FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA 

LEILA APARECIDA DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

SINOP - MT

2012

LEILA APARECIDA DOS SANTOS 

RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

Relatório de Estágio Clínico apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista no curso de pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, na modalidade a distância, da Faculdade Internacional de Curitiba - Facinter. 

Profª Me. 

SINOP - MT

2012

FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA 

Relatório Final de Estágio de Psicopedagogia Clínica apresentado à Faculdade Internacional de Curitiba – Facinter, do curso de especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional.

Nota: _____________ ( ) A = Aprovado ( ) R = Reprovado

___________________________________

Profº  Orientador

Responsável pela Prática Psicopedagógica

SINOP- MT

2012

 

 

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................04

DESENVOLVIMENTO.......................................................................................05

2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.........................................05

2.2. DADOS DO ALUNO.................................................................06

2.3.REGISTRO DA QUEIXA...........................................................06

2.4. REGISTROS DESCRITIVOS...................................................06

2.4.1. Visita à escola..................................................................07

2.4.2. Observação do sujeito no lanche............................................07

2.4.3. Observação em sala...............................................................07

2.4.4. Entrevista com a professora..................................................07

2.4.5. Histórico Escolar.............................................................08

2.4.6. Anamnese..............................................................................08

2.4.7. (EOCA) Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem.....09

2.4.8. Elaboração do primeiro sistema de hipótese.......................11

2.4.9. Área Cognitiva...............................................................11

2.4.10. Área Emocional....................................................................11

2.4.11. Área Funcional..............................................................11

2.4.12. Leitura, escrita e matemática........................................12

2.5. INFORME PSICOPEDAGÓGICO.....................................12

2.6. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.............................................17

2.7. DEVOLUTIVA AOS PAIS.........................................................20

2.8. DEVOLUTIVA À ESCOLA..................................................20

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................21

REFERÊNCIAS.................................................................................................22

ANEXOS............................................................................................................23


 

INTRODUÇÃO

 

 

            O Diagnóstico Psicopedagógico é o processo pelo qual é analisada a situação do aluno com dificuldades dentro do contexto escola e de sala de aula, com a finalidade de proporcionar aos professores orientações e instrumentos que permitem modificar o conflito manifestado. Fernandez (1990) afirma que o diagnóstico, deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário. É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções que se possa decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção" .

Este Estágio Supervisionado Clínico cumpre as orientações disponíveis nas tele-aulas e material de apoio disponibilizado no AVA. Para a realização do mesmo, segue em anexo a autorização da instituição escolhida. Ao final deste trabalho, será dada uma devolutiva á escola e aos responsáveis da aluna, bem como sugestões para contribuir com a aprendizagem da aluna para um melhor desempenho escolar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

 

2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

 

 

A escola Municipal de Educação Básica Armando Dias foi inaugurada em 08/02/1998, atendendo a demanda do Bairro. No inicio era conhecida como escola Boa Esperança, porém através de uma pesquisa com os moradores passou a se denominar Escola Municipal de Educação Básica Armando Dias, nome este escolhido para homenagear um dos fundadores do bairro, dono da imobiliária responsável pelo loteamento.

A escola é considerada de grande porte, hoje com 940 alunos, distribuídos nas turmas de Pré ao 5º ano e o EJA no período noturno. No seu quadro docente possui 46 professores, apenas um possui magistério, dois estão cursando o nível superior, sete tem graduação, dezessete possui especialização e doze cursando especialização. Quatro professores trabalham a disciplina de inglês e artes, três trabalham na disciplina de educação física, dois são atendentes de biblioteca e conta com mais vinte e dois funcionários distribuídos entre: secretária, auxiliar administrativo, inspetor de alunos, zeladoras, cozinheiras e vigias noturno.

Sua estrutura física conta com dezessete salas de aula, mais sala de professores, sala de informática, sala de recurso, apoio e reforço, além de banheiros masculino e feminino. Tem ainda secretaria, almoxarifado, direção, depósito de alimentos, quadra de esportes, cozinha e banheiro para os professores.

