NEW TECHNOLOGIES IN THE TREATMENT OF BURNINGS

GUIMARÃES, Daniela Cruz Mendes ¹

ROSÁRIO, Ticiane Luz de Souza ²

SOUZA, Kênnia Batista de ³

Resumo:A presente pesquisa tem como objetivo analisar publicações que dizem respeito às novas tecnologias no tratamento de queimaduras. Para a mesma ser realizada foi necessário uma breve análise da literatura, com vista a uma melhor discussão e descrever através da revisão os agentes tópicos e tipos de cobertura que têm sido utilizados atualmente no tratamento de queimaduras.

Palavras-chave: Queimadura, Curativo, enxerto.

Abstract:The present research has as objective to analyze publications that say respect to the new technologies in the treatment of burnings. Same it to be carried through one brief analysis of literature was necessary, with sight to one better quarrel and to describe through the revision the topical agents and types of covering who have been used currently in the treatment of burnings.

Word-key: Burning, Dressing, enxerto.

Introdução

As queimaduras constituem uma forma de lesão traumática causada por agentes térmicos, elétricos, químicos e radioativos. Em geral, uma lesão por queimadura decorre da transferência de energia de uma fonte de calor para o corpo. O tipo de lesão por queimadura pode ser: chama, fagulha, contato, escaldadura (água, gordura), substância química, eletricidade, inalação ou qualquer fonte térmica (NETTINA, 2007).

¹ Graduanda em Enfermagem pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. E-mail: [email protected]End:Rua Eloi Pereira,685 Ap.1Bairro Cidade Nova Fone: (38) 991504-61

² Graduanda em Enfermagem pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. E-mail: [email protected]End: Rua Aimores, 113, Bairro Cândida Câmara Fone:(38) 3213-3542

³ Graduanda em Enfermagem pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. E-mail: [email protected]End: Rua Bendito Teixeira, 468, Bairro Planalto I Fone: (38)9906-71-26

Estima-se que nos Estados Unidos da América (EUA), por ano, cerca de 1,25 milhões de pessoas são traumatizadas por queimadura e 51 mil internados em decorrência da injúria. Cerca de ¾ das queimaduras envolvem menos de 10% da superfície corpórea (MOZACHI, 2009).

A pele cobre aproximadamente 1,5 a 2,0 metros quadrados no adulto médio. A pele é constituída de duas camadas, a epiderme e a derme. A epiderme tem aproximadamente 0,05mm de espessura na planta do pé. A derme, mais profunda, tem espessura quase 10 vezes maior que a epiderme. A pele dos homens é mais espessa que a das mulheres, sendo que a pele das crianças e das pessoas idosas é mais delgada que a do adulto médio. Esses fatores explicam porque um indivíduo pode sofrer queimaduras de profundidade variável quando exposto a um único agente de ignição e porque uma criança pode sofrer queimadura profunda enquanto um adulto, com a mesma exposição, sofre apenas lesão superficial. A pele tem diversas funções complexas, incluindo proteção contra o meio externo, regulação de líquidos, termorregulação, sensibilidade e adaptação metabólica (ALFARO, 2007).

A lesão provocada pela queimadura pode ser descrita com base na sua profundidade, sendo classificada como de primeiro grau, quando é comprometida apenas a epiderme, apresentando eritema e dor; de segundo grau, quando atinge a epiderme e parte da derme, provocando a formação de flictemas; e de terceiro grau, quando envolve todas as estruturas da pele, apresentando-se esbranquiçada ou negra, pouco dolorosa e seca. Na escolha do tratamento, deve-se considerar não só a profundidade da lesão, mas também a extensão e a sua fase evolutiva (FERREIRA et al, 2003).

As lesões resultantes das queimaduras são isquêmicas como conseqüências da trombose causada pelo trauma. As queimaduras profundas apresentam trombose em todas as camadas da pele atingidas e a diminuição da oxigenação nesses tecidos dificulta o crescimento dos capilares e a cicatrização da ferida, pois todos os tecidos humanos requerem oxigênio para que se mantenham viáveis. Os curativos de pacientes que sofreram lesões térmicas tem sido realizados, frequentemente, por profissionais de enfermagem com base em uma rotina pré estabelecida nos serviços especializados em queimaduras (FERREIRA et al, 2003).

