DISLEXIA: DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Maria Zita Rodrigues 1

Leila Silveira 2

RESUMO: Este trabalho objetiva discutir os distúrbios de aprendizagem entre a leitura e escrita enfatizando a dislexia. Observamos como os estabelecimentos de ensino lidam com os portadores dos distúrbios de aprendizagem, bem como discutir os rótulos atribuídos aos disléxicos. Como instrumento de coleta de dados, usamos a entrevista com supervisores, professores de língua portuguesa, e disléxicos. Esperamos que este estudo venha contribuir com os profissionais da área de educação, uma vez que há falta de informação, pesquisa e estudos referentes à dislexia. E ainda ajudar aos disléxicos, principalmente os de baixo poder aquisitivo, que, se não entendido acabam evadindo da escola podendo tornar-se uma presa fácil para a marginalidade.

Palavras-chave: Dislexia, disléxico, professor, distúrbio, leitura, escrita, aprendizagem.

RESUMEN: Se trabajo tiene como objetivo, discutir los disturbio del aprendizaje entre la lectura y la escrita enfatizando la "dislexia". Observamos como los estabelecimentos de (enseñanza) ensino lidan con los portadores de los disturbios de aprendizaje, así como, discutir los rótulos atribuidos a los disléxicos. Ese trabajo tiene la característica de un estudio descritivo donde fue realizado observaciones bibliográficas sobre el tema y una encuesta de campo, analizando el problema de dislexia. Como instrumento para cogir datos, hicimos el uso de entrevista con supervisores, profesores de lengua portuguesa e disléxicos. Esperamos que este estudio contribua con los profesionales del área de educación, a la vez que hay falta de información, encuesta y estudios referentes a dislexia y aún ayudar a los disléxicos, principalmente a los de bajo poder aquisitivo, que si no son entendidos acaban evadindo de la escuela podendo tornarse un objeto facil para la marginalidad.

Palabras-chave: Dislexia, disléxico, profesor, disturbio, lectura, escrita, aprendizaj

INTRODUÇÃO

Estima-se que, no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas têm algum tipo de necessidade especial. As necessidades especiais podem ser de diversos tipos: mental, auditiva, visual, físico, conduta ou deficiências múltiplas. Deste universo, acredita-se que, pelo menos, noventa por cento das crianças, na educação básica, sofram com algum tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem e a escrita: dislexia, disgrafia e disortografia.

Entre elas, a dislexia é a de maior incidência e merece toda atenção por parte dos gestores de política educacional, pois segundo a (ABD) de 10 a 15% da população brasileira sofre com o distúrbio de aprendizagem. Por isso, os educadores devem ficar atentos com os alunos que têm dificuldade de aprendizagem.

A dislexia é a incapacidade parcial da criança ler compreendendo o que se leu, apesar da inteligência normal, audição ou visão normais e de serem oriundas de lares adequados, isto é, que não passem privação de ordem doméstica ou cultural. .

É um fato que, desde há muito tempo, professores de diversos graus de ensino, em especial, os do Ensino Básico, enfrentam o estranho dilema de certos alunos, de níveis de inteligência normais ou até, em muitos casos, acima da média, não tendo carências de tipo sócio-cultural, distúrbios emocionais, etc., aparentando desenvolvimento dentrodos parâmetrosda normalidade, evidenciarem apesar de tudo, profundas dificuldades naaprendizagem da leitura e da escrita, acompanhando-ospelos vários graus de ensino muitas vezes até à idade adulta.

É freqüente a dislexia ser confundida com outros problemas de adaptação escolar, principalmente com os de atraso de desenvolvimento, de dificuldades iniciais na aprendizagem da leitura e escrita, de problemas de ordem afetiva, problemas de deficiência mental ligeira, atraso de desenvolvimento e desmotivação para as tarefas escolares.

O problema que motivou este estudo foi à falta de conhecimento dos professores sobre a dislexia. As hipóteses foram: ausência da disciplina no curso de formação falta de formação continuada e carência de recursos didáticos.

O referencial teórico foi assentado nos autores: DAVIS (2004); NUNES (2003); AND (Associação Nacional de Dislexia); ABD (Associação Brasileira de Dislexia); DROUET (2006); CAPPOVILLA E CAPPOVILLA (2005); J. DE AJERIAGUERA (1990); ZORZI (2003); e Alguns artigos tirados da internet dentre outros.

1- DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

1.1 - NOÇÕES PRELIMINARES, O QUE DISLEXIA?

A palavra dislexia foi o primeiro termo genérico utilizado para designar vários problemas de aprendizagem. Cada um em seu tempo, isto com intenção de descrever as diferenças entre os transtornos de aprendizagem, esses problemas foram subdivididos e classificados. Por essa razão podemos chamar a dislexia de "A Mãe dos Transtornos de aprendizagem".

A dislexia é uma palavra estranha, mas o problema é mais comum do que a gente imagina: é um distúrbio que atinge cerca de 10% da população. Durante a fase escolar muita crianças descobrem que sofrem de dislexia, o diagnostico é por volta dos 6 a 9 anos da pré-escola a 3ª série do ensino fundamental. Para a Psicóloga Mônica Biachini

O distúrbio é hereditário, e que não é uma doença. "A dislexia é uma disfunção neurológica: a informação faz um caminho mais longo e demora um pouco mais para ser processada" explica a (ABD) A associação estima que 10% da população brasileira sofre de dislexia, e o importante, nestes casos é fazer o diagnostico precoce.3

Em seu artigo Zorzi afirma que muitas crianças são marginalizadas em conseqüências do sistema econômico que é mal administrado levando as crianças a padecerem em seu aprendizado que implicará em conseqüência graves futuramente. Sendo assim podemos afirmar que:

A avaliação diagnóstica consiste em submeter às crianças uma série de provas que reúnem todas as capacidades, habilidades e aptidões necessárias à aprendizagem.

