LEITURA:UM ATO DE PRAZER











Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo.
Fernando Pessoa












SUMÁRIO
RESUMO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
1-Metodologia de estudo
1.1-Abordagem da pesquisa
1.2- Local e Sujeitos da pesquisa
1.3- Instrumentos de coleta de dados
CAPÍTULO II
2-Leitura : a prática e a concepção dos alunos
2.1-A leitura e os conhecimentos prévios os alunos
2.2- A importância de se constituir como leitor
CAPÍTULO III
3- A concepção dos alunos sobre a importância da leitura
3.1- A prática da leitura no cotidiano do aluno
CAPÍTULO IV
4-Estágio Supervisionado: algumas reflexões
5- Considerações Finais









RESSUMO
A Leitura se constitui como uma fonte inesgotável de conhecimento.Sua importância é de extrema consagração no mundo escolar e ela proporciona variados benefícios a todos que se dedicam a esta prática da leitura ativa.A capacidade de ler é de importância tão singular na vida de alguém,que sua experiência na aprendizagem da leitura sela seu destino em relação à vida escolar.De acordo com as minhas vivências surgiu o interesse em investigar a concepção dos alunos em relação a prática da leitura na escola.Para desvendar essa problemática propus realizar esse trabalho monográfico tendo como objetivo identificar a compreensão e percepção dos alunos a respeito da leitura trabalhada em sala de aula.Uma pesquisa que possui um perfil qualitativo que usou como método para recolher dados a entrevista com alunos do 5 ano da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vitória Bezerra,localizada no município de Cajazeiras- Paraíba.Para fundamentar essa investigação tomei como referência os textos de Martins(1994), Freire(1994), Zilberman(1998), Kleiman (1999) entre outros.Ao término da pesquisa ficou constatado que a maioria dos alunos gostam de ler e fazem isso na escola.Na escola suas fontes de leituras são variadas,além do livro didático eles costumam ler revistas,jornais e fora da escola continuam a praticar o exercício da leitura com variados portadores de textos.A concepção que os alunos possuem da leitura é boa,demonstra que eles sabem e reconhecem os benefícios dessa atividade.A realização deste trabalho de monografia veio me oferecer subsídios para uma formação mais efetiva e consciente da importância do professor em incentivar os alunos a exercer atividades freqüentes de leitura.


PALAVRAS-CHAVES: Leitura- Concepção- Ensino- Aprendizagem- Aluno










INTRODUÇÃO
O objeto de estudo deste trabalho é a leitura e o foco central é compreender a concepção dos alunos sobre a prática de leitura veiculada em sala de aula. A maneira como os alunos percebem o ato de ler pode influenciar fortemente na sua aprendizagem. Isso faz com que a leitura se confirme como um excelente elemento de investigação.
O interesse por este tema se justifica pelo fato da leitura se configurar como requisito para o acesso ao conhecimento. A leitura é considerada uma prática indispensável no processo de ensino-aprendizagem, porque favorece o desenvolvimento das habilidades cognitivas e ao mesmo tempo, oportuniza e desperta o interesse pela busca de conhecimento.
Nas minhas vivências cotidianas pude perceber que existe uma certa dificuldade em relação a leitura, tanto nas crianças como nos adultos. È fato que várias gerações têm demonstrado não apenas o desinteresse pela leitura, mais também a dificuldade de compreensão, o que limita o indivíduo em suas possibilidades de acesso ao saber.
Este estudo sobre a concepção dos alunos em relação à prática de leitura possui relevância social no sentido de desvelar os problemas que impedem o aluno de gostar de ler. Além do mais a leitura sempre se confirma como um assunto pertinente para ser analisada, pois ela é a porta de entrada do conhecimento.
Nesse sentido, surge as seguintes indagações: Como está sendo trabalhada a leitura na escola? Qual a compreensão dos alunos sobre a importância da leitura? Se faz também procedente indagar sobre os benefícios trazidos pela leitura e por que os alunos apresentam desinteresse em ler?
Esse estudo me proporcionou um enorme aprendizado, pois ampliou minha visão sobre o trabalho com a leitura na sala de aula, contribuindo assim para a construção da minha identidade docente. O meu olhar foi criterioso e observador para questões relacionadas à leitura em sala de aula.
Ao ser disponibilizado na universidade, esta pesquisa poderá contribuir para todos os que tiverem acesso a ela, tenha noção de como os alunos encaram a leitura na vivência de sala de aula. Será útil como fonte de pesquisa para os docentes e discentes que queiram trabalhar este tema.
Para alcançar o êxito esperado neste trabalho e conseguir compreender a concepção dos alunos sobre a importância da leitura, se faz necessário, analisar a leitura no âmbito escolar, visando à melhor qualidade do ensino-aprendizagem e o desenvolvimento sócio-cultural dos alunos. Isso porque a leitura se configura como ponte para realização de uma formação sólida.
Também foi necessário identificar o nível de compreensão dos alunos acerca dos textos lidos. Só assim tenho um panorama sobre o interesse dos alunos em relação à leitura; e percebi o envolvimento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem através de atividades com leituras. Desta maneira pude observar, se a prática de leitura aproxima os alunos da aprendizagem objetivada pelo professor.
A discussão travada neste trabalho vem reafirmar a importância do processo de leitura na vida de uma pessoa,fazendo uma análise das principais categorias que justifica essa afirmação. A investigação,aqui realizada,resultou num razoável material a ser apresentado e, como forma de dinamizar a comunicação dele,optei pela divisão em capítulos,ao mesmo tempo autônomos e interdependentes.
Assim sendo, no Primeiro Capítulo "Metodologia de Estudo"revelo o percurso metodológico empregado nessa pesquisa para confirmar como se deu a construção dessa monografia. Pretendo elencar os sujeitos envolvidos na pesquisa,o local onde se deu ,os instrumentos que utilizei para coletar os dados e como eu analisei esse referido material. É uma apresentação rápida dos elementos que constituem os processos metodológicos da pesquisa que realizei.
Logo após, no Segundo Capítulo, apresento um diálogo entre eu e os autores que tratam sobre o tem leitura. Nessa parte do trabalho lanço mão de algumas citações dos textos de autores renomados que li para realizar essa pesquisa. Procuro fazer uma associação entre a minha fala e o que esses autores escreveram sobre a temática que investigo.
No Terceiro Capítulo, aparece a concepção dos alunos sobre a Leitura. É uma análise reflexiva sobre o material que recolhi por ocasião das entrevistas com os educandos. Nessa etapa eu também faço uso de alguma citações de autores que trabalham com esse assunto,a leitura. Estabeleço uma relação entre a fala dos educandos com as afirmações dos autores procurando mostrar alguma veracidade e ligação entre elas.
O Quarto Capítulo demonstra minhas aferições acerca do período de Estagio Supervisionado. Nesse item apresento minhas considerações sobre minha experiência de estágio. Registro de forma sucinta minhas emoções e anseios ao entrar na sala de aula como docente e realizar uma etapa tão importante da minha formação acadêmica e profissional.
Finalizo o texto com As considerações Finais onde pretendo apresentar algumas conclusões direcionadas ao aprendizado que obtive com a realização desse trabalho monográfico.
É minha pretensão acreditar que posso através desse estudo,contribuir de forma positiva, oferecendo subsídios capazes de sensibilizar aqueles que participam diretamente da formação dos leitores nas nossas escolas. Foi um árduo trabalho mas que renderam frutos significativos de aprendizado e experiência para minha vida profissional e pessoal.