A clientela escolar são de origem urbana, moradores dos bairros: Jardim boa Esperança. Jardim da Conquista e Vitória Régia. Devido a imigração da região sul do País e dos municípios onde existiam garimpos, devido a isto o Bairro onde fica a escola teve um crescimento populacional elevado nos últimos anos. 

 

2.2. DADOS DO ALUNO

 

 

- Nome: M. A. C

- Data de Nascimento: 19/09/2003

- Sexo: Feminino

- Filiação: Pai – L. T. C  mãe – M.  A. A

- Série: 3º ANO do Ensino Fundamental I.

- Repetente: Não

 

2.3. REGISTRO DA QUEIXA

 

 

A aluna relatada neste trabalho cursa a turma do 3º ano do Ensino fundamental l. A professora da turma apresentou alguns alunos com alguns problemas aparente, entre eles  M. A.C que demonstra ser na listagem de déficit de atenção, um aluna que oscila em gostar ou não da convivência dos amigos em alguns momento sendo as vezes até cansativa, mas durante as aulas ela incomoda os colegas com brincadeiras e palavras que desagradam o grupo..  Em alguns momentos demonstra - se irritada e auto-estima baixa..

Conversando com a responsável (avó), percebe-se que a mesma sente-se segura, não teve dificuldade em responder sobre a concepção da neta, pois acompanhou toda a gestação. Ela sabe que há algo errado com a neta, quer uma resposta para ajudar a menina o mais rápido possível. Percebe-se que ela sente que há alguns aspectos que devem ser investigados ou aprofundados junto a aluna, em seu estado emocional, neurológico e cognitivo.

E partindo destas queixas,  preparei-me melhor para este estágio.

 

 

2.4. REGISTROS DESCRITIVOS

 

 

Nas páginas a seguir relatam-se as observações, conversas e atividades propostas que foram realizadas com a aluna citado anteriormente.

 

 

2.4.1. Visita à escola

 

 

Ao escolher a instituição para desenvolver este Estágio, realizou-se uma visita e a permissão da direção para a elaboração do mesmo. Ao solicitar autorização, foi apresentado o objetivo em desenvolver atividades diferenciadas com um aluno, para assim contribuir no desempenho escolar do mesmo, bem como atingir o objetivo proposto pelo curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia.

 

 

2.4.2. Observação do sujeito no lanche

 

 

O lanche acontece no refeitório da escola, após lancharem as crianças dispõe de alguns minutos para as brincadeiras no pátio. Neste período, percebe-se uma criança agitada, que não lancha direito e corre pra lá e pra cá, sem sossego devido ao seu comportamento os colegas acabam reclamando muito e assim deixando-a de lado.

 

2.4.3. Observação em sala

 

 

Em sala, M. A. C demonstra não sossegar, importunando professora e colegas. No tempo observado permaneceu muito pouco em sua carteira, tem pouca organização com seus materiais e apresentou dificuldades para se concentrar perante os conteúdos propostos e explicados pela professora, com distrações frequente.

 

2.4.4. Entrevista com a professora

 

 

A professora relatou que M. A. C, é uma criança muito agitada, seu relacionamento com a turma é um pouco conturbada, demonstra às vezes até agressiva, mais está sempre tentando estar bem com os colegas, e as vezes se metendo até onde não é chamada. Mas os colegas acabam deixando-a de lado pelas suas atitudes. No entanto, é uma criança que dispersa com facilidade não é muito organizada com seus materiais, tem auto-estima baixa, não gosta de desafios, quando as atividades exigem mais dela. Fica deprimida, assim não acompanha o ritmo da sala, deixando as atividades a desejarem.

 

 

2.4.5. Histórico Escolar

 

 

M. A. C iniciou a sua vida escolar aos 06 anos de idade, em uma escola pública, cursando creche, pré I e II, da educação infantil e hoje cursa o 3º ano do ensino fundamental, nesta escola.

 

 

2.4.6. Anamnese

 

 

A criança M. A. C. nasceu com 3,100Kg no dia 19 de setembro de dois mil e três na cidade de Rurópolis - PA. Nasceu com nove meses completos e de parto normal.

Segundo a responsável da mesma, M. A. C. começou a engatinhar com nove meses de idade, com um ano deu os primeiros passos e no mesmo ano começou a falar. Não apresentou dificuldades na fala, sendo que a sua linguagem estava adequada a sua idade.  Atualmente utiliza corretamente as palavras na fala, tendo um vocabulário diversificado. Hoje a criança está com oito anos, pesa 29 Kg e 1,18 de altura.