O tratamento de ferida pós queimadura pode ser realizado de várias formas, todas com vantagens e desvantagens; variando de caso a caso, conforme a necessidade, possibilidade e experiência da equipe.

Podem ser utilizados: sulfadiazina de prata associada ou não ao nitrato de cério, hidrocolóides, hidrogel, ácido linoléico (AGE), ácido ricinoléico (AGE), membranas sintéticas ou biológicas, matriz de regeneração dérmica, alginato de cálcio e sódio, entre outros (CANDIDO, 2000).

O presente artigo tem como objetivo, descrever através da revisão de literatura, os agentes tópicos e tipo de cobertura e tratamento que têm sido utilizados atualmente no tratamento de queimaduras.

Metodologia

Este trabalho é um estudo de revisão bibliográfica que pretende analisar publicações sobre as novas tecnologias usadas no tratamento de queimaduras. O levantamento das informações foi realizado no período de 12 a 18 de outubro de 2009, por meio de busca em artigos científicos disponíveis na base de dado SCIELO (Revista Latino-Americana de Enfermagem) e literaturas. Para tanto, se empregou as palavras chave: queimadura; curativo; enxerto.

Referencial Teórico

O tratamento do paciente queimado evoluiu muito nas últimas décadas, o melhor conhecimento da fisiopatologia da queimadura, o desenvolvimento de agentes antimicrobianos tópicos, suporte nutricional, a excisão tangencial e o uso de matrizes de regeneração dérmica e outros substitutos cutâneos mudaram o prognóstico destes pacientes. Atualmente, a cultura de ceratinócitos e o desenvolvimento de células tronco de origem epitelial associadas a matrizes dérmicas parecem construir, em um futuro próximo, a cobertura definitiva para as queimaduras (PEREIMA, 2001).

De acordo com FERREIRA et al, 2003, o termo agente tópico representa uma substância utilizada na superfície da pele, podendo ter ação antimicrobiana ou não. Alguns agentes tópicos ajudam no desbridamento dos tecidos. São aplicados diretamente na área queimada sob a forma de pomadas, cremes ou soluções, ou podem ser incorporadas em curativos com uma única camada de modo que não aderem à ferida, mas permitem a drenagem.

A Sulfadiazina de Prata 1% é um dos agentes tópicos mais utilizados no tratamento de queimaduras, sendo recomendado em queimaduras de segundo e terceiro grau. É facilmente aplicada e removida, não provoca dor e apresenta poucos efeitos colaterais. Como um dos efeitos colaterais da Sulfadiazina de Prata 1%, tem sido relatado episódios de discreta leucopenia depois de poucos dias de uso, e de alergias em menos de 5% dos pacientes sem necessidade de interrupção de uso. (FERREIRA et al, 2003).

Paralelamente ao uso de agentes tópicos deve-se instituir práticas que possa incluir a avaliação precisa das lesões não só no que se refere a descrição das reações e dos efeitos colaterais que esses agentes podem provocar. (FERREIRA, et al, 2003).

FERREIRA et al, 2003 aborda que o mel mostrou-se mais eficaz no tratamento das queimaduras, promovendo a cicatrização em tempo menor do que a Sulfadiazina de Prata 1%. As substâncias contendo açúcar como mel e derivados da cana-de-açúcar, vem sendo usados há vários anos no tratamento de lesões de pele com excelentes resultados clínicos. Outro agente tópico utilizado é a papaína, que é um complexo de enzimas proteolíticas, retirado do látex do mamão (carica papaya), seu mecanismo de ação ocorre através da dissociaçao das moléculas de proteína, resultando em desbridamento químico, por ser uma enzima de fácil deteriorização, deve ser sempre mantida em lugar fresco, seco, ventilado e protegido da luz.

