Este estudo analisa a assistência de enfermagem em paciente com infarto agudo do miocárdio. Parte de levantamentos bibliográficos em fontes secundárias, buscas no campo virtual e pesquisa de campo. Houve o tratamento dos dados estabelecendo uma discussão situando a assistência de enfermagem frente ao paciente com infarto agudo do miocárdio. A pesquisa é do tipo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Teve-se como campo de pesquisa o Hospital Municipal de Urgência e Emergência em São Luís ? MA, nos meses de abril e maio de 2009. Os dados pesquisados são demonstrados através gráficos e tabelas. Quanto à pesquisa de campo realizada foi satisfatório ao objetivo pesquisado, de acordo com referências bibliográficas constatou-se que a assistência de enfermagem realizada ao paciente com IAM, na instituição de pesquisa, não responde às necessidades que um paciente necessita, para o sucesso em seu tratamento. Entretanto, para um sucesso terapêutico de um paciente, não só depende da assistência de enfermagem, entre outros carece de recursos necessários para a prática da assistência de enfermagem.
Palavra-chave: Paciente. Assistência de Enfermagem. Infarto Agudo do Miocárdio.

1 INTRODUÇÃO

Esta elaboração tem o propósito de expressar a situação das doenças cardíacas no Brasil, especificamente o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Considera-se que as doenças cardíacas estão entre as principais causas de morbidades e mortalidades no Brasil, destaca-se entre elas, a doença arterial coronariana. No entanto, IAM é especialmente indicado para o desenvolvimento de indicadores e padrão de qualidade, considerando-se por um lado, o impacto na mortalidade, a letalidade hospitalar e o volume de internações que acarreta e por outro, a sua sensibilidade a tecnologias médicas hospitalares (ESCOSTEGUY et al., 2005).
Há registros de que no Brasil anualmente a morte por problemas cardiovasculares em mulheres, é 10 vezes maior que as vítimas de câncer de útero. Só infarto, 24 mil por ano, segundo a pesquisa do Ministério da Saúde; a falta de atendimento especializado e de diagnóstico é causa de 60% das mortes, sendo que a precária estrutura dos hospitais públicos e atendimento não especializado não são os principais fatores responsáveis por essa estatística, há uma grande falta de informação em relação às doenças cardíacas (BRASIL, 2008).
O IAM pode ser considerado uma das principais doenças que afetam a população em todas as classes sociais. A maioria dos pacientes que sofrem de IAM procuram assistência médica devido à dor no peito, que ocorre repentinamente, uma dor que se encontra diretamente abaixo do externo, se irradia para os braços e pescoço, acompanhado de sudorese e dispnéia (SMELTZER; BARE, 2005).
Para Nettina (2003), O IAM refere-se quando uma ou mais células do músculo cardíaco experimentam uma diminuição grave e prolongada de oxigênio, causada por uma redução ou falta no suprimento de sangue, levando à necrose ou à morte do miocárdio.
Smeltzer e Bare (2005) afirmam que o IAM refere-se ao processo pelo qual áreas de células miocárdicas no coração são destruídas de maneira permanente. É geralmente causada pelo fluxo reduzido em artérias coronária devido à aterosclerose e/ou oclusão completa de uma artéria por êmbolo ou trombo.
As grandes ameaças à vida do paciente vítima de um IAM são as complicações de distúrbio de ritmo e freqüência cardíaca denominada de arritmias, que podem acontecer a qualquer momento levando à morte súbita (MELTZER, 2001).
As doenças cardiovasculares estão associadas às condições de vida da população, geralmente presente em pessoas obesas, sedentárias, estilistas, tabagistas, diabéticos, bem como pode ser relacionado ao estresse. Estes são os fatores mais freqüentes na vida moderna, evoluindo para doenças crônicas que acometem a cada dia a população, gerando um grave problema de saúde pública no Brasil. Contudo, a hipertensão arterial sistêmica é um dos mais importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares aumentando o índice de morte por IAM (BRASIL, 2006).