Os professores de maneira geral ainda não estão preparados para lidar com estes alunos, que abandonam a sala de aula por ser motivo de criticas dos colegas por os professores não ter metodologia adequada para trabalhar com estes alunos e eles são tido como o "palhaço" o "bobinho" que não sabem nada.

E ainda mais é possível dizer que

O primeiro mês de aula, conhecido como período preparatório, deve ser reservado para essas provas de avaliação. Esse período de sondagem das capacidades da clientela que vai iniciar o curso está sendo proposto em substituição ao treino psicomotor que é feito nesse primeiro mês. De acordo com as características individuais dos alunos, o professor poderá definir os tipos de testes de prontidão a que eles deverão ser submetidos para atingir um bom nível inicial de aprendizagem. Assim estará evitando futuros distúrbios de aprendizagem.4

Para Drouet o professor tem o primeiro mês de aula para conhecer o aluno e saber qual método poderá usar para obter um bom desempenho em suas aluas e o portador de algum distúrbio não sofra tanto. "O professor de primeiro grau não tem a formação necessária para diagnosticar graves distúrbios de aprendizagem. Através da observação, ele poderá detectar diferenças ou falhas nos desempenhos de seus alunos". 9

Devido à falta de formação do professor na graduação ele ainda não está preparado para detectar estes problemas. Uma vez que nenhum curso de graduação capacita estes profissionais deixando estes sair despreparados para enfrentar estes desafios que a escola vai receber, pois a população está crescendo e alunos com distúrbios de aprendizagem também cresce, por isso os professores devem se especializar-se para que este aluno não sofra tanta discriminação na vida escola uma vez que este ainda não recebem um acompanhamento adequado para superar esta dificuldade. À medida que o tempo passa a população vem a ter informação a cerca dos distúrbios de aprendizagem para que novos estudos possam ser desenvolvidos a respeito do tema para contribuir com a comunidade acadêmica.

1.2 – DISLEXIA: CONCEITUAÇÃO

1.2.1 – O QUE É DISLEXIA

É um distúrbio de linguagem, especialmente dos sons da fala, que prejudica a leitura e a escrita. As pessoas que têm, já nascem com ele (é genético). A dislexia geralmente aparece quando a criança está sendo alfabetizada. É causada por alterações nas áreas do cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema que transforma o som em escrita. Conte sobre a dislexia a seus pais. Diga a eles que fiquem atentos. Crianças que demoram a falar ou que falam trocando os sons das letras podem ter dificuldade de alfabetização (de aprender a ler e escrever). Mas sem susto. Há tratamento eficiente. É só procurar um especialista.

De novembro de 1996, há cem anos, em novembro de 1896, um médico de Sussex , Inglaterra, publicou a primeira descrição do distúrbio de aprendizagem que viria a ser conhecido com dislexia desenvolvimental. Em 1996, assim como em 1896, a capacidade para ler é tomada como "sinal" de inteligência, motivando e escolarização, ele ou ela irá aprender a ler. Mas a experiência de milhões de disléxicos demostrou que aquela suposição é falsa. Na dislexia a aparentemente invariável relação entre inteligência e capacidade para não ler se aplica.5

Para a autora a dislexia foi descoberta a mais de um século e até hoje surgem discursões a cerca do assunto, o que realmente a dislexia afeta, é a leitura ou a escrita? Ou os, dois, isso é motivo de duvidas para todos que não têm conhecimento do distúrbio de aprendizagem. A falta de conhecimento nos educadores contribui para que os alunos disléxicos acabem por abandonar a escola. A dislexia é uma dificuldade que se bem trabalhada pode ser superada e o disléxico terá uma vida norma com apenas uma dificuldade em determinada área. A dificuldade de conhecimento e de definição do que é dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma e causa ainda ignorada evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.

Portanto, dislexia refere-se à inabilidade ou dificuldades para o aprendizado da leitura escrita em razão de alguma causa desconhecida ou indeterminada.

A IDA define a dislexia como "uma dificuldade que ocorre no processo de leitura e escrita soletração e ortografia. Não é uma doença, mas um distúrbio (perturbação física ou psíquica)".16

Pode-se dizer que a IDA (Interanational Dyslexia Association), é a mãe de todas as associações que existe, pois é através dela que surgiram várias entidades para contribuir com os disléxicos que como a própria citou a dificuldade que estes têm De acordo com a (ABD) Associação Brasileira de Dislexia, a definição vem do grego e do latim: DIS, de distúrbio, vem do latim, e LEXIA, do grego, significa linguagem. Ou seja, dislexia é uma disfunção neurológica que apresenta como conseqüência, dificuldades na leitura e escrita. A Fonoaudióloga Suely de Miranda Gomes, também especialista em voz, define a dislexia como dificuldade especifica em voz, define dislexia como dificuldade especifica que afeta a aprendizagem da decodificação do sistema verbal escrito, classificando entre as patologias de linguagem, mais especificamente de linguagem escrita.

