Endocardite: a inflamação das válvulas cardíacas
Por Doctuo | 03/04/2013 | SaúdeA endocardite é uma inflamação do endocárdio, o revestimento interior do coração, com especial ênfase ao nível das válvulas cardíacas. Esta inflamação ocorre devido a uma infecção interrecorrente, podendo suceder isoladamente ou como consequência de outra doença.
Há três tipos de endocardite: A endocardite bacteriana aguda, a endocardite fúngica e a endocardite não bacteriana.
No caso da endocardite bacteriana aguda, as lesões valvulares e subvalvulares ocorrem por meio de microorganismos transportados pela corrente sanguínea. Esta é uma condição particularmente grave se o endocárdio tiver sido previamente afetado por cardiopatias congénitas ou febre reumática.
Os microorganismos se introduzem na corrente sanguínea através de intervenções cirúrgicas cardíacas em pontos de suturas, cateteres de monitorização e próteses valvulares cardíacas; também em tratamentos dentários podem ser introduzidas bactérias ou em cirurgia e métodos invasivos de diagnóstico do sistema gastrintestinal e geniturinário.
A endocardite fúngica surge em pacientes com infecções prévias ou pessoas com baixa resistência imunitária a infecções.
A endocardite não-bacteriana é uma consequência rara de alguns tipos de câncer e doenças auto-imunes, como o lúpus eritematoso sistémico.
Os principais sintomas registados na sua forma menos aguda são a fadiga, a fraqueza, a febre, a transpiração noturna e dores.
No caso específico da endocardite bacteriana aguda o início é súbito e o paciente manifesta arrepios intensos, febre alta, falta de ar, frequência cardíaca acelerada ou ritmo cardíaco irregular. A infecção é de rápida propagação e afeta as válvulas cardíacas a ponto de originar uma insuficiência cardíaca grave.
O diagnóstico é feito através de hemoculturas para identificar bactérias ou fungos, electrocardiograma, ecocardiodoppller, cardioangiografia e testes de sensibilidade aos antibióticos. Após confirmação do diagnóstico, são administradas grandes doses de antibióticos por via intravenosa; se a válvula cardíaca apresentar danos que comprometam o seu normal funcionamento, a válvula terá de ser substituída por uma válvula artificial através de uma intervenção cirúrgica.
A doença pode ser fatal se não tratada a tempo, por isso é essencial estar atento a qualquer sintoma e visitar periodicamente um cardiologista.