INTRODUÇÃO

A enfermagem perioperatória é um modelo de assistência ao paciente durante o procedimento cirúrgico, no qual o foco principal é a prestação de uma assistência sistematizada. Uma ligação entre as fases da aplicação de cuidados ao paciente e os momentos que seguem o préoperatório, intraoperatório e pós-operatório (1).
Apesar da forma organizada da prestação de cuidados dispensados pela enfermagem, a qual utiliza uma linguagem escrita, na grande maioria das vezes, não há registro oficial documentado de forma a nortear as etapas do cuidado, fornecendo a continuidade do atendimento.
Com a evolução digital, esta realidade vem se transformando, enfermeiros perioperatórios migram seus registros para este contexto, através de uma linguagem padrão e de um modelo sistemático para descrever e definir suas contribuições ímpares para a satisfação do paciente (2).
Atualmente destacam-se duas linguagens que traduzem a metodologia para descreverem a assistências de enfermagem, ou seja, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a Sistematização de Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP).

O Histórico do SAE e SAEP Brasileiro

A realidade brasileira é que, nas décadas de 60 e 70 (3) e em 2009 (4), o modelo do SAE é o mais difundido, o qual tem como princípio o atendimento das necessidades humanas básicas e o processo de enfermagem estruturados na teoria de Wanda de Aguiar Horta (4,5,6), em que o ser humano é parte integrante do universo, e deste estado surge equilíbrio e desequilíbrio no tempo/espaço.
Desde 1978 é responsabilidade do enfermeiro conhecer as necessidades do paciente e dos familiares antes de adentrar um ambiente desconhecido, no caso o centro cirúrgico (7). Sendo assim, em 27 de Agosto de 2002, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), normatizou o SAE, através da Resolução COFEN ? 272/2002, em todas as instituições de saúde, focando as necessidades de melhoria da qualidade da assistência de enfermagem; e também organizando as cinco etapas do processo de enfermagem e suas execuções conforme o SAE (4) .
Paralelamente, implantou-se a orientação para a enfermagem perioperatória SAEP, a partir dos pressupostos implementados nos anos 1980 por, Jouclas e Castellanos, o que propicia ao enfermeiro e a sua equipe prestar, avaliar e proporcionar segurança ao paciente cirúrgico; mas também se verificar a importância desta prática para a realização profissional (5).
A Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Centro Cirúrgico, Sala de Recuperação e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), a partir de 1987, foi fundada com o objetivo de adquirir conhecimentos dos princípios cirúrgicos, utilizando os preceitos da AORN (Association of Operating Room of Nurses), a fim de melhorar o cuidado de enfermagem perioperatória, desenvolvendo práticas recomendadas de enfermagem e a visão de responsabilidade do enfermeiro perioperatório (8).
De encontro a esta normatização vem o SAEP, meio utilizado para documentar a assistência perioperatória, visando à satisfação do paciente frente a um serviço realizado com qualidade e sob uma filosofia que torne os profissionais que ali trabalham evoluídos e motivados, através do desenvolvimento de segurança, satisfação, destreza e confiabilidade (4,5).
Guiando-se em marcos do SAE, o SAEP preconiza (3-5):
? Centrar no paciente e nas intervenções para atender suas necessidades básicas;
? Implantar a assistência de enfermagem integral, individualizada e documentada nas 3 fases;
? Subsidiar entendimento ao paciente e à família sobre o procedimento cirúrgico, minimizando estressores envolvidos que contribuam para o processo de recuperação;
? O paciente deve ser respeitado e tratado com dignidade, tendo seus direitos protegidos;
? Minimizar ao máximo riscos pertinentes ao ambiente cirúrgico;
? Prever, prover e monitorar recursos humanos em qualidade e quantidade necessárias.
O SAEP, através de etapas, (4,5,8) define uma sequência de eventos, para a satisfação do paciente, em que essas irão definir o relacionamento entre cuidador e cuidado, no âmbito da enfermagem perioperatória.
? Visita pré-operatória;
? Planejamento e implementação da assistência perioperatória;
? Avaliação da assistência ? visita pós-operatória;
? Avaliar resultados obtidos e, se necessário, reformular a assistência a ser planejada, resolvendo situações indesejadas e eventos adversos.
A SOBECC recomenda que, para coordenar o desenvolvimento do ato anestésico-cirúrgico em todas as suas etapas, o enfermeiro perioperatório é o profissional habilitado para tal função. Como objetivo de possibilitar o andamento dele, em um ambiente sem risco para o paciente e equipe de saúde sendo confortável e asséptico (6); estar atento ao planejamento da assistência de enfermagem e à determinação das ações desta para subsidiar as necessidades básicas do paciente (7) perioperatório. É imprescindível que o enfermeiro perioperatório, inserido no sistema da organização como um todo, tenha conhecimento do sistema técnico (equipamentos, instalações, tecnologia e otimização do tempo) e do sistema social (pessoal e sua organização formal e informal) (7-10).