Há evidencias de que certos estilos de vida, tais como dieta rica em gordura saturada e calórica, pouca atividade física e tabagismo, desempenham função importante no desenvolvimento da doença arteriosclerótica, especialmente a coronariana, na grande maioria da população. Em muitos indivíduos esse estilo de vida leva às mudanças adversas nas características bioquímicas e fisiológicas do organismo, contribuindo para a arteriosclerose e complicações cardíacas (STEFANINI et al, 2004).
Contudo, há de ser levado em consideração que existem em muitos indivíduos um componente genético importante na suscetibilidade individual para o desenvolvimento da arteriosclerose, embora sua natureza até o momento não seja entendida, essa suscetibilidade genética pode interferir nas características bioquímicas e fisiológicas, acelerando o processo da doença. Esse componente genético é definido como herança genética ou características não-modificáveis (ANDREOLI, 2002).
No século XX houve um grande impulso no tratamento do IAM com uma redução significativa para níveis tão baixos como 8% de mortalidade hospitalar. Porém, nem sempre a mortalidade foi baixa assim, considerava-se que na primeira década o IAM era fatal. Tal realidade só foi alterar com a introdução das unidades de terapia intensiva na década de 1960 e unidades coronarianas especializadas, melhorando a assistência aos pacientes com IAM (RATTON, 1999).
Com o surgimento das unidades coronarianas conseqüentemente houve evolução tecnológica em hospitais de urgência e emergência no que se refere a equipamentos e esquemas terapêuticos, traduzidos na monitorização hemodinâmica mais refinada, entre outros. Pois a centralização destes recursos em uma unidade resulta na utilização mais eficiente por uma equipe treinada que vise ao melhor atendimento, no tempo adequado, com eficiência e eficácia (CINTRA et al, 2003).
Diante disso, observou-se que o enfermeiro é o integrante desta equipe e exerce uma grande responsabilidade na assistência ao paciente com IAM, sendo destacada a importância do seu conhecimento técnico - científico, sua habilidade no relacionamento interpessoal e sua capacidade de liderança, que lhe confere grande autonomia para o desempenho de suas ações (MELTZER, 2001).
Em situações de emergências, ao admitir um paciente grave, o enfermeiro é o profissional que realizará a triagem em serviço de emergência, cabe a ele avaliar o paciente, determinar as necessidades de prioridade e encaminhá-lo para a área de tratamento. Sendo assim, o enfermeiro é o profissional da equipe de emergência a ter o primeiro contato com o paciente, cabendo-lhe o papel de orientador nos procedimentos que serão prestados (GATTI; LEÃO, 2004).
Para tanto, é necessário que o enfermeiro ao receber o paciente com infarto agudo do miocárdio, saiba avaliar os sinais e sintomas tanto nas situações emergenciais de atendimento, quanto durante no tratamento no ambiente hospitalar. Estando atento às manifestações clínicas, assim como observar as complicações e, se possível, identificar precocemente as complicações decorrentes do IAM e a resposta do cliente à terapêutica implementada. Dessa forma, fornecerá subsídios para o planejamento da assistência de enfermagem (FIGUEIREDO et al., 2006).
Revela-se que o objetivo deste estudo pautou-se em avaliar a assistência de enfermagem em paciente com infarto agudo do miocárdio em uma unidade de urgência e emergência em São Luís ? MA. Sua contribuição será em mostrar a necessidade de uma adequada assistência de enfermagem à paciente com infarto agudo do miocárdio.