M. A.C. usou fraldas até dois anos e fez xixi na cama algumas vezes até hoje . É uma criança agitada, em casa segundo a responsável também tem os mesmos comportamentos.

No primeiro período de vida tinha um sono agitado, acordava e chorava durante a noite, sua alimentação foi de leite materno até os 06 meses, quando o leite da mãe secou passou a tomar leite de vaca, o qual ainda o toma até hoje pela manhã e a noite.

 É líder do irmão mais novo, porém rejeita liderar os colegas e primos mais velhos.

Vida escolar

M. Iniciou-se aos 06 anos, estudando na  Escola Municipal Armando Dias no inicio não teve muitos problemas de adaptação. Lá se sentia amada. Sua maior dificuldade se encontra na Língua Portuguesa.

 M. A. C chora por motivos pequenos, as vezes demonstra ciúmes do irmão caçula. È muito indecisa, insegura e se sente rejeitada por todos e tudo. Gosta muito de animais e tem muito medo do escuro. Há dias, parecer estar de bem com todos.

 Vida Familiar

L. O pai de M. A. C não mora na mesma cidade que ela, está distante e ausente, assim como a mãe. A criança reclama da ausência de seus pais que são separados. Sua maior convivência são com os avós paterno e tios.

Em casa, não tem companhia para brincar ou realizar algumas atividades, pois o irmão ainda é muito pequeno, devido a isso brinca sozinha com seus brinquedos, assiste muito à televisão, gosta de jogar futebol feminino, o que é bom, assim tenta novas amizades. Ao que se percebe pelos relatos, essa criança não tem rotina certa para realizar a sua rotina diária, horário para estudar, alimentar-se ou estudar em casa. O horário certo que realiza é apenas o de ir e voltar da escola, a qual é sempre levada e buscada pela avó ou tia. 

 Por ser uma criança agitada e desorganizada a responsável pela mesma (avó) não consegue realizar as tarefas e colocar limites na criança. Quando esta tenta fazer algo deixa sempre sem concluir. M. A.C começou a tomar banho, a se vestir e amarrar e cadarço sozinha com sete anos de idade. A avó relata que a neta tem muita dificuldade na leitura, escrita e desmotivação para estudar, afirmando que prefere ficar em casa a ir à escola.

Na escola em que estuda, escreve com a mão direita e tem dificuldades em acompanhar o ritmo dos outros colegas para fazer leitura e escrita. Seus materiais escolares nem sempre são organizados, perdendo-os e bagunçando-os com frequência.

M. A. C reclara da ausências dos pais, diz sentir muita falta.

 

2.4.7. (EOCA) Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem

 

 

Para Visca, a EOCA deverá ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados. Consiste em solicitar ao sujeito que mostre ao entrevistador o que ele sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa, após a seguinte observação do entrevistador: "este material é para que você o use se precisar para mostrar-me o que te falei que queria saber de você" (VISCA, 1987, p. 72). O entrevistador poderá apresentar vários materiais tais como: folhas de ofício tamanho A4, borracha, caneta, tesoura, régua, livros ou revistas, barbantes,cola, lápis, massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra-cabeça ou ainda outros materiais que julgar necessários. O entrevistado tende a comportar-se de diferentes maneiras após ouvir a consigna. Alguns imediatamente, pegam o material e começam a desenhar ou escrever etc. Outros começam a falar, outros pedem que lhe digam o que fazer, e outros simplesmente ficam paralisados. Neste último caso, Visca (1987, p.73) nos propõe “empregar o que ele chamou de modelo de alternativa múltipla”, cuja intenção é desencadear respostas por parte do sujeito. Visca (1987, p.73) nos dá um exemplo de como devemos conduzir esta situação: "você pode desenhar, escrever, fazer alguma coisa de matemática ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça [...]". No outro extremo encontramos a criança que não toma qualquer contato com os objetos. Às vezes se trata de uma evitação fóbica que pode ceder ao estímulo. Outras vezes  trata-se de um desligamento da realidade, uma indiferenças em ansiedade, na qual o sujeito se dobra às vezes sobre seu próprio corpo e outras vezes permanece numa atividade quase catatônica.