Histórico do SAEP Norte Americano

Nos anos de 1960, a ANA (American Nurses Association) elaborou padrões de práticas recomendáveis, solidificando as práticas de enfermagem, publicado em 1973 (1).
A AORN uniu-se a ANA para elaborar seus próprios padrões e suas diretrizes, fazendo uso do esboço da ANA. Desta união surgiram os Standards of Clinical Nursing Pratice, da AORN, que compreende os cuidados e o desempenho do profissional baseando-se no processo de enfermagem, no qual o foco é o paciente e as prescrições que satisfaçam suas necessidades básicas (1).
As melhores práticas têm o compartilhamento de todas as instituições em práticas fundamentadas e novos modelos de aplicar a assistência no cuidado em saúde (1).
No início dos anos 90, o conselho de administração da AORN reconheceu a necessidade desta linguagem em forma de base de dados, nacional e informatizada, relacionados à enfermagem perioperatória (3).
A orientação para desenvolvimento da PNDS (Perioperative Nursing Data Set) tem base na linguagem padrão em que o primordial foi assistir a enfermeiros perioperatórios documentando os cuidados (11-12), dando a possibilidade de fornecer uma função analítica avaliativa da qualidade, eficiência e eficácia destes cuidados, a partir de 1999 (11-13).

PNDS (Conjunto de Dados de Enfermagem Perioperatória)

Através de uma linguagem padronizada, um novo modelo de registro perioperatório tem sido proposto pela AORN, chamado de Modelo Focado no Paciente Perioperatório, no qual se estrutura no conceito existente da Carolina do Norte, conhecido como PNDS (1).
O PNDS foi desenvolvido como uma linguagem padronizada, com base para enfermeiros perioperatórios que a utilizem para descrever as necessidades dos pacientes e as ações para obterem os resultados esperados no perioperatório. Deste modo, o uso de uma terminologia consensual permite a utilização de ações para os cuidados do paciente (3,8).

Figura 1: Modelo de Fluxograma Focalizado no Paciente Perioperatório,
para obtenção de um conjunto de dados (PNDS) da AORN (1,3,11,12).

