O BRINCAR E A MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

 

Autoras: Elizangela Neres

               Fabiane da Silva Faria;

Orientadora: Edirles Mattje Backes

 

     RESUMO:

Abordaremos, neste artigo científico, “O Brincar e a Música no Desenvolvimento da Criança com Deficiência Intelectual”, a importância da educação e inclusão da criança com necessidades intelectuais, e como a musicalização tem um papel satisfatório no desenvolvimento cognitivo e motor dessas crianças. A  Musicalização, por meio dos brinquedos constrói  o espaço do brincar, contribuindo, assim, para o enriquecimento das mesmas com novas experiências.

 

 

Palavras chave: Deficiência Intelectual, Inclusão, Musicalização

 

 

 

 

  1. 1.    Iniciando o debate

 

O papel da Educação no desenvolvimento dos indivíduos na sociedade amplia-se cada vez mais neste milênio e consequentemente as necessidades de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos responsáveis e críticos, aumenta significantemente.

À escola inclusiva cabe fazer as adaptações para as necessidades de cada aluno, seja na parte pedagógica ou na parte física, esse trabalho não é fácil, pois tudo depende do sucesso da aprendizagem desses alunos. O presente estudo tem por finalidade identificar e compreender um pouco mais sobre essa deficiência intelectual, em que, dependendo do nível de gravidade, a compreensão é possível, basta ter preparo, habilidades, planejamento, e domínio da teoria para colocar em prática e desenvolver um trabalho mais positivo.

Neste contexto, o tema do presente então estudo é a importância do brincar, da musicalização e da utilização de atividades lúdicas para o trabalho com crianças com necessidades intelectuais.

 

 

  1. 2.    Vamos brincar de quê?

 

Busca-se neste estudo entender a importância do brincar, e como o lúdico interfere no desenvolvimento da criança com deficiência intelectual, este desenvolvimento se dá através de uma interação entre ambientes físicos e sociais, sendo que os membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a proporcionar à criança a participação em diferentes atividades, promovendo diversas ações, levando a criança a um saber construído pela cultura e modificando-se através de suas necessidades biológicas e psicossociais. Por isso, a importância da brincadeira, pois é a criação de uma nova relação entre situações do pensamento e situações reais que possibilita novas associações mentais.

As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança com deficiência intelectual e também uma forma de auto expressão. Talvez poucos pais saibam o quanto é importante o brincar para o desenvolvimento físico e psíquico do seu filho. A ideia difundida popularmente limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas.

A partir dos referenciais teóricos, é possível observar uma série de conceitos importantes, visando o bom desenvolvimento da aprendizagem da criança de0 a5 anos e o papel de pais e educadores nesta função tão importante que é educar uma criança com necessidades especiais. Os pensadores e educadores que trabalham com este tema ressaltam a importância da brincadeira no processo de aprendizagem e socialização.

Neste universo, a criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus colegas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. O brinquedo permite o estabelecimento de relações entre os objetos do mundo cultural e a natureza. A ideia de um ensino despertado pelo interesse do aluno transforma o sentido do que se entende por material pedagógico.

Seu interesse passa a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes. Mas, como trabalhar atividades lúdicas em crianças com necessidades intelectuais? Os brinquedos podem ser uma alternativa eficaz para o desenvolvimento da criança? A musicalização demonstra ser eficiente para o trabalho com crianças que apresentam necessidades intelectuais?

Para tentar responder a estas questões utilizaremos a pesquisa bibliográfica, por considerá-la indispensável neste estudo. E, conforme Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos. Nosso estudo perpassa os pressupostos teóricos elencados durante a pesquisa, para, a partir deste buscarmos respostas que auxiliem numa prática docente ainda mais significativa.

 

  1. 3.    O Deficiente Intelectual

 

O deficiente mental corresponde a um funcionamento abaixo da media, com algumas limitações relativas a duas ou mais áreas nas habilidades que tem que ser adaptadas para os mesmos: comunicação, auto cuidado, sociais, autonomia, saúde, lazer, educação e principalmente com ajuda da família.

              A definição de deficiência mental foi mais difundida e aceita à da Associação Americana de Deficiência Mental de 1992, que representou um grande avanço conceitual.