A evolução progressiva de entendimento do que é Dislexia, resultante do trabalho cooperativo de mentes brilhantes que se têm doado em persistentes estudos, tem marcadores claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita. Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas.

Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados. Segundo os estudiosos do assunto todos tratam a dislexia como um distúrbio de aprendizagem e não como uma doença patológica, assim como a população desinformada trata os disléxicos que são alvos das criticas em sala de aula o que os levam os alunos a ser evasados.

1.3– CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA DISLEXIA

A falta de informação dos profissionais causa ao disléxico falta de interesse pelos estudos, muitas vezes até evasão. Pois, o disléxico deve ser tratado com muito carinho para que ele posar ser incentivado no processo de aprendizagem. Sendo assim, nunca se deve criticar quando um disléxico cometer um erro, deve motiva-lo a sempre tentar acertar, uma vez criticado ele vai ficar com vergonha e não terá, coragem de tentar novamente. O papel do educador é despertar no aluno o interesse pelo saber se isso não acontecer este aluno não desenvolve sua criatividade e capacidade para construir sua própria história de vida por isso é importante que o professor conheça o universo cultural de cada alunoO

"nome" dislexia pode, muitas vezes, rotular a criança, estigmatizando-a como um problema a ser resolvido e, como conseqüência, passa a enfrentar muitas dificuldades, decorrentes desta discriminação. Porém, tudo e qualquer rótulo são fruto da ignorância sobre o tema, falta de informação e interesse em compreender o distúrbio e suas diversas formas de aborda-la. As experiências sobre este tema, por nós vivenciadas, fazem-nos crer que a discriminação sofrida por uma criança disléxica nasce anteriormente a atitude do educador, que se depara com suas limitações para ensinar, do que com as deficiências apresentas pela própria criança.6

A dislexia apesar de ser considerada a "mãe dos distúrbios", ainda passa despercebidas em inúmeros portadores que ainda estão sendo rotulados por educadores e os próprios colegas que não são preparados para conviver com este problema, uma vez que o professor não está apto para receber o disléxico, e também para preparar os colegas para contribuírem com o desenvolvimento do portador do distúrbio.

Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem. A dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura. Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em matérias impressos entre outros

Os disléxicos necessitam formar imagens mentais que possam ser utilizadas para pensar. Também é necessário que consigam associar estas imagens, nos planos visual e auditivo, às palavras que estão tentando aprender. Mostrar ao disléxico uma imagem para descrever o sentido de uma palavra poderia parecer um passo na direção certa, mas isto não funciona muito bem.7

A Associação Brasileira de Dislexia tem registros de que cerca de 10 a 15% da população brasileira tem dificuldade na aprendizagem, que é a maior incidência em sala de aula, não se deve à má alfabetização, desatenção, condições sócio-economico ruim ou baixa inteligência, mas por estes apresentarem um quadro disléxico. A dislexia sem causa definida é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.

Antes de atribuir a dificuldade de leitura à dislexia, os pais e professores deverão descartar os fatores a seguir juntamente com um parecer clinico: imaturidade para aprendizagem; problemas emocionais; métodos defeituosos de aprendizagem; ausência de cultura; incapacidade geral para aprender.

Para o diagnosticar se o aluno é portador da dislexia é necessário descartar alguns fatores muito comuns em sala-de-aula, tais como: dificuldades auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas ou adquiridas) falta de afetividade, fracasso escolar e a hiperatividade. Depois de descartado todos estes fatores, com a ajuda de profissionais especializados, é necessário conhecer o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e o desenvolvimento do aluno desde sua concepção. Se tratado em tempo o disléxico pode contornar sua dificuldade na leitura e na escrita, mas não deixará de ser disléxico. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas.

1.4 DISLEXIA E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que esta escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda sua idéias.

Ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outros ainda estão por desenvolver. Neste ultimo caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para seu pleno funcionamento e desenvolvimento. Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que o aluno não disléxico.8

O cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: Esquerda e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em sub-áreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a ultima reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever. A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de construir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.

O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma. No processo de leitura, os disléxicos só recorrem na arca cerebral que processa fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela analise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.

1.5-DIAGNÓSTICO MULTIDISCIPLINAR

1.5.1 - A AVALIAÇÃO É IMPORTANTE?

Muito importante, ela é fundamental para entender o que está acontecendo com o indivíduo que está apresentando sintomas de distúrbios de aprendizagem. Além do que, é através da avaliação multidisciplinar que se tem condições de um encaminhamento adequado a cada caso.

Somente um diagnóstico multidisciplinar identificará com precisão o que está ocorrendo. As dificuldades entrem a leitura e escrita é fatores com maior incidência em sala de aula, mas isso não implica que todos têm as causas em comum. Embora a dislexia seja o maior índice, outros fatores também podem causar os mesmos sintomas: distúrbios psicológicos, neurológicos, oftalmológicos e outros.

A equipe multidisciplinar analisa o indivíduo como um todo, verificando todas as possibilidades. Não se parte da dislexia, mas se chega à dislexia excluindo qualquer outra possibilidade, por outro lado, se um outro for confirmado, o encaminhamento também se dará de modo que avaliado possa ter um acompanhamento adequado. Para que o disléxico possa progredir e ter uma vida estudantil mais prazerosa uma vez que as dificuldades são uma grande barreira na vida destes. Quanto mais cedo for diagnosticado fica mais fácil de trabalhar-se a dislexia.