O PNDS e os elementos essenciais que o estruturam são focados no paciente durante o período perioperatório. O modelo focalizado no paciente perioperatório consiste em três domínios (áreas) de interesse da enfermagem, proposto pela AORN, que utiliza os diagnósticos, as intervenções e os resultados de enfermagem esperados para o profissional, paciente e para a família (1-3,8,11,12).
Domínios estes de interação continuam com o sistema de saúde que circundam o foco prático da enfermagem perioperatória, os quais refletem o interesse dos enfermeiros perioperatórios. O quarto domínio refere-se ao sistema de saúde no qual a assistência perioperatória é realizada (1,7,8,14).
O PNDS estabelece "resultados" a serem atingidos para o paciente, e o enfermeiro levanta diagnósticos, estabelece e programa intervenções de enfermagem para atingir resultados esperados e avalia, ao final da cirurgia, se os resultados foram alcançados.
O modelo como um todo ilustra a natureza da experiência de um paciente perioperatório e a presença da enfermagem durante todo o processo de assistência (8). Consiste em domínios de diagnóstico de enfermagem, com contínua intervenção, como: respostas comportamentais, segurança e respostas fisiológicas, as quais refletem os fenômenos de preocupação de enfermeiros perioperatórios com os paciente cirúrgicos e familiares assim como os resultados esperados (1,3,7). O quarto domínio deste é o sistema de saúde, elemento no qual a informação estrutural está concentrada em resultados clínicos (3,8).
Para elaborar os diagnósticos, a intervenção e os resultados de enfermagem, cada sub-comissão fez uma integração analítica de publicações de enfermagem, junto a documentos da AORN.
Dos esforços originou-se a PNDS, que descreve a prática enfermagem perioperatória (3,11,12).
Constituída por:
? 74 diagnósticos de enfermagem (NANDA);
? 133 intervenções de enfermagem (NIC);
? 28 resultados de enfermagem (NOC).
Os diagnósticos são categorizados em críticos, primário e secundário, de acordo com suas frequências e prioridades de atendimento no perioperatório. Os diagnósticos críticos são os de alta frequência e alta prioridade (risco para lesão perioperatória de posicionamento e risco para infecção) e os primários são de baixa frequência e alta prioridade, totalizando 24 (por exemplo: dor , hipotermia, integridade da pele prejudicada). Os diagnósticos secundários são de baixa frequência e prioridade moderada. Entre eles estão as respostas emocionais, pouco observadas no intraoperatório; assim o PNDS talvez seja a documentação de assistência de enfermagem perioperatória potencialmente adequada à realidade deste âmbito (5).
Conveniente para o uso cirúrgico, a PNDS é útil para (2):
? Consistência da documentação e a comunicação clínica para prática de várias definições;
? Aferimento das atividades e dos resultados do paciente;
? Orientação para programas e competência de avaliação;
? Eficácia na investigação;
? Custeio baseado em atividades.
A aplicação do Modelo Baseado no Enfoque de Risco na assistência de enfermagem perioperatória está pautada na identificação dos fatores de risco, que possibilitam uma prática assistencial individualizada, considerando a complexidade do ambiente, ato anestésico-cirúrgico e do paciente (15), relacionados a (ao) (8):
? Ambiente: analisar fatores que interfiram na assistência decorrente de alterações ambientais, na sala cirúrgica;
? Materiais e equipamentos: foco na quantidade, qualidade e condições de uso para que não causem intercorrências;
? Recursos humanos: requerer quantidade e qualidade de colaboradores de nível médio e serviços de apoio;
? Paciente: olhar individual, conhecendo-se os riscos e as patologias associadas e o preparo pré-operatório a que foi submetido.
Além disto é relevante salientar a utilidade dos diagnósticos de risco, onde representam a suscetibilidade do paciente para o desenvolvimento de problemas. A assistência de enfermagem é focar sobre este prisma evitando os eventos adversos (16,17).
Em contraste com a prática tradicional da enfermagem, os diagnósticos de enfermagem perioperatórios são evidenciados. Porém, os pacientes cirúrgicos são expostos a procedimentos invasivos que acarretam riscos inerentes. Deste modo, os enfermeiros perioperatórios identificam antecipadamente os riscos em potencial, realizando o processo de diagnóstico e intervenção, com ações de enfermagem para as medidas de prevenção (3), o que proporciona segurança (18).
No Brasil, inúmeros grupos de estudos discutem a aplicação prática deste modelo. As pesquisas estão apenas na fase inicial. Inúmeras instituições hospitalares ainda não têm conhecimento do que é e de como realizar a adoção do SAEP, em um modelo assistencial de enfermagem perioperatória focado nos riscos, de forma otimizada, digitalizada e on-line (8).
Na Capital Gaúcha, um hospital universitário iniciou a admissão de pacientes ambulatoriais e a prescrição informatizada para a sala de recuperação pós-anestésica. Na década de 90, com o uso sistemático do SAE, utilizando os diagnósticos da NANDA, disponibilizou-se para as demais áreas (20). Porém, apenas em 2007, é que esta instituição começou a utilizar os diagnósticos e as intervenções de enfermagem perioperatória, sendo inacessível para outras instituições, como consulta on-line e/ou compartilização do sistema (19,20).
O Instituto do Coração (INCOR), em São Paulo, foi pioneiro no desenvolvimento do modelo PNDS para o perioperatório, com a autoria de (3), sendo o registro mais importante quanto à metodologia e à orientação para a prática desta modalidade (1,3).
A PNDS é um vocabulário padrão de enfermagem perioperatória vindo de encontro com a identificação de riscos, aos quais os pacientes estão suscetíveis. Ele propicia uniformidade na documentação de enfermagem cirúrgica além de links para contribuições da enfermagem e os resultados com pacientes e familiares.
Pelo exposto, tendo como eixo norteador para a enfermagem no perioperatório, a segurança do paciente, devido à exposição constante deste, a diversos fatores tais como risco para as infecções, lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico, transporte, tecnodependência na vinculação da realização de procedimentos à disponibilidade de um suporte tecnológico, na adaptação com equipamentos e a exposição a produtos químicos, o presente estudo tem como objetivos:

OBJETIVOS

Objetivo geral
? Criar um modelo de registro de enfermagem perioperatória, apoiado no PNDS, nas áreas de domínios de segurança, respostas fisiológicas e respostas comportamentais do paciente e da família, para a obtenção de resultados desejados, juntamente com as atribuições exclusiva do enfermeiro apoiando todo o processo.

Objetivos específicos
? Elaborar o registro de enfermagem perioperatória na estrutura dos domínios do PNDS, configurando aos dados relativos a partir dos procedimentos cirúrgicos, e no processo do raciocínio diagnóstico de enfermagem;
? Descrever os diagnósticos, as intervenções e os resultados específicos da enfermagem perioperatória, para a promoção da segurança do paciente e de seus familiares e dos controles no cuidado da saúde.

METODOLOGIA

Desenho do estudo
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica integrativa descritiva sobre a construção de um registro de linguagem padronizada para coleta de dados perioperatória, utilizando-se o modelo focado no paciente perioperatório (1-3,11,12).



Coleta de dados
Como referências, utilizou-se o banco de dados da Bireme, no período compreendido de 2000 a 2009, através do meio eletrônico da Scielo (Ciências da saúde), Medline, Lilacs e Chocrane e bibliografias específicas que explanaram sobre o assunto em questão.
Os critérios de inclusão foram: 23 livros, http://www.aorn.org/acesso (até 30/11/2009), 4 artigos que explanaram sobre o assunto e consulta a Resolução COFEN 272/2002 e 358/2009. Como critério de exclusão de títulos não dirigidos ao referido trabalho.
Os descritores utilizados foram: enfermagem cirúrgica, enfermagem perioperatória, SAEP, PNDS e conjunto de dados de enfermagem perioperatória.

Instrumento de coleta de dados perioperatório (PNDS)
O instrumento de registro proposto foi estruturado na ordem de prioridade dos 3 domínios do PNDS, segurança, fisiologia e comportamento. Composto de identificação com paciente e familiares, procedimentos de enfermagem e anestésico-cirúrgico, diagnóstico, intervenções, resultados (NANDA, NIC, NOC)21-24 e evolução de enfermagem.

RESULTADOS

Operacionalização
O documento perioperatório, focado no paciente de risco, se estrutura de forma que o enfermeiro possa, de forma otimizada, realizar um check-list através de dados pré-definidos.
Dos vinte e três itens que constituem o instrumento, nove são compostos de atividade demonstrativa, através das figuras dispostas com as regiões superficiais do corpo humano, que se encontram no centro da página inicial. Intervenções de enfermagem e resultados classificam-se no modo infinitivo, assinadas pelo enfermeiro, como:
? Recepção do paciente no centro cirúrgico;
? Admissão na sala de cirurgia;
? Acompanhamento durante a fase intraoperatória;
? Avaliação e evolução do paciente, em sala cirúrgica;
? Encaminhamento do paciente, com recomendações de intervenção, para a Unidade de Recuperação Pós-anestésica (URPA) ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Do modelo de registro perioperatório e atividades relacionadas ao enfermeiro:

Nesta primeira parte, dos resultados; os itens que identificam o modelo de registro como um todo está com seus sub-títulos disponíveis nas cores dos domínios, preconizadas pela AORN.

A. Identificação do profissional com a família e informações pertinentes:
Esclarecer ao paciente e aos familiares dúvidas a respeito da cirurgia e pós-alta, evitando situação de ansiedade e passando confiança e serenidade nas ações prestadas durante o ato anestésico-cirúrgico (25,26).

B. Identificação do paciente
Verificar a identificação do paciente verbalmente (se possível), pela pulseira e/ou pela revisão do prontuário (1).

C. Posicionamento cirúrgico
Manter o alinhamento corporal, a fim de facilitar as funções fisiológicas e o conforto do paciente; expor apenas o sítio cirúrgico e a proteção contra efeitos adversos. (1,17,26).