 

 

                                                                        

A maneira como cada um enfrenta as exigências próprias da vida, põe em prática a independência pessoal de acordo com sua idade, e com as experiências socioculturais no contexto da qual esta inserida. Portando, existem vários fatores que sofrem com essa influência dentre eles: pessoais,  sociais, motivação, educação, treinamento, bem como suas necessidades práticas e suas condições gerais.

 A deficiência intelectual é resultado do grau de comprometimento funcional e não a classificação somente do QI, qual seja retardo leve, moderado, severo ou profundo, quase sempre é uma alteração na estrutura cerebral, provocada          por fatores genéticos, na vida uterina.

A maioria das crianças com deficiência intelectual consegue aprender mais precisam em regra, de tempo e de apoios da família e da comunidade escolar para que venham obter sucesso.

Ballone (2003) afirma que o importante é saber em que área a pessoa com deficiência intelectual necessita mais de apoio, sempre observando-se critérios qualitativos de avaliação, que consideram mais a pessoa sob o ponto de vista das oportunidades e autonomia, do que sua classificação (QI).

“Acredita-se que as limitações maiores na deficiência mental, não estão relacionados com a deficiência em si, mas sim com a credibilidade e as oportunidades que são oferecidas às pessoas portadoras de deficiência mental. É notável quão limitado é o mundo dessas pessoas, quanto elas são segregadas, ou seja, privadas de interação social. (TESSARO, 2005, p. 33 e 34).

 

Em relação à discriminação social das crianças com deficiente intelectual, no meu entender, ocorrer por conta do contexto social por falta de conhecimento, embora diferentes, são pessoas reais, iguais a qualquer um de nó, com suas limitações e dificuldades inerentes.

             São inúmeros os desafios para fazer com que esta criança tenho a, em seu contexto escolar, as mesmas oportunidades que seus colegas. Daí a relevância de que o docente esteja preparado para atender esta realidade escolar, e sinta-se realizado neste trabalho.

 

  1. 4.     As peculiaridades do deficiente intelectual

 

As pessoas com deficiência mental também compõem a totalidade social e, desta forma, vivenciam as contradições que são produzidas historicamente.

Apesar dos avanços, o que verificou foi o processo de institucionalização das pessoas com deficiência. O progresso científico, verificado na sociedade moderna e impulsionado pelo desenvolvimento econômico, político, cultural e social refletiu na maneira de ver e compreender aqueles que pertencem a este segmento.

O deficiente intelectual  é uma criança quando assim é tratado. E assim, é tratado porque a aproximação dos modos de agir culturalmente, estabelecidos para cada idade não se dá de forma espontânea, em nenhum sujeito e quando se fala dos deficientes intelectuais é mais complicado ainda. As limitações são da ordem do biológico e da ordem do cultural.

Segundo Vigotsky (1989), “a capacidade não é uma função íntegra, mas uma série de funções e fatores diferentes que estão unidos num todo” (p. 127). E diz mais, é preciso criar instrumentos culturais (signos) especiais, que consigam tirar o deficiente do desenvolvimento limitado das funções superiores. Para isso, os procedimentos pedagógicos devem ser organizados, para que tal desenvolvimento se dê por vias indiretas, por outros caminhos, porque a condição mais importante e decisiva do desenvolvimento cultural é precisamente a habilidade de empregar os instrumentos psicológicos.

Expansão da Educação Especial avançou nos dois últimos séculos, paradigma da institucionalização passa a ser criticamente examinado e denunciado como sendo uma prática que viola os direitos do homem. É estabelecido então o modelo da integração que se alicerçou na oferta de serviços, com a finalidade de normatizar as pessoas com deficiência. Para ser inclusiva, integrada ao convívio em sociedade, a pessoa com necessidades educacionais precisa modificar-se para que se assemelhe ao máximo possível aos demais cidadãos e seja aceito pelos mesmos.

  No contexto da inclusão, a sociedade é que deve garantir os suportes necessários para que todos usufruam da vida em comunidade, e não a pessoa que deve se ajustar ao meio social. Não se pode negar que as pessoas com necessidade educacionais especiais, necessitam de serviços especializados, sendo essa a única providência para se manter uma relação de respeito, de honestidade e de justiça com essa parcela e seus constituintes.