Logo que passei as regras para M. A. C, a mesma tomou contato com o material e pouco falou. Concentrava-se pouco em suas atividades. Quando deixava de olhar para uma ou outra gravura, sempre me perguntava o que era para fazer. Depois de folhear algumas revistas demonstrou-se cansada, desanimada. Quanto a sua coordenação motora observei haver alguma dificuldade. De repente, se levantou e disse que já havia terminado e foi logo se retirando para o banheiro para lavar as mãos. Não fez uso dos demais materiais.

Quando retornou, perguntei se não ia usar outros materiais a mesma balançou a cabeça com desprezo recusando-os. Num determinado momento resolveu pegar o lápis e subscritar uma das folhas, colocando a data e o nome da cidade, repetindo uma atividade rotineira que percebi acontecer em seu dia a dia quando está na escola. Resolveu que iria fazer um desenho e depois o narrou para mim Usou os seguintes materiais: revistas, tesoura, cola, folha sulfite, folha com pauta e a caneta. Sugeri que me contasse uma história. M, começou com pouca vontade, dizendo, era uma vez uma menina que rezava em sua cama ela era muito triste porque não tinha ninguém para conversar, seu pai e mãe não moravam com ela, ela vivia triste. Um dia, ela encontrou um cachorro muito feio, entrou numa casinha que tinha uma outra menina muito linda que parecia uma irmã. Em seguida, perguntei o que mais ele queria fazer com aqueles materiais sobre a mesa, o que ele sabia ou quisesse fazer.   Ele disse que sabia fazer outras coisas, mas estava cansada. Eu insisti um pouco para ele me mostrar o que sabia, mas ele disse preferir não fazer nada. Então encerrei este momento.

 

2.4.8. Elaboração do primeiro sistema de hipótese

 

 

A princípio, M. A.C estava tímida e insegura com a minha presença. Aos poucos foi ficando a vontade. Conversando apresentei-lhe os materiais que ela poderia usar, e ficou mais tranquila por já utilizá-los na escola, demonstrou confiança. Mesmo assim, rejeitou em usá-los. Mesmo com insegurança, a aluna foi capaz de responder aos questionamentos, no entanto preferiu não usar todos os materiais disponíveis.

 

 

2.4.9. Área Cognitiva

 

 

A aluna apresenta certa insegurança em responder algumas perguntas lhe dirigidas, pensando muito antes de respondê-las. É uma criança agitada, com  algumas dificuldades em expressar ideias, desejos e sentimentos.  Durante as atividades aparentou boa coordenação motora grossa, porém algumas facilidades em desenhar. Seu raciocínio lógico é bom, no entanto necessita de um tempo maior para passar informações para o papel.

 

2.4.10. Área Emocional

 

Apresenta um bom relacionamento com as pessoas conhecidas na medida do que lhe é possível, não demonstrou nenhuma atitude de agressão durante o período acompanhado. Atitudes inseguras a impede de aproximar de situações e pessoas desconhecidas em casa ou na escola, muitas vezes preferindo ficar sozinha.

 

 

2.4.11. Área Funcional

 

 

A aluna apresenta-se como uma criança normal, exceto pela auto-estima baixa, e sente falta da presença dos pais.. Sua coordenação motora fina está em construção, bem como o processo de seriação e classificação, no entanto apresenta uma boa coordenação motora grossa. Durante as atividades utilizou os materiais do seu cotidiano, entretanto demonstra dificuldades em concluir uma atividade.

 

2.4.12. Leitura, escrita e matemática.

 

 

As atividades foram realizadas com relação à leitura com imagem e M. A. C soube distinguir leitura verbal da não verbal. Com as fichas de leitura, ela juntou as sílabas muito devagar, com algumas dúvidas, para formar as palavras. Na classificação de estágios da escrita ela apresenta estar no nível silábico-alfabético, como relatado anteriormente, não acompanha o ritmo dos colegas da sala durante praticamente todas as atividades escritas, ao copiar do quadro por exemplo, faz trocas de letras e algumas vezes dúvidas ao escrever  em letra cursiva. Esta aluna demonstra melhor habilidade em cálculos mentais, porem necessita de longo tempo para escrever. Consegue identificar com facilidade as cores e formas geométricas, porém não sossega um instante para concluir as atividades, ficando as mesmas por terminar.