CAPÍTULO I

1-METODOLOGIA DE ESTUDO

Nesta parte do trabalho caracterizarei a metodologia empregada para a realização desta pesquisa, bem como, o instrumento usado na coleta de dados para o desenvolvimento da investigação. Ao mesmo tempo procuro justificar a escolha do método qualitativo e da entrevista na referida pesquisa,identificarei quem foram os sujeitos investigados e como foram analisados esses dados colhidos pela entrevista e o método da observação.
É pertinente citar também que o estagio supervisionado foi um momento que propiciou várias informações para consubstanciar esse trabalho que ora apresento.Os cadernos de planos de aula e as narrativas fazem parte das fontes documentais que foram utilizados para fundamentar meu percurso metodológico.
Para esclarecer ainda melhor esse percurso metodológico dividi esse capítulo em tópicos para que cada assunto fosse tratado com a sua devida importância. Então os itens que formam esse capítulo podem ser citados e definidos assim:local e sujeito da pesquisa,instrumento e coletas de dados.













1.1-ABORDAGEM DA PESQUISA


Este trabalho é de natureza qualitativa, visto que, pretende desvelar a concepção dos alunos a respeito da leitura. A justificativa pela escolha do método da pesquisa se dar porque segundo Minayo (1993, p.36)
Se o pesquisador amplia o instrumental quanto a mensuração e a análise de dados poderá explicar os fatos com mais precisão e mais profundidade. Nesse sentido devemos considerar científico não apenas os aspectos quantitativos,pois estes se complementam e possibilitam múltiplas interpretações.

A pesquisa qualitativa privilegia os aspectos referentes a interpretações da qualidade dos dados ou respostas, ela não se interessa puramente por dados ou números.
Após a realização da entrevista os dados passaram por um processo de análise fundamentada no método de análise de conteúdo de Bardim. Este método se caracteriza por ser apropriado para analisar as opiniões dos investigados. As respostas dadas serão eleitas a partir da freqüência em que elas aparecem. A análise de conteúdo leva em conta o sujeito investigado, o que ele diz e o resultado do que foi dito.
Nesta pesquisa, foi analisada cada resposta associado às teorias de autores que falam sobre leitura. Com isso possivelmente ficará identificada a concepção dos alunos a cerca da importância desta.
A mesma, também apóia-se na concepção de novas fontes de pesquisa, advindas da Nova História Cultural. Nesse sentido, o diário de campo, o qual apresenta as narrativas da vivência do estágio e o portfólio formado com os planos de aula e as atividades desenvolvidas consolidam-se como fontes de pesquisa.
Essas novas fontes de pesquisa se configuram como outras alternativas de realizar uma investigação,baseada em novos instrumentos que antes não eram considerados importantes no contexto da pesquisa.