Começam a ganhar espaço novos entendimentos a respeito da relação entre deficiência, aprendizado e desenvolvimento, tendo em vista que os princípios para o desenvolvimento das pessoas com deficiência são os mesmos aplicados aos demais seres humanos: “o processo principal que caracteriza o desenvolvimento psíquico da criança é um processo específico de apropriação das aquisições do desenvolvimento das gerações humanas precedentes” (LEONTIEV, 1978. p. 323).

O aluno com deficiência intelectual precisa ser analisado como alguém que possui um desenvolvimento condicionado por múltiplos determinantes, presentes em um determinado momento histórico, estabelecidos por fatores sociais, econômicos, culturais e políticos. Na abordagem sócio-pisicológica, a deficiência passa a ser a força impulsionadora para o processo de aprendizagem e desenvolvimento do deficiente intelectual. A educação deste deve, basear-se no fato de que simultaneamente com a deficiência sejam dadas as possibilidades de compensação para vencer o “defeito” e de que apresentem em primeiro plano no desenvolvimento da criança e devem ser incluídos no processo educacional.

“Estruturar todo o processo educativo segundo a linha das tendências naturais à super compensação, significa não atenuar as dificuldades que surgem do defeito, senão que tencionar todas as forças para sua compensação, apresentar só as tarefas em uma ordem que respondam ao caráter gradual do processo de formação de toda a personalidade diante de um novo ponto de vista” (VIGOTSKY, 1997, p. 32-33).

 

 O deficiente intelectual, deve então, ser educado em sociedade e para a sociedade. Mas, como incluir?

 5.    A escola inclusiva e suas possibilidades

 

Está posto o desafio da inclusão, pois não basta colocar esta criança na sala de aula, há diversos fatores que tornam possível esta inclusão, e estes precisam caminhar juntos com toda equipe escolar. A Constituição Federal de 1988,visa garantir a todos, igualdades de condições para o acesso e permanência na escola.

Art.205. Aeducação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da Sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988)

 

Independente, de ser portador de deficiência ou não, houve inciativa para que essa integração inclusiva acontecesse.

No ano de 1979, a UNESCO reuniu países da América Latina, onde foram apresentados projetos com objetivo de definir medidas capazes de combater a exclusão. No ano de 1994, foi realizada a Conferência em Salamanca, Espanha, com a presença de mais de 300 representantes de 92 países e de 25 organizações internacionais, com o foco de assegurar a educação para todos. Na ocasião foi assinada a “Declaração de Salamanca”, que tem um marco importante na história da inclusão educacional.

Consta nessa declaração, princípios da política e da prática da educação para as pessoas com necessidades especiais. É recomendado que as escolas façam suas adaptações conforme as necessidades dos seus alunos, independente das  condições físicas e sociais

O Brasil, tem se empenhado em cumprir esse compromisso político e colocá-lo em prática, o tão esperado sucesso dessa inclusão, acontecerá a partir do momento em que houver respeito por parte da sociedade, enxergando a criança com deficiência intelectual como um ser humano, que possuí suas limitações, mas é um ser humano igual a qualquer um  podendo desenvolver suas capacidades de aprendizagem de forma especial.

A escola precisa ser organizada para garantir que as ações pedagógicas tenham resultados positivos, na aprendizagem de cada aluno. A escola poderá ser considerada inclusiva quando estiver organizada para receber e favorecer a cada criança, independente de cor, sexo, idade, etnia, deficiência ou condição social, atendendo a cada um de acordo com suas necessidades garantindo a qualidade do ensino.

Na escola inclusiva, os cuidados com a criança é o foco principal de todas as ações educacionais, garantindo que a criança com deficiência intelectual possa ter condições para o exercício pleno da cidadania.

 “Todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder as necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégicas de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade (...) dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que lhes assegure uma educação efetiva(...)”

                                                (UNESCO, MENDES, 2002, p. 75).