Existe também a associação da papaína com a uréia e clorofila, vejamos as palavras de CANDIDO 2000:

A papaína associada a uréia e clorofila é bastante usada, onde a papaína é associada a uréia com o intuito de aumentar a ação do desbridamento químico. A associação com clorofila favorece a redução do odor da ferida, tem efeito antiinflamatório e facilita a formação de tecido de granulação. È indicado nos casos de úlcera de pressão, ulceração vasculogênica, ulceração por neuropatia diabética e queimaduras de segundo grau. A substituição é indicada em media a cada 12 a 24 horas (CANDIDO, 2000).

CANDIDO 2000, ainda salienta que o carvão ativado, é um agente muito utilizado em feridas infectadas, tem ação de absorver o exsudato da lesão e diminuir o odor fétido.

Para FERREIRA et al, 2003, os substitutivos temporários de pele são materiais eficazes no tratamento de queimaduras superficiais recentes e também na cobertura da pele, enquanto aguarda o enxerto definitivo.

De acordo com SILVA et al, 2009, enxerto é o tecido transplantado ou implantado em uma parte do corpo. Enxerto autólogo é originado do próprio receptor, enxerto heterólogo é o que se origina de animal de outra espécie, como porco ou rã, o enxerto homólogo que origina de outra pessoa e o chamado de aloenxerto é realizado entre um doador e um receptor pertencentes a uma espécie, mas que diferem por um ou vários genes e antígenos de histocompatibilidade.

Segundo NETTINA, 2007 o aloenxerto é usado pele de cadáver humano. E é indicado para debridar feridas irregulares, proteger tecido de granulação após escarotomia, cobrir ferida excisada imediatamente e funciona como um teste para enxerto antes do auto enxerto. A cor da pele não é importante, porque o enxerto é apenas temporário. O doador deve ser adulto, sem infecção e toda pele doada precisa ser examinada e estar livre de doenças infectocontagiosas antes de ser utilizadas para doação.

NETTINA, 2007 ainda ressalta sobre o enxerto heterólogo:

O enxerto heterólogo é usado pele de rã ou pele de porco semelhante a pele humana,coletada após abate. É indicado para cobrir auto-enxertos em malha, para proteger tendões expostos, cobrir queimaduras de espessura parcial que não apresentam escaras e estão limpas ou apenas levemente contaminadas. Deve trocar a cada 2 a 5 dias, a ferida pode receber curativo ou ser deixada aberta. Deve observar se ocorre sinais de infecção. (NETTINA, 2007, pag1107).

O enxerto homólogo de fibroblastos são fibroblastos homólogos, isto é, da mesma espécie, que se reproduzem 'in vitro', sob o estimulo de fator do crescimento, proveniente da albumina sérica de origem bovina e do colágeno dermal de origem suína, ambos aparados em polímeros de silicone. É indicado no tratamento de lesões, em queimaduras de 2°grau profundo, lesões traumáticas e outros. Deverá ser aplicado diretamente sobre o leito da ferida e utilizar curativo secundário. (CANDIDO, 2000)

Candido, 2000 ainda salienta que o enxerto autólogo de fibroblasto é indicado no tratamento de lesões limpas e desbridadas, como por exemplo: lesões traumáticas, queimadura de 2° grau profundo e 3° grau, ulcerações crônicas, vasculogênica, neuropatia diabética, úlcera de pressão, deve ser aplicado diretamente na sobre o leito da ferida e é necessário utilizar curativo secundário.

Na matriz de regeneração dérmica a camada interna causa a biorreabsorção promovendo o crescimento celular e a síntese de colágeno. É indicado em caso de feridas limpas e queimaduras de 2° e 3° grau profundo. A freqüência de troca se retira a placa de silicone no período de três semanas, sendo realizado enxerto dermoepdérmico. (CANDIDO, 2000)

De acordo com Nettina, (2007) mostra também que o DUODERM, curativo hidroativo que interage com a umidade sobre a pele, cria ligação que a torna aderente. Interage com o exsudato da ferida produzindo gel macio e úmido, facilitando a remoção. E o Aquacel (AG), que é usado para promovercobertura de ferida com espessura parcial de profundidade média ou feridas superficiais, seca e permanece na ferida até a cicatrização , em cujo momentoafrouxara e poderá destacar-se da ferida. Não tentar umedecer nem remover antes que a ferida venha a cicatrizar.