2 METODOLOGIA

Estudo do tipo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. A Pesquisa foi realizada no Hospital Municipal de Urgência e Emergência, São Luís ? MA, nos meses de abril e maio de 2009. A população alvo foi: 392 pacientes atendidos com infarto agudo do miocárdio no Hospital Municipal de Urgência e Emergência, São Luís ? MA, durante o período de julho de 2008 a dezembro de 2008; constituindo a amostra de 30 prontuários de pacientes atendidos com infarto agudo do miocárdio, sendo que estes eram os que mais possuíam dados para a pesquisa. A coleta de dados deu-se com a utilização de fichas-roteiro com questões fechadas para a pesquisa em prontuários contendo questões relacionadas às variáveis sociais e demográficas do paciente, dados da assistência de enfermagem prestada ao paciente e dados do prognóstico do paciente. De posse dos dados de interesse para o estudo, fez-se a análise estatística através de um programa eletrônico: Microsoft Office Excel, os resultados foram apresentados em formas de tabelas e gráficos. Os dados do presente estudo obedeceram aos aspectos éticos legais da Resolução de 196/96.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados que seguem refere-se à pesquisa realizada nos meses de abril e maio de 2009, período em que foram coletadas as informações junto a 30 prontuários de pacientes atendidos com infarto agudo do miocárdio no Hospital Municipal de Urgência e Emergência em São Luís ? MA, e são apresentados através de tabelas e gráficos conduzindo informações das variáveis sociais e demográficas dos pacientes, dados da assistência de enfermagem prestada aos pacientes e seus prognósticos.
Tabela 1 - Distribuição da amostra segundo variáveis sociais e econômicas dos pacientes pesquisado.

SEXO N %
Masculino 16 53,3%
Feminino 14 46,7%
Total 30 100%
FAIXA ETÁRIA N %
18 a 24 anos 0 0,0%
25 a 31 anos 0 0,0%
32 a 38 anos 0 0,0%
39 a 45 anos 0 0,0%
46 a 52 anos 5 16,7%
53 a 59 anos 8 26,7%
Acima de 59 anos 17 56,6%
Total 30 100%
RAÇA N %
Indígena 0 0,0%
Branca 5 16,7%
Negra 8 26,7%
Dados não Registrados 17 56,6%
Total 30 100%
OCUPAÇÃO N %
Estivador 1 3,3%
Lavrador 2 6,7%
Do lar 6 20,0%
Outros 7 23,3%
Dados não registrados 14 46,7%
Total 30 100%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE N %
Não Alfabetizado 5 16,7%
Ens. Fundamental Incompleto 5 16,7%
Ens. Fundamental Completo 0 0,0%
Ens. Médio Incompleto 0 0,0%
Ens. Médio Completo 2 6,6%
Ensino Superior 0 0,0%
Dados não Registrados 18 60,0%
Total 30 100%


Conforme evidenciado na Tabela 1, foram acompanhados 30 pacientes atendidos com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), sendo que 53,3% eram do sexo masculino e 46,5%, do sexo feminino. Estatisticamente, em homens, foi constatado um percentual maior com IAM. Contudo, Varela (2004) considera que o número de mulheres acometidas por IAM, aumentou consideravelmente nos últimos anos, mudanças comportamentais e os hábitos de vida, tais como: fumar, alimentação e uso de drogas não lícitas são fatores que têm contribuído para o surgimento de doenças cardiovasculares entre as mulheres.
Quanto à faixa etária, foram 16,7% entre 46 a 52 anos, 26,7% entre 53 a 59 anos e 56,6% acima de 59 anos, sendo o maior percentual apresentado no estudo. Para o Ministério da Saúde é a faixa etária que apresenta o maior número de indivíduos acometidos por IAM no país, considera-se que é faixa etária onde o sedentarismo está mais presente e patologias associadas que contribuem para o surgimento de doenças cardiovasculares. Entretanto, hoje já apresenta um elevado índice de pessoas com faixas etárias menores acometidas por IAM. (BRASIL, 2008).
O resultado relacionado à raça apresentou: 16,7% branca, 26,7% negra e 56,6% dados não registrados, sendo o maior percentual entre pessoas da raça negra. Andreoli (2002) afirma que indivíduos da raça negra, estão entre as raças mais afetadas por doenças cardiovasculares e com o maior numero de óbitos por IAM.
Na Tabela 1, que diz respeito à ocupação os pacientes com IAM, eram 3,3% estivadores, 6,7% lavradores, 20,0% do lar, 23,3% desenvolviam outras atividades e 46,7% dados não registrados. A Atividade do lar apresentou o maior percentual. Exercícios repetitivos e estressantes são atividades mais freqüentes no lar, são fatores que contribuem para o surgimento de doenças cardíacas (VARELA, 2004).
Quanto ao nível de escolaridade, observou-se que 16,7% não eram alfabetizados, 16,7% tinham apenas o ensino fundamental incompleto, 6,6% ensino médio completo e 60% de dados não registrados. Houve um percentual grande de indivíduo não alfabetizado em relação a dados registrados.
Mousinho e Moura (2008), concluíram que a educação é primordial na vida do ser humano, sendo o fator que ajudará o indivíduo na compreensão e aceitação de medidas preventivas de saúde.
