 

A construção de uma escola inclusiva significa transformações no contexto educacional, essas transformações são de  ideias, de atitudes, e da prática das relações sociais, tanto no setor político, administrativo como também no didático pedagógico.

A participação efetiva com responsabilidade de todo o corpo escolar, é de suma importância para atingir os objetivos traçados, ou seja gestores, familiares, professores e comunidade em geral. É preciso ter integração para haver transformação no meio escolar em que a criança com deficiência intelectual vive.

 

 

  1. 6.    Currículos adaptados: flexibilizar para acontecer

 

a importância do brincar, da musicalização e da utilização de atividades lúdicas para o trabalho com crianças com necessidades intelectuais.

Toda instituição escolar, necessita de um Projeto Político Pedagógico, é um documento que direciona, com os objetivos e metas  a serem cumpridas ou seja:

 Projeto, são propostas de ações concretas a executar por um determinado período.

Político,  a escola é um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos.

Pedagógico, defini e organiza as atividades e projetos educacionais, fundamental para o ensino e aprendizagem.

Portanto, o P.P.P. direciona não somente o corpo escolar mas a comunidade escolar em geral.

 

Art. 17. Em consonância com os princípios da educação inclusiva, as escolas das redes regulares de educação profissional, públicas e privadas, devem atender alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a promoção das condições de acessibilidade, a capacitação de recursos humanos, a flexibilização e adaptação do currículo e o encaminhamento para o trabalho,contando, para tal,com a colaboração do setor responsável pela educação especial do respectivo sistema de ensino (Resolução CNE/CEB Nº2, 2001).

 

A flexibilização e adaptação curricular cabe a todas as instituições regulares de educação profissional, pública e privadas, promover as condições de acessibilidade aos alunos que apresentem necessidades especiais, para que esses alunos se sintam capazes de aprender e produzir conhecimento.

 O papel da escola é apoiar e dar suporte aos seus profissionais, para  aprender novas técnicas de aprendizado assim procurar aplicar junto as  crianças com deficiência intelectual, por exemplo as brincadeiras, a musicalização é uma forma de despertar nas crianças o interesse de se comunicar-se  e desenvolver o lado  cognitivo e  motor da criança.

A escola alcançará seus objetivos, por meio da ação educacional, quanto tiver o envolvimento de todos, garantindo a esses alunos o acesso ao conhecimento surpreendendo a cada dia com suas potencialidades.

As adaptações curriculares, depende da competência e atribuições político administrativas superiores, por envolver e depender natureza burocrática, política e financeira, e as que depende da competência do professor, envolvendo ações planejadas a serem desenvolvidas na sala de aula.

Portanto, já sabemos que toda pessoa com deficiência intelectual, tem assegurado seus direitos à educação e à cidadania, para que o direito na educação, seja respeitado é preciso que o professor tenha todos os recursos necessários onde possa executar técnicas novas, com materiais de primeira qualidade garantindo a criança com necessidades especiais toda condição para que ocorra o desenvolvimento esperado, cuidando e ensinando essas crianças com amor, carinho proporcionando uma condição de vida melhor  onde gradativamente irá expressar seus sentimentos e sensações de agradecimento.

 

  1. 7.    A Música e a Inclusão

 

A música é uma linguagem sonora que expressa sensações, sentimentos e pensamentos, a sua utilização em sala de aula se constitui importante instrumento para o desenvolvimento de crianças com necessidades intelectuais, além de possibilitar decisivamente excelente aprendizagem em todas as áreas do conhecimento. Os estudos a este respeito têm registrado que a música, em determinadas experiências tem merecido lugar de destaque e quando desenvolvida desde os primeiros anos para criança com deficiência intelectual a partir da educação infantil, contribui de forma sistemática e superficialidade em suas relações com o ensino-aprendizagem para formação do processo integral.

 

 

“É certo que música é gesto, movimento, ação. No entanto, é preciso dar às crianças a possibilidade de desenvolver sua expressão, permitindo que criem gestos, que observem e imitem os colegas e que, principalmente, concentrem-se na interpretação da canção, sem a obrigação de fazer gestos comandados durante o tempo todo [...]“(BRITO 2003, p93).

