Isac Ferreira

Resumo

O artigo analisará a questão da História da família e demografia histórica brasileira, de acordo com o texto de Sheila de Castro Faria, presente no livro "Domínios da História", de Ronaldo Vainfas, 1997. Discutirá sobre as abordagens e a demarcação da família como objeto de estudo, relacionada com o contexto histórico.

Palavras-chaves: família, demografia e objeto de estudo.

Introdução

Tanto uma como outra têm objetos e objetivos definidos, só que a história da família iniciou-se através dos resultados surpreendentes da demografia histórica. Os questionamentos e a estrutura da família interessam tanto ao homem comum quanto aos especialistas. A história da família está ligada essencialmente ao espaço doméstico nas diversas épocas. São os demógrafos historiadores a trabalhar com o tema freqüente e central da família. Pág: 241-242.

HISTÓRIA DA FAMÍLIA-PRINCIPAIS ABORDAGENS

Os estudos sobre a família iniciaram na Europa a partir do século XVI e se estendeu por outras sociedades cristãs moderna e contemporâneas. No período moderno, prevaleceram as fontes escritas e seriadas. A história da família é relativamente recente e veio se constituir numa área específica de pesquisa histórica a partir de 1960. pág: 243-244.



DEMOGRAFIA HISTÓRICA E A DEMARCAÇÃO DA FAMÍLIA COMO OBJETO DE ESTUDO

Foi com o desenvolvimento da demografia histórica que a vida familiar da grande massa da população deu os seus primeiros passos. A demografia histórica estimulou estudos sobre a família ocidental moderna, constituída pela vertente francesa de reconstituição de famílias e pela exploração das listas nominativas que trouxe questionamentos sobre a idéia inicial de que a unidade doméstica, da Europa pré-industrial era vasta e complexa. Os estudos demográficos estavam mais preocupados com a qualidade das fontes do que do seu significado nesta região para a compreensão e composição de estruturas e teorias mais amplas. Pelo lado econômico, a lógica de um padrão familiar único para uma ampla região não teria sentido. Logo a partir da década de 1960, a família foi para o centro explicativo do comportamento populacional. Segundo Wrigley e Macfarlane a industrialização inglesa ocorreu dentro de um esquema familiar adaptável a ele ou dele decorrente. A história da família teve como ponto de partida as questões levantadas pela demografia histórica.

DEMOGRAFIA HISTÓRICA DA FAMÍLIA NO BRASIL

A partir da década de 1970, os estudos sobre a família tiveram três referências básicas: a demografia histórica, a análise da economia doméstica e os debates interdisciplinares em ciências sociais. Só porque estes estudos se concentraram na região sul e sudeste, deixando a região nordestina de lado, e esta foi a principal área econômica do período colonial brasileiro. "Diferente do comportamento familiar europeu, o Brasil teria sido caracterizado pela bastardia, ou seja, o casamento se restringia a elite branca." "A família, no período escravista brasileiro, exerceu importância na montagem e funcionamento das atividades econômicas e nas relações sociais e políticas. Foi para a família que todos os aspectos da vida cotidiana, pública ou privada, se originavam ou convergiam." A família escrava passou a desempenhar um importante papel no movimento histórico, pois acompanhou a tendência norte-americana. A história da família no Brasil nos leva a necessidade de pluralização do conceito d família, pois tomar o conceito familiar ocidental como modelo representa simplificar a evidente riqueza da realidade brasileira.

Referências Bibliográficas

FARIA, Sheila de Castro. História da Família e Demografia Histórica. In. FLAMARION, Ciro. VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História. Rio de Janeiro. Ed. Campus, 1997, pp. 241-258.