1.5.2 - O DISLÉXICO PRECISARÁ SEMPRE DE UM SUPORTE/ ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL?

1.5.3-QUAL A IDADE IDEAL PARA SE FAZER UM DIAGNOSTICO?

Qualquer idade. Sendo adulto, jovem ou criança, os testes serão adequados a cada faixa etária. É certo que antes do ano de alfabetização poderá ocorrer um "quadro de risco", ou seja, não pode ser confirmada a dislexia, mas também não se descarta outro fator. Pode-se sugerir um acompanhamento e fazer uma observação mais cuidadosa, até podermos diagnosticar com mais precisão após a alfabetização.

1.6– DISLEXIA: DIFICULDADE OU DOM

Da mesma forma que o lado negativo da dislexia apresenta as mesmas dificuldades, o dom da dislexia também é diferente para cada pessoa. Entretanto, existem características gerais que todos os disléxicos possuem em comum. Ser disléxico não significa que não aprende a ler e escrever é somente uma dificuldade que poderá ser trabalhada e superada. O disléxico ele não terá habilidade na leitura e escrita, mas poderá desenvolver em outras áreas, como grandes personalidades se desenvolveram e mostraram suas capacidades.

Alguns Disléxicos Famosos, Inventores / cientistas, Albert Einstein, Thomas Edison, Alexander Granham Bel, Charles Darwin.

Todas estas pessoas superaram as dificuldades e sobressaíram muitos bem na vida profissional.

O dom da dislexia é o dom do domínio. Quando alguém dominou alguma coisa, ele a aprendeu tão bem que ele pode fazê-lo sem pensar sobre o que esta fazendo. Dominar algo é realmente aprender algo. Se o processo de aprendizagem é o mesmo, então quando alguém dominou alguma coisa, esta pessoa criou conhecimento necessário para fazer aquela coisa.9

Segundo o autor ter dislexia não significa ser incapaz de aprender alguma coisa ele tem a mesma capacidade que outra pessoa normal pode ter. O pouco conhecimento dentro das escolas e das famílias pode prejudicar a criança. Os professores muitas vezes julgam o aluno e podem até ridicularizar-o diante dos outros colegas, por exemplo, quando pedem para que leiam em voz alta na classe. Isto causará um bloqueio desestimulado, quando vive uma circunstância dessa.

METODOLOGIA

A metodologia foi baseada na pesquisa descritiva. Apreendendo-se a problema da dislexia e baseando-se em DAVIS (2004) e outros autores como propostos no referencial teórico.Autores que falam do assunto em seus livros. Pretendeu-se discutir e refletir sobre o tema proposto na presente monografia.

O discurso monográfico foi feito através de uma pesquisa de campo, analisando o problema da dislexia em uma escola privada, no bairro São Luís e outra escola pública, no bairro Jardim Panorama, na cidade de Montes Claros. Entrevistamos alguns professores e disléxicos.

A pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca do distúrbio de aprendizagem, a dislexia, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda descobrir novos métodos para trabalhar. A pesquisa passou por algumas fases.

Em primeiro lugar, a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o distúrbio de aprendizagem, a dislexia, pois o desenvolvimento dos demais passos foi baseado nas leituras realizadas.

Em segundo lugar, fomos às escolas investigar como percebem-se que o aluno possui um distúrbio de aprendizagem e quais são os rótulos atribuídos aos alunos com dificuldade de aprendizagem. Feito uma abordagem com o supervisor e em seguida com o professor de Língua Portuguesa. Em uma escola encontramos uma aluna já diagnosticada que tem acompanhamento necessário, apoio da família e da escola. Já a outra existe vários alunos com todas as características, mas o corpo docente da escola não tem conhecimento do problema e isto deixa os alunos a margem do aprendizado. E, por último, após coletar todos os dados fizemos a tabulação dos dados, refletimos e analisamos os resultados.

O problema foi formulando através da pesquisa bibliográfica já realizada em leituras criticas sobre o tema que nos salientou realizar a pesquisa de campo para comprovar cientificamente quantos alunos disléxicos estão dentro das escolas sem o tratamento adequado, esta pesquisa envolverá professores, alunos e disléxicos. A coleta de dados foi normal. Esta pesquisa organizada através de entrevistas, para saber como anda a informação destes docentes, como eles trabalham com o portador do distúrbio de dislexia e aos disléxicos para saber como é o tratamento deles em sala de aula e na sociedade de forma geral. entrevista exige a presença do pesquisador a fim de obter dos sujeitos as informações importantes para responder ao problema. A entrevista tem a vantagem de envolver uma relação pessoal entre pesquisador e sujeito, esta pesquisa foi entre professores e disléxicos o que facilitou o esclarecimento dos pontos nebulosos.

2.1 - DESENVOLVIMENTO DA ENTREVISTA

O procedimento da entrevista não teve nenhuma intervenção da pesquisadora aos entrevistados uma vez que estamos investigando o conhecimento dos professores a cerca do tema. Já aos disléxicos poderá ter alguma interferência da pesquisadora uma vez que se trata de investigar os rótulos atribuídos por causa do distúrbio de aprendizagem.