Tabela 2 - Distribuição da amostra segundo variáveis sociais e demográficas dos pacientes pesquisado.

SITUAÇÃO CONJUGAL N %
União consensual 0 0,0%
Solteiro 7 23,3%
Casado 21 70,0%
Total 30 100%
ZONA DE RESIDÊNCIA N %
Urbana 10 33,3%
Rural 20 66,7%
Total 30 100%
HÁBITOS DE VIDA N %
Etilista 4 12,1%
Tabagista 8 24,2%
Uso de drogas não lícitas 0 0,0%
Dados não registrados 21 63,7%
Total 33 100%
DOENÇAS PRÉ-EXISTENTES N %
Hipertensão 23 59,0%
Diabetes 9 23,1%
Outras 2 5,1%
Não apresentou doenças 0 0,0%
Dados não registrados 5 12,8%
Total 39 100%


Na tabela 2, no item situação conjugal, foram constatados um percentual elevado de pacientes casados em 70,0%, enquanto que 23,3% eram solteiros e 6,7% de dados não registrados.
Os resultados relacionados à zona de residência houve prevalência para zona rural, o percentual verificado ficou 66,7% e zona urbana 33,3%. A falta de assistência básica de saúde qualificada e hospitais especializados na zona rural, são fatores que contribuem para o elevado índice de pessoas doentes na zona rural (BRASIL, 2008)
O estudo demonstra que 12,1% dos pacientes eram etilistas, 24,2% eram tabagistas e 63,7% de dados não registrados. O estudo demonstrou um elevado índice de pacientes que faziam uso do fumo e de álcool, sendo que o fumo foi o maior percentual apresentado. Em 2000, Armaganijan e Batlouni concluíram que o fumo e o álcool são fatores de risco para as ocorrências de doenças cardiovasculares.
Quanto às doenças pré-existentes, o estudo constatou um elevado índice de pacientes com hipertensão arterial 59,0%, Diabetes Mellitus foi um percentual menor comparado com a hipertensão arterial, sendo que de 23,1% um percentual de 5,1% tinham outras patologias e 12,8% de dados não registrados, A hipertensão arterial e Diabetes Mellitus são consideradas como fator de risco para as doenças cardiovasculares (FIGUEIREDO et al., 2006). Nas variáveis Hábitos de vida e doenças pré-existentes optou-se por mais de uma alternativa.

Tabela 3 - Distribuição da amostra segundo variável tempo decorrido para o primeiro atendimento, profissional que prestou o primeiro atendimento e após quanto tempo o paciente foi reavaliado.

Tempo decorrido para o primeiro atendimento N %
Imediatamente após a admissão do paciente 6 20,0%
5 a 15 min 10 33,3%
16 a 30 min 14 46,7%
Acima de 30 min 0 0,0%
Dados não Registrados 0 0,0%
Total 30 100%
Profissional que prestou o primeiro atendimento N %
Enfermeiro, Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem 18 60,0%
Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem 10 33,3%
Auxiliar de Enfermagem 2 6,7%
Total 30 100%
Após quanto tempo o paciente foi reavaliado N %
30 a 40 min 0 0,0%
41 a 60 min 10 33,3%
Acima de 60 mim 7 23,3%
Dados não registrados 13 43,4%
Total 30 100%


