IMPACTOS NEGATIVOS DA PÓS-MODERNIDADE NAS RELAÇÕES HUMANAS

 

Luiz Tiago Vieira Santos[1]

 

É inquestionável o fato de que o Renascimento, iniciado em meados do século XV, implicou profundas mudanças na vida dos homens e nas sociedades até então constituídas. Isso decorreu, sobretudo, do abandono do teocentrismo e a consequente adoção do humanismo como base do conhecimento e explicação do mundo natural.

De acordo com a visão teocentrista, tudo era explicado sob a perspectiva divina. Essa ideia foi amplamente difundida em toda Idade Média através da moral cristã. Já no humanismo, a divindade cede lugar ao homem, que agora passa a fundamentar o conhecimento em sua própria razão e, assim, explicar o universo sob sua ótica bem particular.

Essa transformação nos paradigmas, que até então se configuravam como dogmas inquestionáveis, teve consequências irreversíveis para a humanidade. De lá para cá, as transformações nas relações sociais vem ocorrendo a níveis inimagináveis, principalmente com o advento de novas tecnologias de informação e comunicação.

Agora, no contexto pós-moderno, tudo que envolve a comunicação humana e suas inter-relações acontece numa velocidade absurda e isso exige transformações nos modos de agir e interagir dos homens para acompanhar essa evolução. Entretanto, as exigências do mundo pós-moderno acarretam, devido ao individualismo e a competitividade (características marcantes do capitalismo), o esfacelamento de alguns valores fundamentais da boa convivência entre os homens, além de outras graves consequências.

O individualismo e a competitividade, levados ao extremo como tem sido comum atualmente, ocasiona a supressão de valores fundamentais da convivência humana, dentre eles os valores éticos. Estes são postos de lado quando em confronto com o ego do indivíduo, principalmente nas relações ligadas ao desenvolvimento profissional. Ainda mais comum do que se pode imaginar, os valores éticos, hoje, parecem ser menos importantes aos homens do que seus simples desejos caprichosos.

Desse abandono de valores primordiais a convivência, que deveriam conduzir as condutas humanas em todos os aspectos, advém como resultado natural a degradação das relações humanas. Hoje o homem parece ter esquecido sua própria natureza social e política. Parece não lembrar como tratar seu semelhante e, cada vez mais, devido a suas ações pautadas no egocentrismo, afasta a possibilidade de efetivar uma convivência ordenada e harmoniosa entre sua própria espécie.

Enfim, de fato a modernidade e a pós-modernidade tiveram seus pontos positivos, que merecem e muito nossa atenção, pois avançamos muito nas ciências e melhoramos na criação de tecnologias que facilitam nossas vidas. Contudo, nem a modernidade, nem o contexto atual, permitiram o aperfeiçoamento da qualidade das relações humanas. Como vimos, o que se tem visto é cada vez mais uma sociedade marcada pelo individualismo, pela competitividade e, sobretudo, pelo abandono de valores primordiais à sociabilidade humana.

 



[1] Possui LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS pela UNIVERSIDADE TIRADENTES - UNIT (2009), com experiência docente na Educação Básica (Ensino Fundamental e Médio) nas disciplinas Ciências e Biologia respectivamente e na Educação Técnica (área da saúde) na disciplina Microbiologia e Parasitologia Humanas. Atualmente é graduando do BACHARELADO EM DIREITO pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS (Currículo Lattes)