1.2 Local e sujeito da pesquisa

A pesquisa foi realizada com os alunos do 5º ano da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vitória Bezerra, localizada na zona norte no município de Cajazeiras - PB.
A escola dispõe de sete salas de aula, uma diretoria que também funciona como secretaria, uma cantina, dois banheiros e um pátio recreativo.


1.3 Instrumentos de Coletas de dados

Usou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista e a observação.
A observação é uma técnica muito utilizada, porque pode ser associada a outros instrumentos como a entrevista. Devemos lembrar que; a observação deve ser planejada e registrada.
A entrevista foi semi-estruturada e possibilitou a melhor coleta e interpretação dos dados, sendo prática e precisa no sentido de possuir objetividade.
Sobre a entrevista semi-estruturada Matos (2002, p.63) afirma:
Nessa modalidade de entrevista,o entrevistado fala sobre tópicos relacionados a um tema específico,definidos previamente pelo pesquisador. Recomenda-se que seja observada uma seqüência lógica de pensamento para que o roteiro torne-se compreensível ao entrevistado, possibilitando a clareza nas respostas e a análise de dados.
Nos dias 29 e 30 de Abril de 2010, foi realizada no espaço escolar uma entrevista com educandos da instituição de ensino Vitória Bezerra uma entrevista visando colher dados sobre o cotidiano na sala de aula dos entrevistados.
As entrevistas seguiram um roteiro com questões diferenciada sendo uma para educador e outra para os educandos; visando colher dados referentes a gestões como: tempo no magistério, formação, como são planejadas as aulas, o método avaliativo, dificuldades com o aprendizado, relação entre corpo docente e discente, a relação com a escola e famílias.
Portanto, com as informações obtidas pelo discente ? estagiário, o mesmo elabora um roteiro para uma aula teste, onde terá como foco suas observações, no cotidiano escolar.











CAPÍTULO II


2. LEITURA: A PRÁTICA E A CONCEPÇÃO DOS ALUNOS

Este capítulo tem por objetivo apresentar as principais concepções teóricas dos autores clássicos que estudam e escrevem sobre a temática da leitura.
O intuito neste momento é estabelecer um diálogo conceitual sobre a leitura, tomando como referência o pensamento dos estudiosos sobre esta temática.
2.1. A leitura e os conhecimentos prévios dos alunos

O conceito do que seja leitura é algo complexo, uma vez que a leitura não se resume apenas em decifrar signos lingüísticos (letras). Dizer isso significa limitar sua riqueza conceitual, como nos mostra Martins (1994, p.22)
O conceito de leitura está geralmente restrito decifração da escrita, sua aprendizagem, no entanto liga-se por tradição ao processo de formação global do indivíduo, à sua capacidade para o convívio e a atuação social,política,econômica e cultural.

Como disse a autora, as pessoas tendem a restringir o conceito de leitura ao ato de decifrar palavras. Ler passa a ser somente a decodificação do texto. Mas a leitura vai muito, além disso, ela amplia nosso horizonte de sentidos, podemos ler ações, fatos, imagens, símbolos e palavras. Esta concepção deixa claro que a leitura é sem dúvida, um fator importante na nossa vida porque é lendo que ampliamos e aprofundamos nossos conhecimentos.
A leitura é sinônimo de aquisição de conhecimentos, ela oferece ao leitor a oportunidade de analisar fatos, contextualizar a mensagem. O bom leitor é aquele que opina sobre o que está lendo, concordando ou discordando. A leitura é a atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação doa alunos, pois a mesma é a extensão da escola na vida das pessoas.
Quando se faz uma leitura, tomam-se por base os conhecimentos prévios que se tem sobre as coisas, isso se chama "visão de mundo" do leitor. Esta, sempre precede a leitura do texto propriamente dito. Ou seja:
A leitura do mundo precede a leitura da palavra,daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto é alcançada por sua leitura crítica,implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (FREIRE,1994.P.14)



A leitura do texto escrito vem sempre antecedida por uma leitura de mundo que o leitor possui. Sendo assim, o leitor associa o texto lido com suas vivências cotidianas e isso acaba determinando a compreensão que ele faz do texto. Ler é uma maneira excelente de se comunicar com o mundo, a leitura está implícita em todos os momentos de nossas vidas. A leitura é considerada como condição única para a formação de alunos críticos e conscientes do seu papel de cidadão no mundo.
O processo de ensino aprendizagem tem a leitura como elemento constituidor, ela é uma prática indispensável na educação escolar. Ela favorece o desenvolvimento das habilidades cognitivas e ao mesmo tempo, desperta a imaginação e a criatividade doa alunos. O leitor constrói imagens acerca do que está lendo, construindo assim, artifícios para pensar e elaborar boas idéias.
A formação do hábito da leitura é, antes de tudo, uma forma de comportamento do indivíduo, que passa a utilizar a leitura, não como uma técnica aprendida, mas como um ato consciente que leva o leitor a aumentar seus conhecimentos. A leitura é válida também como recreação e viagem em um mundo de imagens construído entre o autor e o leitor. "Cada leitura é nova escrita de um novo texto". (ZILBERMAN, 1998. p.26)
A leitura pode ser feita de diferentes maneiras, com diferentes sentidos. Uma leitura feita por uma criança não é igual à leitura feita por um adulto. Nessa perspectiva, Kleiman (1999, p.39) acrescenta que:
A criança em fase de alfabetização lê vagarosamente, mas o que ela está fazendo é decodificar,um processo muito diferente da leitura embora as habilidades necessárias para a decodificação ( conhecimento das correspondências entre o som e a letra) sejam necessárias para a leitura. O leitor adulto não decodifica,ele percebe as palavras globalmente e advinha muitas outras guiado pelo seu conhecimento prévios e por sua hipótese de leitura.