 

 

2.5. INFORME PSICOPEDAGÓGICO

 

 

I. Motivo da Avaliação

 

 

Pela  queixa apresentada pela escola é que a aluna M. A. C. apresenta déficit de atenção e dificuldades na leitura e escrita, uma criança que apresenta comportamentos inseguros diante das situações em sala de aula ou fora dela, no período escolar, que está sempre agitada, assim não conseguindo se concentrar como devia.

 

 

 Instrumentos Utilizados

 

 

- Anamnese;

- Informação Social;

- EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem;

- Provas Piagetianas: Conjuntos, Classificação e seriação;

- Provas Projetivas: vínculo familiar, escolar e consigo mesmo;

-- Análise do material escolar.

 

Análise dos Resultados

 Pedagógica

No entanto, é preciso investigar como se dá a construção do conhecimento através de diferentes metodologias, pois cada aluno tem sua forma própria de adquirir novos conhecimentos. Então, após a realização das provas, percebe-se que a aluna M. A. C. ainda não realiza leitura de símbolos corretamente, confunde algumas letras e tenta adivinhar o que está escrito. É capaz de identificar as vogais e algumas consoantes mais familiares.

Quanto à escrita, realiza apenas cópia, e mesmo assim sente dificuldade e troca as letras, apresenta dificuldades em realizar produções próprias, sendo que ainda se encontra no nível silábico-alfabético.

Entretanto, nos conhecimentos matemáticos, conhece os numerais, cores e formas geométricas, é capaz de realizar cálculos mentais, realizar pequenas operações de adição e subtração, mas não formula problemas e cálculos escritos.

 

Cognitiva

Diagnóstico Operatório

 

O que se busca é descobrir como o sujeito usa seus próprios recursos cognitivos a serviço da expressão de suas emoções, ante os estímulos apresentados pelo psicopedagogo. O fundamental é a “leitura psicopedagógica” dessas situações e produtos, para assim detectar o que está empobrecendo a aprendizagem ou a produção escolar. Encontramos escolas que cometem o terrível engano de considerar deficientes mentais alunos com graves problemas emocionais. Segundo Fernández (1990, p.220), Ainda que as técnicas projetivas, que por vezes utilizamos tenham sido desenhadas com objetivos diferentes dos nossos, e a partir, inclusive,de fundamentos teóricos que não compartilhamos, cremos que mediante um uso mais heterodoxo e uma interpretação de acordo com nossa modalidade, podem trazer-nos com relativa rapidez dados sobre a articulação entre a elaboração objetivamente.. Para o diagnóstico dos problemas de aprendizagem, não levamos particularmente em conta os conteúdos expressos pela criança. Interessa-nos observar a modalidade com que a inteligência trata o objeto, reconhece-o, discrimina-o em sua própria legalidade, sua experiência e o utiliza adequadamente.

Para o desenvolvimento das provas Piagetianas, foram utilizadas as atividades de conservação de pequenos conjuntos de elementos. Dividimos várias fichas feitas de papel colorido do mesmo tamanho. Pedi que escolhesse as fichas dela e peguei as minhas na mesma quantidade. Pedi para que ela fizesse uma sequencia com as fichas, e eu a mesma coisa. Fizemos fila maior e menor, mais ou menos filas, durante este processo perguntei-lhe qual das filas era maior ou menor. A resposta era a mesma, a maior seria a fila que fosse mais longa. Neste contexto, pedi a ele que organizasse as fichas, minhas e dele na mesma ordem. Assim, percebeu que mesmo alterando a posição, as quantidades de fichas permaneciam a mesma.

Para a conservação de quantidade de líquido, apresentei-lhe dois copos de vidro, um mais estreito e alto, o outro mais largo e baixo. Ao questionar qual caberia mais líquido, a aluna pensou por um momento, e respondeu que o mais alto caberia mais, assim entreguei-lhe duas quantidades iguais de água, na sequência respondeu-me que o mais alto tinha mais água. Permaneci por um momento quieta e pediu-me para medir e concluiu que nos dois permanecia a mesma quantidade de água.

