*[1]Marta Eterna de Souza Freitas

*Maviane Ramalho Machado Souza

*Regiane Aparecida Tavares da Silva

Quando tratamos de alunos de EJA sabemos que pode ser uma das experiências mais extraordinárias possíveis, pois estes carregam consigo um pré conceito de que posto o fato de que estão em idade escolar avançada ou diferenciada em relação aos outros alunos regulares tem um nível de conhecimento ou capacidade inferior de aprendizagem em relação aos alunos regulares, mas isto é pura ilusão, ao contrário do que se pensa, estes alunos carregam uma bagagem e conhecimento de mundo muito superior aos dos alunos da rede regular de ensino e ainda mais a sede do conhecimento. No entanto esta sede pode ser abafada muitas vezes por experiências frustrantes ou desilusões pedagógicas ligadas a atividades mal elaboradas ou apenas teorias soltas sem aplicações na prática curricular e extra.

Quando tratamos de língua inglesa na Eja, deve-se ter um enorme cuidado tendo em vista que a grande maioria dos alunos encontrados em sala de aula são fruto de provões ou até mesmo são alunos que não entram em uma sala de aula a mais de 20 anos podendo haver a possibilidade de nunca terem estudado uma língua estrangeira. Isto explica a grande dificuldade que nós educadores encontramos para trabalhar a língua estrangeira com estes alunos, mas devido a práticas e análises destas práticas aplicadas em sala de aula, pudemos perceber que estes alunos apreendem muito mais conhecimento e desenvolvem interesse quando esta prática é palpável, quando ele realmente sente que é capaz. A experiência de atividades na prática pedagógica curricular se faz de grande importância na medida em que através desta o aluno pode perceber o quanto é relevante o seu comprometimento em sala de aula para sua aprendizagem.  A experiência a ser descrita a seguir deu-se na em uma sala de aula de educação de jovens e adultos com a disciplina de língua inglesa. Nesta turma haviam 20 alunos dos quais apenas 5 já estudaram em algum momento da vida a disciplina de língua inglesa e o restante jamais havia entrado em contato tão intrínseco com a língua a não ser naquele momento. A professora propôs aos alunos que os mesmos trabalhassem com um pequeno texto escrito em língua inglesa, propôs o trabalho com leitura e desafiou os alunos dizendo que até o final da aula, ou seja em duas horas, eles estariam lendo aquele texto em língua inglesa sozinhos, a reação dos alunos era prevista, todos eles duvidaram que isto seria possível, como leriam um texto em língua inglesa corretamente, sozinhos sendo que não tinham conhecimento e experiências nenhuma em relação a língua?.

 Bom, a professora iniciou o trabalho com a leitura do texto pausadamente em voz alta, e pediu para que os alunos tentassem acompanhar a leitura com os olhos para que fossem se familiarizando com o som das palavras. Terminada a primeira leitura a professora explicou aos alunos que existe uma forma de transcrever os sons das palavras, ou seja, expor estes de maneira gráfica (escrever os sons), os alunos se admiraram com a informação pois não imaginavam que isto fosse possível. Ela mostrou aos alunos como fazê-lo, e retomando a leitura em voz alta lentamente ia lendo o texto, os alunos observavam, repetiam o som das palavras e transcreviam este som embaixo da palavra escrita em inglês, desta maneira, quando terminaram a transcrição eles tinham as informações necessárias para fazer a leitura de todo o texto, mesmo sem ter muita experiência ou contato com a língua. A professora conseguiu provar a eles que era possível fazer esta tarefa, e eles que nunca haviam lido se quer uma única palavra em língua inglesa sozinhos foram capazes de ler um texto inteiro, e ficaram maravilhados com a sua capacidade e com a experiência, tendo assim motivação para aprender mais sobre a língua.

Além disto pode-se fazer uso das novas tecnologias em aulas de língua estrangeira, para mostrar na prática para este aluno a importância do conhecimento desta língua no mundo social e econômico, tendo em vista que na grande maioria de eletro eletrônicos ou no mundo da web, ele terá uma contato muito íntimo com a língua e o domínio desta certamente facilitará e muito sua vida social e profissional. Portanto a inserção dos meios tecnológicos nas aulas também estimulam este aluno a usar a língua estrangeira para a comunicação entre ele e o mundo.

O professor deve ter a consciência pedagógica de que nada adianta preparar aulas tradicionais em que os alunos só pratiquem a pronuncia de palavras descontextualizadas, ou gramáticas soltas, é preciso criar situações para que eles pratiquem a comunicação e percebam a língua estrangeira como parte de seu cotidiano. O professor deve levar para a sala de aula práticas de ensino voltadas para a realidade do aluno, ou que tenham proximidade com a mesma, para que ele possa perceber a importância que a língua adicional tem em sua vida.

 Da mesma maneira que esta atividade foi aplicada na língua inglesa, também outras atividades desta amplitude podem ser aplicadas em outras disciplinas com o mesmo intuito, ou seja, o de incentivar a aprendizagem nos alunos de EJA.

 

 

 



[1] Marta E. de S. Freitas: professor da educação básica de Língua Espanhola, Maviane R. M. Souza: professora Especialista da educação básica de Língua Inglesa, Regiane A. T. Silva: professora da educação básica de Educação Física.