Há uma família deste apelido em Jahen na Espanha à qual pertence a casa principal da cidade. A ascendência dos que foram a Portugal é, conforme relatam os genealogistas, a seguinte: Martim ou Diogo de Torres, natural de Toledo, casou com uma nobre chamada Joana de Córdova, de quem teve Fernão de Torres, o qual viveu e casou na mesma cidade com Isabel Fernandes, nascendo deste matrimônio: 1º João de Torres, comendador, regedor de Málaga, fidalgo principal de Carmona, pai de Diogo de Torres, casado com uma sobrinha do Duque de Arcos, com geração: de D. Luis de Torres, deão de Málaga; de D. Francisco de Torres, arcebispo de Salemo; de D. Fernando de Torres, comendador de Sant?Iago, embaixador a Roma enviado pelo imperador Carlos V, com geração ilustre; e de D. Margarida de Torres, casada com N. Furtado de Mendonça; 2º, Gaspar de Torres, que contraiu matrimônio com D. Maria de Castillo, natural de Burgos, com geração; 3º, Diogo de Torres, passado a Portugal; 4º, Afonso de Torres, que veio, também, para o reino; 5º, João de Torres, arcebispo de Salemo e Diogo de Torres da Espanha. Em 1528, Diogo de Torres prestou ao rei de Portugal muitos serviços, sendo que sua nobreza o fizeram digno de muitas mercês, recebendo o foro de fidalgo da casa real. Possuiu grandes fazendas em Portugal e foi casado com Brites Del Castillo, filha de Hermano Del Castillo, natural de Burgos e de Ana Allariz, de quem teve vários filhos que seguiram o apelido de Torres. Ao mais velho destes, Afonso de Torres, o moço, que era fidalgo da casa do rei, D. Sebastião, morador em Lisboa, lhe foram confirmadas as armas dos Torres, havendo respeito aos seus serviços para o que lhe apresentou instrumento publico comprovativo da nobreza da linhagem e das armas que lhe competiam, dado por autoridade de justiça na vila de Valadolid. A confirmação deu direito de uso das armas dos Torres a todos os seus irmãos, filhos e descendentes e declara que ele, Afonso de Torres era chefe delas por ser filho de Diogo de Torres, irmão mais velho dos que vieram para Portugal. Afonso de Torres foi chamado o velho, para se distinguir deste seu sobrinho e veio para o Brasil, em 1528, com seu irmão Diogo. Casou com Elvira Del Castillo, de Burgos, irmã da mulher de Diogo Torres, e teve filhos que continuaram seu apelido. Trata-se do nome adotado como apelido por uma família de nobreza castelhana, os quais, Diogo de Torres e Afonso de Torres, aqui deram origem a dois ramos da sua linhagem: a portuguesa Torres e a espanhola Torrez, sendo poucas pessoas no Brasil com esse sobrenome. No Rio de Janeiro e em São Paulo há Torres das duas linhagens. Entretanto, no norte e nordeste os Torres aparecem com grafias diferentes, sendo todos do mesmo tronco que se associava aos D´Avila e Carvalho no início da colonização da Bahia e em Pernambuco corresponde a Sá, Rodrigues, Carvalho, Pires, Silva, Silveira, Pereira, Ferreira, havendo muitos Torres no Recife e na região da mata e no agreste, sendo poucos no sertão com esse sobrenome, mas com o sobrenome ou apelido marcador de sua profissão, no caso dos Ferreira (trabalhavam batendo ferro), Pereira ( em Portugal plantavam e colhiam peras e no Brasil cortavam cipós para construções trançadas de taipa) e Nogueira ( em Portugal plantavam e colhiam nozes, no Brasil eram marceneiros, escultores, sapateiros e construtores de capelas, residências e igrejas). Em Salgueiro, Belém do São Francisco e Terra Nova, essa família Torres estava aliada às famílias Diniz, Sá, Araújo, Alencar, Parente e Peixoto, alguns deles responsáveis por cartórios de registros civis e de propriedades.