Na atividade de conservação da quantidade, através de massa de modelar, pudemos realizar a atividade. As massas estavam em forma de bola, com a mesma quantidade, assim como a água dos copos. Brinquei que iríamos brincar um pouco com aquelas bolinhas. Perguntei-lhe se havia a mesma quantidade de massinhas nas duas bolas, e respondeu que sim. Continuei pedindo para mudarmos o formato das bolinhas, amassando-as e o aluno continuou dizendo ter a mesma quantidade, porem com dúvida. Em seguida pedia para enrolar uma de comprido, para parecer uma corda grossa, e respondeu-me que esta em forma de corda parecia ter mais massa. Pedi então que a voltasse na forma em que estavam duas bolinhas, e concluiu a mesma quantidade de massinha.

 

Linguagem

 

A aluna pronuncia palavras corretamente, vocabulário este adequado a sua idade, portanto sendo capaz de transmitir informações e entendê-las de forma clara.

Afetiva

Percebe-se que a aluna sente falta da presença dos pais, a mesma fala muito dos mesmos e de sua separação. Ela gosta de estar com os avós, porém sente falta dos pais.

 

Técnicas Projetivas Psicopedagógicas

 

Para esta atividade, pedi para que ela a desenhasse com seus colegas de sala e assim como nas demais atividades, optou por desenhar com lápis de escrever, mesmo pedindo para que ela desenhasse com lápis de pintar ou de colorir, a mesma disse que preferia somente com lápis de escrever. A aluna desenhou somente uma colega e escreveu o nome da mesma, afirmando que era a sua amiga e queria desenhar somente as duas, mas gostava dos outros colegas da turma também.

Depois, desenhou a sua família, incluindo os cachorros todos do mesmo tamanho, dizendo que os mesmos eram sua avó, ela e o tio. Num outro momento ela bem pequenina e a professora  ao lado. Logo após desenhou a sua casa e tentou escrever ela passeando com a avó

 

Social

 

A aluna é capaz de transmitir informações pessoais como seu nome, endereço, o nome dos seus pais, a idade, seu esporte preferido, o time que torce os programas de TV que mais gosta brincadeiras preferidas, nomes de amigos e parentes mais próximos e as pessoas com quem mais convive.

 

Psicomotora

 

Nesta área, a aluna apresenta uma coordenação motora grossa que ainda está em construção, entretanto, apresenta uma coordenação Global normal para a sua idade ao andar, correr, pular ou jogar bola. Tem um bom equilíbrio dinâmico: anda em linha reta, curva ou anda com um pé na frente do outro. Não apresentou dificuldades quanto ao seu equilíbrio estático. Na dissociação, distingui pés e mãos, abre, fecha junta ou separada e alternadamente. Reconhece as partes do corpo, tem boa orientação espacial e temporal.

 

 Parecer Diagnóstico Clínico

 

Ao desenvolver o presente trabalho, com o levantamento de dados escolares da aluna, conversas e aplicação dos instrumentos investigativos, conclui-se que a mesma na área cognitiva enfrenta algumas dificuldades. Na área afetiva, apresenta-se como uma criança sentimental. No momento, seu desempenho vem progredindo lentamente, o que deve ser mais trabalhado. Com relação à área funcional, tem desenvolvimento normal de acordo com a sua idade. Em todo o processo percebi que a separação dos pais e a distancia, interferem muito.

 

Sinop, 29 de maio de 2012.

 

Assinatura______________________________________________________

 

 Prognóstico

 

            A aluna em questão tem possibilidade de desenvolver sua aprendizagem desde que o seu ritmo seja respeitado e aproveitando os poucos momentos em que fica mais tranquila, necessita de um tempo maior para decifrar a leitura e colocar o seu pensamento no papel, dificultando a produção livre. Ainda precisa ser trabalhada  atividades que estimule a leitura e a escrita.