Na tabela 03, demonstra o momento em que se iniciou a assistência de enfermagem ao paciente, sendo 20,0% imediatamente após a admissão do paciente, 5 a 15 minutos 33,3% e 16 a 30 minutos 46,7%, sendo o maior percentual apresentado. Segundo Gatti e Leão (2004), a assistência de enfermagem ao paciente com IAM tem que iniciar imediatamente após a sua admissão, com objetivo de avaliar a gravidade do paciente e diagnosticar problemas de enfermagem.
No estudo foi demonstrado que 60,0% dos atendimentos foi realizado pela equipe completa de enfermagem, na liderança da equipe o enfermeiro, 33,3% somente por técnicos e/ou auxiliares de enfermagem e 6,7% apenas por auxiliares de enfermagem. Para uma assistência adequada e qualificada é necessário que a equipe seja completa, em todo atendimento prestado ao paciente com IAM, sendo o enfermeiro o profissional que lidera a equipe, avalia e faz o diagnóstico de enfermagem (CINTRA et al, 2003).
Na tabela 3, a pesquisa demonstrou após quanto tempo o paciente foi reavaliado, sendo que entre 41 a 60 minutos 33,3%, acima de 60 minutos 23,3% e 43,3% dados não registrados. Entretanto, não houve registro da reavaliação realizada entre 30 a 40 minutos. No que diz respeito à reavaliação do paciente com IAM, é momento em que o profissional faz um novo diagnóstico da evolução clínica do paciente, diante da nova clínica apresentada o profissional planejará uma nova assistência de acordo com sua clínica apresentada no momento. Sendo que a reavaliação deve ser realizada entre 30 a 40 minutos após a primeira avaliação (MELTZER, 2001).


Gráfico 1 ? Distribuição da amostra segundo procedimentos realizados pela equipe de enfermagem (em %).

Nos resultados demonstrados no gráfico 01, a evolução de enfermagem foi 14,1%, verificação dos sinais vitais 1,6%, balanço hídrico 8,7%, cateterismo vesical 11,4%, oximetria de pulso 14,6%, monitorização cardíaca 15,1%, acesso venoso com jelco em MSE 3,8%, Eletrocardiograma 13,5%, Oxigenioterapia sob macronebulização 8,7%, retirada de próteses e/ou materiais metálicos do paciente 1,6%, elevado cabeceira do leito em 45º 1,6%, posicionamento do paciente no leito 1,6%, diagnóstico de enfermagem 0,5%, histórico de enfermagem 3,2%. O estudo apresentou baixos percentuais nos procedimentos realizados aos pacientes. Segundo Smeltzer e Bare (2005), o histórico e o diagnóstico de enfermagem, têm que estar sempre presentes na assistência de enfermagem a pacientes com IAM, é através do histórico de enfermagem que se conhece toda história de saúde do paciente, informação que auxilia o enfermeiro no diagnóstico de enfermagem. O diagnóstico de enfermagem é o momento em que o enfermeiro caracteriza o nível de gravidade do paciente através de sua clínica apresentada, a partir do diagnóstico de enfermagem profissional planejará a assistência de enfermagem.


Gráfico 2 ? Distribuição da amostra de pacientes que foram avaliados pela equipe de enfermagem quanto a características da dor torácica (em %).


O Gráfico 2 mostra que, 96,7% dos pacientes não foram avaliados quanto à característica da dor torácica apenas 3,3% dos pacientes foi avaliada, estatisticamente um percentual baixo. A dor precordial é caracterizada pelo início do sintoma, duração, intensidade, localização e radiação. É um procedimento que deve ser realizado pela enfermagem em todos pacientes com IAM, através desta avaliação possibilita na detecção precoce de possíveis complicações (NETTINA, 2003).

Gráfico 3 ? Distribuição da amostra segundo o prognóstico do paciente (em %).

O Gráfico 3 demonstra que, 31,0% dos pacientes recebeu alta hospitalar, 31,0% realizou cateterismo cardíaco, 13,8% evoluiu para óbito na UTI, 3,5% evoluiu para óbito na sala de reanimação e 20,7% foi encaminhada para UTI. Nos dois primeiros dados apresentados, no gráfico demonstrou percentuais iguais, entretanto houve um elevado índice de pacientes encaminhados para UTI, desses 13,8% evoluiu para óbito. Um bom prognóstico carece, além de uma assistência adequada, uma boa condição clínica, física e social do cliente (STEFANINI et al, 2004).