2.1.1- CONTATO INICIAL

No primeiro momento a entrevistadora e apresentou aos entrevistados disse o nome, a instituição onde estuda e o objetivo em realizar esta pesquisa. E ao entrevistar os professores mostrou a eles a importância do tema, demonstrou conhecimento à cerca do tema. Solicitou do entrevistador a permissão para desenvolver este trabalho. Já com os disléxicos apresentou a eles que a dislexia não é obstáculo para que ele não desenvolva em sua vida profissional.

O dado apresentado não identificou nome de ninguém terá sigilo absoluto para prezar o professor, disléxico e a todos que fizer parte desta pesquisa, pois o nosso objetivo é contribuir com professores que ainda não tem informações a cerca do tema e com os disléxicos para sejam tratados com diferencial e possa desenvolver suas capacidades, uma vez que bem trabalhado, terá sua vida estudantil normal.

A pesquisa teve o parecer do comitê de ética da Universidade Estadual de Montes Claros. Com o Nº 820/07. .

A entrevista foi composta por vinte perguntas aos professores, pedagogas e disléxicos elaborada pela pesquisadora e orientadora, estas perguntas foram aplicadas como pré-teste para professores, as mesmas foram bem aceitas e, portanto foram aplicadas aos entrevistados das escolas propostas.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

De acordo com as entrevistas com os professores, realmente houve um interesse na procura de informação da dislexia nas escolas onde foi realizada a pesquisa. Isso porque, com os crescentes estudos, aliados a uma maior exposição na mídia, os professores esta mais a par do assunto e, conseqüentemente, o encaminhamento para a avaliação é muito mais precoce. Segundo a fonoaudióloga e diretora da (AND), Claudia Sampaio, "hoje em dia, as pessoas que têm suspeita de dislexia, já podem entender e aceitar este diagnóstico devido a uma maior divulgação do assunto por parte da mídia estas nunca conseguiam ser completamente resolvidas por eles, de modo que a maioria deles já havia percebido que precisava de algum tipo de ajuda. E por isso, o apoio profissional foi procurado. Todos apresentavam aquele que se caracteriza como o sintoma mais fácil de ser reconhecido, a dificuldade de leitura.

A síndrome estaria se popularizando porque cada vez mais estão sendo feitos estudos sobre o assunto. Mídias como TV, jornais e internet facilitam esta divulgação. De um modo geral, pode-se dizer que a globalização ou a chamada "era da internet" vem contribuindo para esta difusão, pelo menos no caso do Brasil, já que na Europa e nos Estados Unidos inúmeros estudos e pesquisas já vêm sendo desenvolvidos desde a década de 60.

É evidente, na opinião dos profissionais, que o fato de famosos assumirem ter a síndrome é muito importante, já que ajuda a diminuir uma possível vergonha dos disléxicos. De acordo com a fonoaudióloga e presidente da AND, Patrícia Lima, isso mostra que ter "dislexia não é uma doença ou uma impossibilidade, mas uma dificuldade".10 De modo que ela não é um atestado de fracasso profissional, como poderia se pensar.

Apesar disso, os disléxicos afirmam que ainda há um comportamento de desprezo ou indiferença das pessoas em relação a eles e a dislexia, de um modo geral. Muita gente ainda "não acredita" na existência da síndrome, pensando que os pacientes são, na verdade, burros ou preguiçosos. Uma outra atitude conferida é a de diferença, ou seja, a de serem tratados como pessoas com algum problema.

A maior parte dos profissionais concorda que uma grande dificuldade no tratamento da dislexia é em relação às escolas e não no atendimento em si. Isto porque elas não estão devidamente preparadas para incluir os disléxicos da melhor maneira possível. Outro problema seria em relação à falta de especialização de alguns profissionais que, apesar disso, estão com seus consultórios abertos à espera de novos clientes. Os disléxicos apontam este último como a única questão complicada do tratamento.

Objetivando analisar a proposta de trabalho das escolas propostas tivemos respostas diversificadas e também encontramos resistência de alguns professores para responder a entrevista, isso ocorreu na escola privada, por alguns professores não por todos. Por outro lado à escola pública todo o corpo docente demonstrou interesse em atender a pesquisadora e até mesmo interesse pelo tema uma vez que há vários alunos naquela escola com déficit de aprendizagem.

A entrevista foi à mesma aplicada nas duas escolas sendo que houve variação nas respostas uma vez que a escola pública alguns professores não tem nenhum conhecimento do tema já a privada o corpo docente tem um conhecimento mais aprofundado porque já tem uma aluna diagnosticada e a família acompanha e a equipe multidisciplinar para que esta aluna tenha um bom rendimento, esta aluna tem um tratamento diferenciado para que obtenha bons resultados nos seus estudos. O certo é que a criança tem um atraso no desenvolvimento, principalmente escolar, mas para outras atividades, como videogame e jogos de computador ele está bem avançado, a não ser quando os jogos dependem de leitura.

Nos últimos anos, estudiosos vêem analisando relato de pais, especialmente das mães, quanto ao desempenho leitor de seus filhos. A mãe, a todo custo, busca formas de conseguir melhorar o aprendizado escolar de seus filhos, pois um dos seus grandes objetivos é torná-los capaz e independente e que estes tenham uma vida normal apresentando suas habilidades, pois os disléxicos têm dificuldade na leitura e escrita, mas apresenta facilidades em outras áreas.