D. Acessos e monitorização
Estar apto com padrões de monitorização cirúrgica, compreender o seu significado para segurança do paciente (1). Auxiliar o anestesiologista no acesso venoso, onde este deve ser de calibre apropriado.

E. Acessórios para ponto de pressão
Com o objetivo de se ajustar a diferentes estruturas anatômicas a fim de facilitar as funções fisiológicas (1,26) e o acesso operatório, esses acessórios exercem três funções básicas: absorver as forças compressivas, redistribuir a pressão e prevenir o estiramento excessivo (1).

F. Incisão cirúrgica
Ferida aguda, continua resultante da intervenção cirúrgica (25). Observar o local da incisão cirúrgica para que, na URPA (unidade de recuperação pós-anestésica), tenha-se subsídios para avaliar possíveis sinais flogísticos.

G. Garrote pneumático
Para isquemia e controle do fluxo sanguíneo, durante procedimento cirúrgico de membros superiores e/ou inferiores em adultos, o garrote assegura, previamente do membro que será garroteado, na ordem: algodão laminado (amortecer o impacto sobre a epiderme), plástico (evitar que o garrote suje com soluções e/ou sangue), cinta do garrote pneumático e atadura crepom (sobre a cinta para proteção do mesmo).

H. Eletrocautério
Colocar a placa dispersiva, após o posicionamento, cuidando para não deslocar; em área muscular (gastrocnêmio, face lateral externa das coxas, glúteos, região costo ilíaca, região inguino abdominal) próxima ao sítio cirúrgico, em superfície seca não pilosa ou escarificada, afastada de próteses metálicas e saliência óssea (17,25).

I. Nível neurológico
Avaliar cognição, nível de discernimento e condições neurológicas do paciente cirúrgico. Se há necessidade de usar dispositivos para a assistência frente a possível incapacidade neuronal (2).

J. Oxigenação
Assegurar que haja, concentração adequada de oxigênio nos gases inspirado e no sangue durante todo o procedimento anestésico-cirúrgico, para mensuração da oximetria e capnografia (1).

K. Controle térmico
Promover a manutenção de temperatura corporal, continua e adequada durante todo o ato cirúrgico-anestésico; através de equipamentos (1,26).

L. Antissepsia e barreiras protetoras
Prevenir, removendo sujidade, da superfície epidérmica para que não se instale no sítio cirúrgico, o que reduz a quantidade de microorganismos o tanto quanto possível com a mínima irritação no local (1).

M. Condições da área a ser intervinda
Observar as condições gerais da epiderme. As contraindicações, as reações adversas provocadas pela preparação ou lesão ao paciente devem ser registradas e notificadas. Tricotomizar, mais próximo do ato cirúrgico, proporcionando privacidade ao paciente e utilizando tricotomizador (1).

N. Drenos, tubos e sondas
Familiarizar-se com drenos, tubos e sondas utilizados e suas complexidades de uso em relação aos procedimentos cirúrgicos, priorizando a garantia para o uso. Estar atento para a necessidade do uso desses e o que eles representam para o paciente. E, quando este for usado, deve registrar claramente a localização e o tipo de dreno utilizado (1,27).

O. Curativo
Aplicá-lo após aproximação dos bordos da epiderme, de forma que acolchoe e proteja a incisão contra traumas e patógenos e que sua escolha seja da forma mais correta possível. Ele deve absorver exsudato irritante, ser hemostático e minimizar edema, como também assegurar que tenha conforto físico e boa aparência estética. Mantê-lo úmido para hidratação celular (1,25,26).

P. Anátomo patológico e encaminhamento de amostras
Identificar, protocolar e ter cuidado adequado com amostras coletadas nas salas de cirurgia, de todo e qualquer tipo de tecido humano e/ou secreções. Utilizar EPI?s (luvas, óculos e/ou avental) para o transporte de amostras (1,26).

Q. Controle de perda sanguínea e balanço hídrico
Mensurar perda sanguínea, de hora/hora ou, quando necessário, fiel e fidedigno, vital para pacientes que se submetem a extensas cirurgias (28). Através de gravimetria, converte-se (g) para (ml) na proporção de 1:1 (1,28). Pesar gazes e compressas, subtraindo-se do valor total o peso da peça de tecido. Esvaziar o frasco de aspiração, subtraindo dos tecidos e do volume total do frasco, do volume de soro na mesa de instrumental cirúrgico. Controlar a diurese, mensurando-a (28).