4 CONCLUSÃO

A intenção de se fazer uma pesquisa sobre o tema proposto, foi no sentido de compreender a assistência de enfermagem em paciente com infarto agudo do miocárdio em uma unidade de urgência e emergência em São Luís ? MA.
A assistência de enfermagem tem um papel importante no sucesso terapêutico de um paciente com IAM. Por ter o primeiro contato com o paciente, é a enfermagem que realiza o primeiro diagnóstico de suas alterações clínicas, suas necessidades e os primeiros procedimentos no paciente ao ser admitido em unidade de saúde.
No decorrer da investigação chegou-se à compreensão de que o prognóstico do paciente que sofreu de IAM, depende de vários fatores, dentre eles a condição física, clínica e social, principalmente de uma assistência direcionada e adequada a este paciente. Entretanto, o estudo demonstrou que a assistência de enfermagem prestada na instituição pesquisada, não corresponde ao tipo de assistência que necessita um paciente com IAM, sendo que para realizar uma assistência de enfermagem adequada, carece além do conhecimento técnico-científico dos profissionais, recursos materiais, humanos e de uma estrutura hospitalar que possa atender aos recursos que a equipe depende para uma assistência de enfermagem qualificada.
No que diz respeito à pesquisa de campo, quanto ao perfil social e demográfico dos pacientes com IAM, constatou-se que o maior percentual pertencia ao sexo masculino 53,3%, quanto à faixa etária, a maioria tinha acima de 59 anos; 26,7% eram da raça negra; 16,7%; sofriam de doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão arterial; não alfabetizado, 16,7 tinha apenas o ensino fundamental incompleto, 12,1% etilista e 24,2% tabagista; quanto à ocupação, 20,0% eram do lar e 23,3% desenvolvia outras atividades.
Quanto ao tempo decorrido para o primeiro atendimento realizado pela equipe de enfermagem ao paciente, obteve-se um percentual elevado de 46,7%, que corresponde 16 a 30 minutos após a sua admissão, sendo que o tempo correto para o atendimento é que ele seja realizado imediatamente após a admissão do paciente; a reavaliação do paciente se iniciou entre 41 a 60 minutos após a primeira avaliação com um percentual de 33,3%, porém sabe-se que essa reavaliação deve-se iniciar entre 30 a 40 minutos. A Avaliação da característica dor torácica apresentou um percentual elevado de paciente que não foram avaliados pela equipe de enfermagem, sendo 96,7%, esse resultado não foi satisfatório pois o correto seria que a avaliação fosse realizada em todos os pacientes com história de IAM.
Ao término da investigação, notou-se que relação entre a pesquisa bibliográfica com a pesquisa de campo possibilitou entender que o atendimento em enfermagem na unidade pesquisada carece de um redimensionamento no que diz respeito a recursos humanos, materiais, qualificação dos profissionais e uma estrutura adequada para execução correta da assistência de enfermagem. Estes são os fatores que, se existissem, poderiam contribuir para uma boa assistência ao paciente.

NURSING CARE IN PATIENT WITH ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION IN AN EMERGENCY IN SÃO LUÍS-MA

ABSTRACT

This study examines the nursing care in patients with acute myocardial infarction. Part of bibliography on secondary sources, field searches and virtual field research. There was the processing of data by establishing a discussion placing the nursing care management of patients with acute myocardial infarction. The research is a descriptive, retrospective with quantitative approach. Had to be the search field to the Emergency and Municipal Hospital Emergency in San Luis - MA, in April and May of 2009. The data studied are shown through graphs and tables. As the field research was carried out satisfactorily the goal searched, according to references found that the nursing care performed at the patient with AMI, in a research institution, does not answer the needs that a patient needs, for success in your treatment. However, for successful treatment of a patient not only depends on the nursing care, among other lacks resources needed for the practice of nursing care.
Keyword: Patient. Nursing care. Acute Myocardial Infarction.

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