Se o homem foi criado a imagem e semelhança dos deuses, então tudo que era vergonhosa e censurável vinha dos deuses e não do ser humano. Xenófanes criticava este pensamento mítico “Se os deuses são perfeitos porque os homens não são?”

Neste contexto começa a se manifestar a posição entre mythos e logos. Platão acreditava que o logos deveria se tratar de um discurso racional inquirido e verdadeiro, e não de “historinhas” narradas como era feito. O logos na religião propunha um ordenamento do cosmos e a hierarquização da cidade, inspirando perfeição e autoridade, enquanto a mitologia não se reduzia à descrição da vida dos deuses, integrando ao seu inventário de histórias os feitos extraordinários de seus heróis e fundadores de cidades porém; a sua dinâmica era mais sensível às mudanças sociais.

A clássica oposição entre mytos e logos é a oposição entre discursos verdadeiros e falsos, mas até mesmo Platão usa em seus discursos; ficções e suas obras estão cheias de historias míticas .

O logos pode ser traduzido como razão, o mesmo também possui forma narrativa; quando a forma de mito entra em desgaste o logos sucessor no dever de descrever o mundo e dar sentido as relações humanas. A religião preocupava-se em manter a tradições; o logos mesmo sendo oposto as narrativas míticas encontrava limitações por não obter extrema clareza.

Os discursos do logos não eram considerados absolutamente verdadeiros, se opunha ao discurso religioso, mas sim às histórias "falsas" que os mitos relatavam.

A religião não pode ser facilmente caracterizada como um discurso mítico ou uma história "falsa", muito menos como um logos ou discurso "verdadeiro" O logos e a filosofia assumem a missão da busca pela verdade, enquanto mito já não mais satisfaz os anseios humanos, em sua relação com o mundo.