Na pesquisa desenvolvida com os professores foi bem aborda este assunto na escola que já tem a aluna diagnosticada ela tem dificuldade em português e o que necessita de interpretação, mas por outro lado existe algumas matérias que tem facilidade em assimilar conhecimentos.

Em pergunta feita em ambas as escolas o que é dislexia alguns professores responderam que é uma doença grave, para outros um distúrbio de aprendizagem para estes professores que responderam que é uma doença grave ela ainda não tem nenhuma noção do problema que eles lidam todos os dias, por isso os alunos, sobretudo os de baixo poder aquisitivo sofrem tanto quando se trata de um distúrbio de aprendizagem.

Na escola pública que desenvolvemos a pesquisa de campo tem uma aluna com dezoito anos que possuem características marcantes da dislexia e até hoje não foi diagnosticada uma vez que os pais não têm condições de levar em especialistas, ou seja, a equipe multidisciplinar. Então esta aluna está na escola sendo que sua mãe atribui a dificuldade a vários fatores para justificar o distúrbio. Comparando com a aluna da escola privada com esta aluna da escola pública percebe o grande diferencial entre uma e outra. Uma a família acompanha leva aos especialistas já a outra a mãe não tem nenhuma informação para contribuir com o diagnostico de sua filha e nem o corpo docente tem muitos recursos e informações para trabalhar com esta aluna.

Em pergunta feita aos professores, se na escola já perceberam alunos com dificuldade na aquisição da leitura e escrita. Todos os professores entrevistados responderam que sim que já perceberam, embora alguns não sabem qual o procedimento adequado para solução do problema isso ocorreu em ambas escolas. Para os professores esta é uma tarefa muito difícil.

A escola deveria ter uma equipe multidisciplinar para trabalhar com os portadores de alguma dificuldade uma vez que isso é papel de toda a sociedade contribuir para que estes não fiquem a margem da sociedade e possam progredir em todos os aspectos. Para os docentes o procedimento usado pelas escolas: para alguns aplica algum teste já para outro faz uma avaliação diagnostica. Alguns disseram que verifica até o relacionamento com a família que podem ser um grande fator de dificuldade para os alunos, pois, se os pais estão passando por algum problema isso influenciará no aprendizado de seus filhos.

Para alguns profissionais da educação a falta de informação é o maior problema para os alunos, embora alguns têm interesse em especializar sendo assim estes informará e contribuirá com seus aprendizes. Para algum entrevistado distúrbio de dislexia é: uma doença grave para alguns para outros é apenas um distúrbio de aprendizagem que precisa de um tratamento diferenciado para superar a dificuldade e que cada dia apresenta um diferencial. Para estes professores que responderam que é uma doença grave, eles precisam se inteirar do assunto para ajudar seus alunos para que estes não sofram tanto em sala de aula.

A dislexia não é o resultado de má alfabetização e educação, falta de limites, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela uma condição hereditária com alterações genética.

Todos os professores consideram a dislexia como um distúrbio congênito não sendo adquirida. Para eles a dislexia pode ocorrer em vários membros da mesma família.

Para os entrevistados os disléxicos têm grande chance de progredir em seus estudos desde que sejam incentivados e motivados, pois a dislexia é apenas uma dificuldade que quando bem trabalhada poderá melhorar e ter bons resultados, outros disseram que quem são eles para julgar qual a capacidade deste aluno, pois a dificuldade existe e cada dia este surpreende os educadores, pois a dificuldade é em determinado conteúdo em outro poderá sobressair muito bem.

A dislexia é distúrbio de aprendizagem entre a leitura e a escrita e afeta o diz respeito à interpretação e também o emocional, o disléxico deve ser sempre motivado para que a auto-estima mantenha elevada, nunca critique o disléxico quando errar, mas quando acertar dê um prêmio, assim ele ficará motivado e sempre vai esforçar para sempre acertar. Para todos os educadores o que mais afeta o disléxico é o emocional uma vez que tem dificuldade na leitura e escrita, sente-se o "palhaço" da sala afetando assim o seu emocional. Um exemplo evidente é a atriz da novela duas caras da rede globo que é aborda como disléxica e em sua prova para entrar na universidade se o professor que estava aplicando a prova a ela não tivesse incentivado a dar suas respostas ela teria abandonado da primeira vez que bateu o desespero, mas como o professor o motivou ela obteve bom resultado.

De forma geral os professores acham que estão despreparados para receber estes alunos uma vez que muitos nunca tiveram formação para enfrentar o problema e para alguns o que mais tem em uma escola é dificuldade, embora a escola é local para resolver dificuldade no que tange a respeito da formação acadêmica, mas estes sentem inseguro para lidar com estes alunos.

Segundo a Associação Brasileira Dislexia (ABD) o aluno disléxico deve ter uma atenção especial do professor, que eles sentem na primeira fila as provas podem ser de consulta usando os livros e cadernos e usar muitos recursos visuais uma vez que o disléxico é muito concreto. E os professores entrevistados respeitam estas individualidades só que eles não tratam estes alunos de forma diferente apenas respeita o diferencial. Se eles forem tratados de forma diferente, sentiram inferiores.

Para que o professor trabalhe bem com os alunos com dificuldade de aprendizagem eles devem se aperfeiçoar fazendo cursos na área sendo que a maioria dos educadores nunca fez nenhum em contra partida outros já fez vários cursos na área e acha que é muito valido para a profissão, pois o professor tem que sempre se atualizar uma vez o educador tem que demonstrar conhecimento ampliado para que transfira para os alunos segurança e conhecimento.