A afirmação acima destaca que os conhecimentos prévios ajudam o leitor a descobrir o significado da leitura, isso nos leva a perceber que quanto maior for nosso conhecimento sobre o mundo maior será a nossa capacidade de interpretar textos lidos. Sem falar que a leitura é um hábito adquirido, quanto mais se exerce esse hábito mais aperfeiçoamento se tem.
Tanto as escolas como os professores precisam compreender a importância da leitura como elemento mediador entre o educando e o mundo que o circunda, além dela ser um elemento significativo na formação da cidadania. Os estudantes devem se preparar para ler e produzir textos, interpretá-los e relacioná-los á vida cotidiana. Isso é uma exigência do aprendizado que não pode ser desconsiderada, como afirma Soares (2000, p.11) quando diz que:
A partir do intenso contato que as crianças têm com o texto elas começam a elaborar hipóteses sobre leitura e escrita.Dependendo da importância que tem a leitura no meio em que elas vivem e da freqüência e a qualidade das suas interações com esse objeto de conhecimento,suas hipótese a respeito de como se lê podem evoluir mais lentamente ou mais rapidamente.

Pelo que foi expresso, fica claro que quanto maior for o contato do leitor com o texto, maior será sua habilidade de ser um leitor competente. Ler oferece a possibilidade de ir além, de ter uma sensibilidade ímpar e ser capaz de interpretar o que foi lido e perceber as reais intenções do texto, ou seja, ler as entrelinhas.
A leitura só é considerada verdadeiramente significativa, quando conseguimos compreender o que lemos e entender o que ela esta a transmitir. Portanto:
O leitor lê e compara as idéias do autor que estão no livro, com suas próprias idéias,experiências,cone cimentos,informações,enfim com sua vida.A leitura verdadeira é quando agente pensa sobre o que está lendo e entende o que a leitura nos traz.(ANTUNES,2007,p. 42)
Não basta ler por ler, é preciso, antes de tudo, associar idéias lidas, relacionar acontecimentos, interpretar o que foi lido. A leitura deve ser sempre ser feita orientada para um objetivo e ela deve ser feita orientada para um objetivo e ela deve nos trazer refletir e questionar aquilo que está sendo posto. Existem diversas exigências quando se propõe uma leitura e uma das importantes é decifrar a essência do texto, sua mensagem principal.


2.2. A importância de se constituir como leitor

Aquela pessoa que ler acaba construindo suas próprias linhas de pensamento, daí a grande importância de ser um leitor. Quem ler muito sabe muito, é capaz de formar sua própria opinião, de dialogar corretamente com as pessoas. Assim, explica Bozza (2008, p.24) quando diz que:
Quem não ler enxerga o mundo com os olhos de outrem.Acredita no que ouve e não constrói parâmetros próprios para analisar o mundo a partir de diferentes perspectivas. Está,lastimavelmente atrelado ao físico,ao material.Deixa de usar a capacidade que mais caracteriza o ser humano a abstração.Tem dificuldade de operar na ausência do objeto.


A autora, Sandra Bozza, elenca as inúmeras deficiências de quem não ler. Nesse sentido, o aluno que possui resistência em ler, não é capaz de formar pensamentos próprios e trabalhar com a abstração, o pensamento, a imaginação. Então, o aluno precisa admitir que para obter sucesso na sua carreira estudantil e até na sua vida pessoal, ele precisa ser um amante da leitura. Quem ler muito possui a enorme capacidade de criar, renomear e ressignificar histórias, mensagens e textos.
Para se fazer uma leitura eficiente é preciso explorar seus encantos, as possibilidades de variação de sons, e viajar no enredo da história ou texto lido. Como disse Lúcia Klein (2008, p. 41) "leitura e aprendizagem é um binômio a ser descoberto pela escola". Ler e formar leitores são com certeza o grande desafio de nossos tempos, no qual afirma Andrade (2007, p. 38) que:
As funções da leitura se multiplicam e são determinados pelos significados que cada texto oferece ao leitor como crenças,preferências,necessidades,emoções,medos,alegrias,etcpresentes na formação do leitor de qualquer faixa etária,infantil ou adulto. O significado é que estabelece e fortalece o ele entre o texto e o leitor.