 

 

Desta forma, a música traz para o trabalho educativo, resultados significados, pois crianças com necessidades intelectuais algumas são tímidas que não falam, nem interagem com a turma, quando começam a ouvir a música mudam o comportamento com relação aos amigos e o ambiente da sala. Outro destaque observado é que a música, também proporciona às crianças um relaxamento especial que diminui a agitação e contribui para o exercício da concentração. Para este momento, podem ser utilizadas cantigas de rodas lentas, com base nas composições de Chopin, Villa- Lobos, Beethoven e outros. Trabalhar com inclusão não é simples, é preciso estudar, sem a preocupação de generalizar, pois cada caso é um diferente. É necessário estar constantemente criando alternativas de aprendizagem, refletir sobre elas, refazer e, principalmente, avaliar as estratégias utilizadas para alcançar os objetivos propostos e a música surge como uma alternativa interessante.

 

  1. 8.    Algumas reflexões

 

No atual contexto em que o papel da Educação dos indivíduos e das sociedades, amplia-se ainda mais e aponta para a necessidade de se construir uma escola inclusiva, voltada para a formação de cidadãos responsáveis e participativos, verifica-se que a efetivação dos conceitos ainda está longe de acontecer. Vive-se numa época marcada pela competição, onde os progressos científicos e tecnológicos definem o futuro dos jovens no mundo do trabalho, espaço este ainda muito longe de ser alcançado pelo deficiente intelectual.

Haverá necessidade de maior empenho da equipe multidisciplinar, no ensino regular, para que as adaptações sejam efetivadas, com objetivo de aprendizagem dos conteúdos que requeiram mais tempo, para que estes alunos com necessidades educativas aprendam.

Muito ainda há que se avançar a fim de que sejam assegurados os direitos emanados da Constituição quanto à educação de qualidade a todos os cidadãos, independentemente de serem eles deficientes intelectuais ou não. O presente trabalho contribui para o conhecimento profissional docente e leva a repensar sobre a importância do compromentimento dos setores envolvidos para que a inclusão dos deficientes intelectuais seja efetivada em todos os âmbitos da comunidade.

Um dos principais desafios é o de alcançar o aluno para construir as pontes apoiadas sobre a realidade devida, que estas possam levá-lo o mais longe possível, inclusive compreendendo criticamente a sua própria vivência. E o maior prazer que as crianças podem sentir é o de encontrar a si mesmas no exercício livre de criar e inventar. O educador deverá estar atento a estas necessidades, demonstrando interesse e respeito pela forma especial de cada criança, percebendo-lhe o momento e suas especificidades, a música está aí para auxiliar nesta caminhada.

As atividades lúdicas no desenvolvimento de crianças com necessidades intelectuais,auxiliam no desenvolvimento e novas possibilidades de descobertas, estimulando o cognitivo, social e o afetivo da criança. Nesta perspectiva a música contribui, decisivamente, para que o aluno alcance um excelente rendimento de aprendizagem em todas as áreas do conhecimento.

 

  1. 9.     Referências

 

BRASIL LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei 9.394/96. Brasília: CORDE. 2000.

BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. O processo de integração escolar dos alunos portadores de necessidades educativas especiais no sistema educacional brasileiro. Brasília: SEESP. 1995.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Art. 205. Disponível no site http://www.planalto.gov.br Acesso em 18 de setembro de 2011.

KIRK, S. A.; Gallagher, J. J. Educação do indivíduo excepcional. Tradução Marília Zanella Sanvicente, 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes. 1987/1986.

LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa. Livros Horizonte. 1978.

RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº2/01 – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Disponível no site http://www.mec.gov.br Acesso em 19 de setembro de 2011.

ROTH, Berenice Weissheimer. Experiências Educacionais Inclusivas II: 1.ed. Brasília:Ministério da Educação. 2008

VIGOSTSKY, L.S. (1988). Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fonseca.

VIGOSTSKY, L.S. (1989). “Fundamentos de defectologia”. Obras completas. Habana. Editorial Peeblo e Educaction, t.5.

BRITO, Teca, Alencar, (2003). Música na Educação Infantil: propostas para formação integral da criança. 2ª ed. São Paulo: Peirópolis