EDUCAÇÃO INFANTIL, MÉTODO PEDAGÓGICO E SOCIALIZAÇÃO

MIGUEL, B.


RESUMO

O objetivo este artigo é expor uma pequena abordagem sobre o que se aprende na teoria e o que realmente se visualiza, ou melhor, aplica-se na prática, tendo como foco os métodos pedagógicos e o desenvolvimento de crianças na Educação Infantil. Foram realizadas algumas visitas a escolas municipais do interior do estado de São Paulo, assim como entrevistas, conversas e observações de aulas em sala e fora dela.

PALAVRAS-CHAVE: Educação, História, Educação Infantil, Métodos Pedagógicos.

INTRODUÇÃO
Nada tão belo, tão gratificante quanto o sorriso de uma criança. Toda aquela imensidão de olhares, gestos e impulsos que fazem do ofício do educador o mais prazeroso possível. Entretanto, a dedicação deste deve ser constante.

Nas recordações do Jardim da Infância, a presença da professora, que por muitos, denominada como a "tia", faz-se como a heroína que fez seus alunos embalar nas aventuras do mundo mágico dos contos e das histórias infantis. A sua importância na formação futura daqueles meninos e meninas é de considerável relevância.

E isto não apenas destacando como um fator de iniciação na vida acadêmica, mas como agente na formação da mentalidade, do comportamento, das atitudes em geral. Ao que nos primeiros anos de vida apresenta-se bastante aguçado. E é na Educação Infantil que inicia o conhecimento de si e do mundo, havendo assim uma ampliação de experiências sensoriais e da expressão da individualidade.

Por isso tanta preocupação com a capacitação de funcionários e educadores. Antigamente o pré-requisito básico para ser uma professora era ser mãe. Mas atualmente, com toda a racionalização e desenvolvimento metodológico do ensino, é necessário que apresentem formação universitária para iniciarem-se nesta profissão.

Diversos estudos comprovam a importância de serem bem desenvolvidas e estimuladas a fases iniciais da vida de uma criança. O estudioso suíço Jean Piaget (1896 ? 1980), conhecido mundialmente por sua teoria a Epistemologia Genética, na qual defende que o indivíduo ao longo de sua formação passa por várias etapas de desenvolvimento cognitivo.

Piaget propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento: sensório-motor (0-2,5 anos), pré-operatório (2-5 anos), operatório concreto (6-11 anos) e operatório formal (a partir dos 12 anos).

A criança pré-escolar encontra-se em uma fase de transição fundamental, e esta etapa é inaugurada pela capacidade que a criança adquire de substituir um objeto por uma representação. Destacam-se algumas características como, por exemplo, o pensamento egocêntrico, ou seja, compreendem as coisas somente a partir do seu ponto de vista; há também uma centralização, enxergam apenas uma única faceta da situação que se encontra; e o seu pensamento ainda é estático, não relacionando presente-passado-futuro. A criança começa a desenvolver uma linguagem, assim como habilidades preceituais e motoras.

Seria de extrema utilidade que os professores possuíssem conhecimento sobre qual fase de desenvolvimento se encontram seus alunos. Pois assim, poderiam contribuir mais diretamente, sabendo as limitações e quais pontos são passiveis de uma maior exploração.
Fazendo uma articulação entre as terias desenvolvidas por alguns estudiosos. Foram realizadas três práticas de estágio em diferentes escolas no interior do estado de São Paulo, duas localizadas na região de Campinas, e uma em Morungaba. Com a finalidade de averiguar os métodos usados pelas professoras, e como se dão os processos educacionais na prática.

ANÁLISE E RESULTADOS
Em uma das observações realizadas, pode-se ressaltar uma em que foi presenciada uma prática extra-sala de aula com alunos de Educação Infantil na faixa etária de quatro e cinco anos. A atividade recebia o nome de "Salada de Fruta", na qual prevaleciam as seguintes regras e instruções:
Nos dias anteriores a realização da atividade foi enviado um comunicado aos pais ou responsáveis dos alunos, para ficarem cientes da atividade e colaborarem também, pois cada aluno se encarregou de trazer um tipo de fruta.

Ao chegar à escola a professora recolhe as frutas e as coloca em uma mesa (já preparada anteriormente na sala). Então se inicia a primeira etapa da atividade. A professora seleciona uma das frutas, levanta-a e faz algumas perguntas para classe: "Qual o nome desta fruta?"; "Com qual letra começa?"; ao levantar várias frutas do mesmo tipo, pergunta: "Quantas temos aqui?"; "Qual é a maior?"; em alguns casos como o das goiabas, por exemplo, elas eram repassadas pelos alunos para que estes a cheirassem.

Ainda nesta parte da atividade, a professora chama aleatoriamente alguns alunos para tentar escrever o nome da fruta na lousa.

Na segunda etapa, a professora vai escrevendo os nomes das frutas no quadro negro, ao mesmo tempo os alunos vão copiando no caderno. Repetem os nomes diversas vezes. Um detalhe que foi considerado relevante é que a professora escreve cada palavra de uma cor, e ao perguntar o porquê, ela respondeu "assim eles se localizam mais facilmente qual palavra estão copiando. Há muita conversa e freqüentemente se distraem".

Na terceira etapa da atividade, os alunos juntamente com a professora e mais uma ajudante se dirigem pra a cozinha da escola, onde as frutas serão lavadas e picadas, para então fazer a "salada de fruta". Nesta etapa os alunos ficam sentados nos bancos à espera. Agora apenas a professora e as cozinheiras mexem nos frutos. Na quarta e última etapa, é à hora de saborear.

Um fenômeno educativo exige uma abordagem minuciosa e metodológica. Em uma sala de aula de ensino básico infantil, em que alunos com idade média entre quatro e cinco anos, é preciso estabelecer nesse caso, uma metodologia especifica para essa faixa etária. Através de uma simples atividade foi possível observar pontos importantes da metodológica aplicada. Por exemplo, numa outra atividade observada: esta recebia o nome de "Roda da Conversa", o aluno através de uma conversa faz uma mediação com outros indivíduos (alunos e professor) estabelecendo uma relação com o meio.

Essa metodologia estabelecida através da mediação é defendida pelo um outro estudioso Lev Vygotsky (1896 -1934), especialista em psicologia infantil, em sua abordagem fundamental é feita a partir da análise Histórico-Cultural do Individuo, e esta mais tarde será o nome de sua teoria. Vygotsky (1992) tem como um dos seus pressupostos básico, a idéia de que o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro social. A cultura torna-se parte da natureza humana, num processo histórico que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do individuo, molda o funcionamento psicológico do homem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação de qualquer profissional deve necessariamente estar embasada de boa dose de teorias, leis e diretrizes técnicas, mas nada poderá suprir a importâncias da prática. Pois só com ela é que se pode verdadeiramente conhecer o ambiente, suas limitações e virtudes.

Trabalhar com crianças é extremamente empolgante e prazeroso, entretanto a utilização de um método pedagógico se faz necessário.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONTANA, Roseli. Psicologia e Trabalho Pedagógico. São Paulo: Atual, 1997.
LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygostsky, Eallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
VYGOTSKY, Lev S; COLE, Michel (org.); NETO, José Cipolla (tradução). A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.