O sentido do texto é dado pelo leitor e este, só consegue fazer isso, se for competente nesta função. A leitura atua no sentido de realizar as necessidades e objetivos do leitor. Ela propicia emoção no leitor seja ele adulto ou criança. Tudo isso é estabelecido por intermédio da ligação entre o texto e o leitor. O ato de ler é muito rico e gratificante, traz vários benefícios e ajuda na construção do conhecimento.
Sem sombra de duvidas uma das funções da escola é desvelar ao aluno o valor da leitura na sociedade letrada em que vivemos. Se a escola banaliza ou ignora essa importância, os alunos podem desmotivar-se por ler e perder o interesse em praticar outras leituras em outros ambientes.
Saber ler, interpretando e questionando o texto fornece instrumentos para o pensamento crítico e possibilita ao aluno organizar, sistematizar o que aprende; formar novas memórias e, possivelmente, chegar á atividade criativa. A sala de aula é um espaço pra excelência de socialização de conhecimentos e isso se faz por intermédio da leitura. Ou seja:
Entender a leitura é falar sobre ela,ser um leitor que sente prazer nesta prática,mediar textos e leitores.A leitura possui múltiplos valores em nossa cultura.A posse e o uso dela ainda são privilégios de poucos,podendo significar condição sine quo non para o sucesso em práticas sociais.( LOPES,MENDONÇA, 1994,p.77)

Para ser um leitor competente é necessário ter prazer nessa prática e não somente ler por obrigação. Ser um leitor é privilegio de todos aqueles que se apropriam desta prática de maneira comprometida e prazerosa. Ler por si só não basta, é preciso fazer uso do que se estar lendo.


CAPÍTULO III

3 . A CONCEPÇÃO DOS ALUNOS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Nesta etapa do trabalho será feita a análise dos dados correspondentes às respostas dos alunos à entrevista que realizei.Com a entrevista eu recolhi algumas informações importantes acerca da concepção dos alunos sobre a prática da leitura em sala de aula.Estas afirmações podem confirmar de alguma maneira a concepção que os alunos possuem sobre a leitura.
O tratamento com esses dados foi feito fazendo uma associação entre as respostas dos alunos e as citações dos autores que usei para fundamentar minha monografia. A todo instante eu procuro mediar a afirmação dos alunos com as aferições dos autores para que essa análise tenha maior credibilidade.
O tema da entrevista foi a compreensão que os alunos tem sobre o ato de ler,as respostas encaminham para uma maior compreensão dos fatos que levam ao meu interesse em pesquisar sobre esse assunto.














3.1 A prática da leitura no cotidiano dos alunos

Quando se trata do hábito de ler, a maioria dos alunos afirmaram que lêem com freqüência. Portanto, pode-se inferir que a leitura é uma prática cotidiana em suas vidas. Como bem afirma Barbosa:
A partir do momento em que a criança é colocada numa situação de leitura, ela inicia o desenvolvimento dessa aprendizagem. Antes de traçar um corte entre letrados e iletrados, a presença da escrita através de suas várias formas e usos permite considerar uma diversidade de condição do leitor. O leitor vai sendo transformado, refinado e vai aperfeiçoando suas estratégias, conforme as citações externas. (2008.p.127).


A prática e a eficiência da leitura se constroem a partir do contato constante com ela. Por isso, é muito importante que o aluno leia constantemente, para poder ficar mais atraído por esse ato e criar o hábito da leitura.
Quando se trata do tipo de leitura que fazem cotidianamente, muitos alunos afirmaram que costumam ler livros, revistas e jornais. "Faço leitura de livros, jornais e revistas" (Aluno A, sexo masculino, entrevista em 19/10/09). Isso demonstra que eles possuem contato com diversos tipos de textos, o que é de grande valia para sua aprendizagem. De acordo com Antunes:
É necessário construir um acervo de livros, textos, revistas, etc; adequados para que as crianças possam conviver com livros e histórias. Ao oferecer aos alunos um conjunto de livros, estaremos lhe proporcionando efetiva oportunidade de formação de leitores. Além da qualidade dos textos, a formação de leitores depende de uma certa quantidade de leitura. (2007. p.13).
A oferta de variedades de leitura proporciona ao leitor uma grande oportunidade de escolher o que vai ler. Portanto, é muito importante colocar os alunos em contato com diversos tipos de textos, livros, revistas e etc. No dizer Antunes:
As atividades de leitura que você planejar, além de muito variadas, deverão garantir que a sala de aula seja sempre um lugar agradável, vivo, dinâmico, onde a criança se sinta bem. Para desenvolvê-las, você se valerá dos acervos de livros de literatura presentes em cada sala de aula, de maneira que todas as crianças tenham nos livros fontes e alegrias de imaginação e de estímulos a criatividade. (2008. p.35).
Assim, garantirá um maior desenvolvimento de sua aprendizagem.
Já outros alunos afirmaram que fazem leitura cotidianamente de qualquer coisa que mandarem; "leio qualquer uma". (Aluno C, sexo masculino, entrevista em 19/10/09).
Dessa forma, revela que estes não têm preferência determinada sobre o que vai ler. Suas leituras são planejadas mediante o que lhe propõem, ou seja, só ler quando alguém determina o que ler.
No entanto, alguns disseram que lêem, cotidianamente, textos e revistas em quadrinhos; "gosto de ler textos e revistas em quadrinhos" (Aluno D, sexo feminino, entrevista em 19/10/09), este tipo de leitura estimula a criatividade dos alunos. Como afirma Antunes quando diz:
A magia que envolve todo o trabalho de contato com o livro de literatura (historinhas) é algo tão profundo e tantas vezes indescritível, que somente se conhece quando se vivencia esta experiência. Os elos estabelecidos por essa experiência conjunta são um bom caminho para o aprendizado da leitura. (2007. p.09)
O livro de literatura ou livros de historinhas é um excelente recurso para construir o aprendizado da leitura. Esse tipo de texto é dinâmico, criativo e inteligente.
Alguns alunos disseram que fazem cotidianamente leitura silenciosa. Sobre esse tipo de leitura Antunes diz que:
Embora a leitura em voz alta ajude no desenvolvimento do leitor, não substitui nunca a leitura individual e silenciosa. Cada um tem seu tempo individual, próprio de leitura. A importância da leitura silenciosa, e sua mediação para formação de leitores, é observada por autores, professores e todos que se dedicam ao assunto. (2007. p.37)