Segundo Erazo, 2006 se discutem a necessidade de humanizar o cuidado, a assistência, a relação com o usuário do serviço de saúde. O histórico de enfermagem tem como finalidade de ouvir atentamente o paciente, para poder conseguir todas as informações necessárias a fim de identificar os problemas.

Fazer o exame físico completo cefalo-podálico observando sinais e sintomas, lesão e complicações em desenvolvimento. O exame neurológico também deve ser feito para avaliar o nível de consciência, estado psicológico do paciente, dor ansiedade, comportamento (GEISSLER, 2003)

O uso de cateter venoso calibroso e sonda urinária são inseridos e a avaliação da enfermagem inclui a monitorização do balanço hídrico. O débito urinário e o indicador da perfusão renal deve ser cuidadosamente monitorado e medido a cada hora. (BRUNNER, 2006)

De acordo com Nettina, 2007, deve limpar as feridas e trocar os curativos de acordo com a indicação de cada lesão e lavar as mãos com agente de limpeza antimicrobiano antes e depois de todos os contatos do paciente á fim de evitar infecção.

CONCLUSÃO

O mercado oferece uma diversidade de produtos para tratamento de queimaduras, que tem provocado insegurança nos profissionais da saúde sobre qual seria a opção e a mais indicada.

Vale ressaltar que a literatura apresenta alguns questionamentos sobre o tratamento de queimaduras. Ainda sem respostas e controvérsias que merecem ser esclarecidas. Em adição, alguns estudiosos mencionam a escassez de informações especificas acerca da indicação e efeitos adversos dos produtos convencionalmente utilizados em queimaduras, de maneira que seja possível relacionar estas informações com o tipo e a fase da queimadura.

Portanto, concluímos que, é preciso conhecer a eficiência de cada produto frente à diversidade de situações. Cabe destacar que o sucesso do tratamento depende dentre outros fatores, da criteriosa escolha, bem como da adequada utilização dos produtos selecionados.

"o cuidado com as feridas não pode ser um procedimento automático mas um exercício científico, em que o enfermeiro deve atuar de forma consciente visando aplicar medidas que possam facilitar o processo de cicatrização``(LUCAS,2003)

REFERÊNCIAS:

  1. ALFARO, Diego etal. Atendimento pré hospitalar ao traumatizado avançado. Tradução da 6°ed. Editora ELSEVIER. Rio de janeiro, 2007. pg334.
  2. BRUNNER, Lílian Sholtis e SUDDARTH, Doris Smith. Tratado de enfermagem medico cirúrgica. 10. ed. 4 vol.Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
  3. CANDIDO, Luiz Cláudio. Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e tratamento de feridas. São Paulo, 2000. Disponível em: http://www.feridologo.com.br/Acesso em: 14/10/2009
  4. ERAZO. Manual de urgências em pronto-socorro. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
  5. FERREIRA, Enéas et al. Curativo do paciente queimado: uma revisão de literatura. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v.37,n.1, Mar.2003. Disponível em: www.scielo.com.br.Acesso em: 14/10/2009.
  6. GEISSLER, Aline, et al. Planos de cuidado de enfermagem. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
  7. MOZACHI, Nelson. O Hospital: Manual do ambiente Hospitalar. 3 ed. Curitiba: Manual Real, 2009.
  8. NETTINA, Sandra M. Pratica de enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
  9. PEREIMA MJL. Importância do primeiro atendimento em queimaduras. Santa Catarina, 2001. Disponível em: http://liat.ufsc.br/ Acesso em: 14/10/2009.
  10. SILVA, et al. Compacto Dicionário Ilustrado de saúde e Principais Legislações de Enfermagem. 4° ed. São Caetano do Sul - SP: YENDIS, 2009.