 Recomendações e Indicações

Família

 

Falta rotina a esta criança, e a falta da presença dos pais a prejudica bastante o que precisa ser trabalhado com um profissional da área, precisa que a família determine algumas tarefas básicas em casa, como enxugar e guardar a louça, para que reduza o tempo em que a criança passa frente à TV . Também necessita de um horário para a realização das tarefas escolares. Para melhorar a convivência e o seu desenvolvimento, os responsáveis necessitam dedicar-se e estar mais presentes na vida desta criança, a realização de leituras de histórias infantis ou histórias vivenciadas em família o que percebi que não há.

 

 

2.6. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

 

 

Percebe-se que M. A. C apresenta Déficit de Atenção, é uma criança agitada e insegura, principalmente nas situações em que o resultado depende somente dela. Essa insegurança e agitação impedem a sua iniciativa para executar ou encontrar respostas às atividades propostas e melhor convívio com a turma.. A sua aprendizagem torna-se desafiadora e requer intervenções psicopedagógica. Neste sentido, afirma: Ellis (1995, p.56) “a constituição de uma intervenção psicopedagógica segue orientações específicas, porém, não há modelos rígidos para tal .”Importante ter em mente as finalidades traçadas ao processo, bem como uma visão bem exercitada. O processo, uma vez iniciado pela apresentação de uma proposta de inclusão em educação, seguiu uma trajetória de grupo operativo e construção de um projeto político pedagógico. O presente trabalho toma este processo como exemplo, denotando o papel do psicopedagogo frente às demandas educacionais futuras. Para a implementação da proposta de trabalho, a articulação com a metodologia de pesquisa-ação confiou maior produtividade ao mesmo; apontando a intervenção cotidiana como a mais eficaz.

            Neste contexto, ao se tratar de uma criança com Déficit de Atenção, a intervenção psicopedagógica é de suma importância, porque “se realizam entre um sujeito que acompanha o processo e outro que o vivencia ativamente, configurando ambos, um sistema transformador” (Visca, apud BARBOSA, 2010, p.15). Neste sistema, a criança tem a oportunidade de vencer os obstáculos que surgem no processo de aprendizagem.

Nesta intervenção psicopedagógica seria viável utilizar jogos e brincadeiras, por serem elementos de ação e de caráter objetivo, podendo ser utilizado tanto no âmbito individual quanto grupal, atingindo assim, o objetivo principal de aprendizagem desta criança. Segundo (Barbosa, 2010, p. 182) “Tanto a brincadeira quanto o jogo são marcados pela ludicidade,” sendo esta, um ingrediente fundamental desses recursos psicopedagógicos. No caso da brincadeira, apresenta a imaginação e a regra, sendo a imaginação o que a define, pois as regras são frágeis. Já o jogo possui ênfase nas regras, embora não abandone a imaginação.

Jogos e brincadeiras possuem formas de utilização diferentes, sendo as brincadeiras espontâneas e disparadoras, enquanto os jogos podem desenvolver e instrumentar, aliviar tensões e servir de elementos intermediários na relação com a aprendizagem, e ambos devem preservar a ludicidade e a vinculação afetiva durante o seu desenvolvimento.

Com base em Macedo, Petty e Passos, apud (Barbosa 2010, p.183 e 184), as atividades para serem lúdicas devem possuir cinco qualidades: devem ter o prazer funcional, que “está relacionado á escolha que um aprendiz pode fazer entre ou não participar de uma atividade”; Serem desafiadoras, colocar em prática o conhecimento vivenciado e estar disposto a desenvolver habilidades novas; Criarem possibilidades de tornar seus sonhos em realidade e encontrar resultados possíveis ao que parece impossível; Possuírem o caráter simbólico, onde “as brincadeiras e os jogos expressam sua intuição, e que as narrativas decorrentes do faz de conta são uma projeção de seus sentimentos, desejos e valores”; Serem expressas de modo construtivo ou relacional “indica a possibilidade de considerar-se numa atividade lúdica, vários pontos de vista e várias possibilidades de expressão”.