A utilização de recursos visuais também contribue para o aprendizado dos disléxicos uma vez que este é muito concreto então a utilização de gravuras, desenhos, materiais, pedagógicos e outros recursos ajudarão muito ao disléxico a ter um conhecimento apropriado. Assim como vários autores criam seu próprio método para trabalhar com os disléxicos. Davis criou o método Davis. Jardini, o método das boquinhas. Capovilla e Capovilla, o método Fônico. Assim disseram alguns profissionais que eles sequem o que os autores propõem para outros utiliza recurso que acha que surge melhor efeito.

E por ultimo investigamos aos professores se eles acham que tem algum rótulo nos alunos com dificuldade de aprendizagem. Todos os entrevistados disseram que sim por parte do corpo docente e discente, pois os professores ainda apresentam resistência em trabalhar com estes alunos uma vez que eles estão preparados para trabalhar apenas com os alunos "normais" e o corpo discente ainda não entende porque o colega sente tanta dificuldade em assimilar o conteúdo e porque faz prova de consulta, tudo isso leva o aluno a questionar fazendo com que ele critique o disléxico e até mesmo pode gerar ciúmes.

A abordagem denominada Questionamento da Escola reúne estudos que investigam diferentes fatores escolares como intervenientes na produção do fracasso dos alunos; dentre esses se destacam, por exemplo: a inadequação dos métodos pedagógicos, as dificuldades na relação professor-aluno, a precária formação do professor, a falta de infra-estrutura das escolas da rede pública de ensino e a falta de interesse dos professores em se aperfeiçoar para trabalhar com estes alunos, pois em entrevista com alguns quando perguntava se eles tinham interesse em fazer algum curso na área responderam que não, porque o salário é pouco e que o governo não contribuem para que eles se aperfeiçoem. Segundo Sena (1999), "deslocando a questão do aluno que não aprende para a escola que não ensina" seguidores dessa abordagem propõem modificações na estrutura e organização da escola, a fim de que essa instituição cumpra seu papel social. Em entrevista feita aos disléxicos percebemos o quanto eles necessitam de um acompanhamento bem de perto, pois se estes não forem bem atendidos estão sujeitos a evadir, pois auto-estima do disléxico é baixa e isso é papel da escola dos professores contribuírem para que eles aumentem o interesse ao aprendizado uma vez que as dificuldades muitas vezes o levam ao desanimo e vontade de largar tudo. Os nossos entrevistados foi um pai e filha, sendo que o pai nunca foi diagnosticado como disléxico só foi perceber que era portador do distúrbio quando sua filha foi diagnosticada que percebeu que possuía as mesmas dificuldades, mas para ele ser disléxico não impediu de ter uma vida normal somente enfrentou problemas quando estudante, mas hoje é um empresário bem sucedido e contribui com sua filha, pois já sentiu na pele o que ela passa hoje.

Em pergunta feita aos disléxicos, o que é dislexia? Para eles é uma disfunção do cérebro, que dificulta o discernimento de sentidos como a visão, mas que nunca o impediu de levar uma vida normal, tem apenas dificuldade em interpretação, mas que com esforço eles podem superar tudo isso.

Para eles, as principais dificuldades que já tiveram e tem até hoje na escola é o que tange à escrita, à memorização recente. Para o pai foi um desafio estudar e fazer faculdade, pois quando era estudante do ensino fundamental foi taxado de "retardado" por uma professora. Já a filha não encontra tanta resistência apenas por alguns professores.

Os disléxicos enfrentam muitos desafios no dia-a-dia e para eles isso não é diferente porque eles têm vergonha dos colegas por eles terem dificuldades em aprender. o pai relata que uma professora da 3ª série do ensino fundamental o incentivou muito que o fez superar várias barreiras. Percebe-se como deve incentivar e nunca criticá-lo.

Para eles enfrentar desafios e superar é uma vantagem que os enfrenta e para eles hoje o maior desafio é enfrentar e fazer o que gostam sem preocupar com as criticas que possam a vir. Ter dislexia é apenas ter uma dificuldade.

Em pergunta feita ao pai como ele se sente sendo disléxico e sendo pai de uma dislexia? Ele nos disse que adora a "dislexia" na filha dele afirma é apenas uma dificuldade a mais na vida pra aprender e não de viver, e acha tão difícil expressar a dislexia no papel. "Para ele é uma dificuldade benéfica que faz ver o mundo de forma diferente das pessoas normais e esse é o diferencial entre o disléxico e o normal". O disléxico será capaz de dominar muitas habilidades mais rapidamente do que uma pessoa comum levaria para compreende-las ou conhece-las, pois a dislexia é o dom do domínio.

Disseram ainda que os colegas tratavam e tratam normais para o pai relatou que os professores o tratavam como o "burrinho".Certamente estes professores nunca tiveram nenhuma formação, pois, um aluno nunca poderá ser tratado dessa forma mesmo que seje o pior aluno não poderá receber este tratamento.