A leitura silenciosa promove o contato mais intimo do leitor com o texto lido. Ela é um recurso muito usado para o trabalho com a leitura em sala de aula.
Em relação sobre qual o significado da leitura para suas vidas, os alunos afirmaram que a leitura é muito importante porque ela representa a garantia de um bom trabalho no futuro, ou seja: "a leitura é muito importante para minha vida, porque eu vou precisar da leitura pra ter um bom trabalho". (Aluno A, sexo masculino, entrevista em 19/10/09).
Essa afirmação demonstra que esse aluno possui uma concepção positiva da leitura, que ela pode assegurar um futuro promissor.
Alguns responderam que a leitura é boa para aprender sempre mais; cada uma dessas respostas configura a variedade de compreensão que os alunos possuem sobre a leitura.
Sobre a maneira de como a leitura é trabalhada no cotidiano da sala de aula; a maioria dos alunos afirmaram que o trabalho é feito com textos e interpretações em livros didáticos. "Trabalha explicando os textos do livro e respondendo as atividades do texto" (Aluno D, sexo feminino, entrevista em 19/10/09). Isso revela que por ser um recurso presente na suas atividades diárias e na metodologia da sala de aula o livro didático se configura muitas vezes, como principal meio para levar a leitura até os alunos. Como afirma Fulgêncio:
O livro didático está presente nas salas de aulas de todo Brasil. È inegável que ele seja o principal portador social de texto para milhares de alunos. Mas o seu uso deve ser pensado, para que de fato ocorra uma socialização efetiva da leitura crítica. Caso contrário de nada adiantará sua utilização pelos docentes brasileiros. (1998. p.30)
A leitura do livro didático precisa ser bem planejada. Se os alunos resumem suas leituras a esses manuais é necessária muita atenção no conteúdo destas leituras, pois de acordo com Barbosa:
Ler é uma atividade extremamente complexa. È uma atividade pessoal e secreta, que só podemos observar em seus aspectos exteriores: um leitor diante de um texto. Podemos também tentar observar o que fazemos quando estamos lendo. Ler é uma atividade individual; podemos dizer que a leitura depende do que está diante e atrás dos nossos olhos. (2008. p.116).
A nossa compreensão sobre a leitura depende da nossa prática com ela. O que lemos, como lemos e porque lemos, influencia na nossa visão sobre leitura.
A leitura também é trabalhada no cotidiano da sala de aula em grupo, individual, lendo o que esta escrito no quadro; "a leitura é trabalhada com livros, e às vezes sem livros, e a professora pede pra ir no quadro"(Aluno D, sexo masculino, entrevista em 19/10/09) o que reflete as várias formas como a leitura é explorada para motivar os alunos a ler. Pois, é importante que o aluno seja convidado a fazer diversas atividades com a leitura, para que ela não caia na rotina.
Sobre qual seria o objetivo que eles têm quando se propõe a ler, a maioria afirmou que ler com o objetivo de responder a tarefa proposta pela professora, "a gente faz as coisas que a professora pede, leio pra responder as questões que ela pede" (Aluno B, sexo masculino, entrevista em 19/10/09).
Com esta afirmação podemos confirmar que cada pessoa que realiza uma leitura possui um objetivo, uma finalidade. De acordo com Barbosa:
Uma situação de leitura representa um equilíbrio específico e momentâneo entre o leitor, seus objetivos do momento e o texto escrito. Não existe, portanto, componentes fixos e imutáveis na leitura, nem uma só maneira de ler que é a melhor em todos os casos. Existe, isto sim, uma variedade de leituras multiformes, adaptadas a intencionalidades diversas, cada uma representando a melhor resposta a uma determinada situação de leitura. (2008. p.115).
Cada leitor ler com um objetivo traçado, seja pra satisfazer sua curiosidade, para responder suas atividades, informa-se ou simplesmente por prazer ou diversão.
Sobre a forma de como a professora fazia a avaliação de suas leituras os alunos afirmaram, que ela diz se esta boa ou ruim e pede para ler novamente: "a professora diz que a leitura esta boa, mas pede pra ler novamente". (Aluno A, sexo masculino, entrevista em 19/10/09).
A afirmação aponta que a maneira do aluno ler precisa melhorar. O fato da professora pedir que o aluno leia novamente, expressa que ela quer que ele aperfeiçoe sua leitura, ou seja: "As melhores avaliações de leitura são aquelas que o professor elabora quando sente necessidade de perceber melhor o desenvolvimento dos alunos[...]" (BARBOSA, 2008. p.141).
Sobre se a leitura para eles era diversão ou obrigação; os alunos afirmaram que a leitura é os dois ao mesmo tempo, pois ao passo que ela serve pra divertir, distrair e encantar é também obrigação escolar; "é diversão e obrigação, os dois. Diversão quando leio as revistas em quadrinhos e obrigação quando leio os livros didáticos". (Aluno A, sexo masculino, entrevista em 19/10/09).