No caso de M. A. C. iniciei com brincadeiras espontâneas, por permitir que ela desenvolva nos aspectos relacional, psicomotor, criativo e que possa se posicionar de maneira decisiva, partindo do prazer para depois conviver com a realidade. Sendo que esta, quando vivida pela criança, abre novos caminhos para ela se localizar sentir-se inserida no meio em que vive e adquirir novos conhecimentos

Oliveira, apud (BARBOSA 2010) apresenta três núcleos organizadores que atraem e direcionam á criança: o corpo, o simbólico e a regra, através dos quais a criança pode se organizar no espaço e no tempo, se organizar no mundo interno e externo, sentindo desejo de expressar-se como sujeito. Para Friedmann (1996) e Volpato (1999), citados por Almeida e Shigunov,

A brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade das mais diversas. O jogo é uma brincadeira que envolve certas regras, estipuladas pelos próprios participantes. O brinquedo é identificado como o objeto de brincadeira. A atividade lúdica compreende todos os conceitos anteriores.

Para isso, buscar também intervir através dos jogos, quando se sabe que os mesmos podem ser utilizados com diferentes propósitos, instigando o aluno a novos desafios, ampliando as possibilidades de desenvolvimento e instrumentação, podendo ser de caráter competitivo quanto cooperativo. De acordo com Barbosa (2010, p.197):

No processo de atenção psicopedagógica, é possível utilizar os jogos com o objetivo de desenvolvimento do aprendiz em diferentes aspectos ou dimensões: raciocínio lógico, oralidade, escrita, percepção, rapidez, ritmo, motricidade, atenção, memória e outros.

 

 Nesta perspectiva, seria viável para a aluna o jogo de dominó, cuja finalidade é propiciar a possibilidade de progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando a sua motivação pessoal, desenvolver a sua capacidade de concentração, além da criatividade, ousadia, improvisação, solidariedade e cooperação. Cito aqui também o jogo de xadrez e o jogo de dama para ajudar a desenvolver a memória da criança. Essa atividade ajudará na escrita espontânea e assim no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. A criança defronta-se com um mundo cheio de atrações com letras, palavras, frases e textos, e se engajará neste mundo muito mais facilmente se puder participar integralmente dele e se o processo for transformado num grande ato lúdico participativo, inteligente e prazeroso. Portanto, percebe-se a necessidade do lúdico, na forma de jogos e brincadeiras, para despertar o interesse e arrebatar a atenção do mesmo, tornando este processo recheado de significado.

 

 

2.7. DEVOLUTIVA AOS PAIS

 

 

Ao concluir este estágio, para a família de M. A. C. expliquei-lhes o trabalho desenvolvido diante da queixa apresentada pela professora e a equipe escolar, o informe psicopedagógico com todos os passos que foram realizados durante este estágio, as, recomendações e indicações para favorecer o desempenho escolar da aluna.  Assim, conclui-se que M. A. C. é uma criança saudável e inteligente, que precisa ser trabalhado sua inquietude, afetividade e dedicar-se a leitura e melhorar o seu processo de escrita, no entanto, para que esse processo ocorra da melhor forma, necessita da compreensão e ajuda familiar.

 

 

2.8. DEVOLUTIVA À ESCOLA

 

 

Ao finalizar este trabalho, apresentei a conclusão do mesmo à equipe escolar a partir da queixa exposta. Assim, relatei as observações feitas na aluna, o trabalho desenvolvido, a proposta de intervenção e a conclusão deste estágio ao nível de desenvolvimento de ensino aprendizagem em que a aluna encontra-se.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Este Estágio oportunizou a prática das teorias e conhecimentos adquiridos durante o curso de Psicopedagogia Clínica e Institucional. Ao desenvolver este trabalho, pude observar analisar e desta forma melhor compreender a aprendizagem de um sujeito com Déficit de Atenção. Bem como este sujeito vence os obstáculos que surgem durante este processo.

A partir da queixa apresentada pela escola e responsáveis, acompanhei o processo ensino aprendizagem e dificuldades da aluna apresentada. Assim, expus o resultado aos pais e a escola e apresentei alternativas para contribuir com um melhor desempenho escolar do mesmo.

Percebe-se com este Estagio a grande importância e a presença de um psicopedagogo e como pode intervir junto aos professores para sanar dificuldades no aprendizado de um aluno.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

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SCOZ, Beatriz. O desenvolvimento das quantidades físicas na criança, conservação e atomismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.

 

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WEISS, M.L.L.Trad. De E. Rovai. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo, Ed. Pioneira, 1992.