A leitura, como sabemos, seja para disléxicos ou não, é uma habilidade complexa. Não nascemos leitores ou escritores. O módulo fonológico é o único, no genoma humano, que não se desenvolve por instinto. Realmente, precisamos aprender a ler, escrever e a grafar corretamente as palavras, mesmo porque as três habilidades lingüísticas são culturais e historicamente construídas pelo homo sapiens. E isso quando bem trabalhada com o disléxico aumenta sua auto-estima, como nos disseram os entrevistados. Para a filha é normal e cada dia é uma descoberta. Para o pai hoje se sente ótima, mas quando adolescente era muito baixa até os dezesseis anos depois foi morar nos Estados Unidos, os Americanos os tratava com igualdade e isso o elevou sua alto-estima e quando voltou para o Brasil permaneceu elevada mesmo tendo dificuldade na escola.

Os disléxicos acham que os colegas os tratam normais, no caso do pai a escola pouco contribuiu para o aprendizado, tudo que aprendeu foi apenas mérito dele depois fez faculdade em uma Universidade Federal e hoje é um empresário bem sucedido e preparado para ajudar sua filha disléxica. Em conversa com a mãe da entrevistada ela relata que tudo que informa sobre dislexia ela ler para contribuir efetivamente com sua filha participa da vida estudantil juntamente com todo o corpo docente para que ela tenha um bom desempenho nos estudos.

A dislexia é tema da novela da Globo. O papel da disléxica em "Duas Caras" cabe à atriz Bárbara Borges, que vive Clarissa, uma jovem que tem o sonho de ser juíza, mas sempre enfrentou dificuldades na leitora. Com o apoio da mãe, ela passará no vestibular para o curso de direito. Assim como Clarissa, os disléxicos são pessoas normais que, surpreendentemente, no período escolar, apresentam dificuldades na leitura e, em geral, problemas, também, com a ortografia e a organização da escrita.

Como podemos ver a partir do que foi exposto acima, temos disponíveis diversas possibilidades explicativas para o fracasso escolar e as dificuldades que surgem no processo de ensino-aprendizagem. Resta-nos, então, o desafio de buscar mais elementos para que possamos nos posicionar diante dos casos presentes em nossas salas de aula, em nossas escolas. Estudos como os mencionados acima indicam a necessidade de que busquemos conhecer e respeitar as diferenças culturais e lingüísticas apresentadas por nossos alunos e exercitar a nossa compreensão sobre as implicações dessas diferenças nas produções orais e escritas das crianças e jovens dentro da escola. A existência dessas diversas possibilidades explicativas para o fracasso escolar indica a necessidade de sermos cautelosos ao "diagnosticar" as "dificuldades" e os "problemas" apresentados pelos alunos – não existe uma explicação única para todos os casos, cada caso tem sua história e é necessário intervir examinando que conse­qüências essa intervenção trará para a vida dos nossos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados encontrados após as análises realizadas por meio das entrevistas demonstram que a escola ainda não esta preparada para receber o aluno disléxico uma vez que o professor não teve uma formação acadêmica para trabalhar com este aluno. A escola não possui recursos didáticos adequados para o aprendizado deles. Nota-se que o diagnostico precoce pode oferecer ao aluno subsídio para que ele construa perspectivas de sucesso em todos os aspectos de sua vida.

A síndrome pode ser identificada desde cedo - já que nasce com o indivíduo - principalmente na alfabetização, quando a leitura e escrita são formalmente apresentadas à criança. Os profissionais que realizam o seu diagnóstico são fonoaudiólogos, que trabalham junto a psicólogos especializados no assunto. Os adultos que fizeram um tratamento adequado terão desenvolvido estratégias que compensarão estas dificuldades, facilitando-lhes a vida acadêmica.

Com base nos resultados da pesquisa, com professores e disléxicos, ficou claro que a divulgação está ajudando a popularizar a dislexia. Esta, por sua vez, está começando a ser vista de uma maneira diferente. Muitos que antes acreditavam que fosse uma doença, hoje já percebem que é, na verdade, um distúrbio, uma dificuldade que pode ser amenizada através de tratamento específico. No entanto, a difusão entre os leigos ainda é muito restrita, de forma que ainda pode-se conferir um comportamento preconceituoso em relação aos disléxicos.

A dislexia é uma dificuldade que afeta principalmente a área de português pois, é nesta disciplina que exige mais interpretação. Não que este aluno venha a ter dificuldade.

É necessário saber em qual ponto esse estudante está na aprendizagem para montar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental. Uma aprendizagem saudável pode até ir, além dos limites, de uma forma agradável, continuada, com rotina e disciplina. É importante um teste de aptidão textual, de inteligência e avaliação de leitura. Como seria sua compreensão gramatical. É perceptível se o paciente tem consciência fonológica sobre o que está escrito e o que ele próprio lê. A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura. A escrita e a soletração também são afetadas. Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico e um acompanhamento profissional, além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleça culpa e descrença, e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não uma impossibilidade, estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender. Por ser um tema de grande relevância sugere-se que novas pesquisas sejam aprofundadas em outras escolas em Montes Claros e região.

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1 Academica do 8º período do curso de letras português / Espanhol d funorte

2 Professora do curso de Letras Português/Espanhol do Isemoc

3 Jornal hoje. 4 de outubro de 2007.

4 DROUET. 2006, p. 28

5 SHAYWITZ. 2006, P.21

6 JARDINI. 2003, p. 37

7 DAVIS. 2004, p. 94

8 OLIVEIRA. 1997, p.17

9 DAVIS. 2004, p. 13

10 LIMA, APUD (AND)