Barbosa afirma que a leitura por distração é:
Busca de informação, com objetivo de relaxamento, detenção, aventura e passar o tempo. È a leitura que coloca em jogo uma disponibilidade afetiva, emocional e se trata de uma leitura sem objetivo escolar. (2008. p.122)
Sobre a leitura por obrigação os alunos a classificam como aquela determinada pelo professor na sala de aula. Assim, podemos afirmar que mesmo sendo por obrigação ou diversão a leitura é a fonte de informação e comunicação, é algo enriquecedor e gratificante para ampliar os conhecimentos.
Conclui-se então, que as afirmações dadas a cada pergunta só reflete a relação do aluno com a leitura em sala de aula e como esta, esta sendo veiculada na escola e em seu cotidiano. Mesmo com algumas dificuldades os alunos gostam de ler e fazem leituras. O quadro esta bom, mais precisa melhorar. Os alunos precisam ter uma concepção de leitura como algo agradável, prazeroso e enriquecedor.
CAPÍTULO IV
4-ESTÁGIO SUPERVISIONADAO: algumas reflexões
O propósito do presente texto é fazer uma reflexão sobre os momentos vividos por mim durante a realização do Estágio Curricular do curso de pedagogia.
Ao chegar na sala de aula do 5 ano da escola municipal Vitória Bezerra,campo de estágio,confesso que cheguei a sentir um certo receio mediante a indisciplina dos alunos.Fui muito bem recebida pela professora que se colocou ao meu inteiro dispor para me ajudar no que fosse necessário.
Os alunos demonstraram gostar da minha atuação, nosso relacionamento foi ótimo.No que se refere ao desenvolvimento das atividades me esforcei para tornar as aulas significativas para os alunos.Era chegado o momento de aplicar todas ou quase todas,as teorias vivenciadas e aprendidas no curso.É muito complicado preparar as aulas e ministrar os conteúdos de uma forma que chame a atenção dos alunos do início ao fim das aulas.Ensinar exige muita reflexão sobre a prática,como afirma Paulo Freire(1996,p.38):
É fundamental que, na prática da formação docente,o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder,mas,pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.
Concordo com o que revela nosso grande mestre Paulo Freire quando ele reforça a idéia de parceria entre o formando e o formador ou orientador.A contribuição da minha professora orientadora foi ímpar no momento de vencer os problemas do estágio curricular.
Os alunos participavam ativamente das aulas,embora existisse momentos de distração.Até porque eles estão em uma faixa etária que tem como característica a agitação e a ansiedade.Eles são imediatistas,querem as respostas prontas e não querem "pensar o fazer".
Considerando ser a leitura e a sua prática em sala de aula o eixo condutor do meu trabalho no Estágio,passei a desenvolver as atividades de sala de aula atentando para a prática de leitura e sua efetiva ação.
Entre tantas atividades realizadas em sala posso citar leituras orais,jogral,leitura compartilhada,construção do cantinho da leitura,leitura e interpretação dos textos do livro didático e circulação na sala de aula dos principais portadores sociais de textos:jornais,revistas,bulas de remédio,receitas,músicas e jogos.
A cada aula eu saia mais alegre e satisfeita por meu dever cumprido.A cada dia eu aprendia mais sobre dar aulas e ser professor.Eu percebi que o tão falado ato de construir conhecimentos não é fácil,nem é fácil o papel de mediador de saberes em uma sala de aula com tanta heterogeneidade.É uma tarefa árdua,mas muito gratificante.
Outras tarefas realizadas no Estágio foram produções de textos,onde cada aluno escrevia sobre assuntos discutidos em sala de aula.Construímos jogos,brincadeiras,em fim foram dias prazerosos.
Tive a oportunidade de perceber como os alunos encaram o ato de ler em sala de aula e como se sentem e se comportam ao exercer atividades de leitura.Pude perceber que alguns participam e gostam de ler,ao passo que outros,apresentam uma certa resistência em fazer as tarefas de leitura.Tentei convencê-los de que a leitura é algo muito benéfico a toda nossa formação.Expliquei que ler não é somente decifrar signos lingüísticos,mas ler nas entrelinhas.
Foram dias inesquecíveis,que marcaram minha trajetória de vida e minha formação profissional.Levo comigo a certeza de que ensinar exige reflexão e reconhecimento de que estamos sempre inacabados e há sempre algo a ser aprendido.
O Estágio curricular para mim configurou-se como um enorme aprendizado,tanto referentes aos conteúdos curriculares ministrados quanto a minha formação docente.Cresci muito como pessoa e como profissional,agora entendo o significado do termo identidade docente.
