novos conhecimentos a partir de situações que lhe são impostas durante a brincadeira, estabelecendo uma ponte entre suas experiências vividas e as novas adquiridas ou tentando internalizar as novas situações apresentadas em regras de repetição, dessa forma, todo jogo tem brincadeira e toda brincadeira tem seu jogo (grifo nosso).
Para que aprender passe a ser um ato prazeroso para a criança da educação infantil, pois, esse ato está impregnado da intencionalidade ideológica do professor, é necessário que o mesmo esteja inteirado das reais necessidades e possibilidades que o conhecimento possibilita e busque formas metodológicas diversas para atender seu público cotidianamente.
Enfim, brincar é mais do que uma atividade sem consequência para a criança, brincando, ela não apenas se diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive, relaciona-se com o mundo. Brincando é que a criança aprende.

























Referências Bibliográficas:

______Referencial Curricular Nacional para a educação infantil. Brasília: MEC, Secretaria de Educação fundamental, 1998. V.1, p.27-28.

ALMEIDA, Ordália Alves. Slides apresentados na Audiência Pública da Câmara dos Deputados ? 28/08/2007. Brasília/DF.

______Educação Lúdica, Técnicas e Jogos Pedagógicos. 8ª Ed. São Paulo Loyola, 1990.

BRASIL. Lei nº 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC., 1996.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Et.al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª. edição, São Paulo: Cortez, 2003.

______ O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 4. Reimp. da 1ª ed. de 1994.

______ Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil. (Artigo publicado em 2007).

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade. Educação Recolocação Num Enfoque Psicopedagógico. 13º Ed. Petrópolis, RJ; Vozes, 2008.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança, imitação, jogo, sonho, imagem e representação do jogo. São Paulo: 1971.

______ Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

______.Seis Estudos de Psicologia/ Jean Piaget, tradução Maria Alice Magalhães D?Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva ? 24, ed - Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

VYGOTSKY, L. S. Linguagem, desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo. Ícone, 1992.