R. Regiões superficiais do corpo humano
Através de nove itens, por desenhos pré-definidos, os quais otimizam a assistência de enfermagem perioperatória, informam-se intervenções de enfermagem para diagnósticos críticos e primários, nas regiões superficiais da epiderme.

S. Acolhimento
Observar atentamente o paciente, interagindo e interessando-se pelo o que ele traz de suas vivências e experiências.

T. Segurança emocional
Tranquilizar o paciente e transmitir confiança durante o cuidado. Dirigir-se calmamente em voz tranquila, com gentileza, movimentos precisos na execução de atividades, explicando e oferecendo assistência espiritual quando requerido. Ajudar o paciente a enfrentar a cirurgia com equanimidade (1).

Considerações Finais
A enfermagem perioperatória, atualmente, difundi-se trazendo meios otimizados para realizar a evolução de enfermagem no âmbito cirúrgico (1-3). O PNDS (1-3,7,8,11,12,14) é um destes meios, pois é proposto, através de resultados de pesquisas de enfermagem científica (1-3,11-13) confiáveis, dando ao enfermeiro perioperatório a possibilidade de seus registros para a promoção da continuidade da assistência.
No Brasil há necessidade de incentivar-se o benchmarketing por meio de uma rede de avaliadores frente às melhores referências e práticas recomendadas, para a criação de uma linguagem padronizada na enfermagem perioperatória, além da criação de software específico (30). Referência eletrônica, para atividades desta especialidade, através da colaboração entre enfermeiros e da organização (7,14) competente para a criação de uma rede on-line (30).
Com uma assistência de enfermagem perioperatória informatizada e estruturada, apresentando os resultados clínicos para paciente e familiares e a satisfação profissional, torna-se imprescindível à referência do quarto elemento que estrutura o PNDS. O sistema de saúde, em seu todo, que se beneficiará no que diz respeito a custo/benefício, com a minimização de verbas para assistência de saúde em pacientes que apresentem efeitos adversos a procedimentos anestésico-cirúrgicos e que necessitem de reinternação, aumentando assim os gastos públicos.
Com base nestas considerações, o registro proposto, de dados com enfoque no paciente de risco perioperatório, foi elaborado na perspectiva de viabilizar a implementação de uma linguagem padronizada e a continuidade da evolução de enfermagem, sabendo-se da permanência indeterminada do paciente na instituição. Entretanto, este modelo de registro adequa-se a qualquer instituição que suporte um centro cirúrgico, pois ele é simples, otimizado e mantém uma linguagem padrão para a enfermagem perioperatória, viabilizando todas as reais necessidades do enfermeiro perioperatório, do paciente e dos familiares.

ABSTRACT: Despite the organized form of care using written language, in most cases, there is no official record documented in order to guide the steps of care in perioperatório.Com the digital evolution, this situation is changing, and nurses migrate their records in this context, through a standard language and systematic model (1.2). OBJECTIVE: Create a model of perioperative nursing record, supported by the PNDS in the areas of security domains, physiological and behavioral responses of the patient and family to achieve desired outcomes for these, together with the exclusive powers of the nurse to support whole process. METHODOLOGY: Descriptive integrative literature review on the construction of log standardized language for data collection of perioperative nursing. As references we used 23 books, 4 papers, during the period 2000 to 2009. RESULTS: The data set of perioperative nursing (PNDS), (3) is a standardized basis for these nurses. The elements that form the structure are focused on client risk. Based on 3 areas of interest in nursing: safety, physiological and behavioral responses related to client and family. Works risk diagnoses, interventions and outcomes of nursing, and illustrates the experiences of clients and families in the perioperative period. The fourth area relates to the health system in which the perioperative care is accomplished. The model proposed registry is structured as standards, the PNDS, the order of fields giving the perioperative nurse carrying out the check-list, optimized for data pre-defined. Thus providing continuity of nursing care and legal records. FINAL: Encourage Benchmarking through "network of best practices for standardized language for perioperative nursing. Proof that an online system for activity pattern is needed for the 4 ° field, health care, benefits regarding cost-effectiveness, reducing costs for the detection of these risk-focused customers.
KEY-WORDS: Perioperative nursing, data set of perioperative nursing, perioperative records.

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