A realização deste estágio foi apenas o começo da minha trajetória rumo a esta profissão tão encantadora e sofrida que é a de professor.
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fato de estar tecendo as considerações finais deste trabalho não significa dizer que esgotei todo o conteúdo a respeito do assunto,o que realmente não era minha pretensão,pois este é um assunto abrangente e oferece espaço para muitas outras pesquisas.
A minha intenção é mostrar a que resultado chegou a pesquisa empreendida tentando contribuir para o enriquecimento da temática e de outras ligadas a ela que não foram tratadas nessa monografia.
Sabemos que o ato da leitura é muito importante e requer uma base sólida,construída quando o educando ainda está no início de sua formação.É neste momento que ele realmente precisa de um bom acompanhamento.Precisa de professores qualificados e comprometidos em proporcioná-los uma prática rica em aprendizagem.
A concepção dos alunos sobre a leitura influencia o aprendizado das demais disciplinas.Nessa pesquisa foi constatado que os alunos gostam de ler,at´leem com alguma freqüência mas na sala de aula essa prática é pouco incentivada e há pouca variedade de atividades ricas de leituras nesse sentido.
Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é. (Martins, 1994, p. 05)
A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. Segundo Angela Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos lingüísticos sem a compreensão semântica dos mesmos.
A leitura é um fator importantíssimo na construção do conhecimento, ela não se configura como um processo passivo. Longe disso, pois exige a descoberta e recriação, pois o leitor além de partilhar e recriar referenciais de mundo, transforma-se num produtor de acontecimentos em função de sua compreensão e consciência crítica.
A formação de leitores tem como finalidade aproximar as pessoas dos livros, oferecendo-lhes recursos para que possam interpretar e compreender os textos lidos; ampliar a capacidade expressiva através de atividades literárias e artísticas em que possam manifestar sentimentos e opiniões e desenvolver a capacidade crítica estimulando-os a reflexão sobre o que lêem, confrontando diferentes pontos de vista, principalmente quando estiverem envolvidos temas polêmicos que expressem anseios e preocupações da comunidade em que estão inseridos
Só que na sala de aula alguns para alunos ler é uma obrigação ou um castigo.Perguntados e questionados sobre a leitura fora da sala de aula eles confessam que lêem algumas coisa,que se configuram como poucas. Isso fica restrito a atividade de estudar para prova,lendo a matéria ou assunto do livro didático.
A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo.
A prática da leitura em sala de aula não possibilita aos alunos espaço para reflexão,para adquirir gosto por essa atividade.Essa pesquisa permitiu identificar as barreiras que impedem um aluno de ler,por exemplo um texto longo,ou com letra pequena foram algumas das afirmações que eu ouvi dos alunos durante o estágio que os impedissem de ler.
É preciso ainda ressaltar que os dados aqui apresentados não possui caráter conclusivo.Isso pode ser revertido,os alunos podem passar a adorar a leitura e exercer essa atividade com extremo prazer.Os dados aqui apresentados serão úteis para fins estatísticos e de estudo para aqueles que se interessam pela leitura.Além de ter fornecido elementos importantes para a minha formação docente.
No tocante ao Estágio curricular considero muito produtivo e de grande valia para o enriquecimento da minha profissão docente. Resta colher os frutos desse trabalho e procurar continuar aprendendo com as lições fornecidas por essa etapa.O que sinto agora é o sentimento de dever cumprido.










REFERÊNCIAS
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ANDRADE,Paula.Leitura:a arte do saber,São Paulo:Contexto,2007
BOZZA,Sandra.A leitura como mediadora da aprendizagem.São Paulo:Cortez,2008
BARBOSA. José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Paz e Terra: São Paulo, 1994.
FULGENCIO, Lucia. Como Facilitar a Leitura. São Paulo: Contexto, 1998.
KLEIMAN, Lúcia. Leitura e Prazer. São Paulo: Contexto, 2008
LOPES, Ângela Thereza; MENDONÇA, Rosa Helena. Horizontes da Leitura. São Paulo: Contexto, 1994.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? São Paulo: Brasiliense, 1994.
MATOS, Kelma Socorro. Pesquisa Social. São Paulo: Artmed, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Sousa. (org) etc. AL. Pesquisa Social. Teoria, Método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
SOARES, Magda. As Condições Sociais da Leitura. São Paulo: Ática, 2000.
ZILBERMAN, Regina. A Leitura no Cotidiano da Escola. São Paulo: Contexto. 1998.